Capítulo 3 -Eu não te entendo.
Falta apenas um dia para a grande e talvez, ultima luta. Liz e Jon treinam freneticamente na academia:
—Você não está preocupada? —Jon pergunta, enquanto continua a lutar.
—Com o que?
Liz o chuta, o fazendo cambalear.
—A filha do rei vai completar 12 anos, ela vai ter a primeira cerimônia, e você sabe como funciona.
Jon tenta golpeá-la, com a espada, a movendo da esquerda para a direita, mas Liz desvia.
—Eu não tenho nada a ver com a filha dos reis.
Liz continua focada na luta.
—O Pedro vai treina-la.
Jon se distrai por um momento e foi o suficiente para Liz rende-lo, o fazendo soltar a espada.
—Você deveria prestar atenção na luta Jon —ela diz enquanto pega a espada dele e o entrega.
—Você deveria treina-la —o tom dele é confiante.
—Eu não treino crianças.
—O Mateo também não treinava, mas aí está você —ele sorri.
—O caso era diferente, em circunstâncias diferentes, e o rei ordenou que ele me treinasse.
—Liz, se a menina perder a luta, vai ser péssimo para o nosso reino e para ela também —ele fala preocupado.
—O rei sabe o que faz Jon, e no final das contas, se ela perder a luta e invadirem nosso reino, o trabalho de protege-la vai ser nosso. Então invés de ficar preocupado com a filha do rei, se preocupe em treinar —ela fala com frieza.
Liz sai da tenda de treinamento. Em alguns metros de distância, ela vê Jade ''treinando''. Percebendo que Pedro não está presente, Liz decide se aproximar:
—Oi garota —Liz fala empurrando o saco de arroz, que a menina golpeia.
—Liz —o rosto dela transparece decepção.
—Qual é o problema? —ela fala com calma.
—A droga desse saco de arroz é o problema —a menina chuta o objeto com raiva.
Liz não se segura e ri. Ao perceber que a menina realmente está decepcionada com a situação, ela se contem, e fala:
—Realmente um saco de arroz, não parece com um corpo, mas você pode imaginar que está lutando com uma pessoa —Liz fala tranquilamente.
—Como assim? —a menina diz confusa.
Liz não percebe a chegada de Pedro:
—BloodRiver, algum problema? —ele questiona com um tom calmo e provocante.
Liz se controla para não avançar no homem.
—Até garota —ela da um soco no saco de arroz e sai.
Liz anda pelo reino, até Lisa chama-la:
—Ei Liz! —ela fala gentilmente.
Lisa está descascando algumas castanhas. Liz vai ao encontro dela.
—Lisa, muito trabalho?
Ela pergunta ao olhar para a grande cesta de castanhas ainda não descascadas.
—Rina passou mal, sobrou tudo para mim —ela respira fundo, o cansaço estampa o rosto dela.
Liz senta em um banco ao lado dela, e começa a descascar as castanhas.
—O que você está fazendo? —ela fala com um tom brincalhão e surpreso.
—Agora você tem uma colega de trabalho, mas não se acostume —Liz expressa um leve sorriso.
—Sabe Liz, por mais que você diga que não tem amigos, eu te considero uma amiga —ela bate no ombro da Liz.
—Se você diz... —ela fala enquanto come uma castanha.
—Ei, não é para comer! —Lisa solta uma gargalhada.
—Ok, desculpa —Liz sorri.
Ficamos um tempo, apenas descascando as castanhas, mas Lisa quebra o silencio:
—Então você não vai dizer o porquê está treinando tanto? —ela continua descascando as castanhas.
—Eu já falei, tenho uma luta —o tom dela é calmo.
—Liz, eu sei que você odeia, mas você não é conhecida como ''BloodRiver'' à toa. Faz muito tempo que não vejo você treinar tanto.
Liz permanece quieta.
—E o rei está mais nervoso do que o normal, hoje ele falou que nosso almoço seria apenas 5 minutos —ela da um sorriso fraco -Eu sei que parece besteira, mas....esquece —ela balança a cabeça.
—O dever me chama —o tom dela é divertido, mas um pouco amargurado.
Liz se levanta do banco.
