Capítulo 4- Maldição Espacial
Liz, não se encontra capacitada fisicamente para ajudar os guerreiros a encontrar o abrigo onde o povo de Simon vive. Mas as buscas de Jade não podem parar, Liz precisa agir.
—Você está pensado em que? —questiona Karl sentado em uma mesa de madeira envelhecida em frente a ela.
—Estou com um pressentimento estranho... —Liz expressa angustia
—Que tipo de pressentimento?
Karl se levanta e caminha até uma mini adega de vinhos, onde escolhe um rapidamente, depois volta com duas taças.
—Eu não sei explicar.
Karl serve as duas taças com uma pequena quantidade de vinho.
—Liz, eu vou te fazer uma pergunta, eu preciso que me responda com sinceridade.
Ela dá um gole no vinho e responde com desdém:
—Tá.
—Você foi mordida?
Ela ri:
—Karl, eu só falei que eu estava apenas com um mal pressentimento, fica tranquilo.
Ele fica sério.
—Quando você se feriu, você foi levada para o quarto medico, a medica me disse que notou uma mordida no seu braço.
Liz bebe mais um gole do vinho, mas não desvia o olhar de Karl.
—Fazem 4 meses.
Ele a olha espantado.
—Como?! —diz ele em um tom alto
—Fala baixo, Karl... —Liz o chama atenção
—Você vai me explicar isso —ele fala cochichando
—Ok, mas não agora.
Lauren aparece na porta.
—Atrapalho? —pergunta ela encostada no batente da porta
—Não, majestade—responde Karl rapidamente
—Na verdade sim —diz Liz com um leve sorriso nos lábios
Lauren se aproxima da mesa onde eles estão:
—Liz, gentil como sempre.
—É o meu forte —diz com ironia
—Karl, eu preciso que você ajude os guerreiros a reforçar a barricada, devido a invasão ela está completamente danificada —ordena Lauren
—Claro...majestade —Karl permanece olhando para Liz, sentado.
—O que você está esperando?
Ele balança a cabeça dispersando os seus pensamentos:
—Claro, desculpe, majestade.
Karl se levanta da cadeira:
—Nos vemos no jantar.
—Certo —Liz responde
Lauren puxa uma cadeira e senta.
—Posso ajudar? —pergunta Liz ironicamente
—O que está rolando com vocês dois?
—Nada, porquê?
—Vocês estão estranhos.
—Impressão sua.
—Não, não é.
—A invasão deve ter te afetado —Liz sorri desafiadoramente
Lauren suspira.
—Sobre a garota, amanhã eu posso te emprestar dois dos meus guerreiros para te ajudar a procurar.
—Ok
—Quando a população de infectados estava começando a se extinguir, chegou essa maldita nevoa roxa e esse invasores.
—2 minutos de Desabafo?
2 minutos de desabafo foi um jogo que Liz inventou quando Lauren e ela treinavam juntas. Lauren começava a falar de alguns problemas para Liz e como ela nunca teve interesse neles, Liz decidiu inventar esse jogo.
—Sim.
—Ótimo —Liz olha para o relógio pendurado na parede da grande sala —começou.
—Isso é tudo muito...estranho. Foi tão de repente as pessoas se infectaram de uma forma que nós não sabemos, essa nevoa que matou milhares de pessoas, esses invasores que dizem que vieram do espaço...
—A guerra sempre existiu, Lauren, mas agora nós temos companhia.
—Até a natureza conspira contra nós.
—Talvez alguém esteja usando-a de refém.
—O que você está falando?
—Lauren, eu sei que o Karl te contou sobre a clínica...
—Ok, sim ele me contou
—Acredito que aquele homem tenha algo a ver com isso tudo.
—Mas ele não morreu?
—Sim e não.
—Liz, eu não estou conseguindo te entender.
—O homem que aplicou a vacina no Jon e na Anna, era um médico espacial, ele disse que cansou de ficar ''flutuando'' por anos e agora queria pisar em terra.
—Onde você quer chegar?
—Existiam muitas pessoas morando naquela clínica, guardas, enfermeiros, pacientes. Essas pessoas podem ter ''aprimorado'' a tal vacina...
—Aplicado no nosso povo como um ato de vingança, pela morte do médico.
—Exato, eles também queriam o destroço de um amuleto, que estava com a Lisa, mas ela morreu e eu não sei onde está.
—Não está no seu reino?
—Bem... é uma longa história, mas o que você precisa saber é que eu não posso voltar para Ghade.
—Por que você não me contou tudo isso antes?
—Eu nem sabia que você ainda estava viva.
—Fico impressionada com a sua sensibilidade.
Liz ri.
—Por que você? Por que o Arthur escolheu você para ser guardiã da filha dele?
—Com todo respeito ao falecido, ele era tão louco quanto eu.
Lauren dá uma gargalhada.
—De qualquer forma, a garota deve gostar de você.
—Eu não sei, ela pode estar na pior e eu estou aqui conversando com você e bebendo esse vinho horrível.
—Você não tem mais o que fazer.
—Eu estava pensando em uma coisa...
—O que?
—Eu e o Rian iriamos voltar para a clínica...
