Karl, Liz e Tessa tentam correr na direção de Planius, mas a aeronave é muito mais rápida do que eles, além de ser rápida, ela está destruindo tudo o que vê. Uma bomba explode bem na frente de Tessa, Liz consegue puxa-la para trás antes do pior acontecer.

—Não podemos correr no mesmo sentido que a nave! —grita Tessa

—Eu preciso avisar a rainha!

Karl corre com determinação até o reino de Planius, nesse meio tempo, a floresta já está em um estado catastrófico. Liz não consegue correr devido o seu ferimento. Como se não fosse o bastante a nevoa roxa se aproxima, o terreno está completamente desregular e eles não carregam nada que possa protege-los da nevoa.

—Droga, vamos temos que ir

Tessa e Karl correm disparados, mas Liz não consegue acompanha-los:

—Liz você precisa vir! —grita Karl apavorado

Liz olha para trás e percebe que não a mais nada o que fazer:

—Vão!

—O que?!

—Vai logo, Karl!

—Por Deus...! —ele se lamenta antes de pegar impulso e correr.

A nevoa roxa se aproxima rapidamente de Liz, que não se desespera. Ela encara a nevoa sem temor, até ser ''engolida'' pela mesma.

VISÃO DO KARL

Karl está logo atrás de Tessa, a aeronave já está fora da vista deles, mas ambos não perdem a esperança. Eles conseguem correr e se esconder em uma cabana até a nevoa passar. Depois minutos angustiantes, ambos conseguem enxergar o reino de Planius, infelizmente não da maneira que desejavam. Eles estão ainda distantes, mas a fumaça escura sinaliza o reino da pior forma possível.

Karl e Tessa permanecem correndo, mas agora não estão no mesmo propósito de salvar o reino, mas sim de ajudar as pessoas que lá habitam.

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Ao chegar. As barricadas que foram concertadas pela manhã, são apenas destroços, o castelo está despedaçado, pessoas estão mortas outras...

—Mãe! —grita Tessa enquanto corre desesperada até a senhora desacordada

Karl não sabe o que fazer, as pessoas estão cobertas por destroços, outras com pedras esmagando as suas cabeças.

—Karl... —chama um homem enquanto olha para ele

—Mathew? —ele olha para o seu parceiro de treinos que não havia o reconhecido antes de se aproximar

O rosto do rapaz está em carne viva, pedaços de pele estão pendurados por ele,

—Você vai ficar bem, eu vou te ajudar.

—Queima, queima...

—Eu sei espera, vou pegar água

—Não tem água, o tanque...o tanque foi destruído pelo bombardeio —fala Mathew com extrema dificuldade

Ele começa a fechar os olhos.

—Ei porra, abre os olhos —Karl fala o balançando —Nos vamos dar um jeito, abre os olhos

—Meu rosto está péssimo, não é?

Karl fica sem saber o que responder.

—Você precisa salvar quem realmente tenha chances.

Karl olha para Mathew espantado.

—Você está delirando, vou dar um jeito de te tirar daqui.

Karl tenta se levantar.

—Eu estou falando sério, você precisa encontrar a Lauren e ajudar os outros...

Karl olha para Mathew.

—Eu vou ficar bem, vá ajude os outros.

Karl olha para as pessoas deitadas diante ao caos. Ele pega uma faca e rapidamente corta o pescoço de Mathew.

—Descanse...

Ravi se aproxima:

—Preciso da sua ajuda, encontrei a Lauren —fala ele agitado

Ele olha para o braço de Ravi.

—Não foi nada demais, vamos logo.

Karl corre atrás de Ravi. Eles pulam destroços escalam paredes caídas, até chegar onde Lauren se encontra desacordada, com seu belo rosto coberto pela poeira.

—Temos que tira-la daqui.

Ravi não consegue ajudar muito, mas conseguem tirar os destroços que estavam em cima dela. Karl pega Lauren nos braços com cuidado e ambos descem da grande ''montanha'' Karl coloca Lauren no chão.

—Majestade, acorda —diz ele a sacodindo, mas a mesma não expressa nenhuma reação ao estimulo

Ravi pega um cantil de água e despeja o liquido na boca dela, mas continua sem sucesso algum.

—Vá ajudar a Tessa.

—Você tem certeza? -Ravi questiona afobado

—Claro, e mais uma coisa, verifique a quantidade de sobreviventes.

—Certo, me chame se necessário.

Ravi se levanta e caminha apressadamente até Tessa que está em prantos ao lado da mãe. Karl volta seu foco a Lauren.

—Vamos, acorde... —ele coloca as duas mãos no centro do peito dela e tenta reanima-la —Vamos, vamos... —ele diz enquanto efetua o movimento.

Ele para e Lauren tosse duas vezes antes de abrir os olhos lentamente.

—Majestade —Karl abre um sorriso

—O que aconteceu...? —ela pergunta ainda debilitada

—Fomos bombardeados.

—Meu Deus...

—Fique calma, vai ficar tudo bem, irei dar um jeito.

—Onde está a Liz? —Lauren olha para todos os lados

A adrenalina foi tanta, que Karl mal teve tempo para distinguir o ocorrido. Ele olha para a rainha com um pesar enorme.

—Karl, onde está a Liz? —ela refaz a pergunta

—Sinto muito, majestade...

—Não, não... —os olhos dela enchem d'agua —Como, onde ela está?

—Foi a nevoa, ela estava com a perna machucada e não conseguiu fugir.

—Por que você não a ajudou?

—Majestade, não iria dar tempo, nos dois seriamos mortos pela nevoa.

Lauren coloca as duas mãos no rosto, sem acreditar no que acabou de ouvir.

—Vamos ajudar os outros... —Lauren fala se levantando

—Majestade, você precisa descansar.

—Onde Karl!? —fala ela exaltada —Estamos sem onde nos abrigar, mais da metade do nosso povo morreu

Karl, não fala nada apenas assente com a cabeça.

—Me ajude a montar um abrigo provisório para os que estão mais feridos, e para nos abrigar durante essa maldita nevoa.

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Lauren e Karl montaram um abrigo com os destroços do castelo, ficou um lugar bom, nada além disso.

—Com licença, majestade —fala Ravi

—Entre —fala ela perceptivelmente cansada

—Temos 10 sobreviventes contando conosco.

Lauren olha para Ravi e depois para Karl.

—Preciso...eu preciso sair —ela sai abruptamente do abrigo

Ravi espera Lauren sair:

—Está tudo acabado... —diz ele derrotado

—Eu mal consigo acreditar.

—Sinto muito pela Liz. Eu sei que quase dei um tiro nela, mas...

—Ok, Ravi, eu entendi. Como está a mãe da Tessa?

—Droga, eu não te avisei... Ela faleceu a poucas horas, acabou não resistindo as fraturas do bombardeio

—Céus...Como a Tessa está?

—Pior impossível, mas ela vai ficar bem, pelo menos é o que eu espero...

—Precisamos nos organizar para conseguir comida.

—Está difícil, por causa dessa constante nevoa, os animais estão morrendo e agora com a floresta em um estado de calamidade.

—Não podemos ficar aqui parados, temos que ajudar o nosso povo.

—Desculpa, Karl, mas a muito tempo não existe mais o ''nosso povo''. Eles estão revoltados querendo ir embora e se aliar aos outros reinos e nós não podemos impedi-los.

—Então o que você quer fazer?

—Eu não sei, mas não tem a necessidade de termos uma rainha sem um reino, eu não vejo mais a necessidade de dar a minha vida a alguém que não pode proporcionar nada a mim. Não temos segurança, não temos alimento, não temos moradia...

Karl fica em silencio apenas olhando Ravi fixamente.

—Eu sou um filho da puta, não é?

—Não, eu não te culpo por querer ir. Na verdade, é o melhor a ser feito.

—Então por que você não vai embora também?

—Eu me sinto em uma divida com a rainha, ela me proporcionou abrigo e eu darei a minha lealdade a ela.

—Você é um cara bom, Karl.

—Pode ser. Então você vai mesmo?

—É eu vou.

—Certo, tome cuidado e você já sabe onde me encontrar.

—Você também.

Ravi se aproxima de Karl e das dois tapinhas no ombro dele antes de se retirar.

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Ravi decidiu ir embora, mas antes ele se despediu de Lauren, que aceitou a sua decisão tranquilamente. Lauren conversou com os sobreviventes restantes e disse que não quer mais ser tratada como uma rainha. Essa tarefa é difícil para todos, mas é notável o alivio dos sobreviventes por ter menos uma ''carga'' nas costas.

Os 09 restantes estão sentados ao chão comendo metade de uma ração. A comida está sendo regrada até encontrarem uma forma de se alimentarem decentemente.

Tessa se aproxima de Karl e Lauren que estão comendo em silencio.

—Karl —ela chama a atenção

—Sim? —ele permanece olhando para a sua ração, como se pudesse multiplica-la

—A Liz estava falando de uma clínica, ela pode estar certa, eu acredito que foram eles que enviaram o bombardeio. Eu preciso ir para lá, você sabe onde fica, não é?

—Vamos com calma Tessa. Sim, eu sei onde fica essa clínica, mas é um lugar perigoso, quase saímos mortos de lá,  o Jon nem chegou a sair.

—Você não está entendendo, eu preciso ir, se aqueles... mataram a minha mãe, eles vão pagar!

—Eu entendo... —fala Lauren

—Não, você não entende, enquanto nós nos ''matávamos'' para agrada-la, você ficava comendo caviar e bebendo vinho, o vinho que a minha mãe fazia para agradar vossa majestade, enquanto isso nós passávamos fome —Tessa está fora de si

—Calma, Tessa -diz Karl a segurando

—Eu vou descobrir onde fica essa clinica com ou sem a sua ajuda, nem que seja a ultima coisa que eu faça na minha vida.

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Amanhece, todos acordam no abrigo improvisado. 3 pessoas foram embora durante a noite, Tessa estava incluída entre elas. Agora restam apenas 6. Será que é o fim dos tempos ou estamos apenas no começo?

🌹Obrigada por ler até o final! Então, o que achou do capítulo de hoje?