Capítulo 6- Na Teia
O Início do verão e o final dos tempos? Pelo menos é o que parece. O restante das pessoas que estavam no acampamento improvisado, decidiram seguir os seus caminhos, descobrir os seus próprios métodos de sobrevivência, assim como Lauren e Karl, que vagam pelos reinos (ou melhor o que restou deles) debaixo de um sol escaldante, sem nenhuma gota d'agua e apenas uma ração no bolso de cada um. Lauren teve que ''largar mão'' do seu belo vestido nobre com babados e costura de alta qualidade que deixou de ser apropriado para a situação que se encontram, e substitui-lo por uma calça e uma blusa velha de um dos cadáveres que encontrou.
—É por aqui —Karl, segura uma bússola velha com o vidro quebrado e talvez um tanto desnorteada
Faz alguns dias desde o bombardeio, mas as pessoas que não morreram por ele, estão morrendo com erupções pelo corpo ou pela nevoa roxa.
—Você está escutando? —questiona Lauren
Um barulho de água corrente chama a atenção dos dois
—Encontramos, vamos —Karl fala animado
Ao chegar finalmente no local, ambos veem uma grande cachoeira com água cristalina. Algumas pessoas mortas estão na passagem do rio, mas isso não impede o sentimento de alivio que Karl e Lauren sentem
—Beba a água apenas da queda da cachoeira, sei que está calor, mas evite molhar as roupas, a noite vai ser fria —Karl diz pegando um cantil da mochila que carrega
Os dois bebem água com necessidade, enchem seus cantis, colhem algumas frutinhas das arvores e retornam a floresta. Karl e Lauren, ainda possuem a esperança de que Liz esteja viva ou pelo menos querem acreditar nisso, porém, eles não estão atras de Liz, mesmo que queiram, não há suprimentos para ir atras de alguém que nem sabem se está viva. Depois de muito tempo pensando, Karl e Lauren decidiram voltar até a clinica e se oferecerem para experiencias, quem sabe o planeta algum dia possa possuir algum tipo de vida ou as poucas pessoas que estão vivas possam enfim viver novamente com uma possível cura?
Eles ainda estão bem distantes da clínica, o caminho se torna mais lento e dificultoso devido o terreno desregular, por causa das explosões, deixando arvores caídas, buracos, pedras e poças d'agua contaminada no caminho.
—Sabe Karl, eu andei pensando em uma coisa. Será que a garota está viva?
—A Jade? Impossível. A menina era filha da rainha, inexperiente, nunca descascou uma noz. A única chance de ela estar viva, seria caso houvesse proteção, cavaleiros, guerreiros, reinado, ou se a Liz estivesse viva —Karl, afirma com extrema convicção
—A Liz estava focada em encontrar a Jade
—A Liz, era uma guerreira, cumpria ordens e tinha os seus objetivos. O rei a nomeou como guardiã da Jade, e ela lutou para cumprir o seu objetivo até os últimos segundos da sua vida
—Eu não consigo acreditar em tudo o que aconteceu...
O sol começa a se por, Karl e Lauren, começam a montar os seus abrigos e acendem uma fogueira.
—Está com fome? —Lauren pergunta ao escutar o ronco da barriga do guerreiro
—Não, posso esperar mais alguns dias. Você deve comer
—Eu estou bem, vamos guardar, temos mais um longo dia até chegar na clinica
—Eu começo de vigia, durma
—Tem certeza?
—Claro
—Karl, me chame na hora de revezar
—Ok
Lauren se deita na rede. Karl, está cansado o suficiente para sentir a sua cabeça e os seus olhos pesarem, mas ficar de vigia não tem o mesmo objetivo que antes, se Karl se deixar levar pelo sono, a nevoa roxa irá aparecer e mata-los.
——————
De volta a estrada, Lauren e Karl, vagam pela floresta.
—Já estamos na metade do caminho —diz Karl olhando para a bussola
Um pedaço da floresta está amplo, sem mata, apenas um terreno limpo
—Que estranho —Lauren fala intrigada
—É...
Quando os dois dão mais um passo, uma ''teia'' de cordas os puxam, retirando seus pés do chão
—Droga, uma armadilha —Karl se balança com irritação
—Vamos me ajude a cortar isso —Lauren pega um punhal
—Claro que não, se cairmos dessa altura, podemos fraturar algo
—Então, qual é a sua ideia?