—Não, você não vai —Lauren fala a ''atropelando''
—Ela pode estar lá.
—E se não estiver?
—Eu não vou ficar aqui, sabendo que ela pode estar lá!
Lauren olha para Liz com um sorriso no rosto.
—O que foi, que cara é essa? —Liz pergunta intrigada
—Você!
—Eu?
—Você se preocupa com a garota!
—Claro que não! Eu só preciso fazer o meu dever, apenas isso.
—Vamos Liz, admita.
—Por Deus, você tem quantos anos? 09?
Lauren começa a ri.
—E sério, eu preciso voltar para a clínica.
—Se você for, eu vou.
—Ok, chega de brincadeira, eu estou falando sério.
—Eu também, se você for eu também vou.
—Você esqueceu que é a rainha?
—E desde quando você se importa com isso, Liz?
—Eu não me importo, mas seu povo se importa.
—Eu percebi que essa coisa toda, não é para mim.
—Tarde demais para perceber isso.
Um homem aparece na porta.
—Majestade, está na hora do jantar, deseja se juntar a nós?
——————————
Liz está sentada em uma mesa na imensa sala de jantar, diversas pessoas estão no local. As mesas são espaçadas uma das outras, o ambiente é preenchido por barulhos de talheres, risadas e conversas aleatórias:
—Vamos, me explique —diz Karl sentando abruptamente em frente a Liz
—Mais alguém sabe disso?
—Apenas eu e a medica.
—Ótimo.
—Agora me fale.
—Quando a nevoa se aproximou, eu sai correndo pela floresta procurando algum lugar onde eu poderia me abrigar. Então o único lugar que encontrei foi em uma casa de madeira, parecia desocupada, até mesmo abandonada, então eu entrei, mas antes que eu pudesse perceber um infectado me mordeu. Eu sei que foi descuido, mas aquela nevoa roxa se aproximando foi assustador.
—E o que aconteceu depois, o que você sentiu?
—Nada, essa é a questão, eu achei que eu iria morrer, mas a mordida começou a cicatrizar sozinha e eu não senti nenhum sintoma.
—Você é imune a praga?
—Talvez, acredito que sim.
—Caramba...
—Mas isso fica entre nós, entendeu? —Liz fala ameaçadoramente
—Claro.
——————————
O sol ainda não nasceu, mas Liz, Karl e Tessa estão a caminho da floresta, para começar as buscas:
—Então, estão preparados? —pergunta Tessa animada
—Você é animadinha, não?
Karl ri
—Você é a Liz?
—E você?
—Tessa -ela da um sorriso
—Legal, vamos —fala Liz com desinteresse
Eles começam a adentrar a floresta.
—Eu já ouvir falar bastante de você, Liz.
—Acredito que mal.
—Falam que você luta muito bem.
—Quem disse isso? Um dos mortos?
—Eu acho que você é legal.
—Eu não acho, agora fique quieta...
Liz escuta um barulho:
—Karl, vá pela minha direita —ela comanda com uma voz praticamente inaudível
—Ok.
—E eu?! -Tessa praticamente grita indignada
O vulto de um alce passa na frente deles.
—Droga. Qual é o seu problema?! —diz Liz desacreditada
—Desculpa.
—Você sabe o porquê está aqui?
—Para ajudar nas buscas.
—Exatamente, e você não está ajudando.
—Ei Liz, relaxa, ela já entendeu —fala Karl
Liz continua caminhando, mas resmunga:
—Me peça para relaxar, quando uma espada estiver cravada em um de nós.
Liz ainda manca um pouco, mas a sua determinação é maior do que a sua dor.
Após caminharem por muitas horas, uma coisa chama a atenção de Liz. Um objeto que ela jamais confundiria:
—Aquela é a minha espada? —ela questiona se aproximando
Ela chega até o objeto e confirma que é a sua espada, a espada que ela havia deixado com Jade. Embaixo dela tem um papel com algo escrito:
—''BloodRiver, eu acredito que quando estiver lendo esse bilhete, a garota já tenha ido para o ''espaço'', mas nós ficaríamos muito contentes com a sua visita. Você sabe onde nos encontrar'' —Liz lê em voz alta, para que Karl e Tessa escutem
—Desgraçados —fala Liz
—Eles estão com a Jade.
—Estamos ferrados —diz Tessa
—Vou voltar para a clínica, vocês podem ir.
—O que? Não isso é uma atitude muito impulsiva, Liz.
—Impulsiva? Eu vou dar um impulso para eles voltarem para o espaço.
Liz começa a caminhar, mas Karl a impede:
—Liz, presta atenção, não adianta você ir até lá despreparada, vamos voltar para o reino nos equipar.
—Pessoal...
—Você quer que eu espere? Pode ser tarde demais —Liz fala irritada
—Pessoal!
—O que foi?! —questiona Karl impaciente
Sem ser necessária uma resposta, Karl e Liz olham para o céu. Uma aeronave jamais vista por eles, está bombardeando tudo que está em seu caminho, e está se dirigindo ao reino de Planius. Tudo começa a explodir ao redor deles.
—Corram!!
🌹Muito obrigada por ler até o final. O que achou do capítulo de hoje?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro