Andava em meios as pessoas na rua vez ou outra sendo empurrada por alguém, para aquelas pessoas eu não era ninguém, como sempre, sou apenas invisível neste mundo mais não me importava aquela era minha vida .

Então está era a sensação de finalmente estar formada, não fui a festa de comemoração pois para mim não tinha sentindo algum. Não tinha nenhum amigo ou pessoa que pudesse me levar ao baile e só de pensar a vergonha de aparecer sozinha, faz meu estômago embrulhar. Já tinha meu histórico escolar em mãos e agora poderia pensar no meu futuro e no que eu iria fazer da minha vida. Eu não tinha grandes ambições pelo contrário, um emprego com um salário bom pra mim já era o suficiente no momento.

Para uma garota de dezoito anos eu estava completamente perdida em relação a minha vida, muitas outras pessoas ja estariam pensando em qual faculdade entrar e emprego mas eu não sei decidir nem que roupa vestir ao acordar. Não queria pensar muito no meu futuro agora pois acho que ainda  tenho algum tempo pra pensar,  que minha situação não está tão decadente assim mas eu tinha que pensar na minha mãe, eu tenho que ajudar ela com as despesas da casa.

Depois de algum tempo na minha antiga escola vou andando até em casa de maneira calma e despreocupada como sempre faço, a alguns passos já conseguia ver a pequena casa lilás de dois andares que minha mãe comprou com muito custo, e uma casa bem simples com um pintura desbotada, a frente da casa com a grama mal aparada e algumas flores mortas pela falta de cuidado e o sol.

— Mãe cheguei — gritei assim que entrei na sala e tirei meus sapatos.

A sala era pequena como todo o restante da casa, possui uma pequena TV antiga no canto em cima de uma estante de madeira escura, na sua frente um sofá velho com um pano florido por cima e um poltrona ao lado, também tinha uma mesinha em outro canto com algumas fotos de família.

— Aqui na cozinha filha.

Nossa casa mesmo sendo  pequena  tem seu charme, a cozinha não era moderna e nem possuía eletrodomésticos de última geração mais era aconchegante.Dou um beijo na bochecha da minha mãe que está no fogão e me sento na mesa de quatro lugares observando ela cozinhar e pelo cheiro deve estar uma delícia.

— Cadê a Sophia?— pergunto sobre a minha tão querida irmã.

— Está no quarto estudando, conseguiu resolver tudo na escola?  —  susperei fundo sabendo que teriamos aquela conversa novamente.

— Sim mãe e por favor não vamos brigar, já disse eu vou resolver tudo vou procurar emprego e depois um faculdade tá —falo na esperança dela desistir disso.

— Desculpa filha eu não quero te pressionar a nada e sobre a faculdade não precisa se preocupar —me abraça apertado, sei que pra ela e difícil sustentar duas filhas sozinhas.

Subo pro meu quarto, passando pelo quarto da minha irmã que está deitada lendo um dos seus livros tão sinistros, pensando bem não são só os livros que são sinistros, a Sophia tinha esse jeito meio gótico ou emo não sei bem, lembro quando ela começou a comprar roupas escuras e pintar o cabelo de azul, no início achei bem estranho mais agora já me acostumei com isso.Era seu jeito de ser.

Desde que minha irmã está tentando entrar na faculdade que eu não sei qual nome ela, só vive lendo seus livros estranhos e eles não parecem nada com os livros normais que você usa para fazer alguma prova de vestibular, e isso só me deixava mais curiosa mas ela não me deixava tocar nesses livros.

— O que você tanto olha pirralha ? — Sophia me encara com a sobrancelha levantada.

Acabo saindo do meu transe, não respondendo sua pergunta e me dirijo ao meu quarto, na porta havia pequenas letras formando um nome "Maya".

  Meu quarto e simples eu poderia dizer até sem vida, a cama de solteiro com um lençol verde, um urso de pelúcia velho que ganhei da minha mãe quando fomos ao parque, perto da janela um pequena escrivaninha com alguns livros e muito lixo em cima, eu deveria mesmo limpar aquilo, meu guarda-roupa era pequeno feito de madeira e pintado com um branco que agora estava sujo, nas paredes tinha alguns pôster de bandas e famosos.

Jogo meu histórico escolar em cima da minha escrivaninha/lixão e me deito na cama entediada, às vezes eu gostaria de poder viver grandes coisas ao invés de ficar aqui em casa olhando para as paredes sem vida do meu quarto mas essa é minha realidade, a realidade de ser invisível.Já era tarde da noite e eu não tinha feito absolutamente nada o dia todo a não ser ajudar minha mãe com as tarefas de casa e ver qualquer programa na tv, já estava pronta para dormir depois de tomar um banho relaxante agora estava sentanda penteando meus longos cabelos brancos depois  visto meu pijama me preparando para dormir um pouco, amanhã seria um longo dia e eu precisava estar muito bem descansada.

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Maya na foto