—Preciso pensar, precisamos pensar —ele repete
—Então vamos logo, a nevoa pode chegar
—Fazem 15 minutos desde a ultima nevoa, ela aparece a cada 1 hora, temos 45 minutos para sair daqui e nos esconder
Karl e Lauren começam a olhar ao redor.
—Ali tem um galho —Karl, aponta para a arvore com galhos fortes —vamos nos prender nele, cortamos a teia e seguramos na arvore
—Pode ser uma boa
—Vamos se balance —Karl impulsiona o corpo para o lado direito
Porem quanto mais se balançam, mais longe ficam do chão
—Pare, isso não vai dar certo —Lauren diz
Um barulho de folhas secas sendo pisadas, chama a atenção dos dois, seguido de uma voz:
—Hoje é o meu dia de sorte, cacei dois burros
—Liz?!
—Eu sinceramente esperava mais de vocês —Liz balança a cabeça negativamente e da um sorriso de canto
—Liz, é você?
Ela caminha até um canto e puxa uma lona com muitas folhas em cima. Liz, coloca as folhas embaixo da armadilha, caminha até a corda que segura a teia e corta. Eles caem sobre as folhas. Karl e Lauren, se desprendem da teia e se levantam
—Eu vi... você sendo engolida pela nevoa —Karl, fala sem entender, visivelmente avoado
—Parece que nem a morte gosta de mim
—Nunca mais faça isso —Lauren a abraça
—Está bem... —ela dá dois tapinhas nas costas dela —agora, chega
—Como você sobreviveu?
—É uma história chata e longa, mas me ajudem a montar a armadilha de novo e depois vamos para o meu abrigo
—Seu abrigo?
—Claro, ou acham que sou como vocês?
Os dois riem.
Karl, Lauren e Liz, concertam a armadilha, assim a tornando funcional novamente. Liz, leva os dois para o abrigo. Uma bela casa de madeira e folhas secas no telhado.
—Caramba —Karl fala lentamente
—Entrem
A parte de dentro da casa, possui lona nas paredes, duas camas feitas de palha, uma mesa com uma jarra de barro e um fogão improvisado
—Ficou ótimo —Lauren elogia, enquanto olha para as coisas
—Imagino que estejam com fome, muitas plantas não sobrevivem a nevoa, tive que descobrir os alimentos que restaram, alguns frutos sobrevivem —Liz abre uma janela que estava coberta por uma cortina de retalhos de pano —Então, decidi planta-los
Pequenas arvores, florescem, atras da casa.
—Fiquem à vontade, mas não exagerem —ela coloca um cesto de frutinhas redondas e vermelhas
Karl e Lauren começam a comer, assim que os seus corpos recuperam um pouco de energia, eles conseguem raciocinar direito.
—Então, o que aconteceu com você? —pergunta Karl, com algumas frutinhas na boca
—Pelo jeito, não é só da infecção que eu sou imune
—Você é imune a infecção? —Lauren fala surpresa
—Sim
—Por que você não me contou?! Você sabia, Karl?
—Sim, eu sabia...
—Vocês... —Lauren fala com raiva
—Mas isso não importa
—Claro que importa, Liz!
—Eu queria saber se vocês iriam ficar bem e eu não queria deixar essa casa para qualquer um.
—Onde você quer chegar? —Karl, pergunta
—Aqui, tem água, comida, abrigo e a armadilha funciona, tem um defumador atras da casa. Eu vou procurar da Jade, vocês podem ficar com a casa
—Essa garota não está mais viva, Liz —Lauren fala com indignação
—Isso não é problema seu
—Eu vou com você —Karl fala de repente
—Você disse que não acredita que a garota está viva! —Lauren exclama
—Eu não faço ideia do porquê da discussão —Liz levanta da cama de palha e bebe água no filtro de barro
—Eu jurava que a Liz estava morta, então...a garota pode estar viva também
—Karl, você está comparando a Jade com a Liz? —questiona Lauren
—Esse assunto não está em discussão, e vocês precisam ficar aqui
Liz pega um papel que estava dentro de um cesto de palha entrelaçada e coloca em cima da mesa.
—O vale da salvação, que nome patético... mas vocês vão para lá —ela aponta para um mapa feito a mão
Espero que tenham gostado. Deixe seu feedback, ele é muito importante para o desenvolvimento do livro. Um Bj e até o próximo capítulo :)
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