—Você já vai?
-Preciso ir até a floresta —ela fala enquanto ''rouba'' algumas castanhas do cesto.
—Você voltou a fazer aquilo de novo? —ela pergunta preocupada.
—Loucuras de uma guerreira —Liz usa um tom descontraído.
Liz caminha em direção do estabulo.
—Liz! -Lisa a chama.
Ela olha para trás.
—Se Margot estiver no estabulo, peça para vir aqui —ela fala alto.
Ela balança a cabeça positivamente.
Liz abre a porta do estabulo, Margot olha para ela automaticamente:
—Liz —o tom da mulher é tremulo.
—Margot, Lisa está chamando você, lá na tenda das castanhas.
Liz fala enquanto caminha até Angus.
—Oi bonitão —ela acaricia a crina do cavalo.
Margot a observa.
—Algum problema? —ela fala tranquilamente.
—Não...não, eu vou encontrar a Lisa —a mulher fala gaguejando.
Margot sai apressadamente do estabulo.
—Vamos dar uma volta.
Ela abre a porta, assim liberando o cavalo. Liz prepara o cavalo.
Na tenda de castanhas:
—Lisa, precisa de mim? —Margot pergunta.
—Sim, preciso —Lisa aponta para a cesta.
Margot senta no banco.
—Cadê a Rina? ela deveria estar te ajudando —ela fala, e começa a descascar algumas castanhas.
—Ela passou mal.
—Você fez tudo isso sozinha? —ela olha para as quatro cestas de castanhas descascadas.
—Não, a Liz me ajudou —ela fala despretensiosamente.
Margot suspira fundo.
—O que foi isso? —Lisa pergunta.
—Eu não entendo a Liz —ela fala decepcionada.
—Ninguém entende Margot —ela ri —Seria estranho se você entendesse.
—Uma hora, ela é gentil e amigável, depois ela vira outra pessoa —a mulher fala com confusão.
Lisa pega outro punhado de castanhas, e pergunta:
—O que ela fez para você ficar assim? —Lisa continua descascando as castanhas, mas atenta na conversa.
—Um dia ela entrou no estabulo, você sabe como é o Angus, é sempre um sacrifício alimenta-lo. Quando ela viu o cavalo recusando a maçã, ela fez apenas um barulho e ordenou que ele comesse, ele comeu a maçã no mesmo segundo. Depois eu a agradeci e ela foi muito amigável, ela foi até o Angus e deu um beijo nele. Agora foi o momento em que acho que errei...
—O que você falou? —Lisa pergunta preocupada.
—Eu falei que ela era legal, e não era como os outros diziam —a mulher suspira tristemente —Ela continuou olhando para o cavalo, e respondeu que era exatamente como os outros diziam.
Lisa da um sorriso fraco e triste.
—Eu fiz algo errado?
-Quando a Liz chegou aqui no reino ela tinha apenas 08 anos, na época eu tinha 07. Nos conhecemos na tenda de treino, você deve saber que Mateo a treinava junto com os outros guerreiros, digamos que eu entrava escondida na tenda para lutar com as espadas de verdade, sempre gostei da sensação de poder —ela sorri —Eu sempre esperava anoitecer para ir até a tenda, mas quando eu entrei nela, a Liz estava lá, lutando sozinha. Tentei me esconder antes que ela me visse, mas foi tarde de mais —ela ri —Lembro claramente o que ela me disse: ''Ei espiã vai ficar olhando ou vai lutar?'' Ela sempre teve um tom desafiador e ao mesmo tempo descontraído. Você deve ter pensado que eu aceitei lutar com ela, mas não eu sai correndo igual uma covarde —ela dá uma gargalhada. Todos os dias eu chegava na porta da tenda, mas nunca entrava, ela percebeu isso, e começou a deixar uma espada do lado de fora da tenda.
—O que você fez? -Margot pergunta curiosa.
—Se passaram 4 noites, até eu tomar coragem e entrar na tenda. Eu peguei a espada do chão e sai correndo na direção dela para ataca-la —ela da uma risada alta —No dia, não foi tão engraçado, ela me deu uma rasteira e eu cai no chão com tudo. Depois de me derrubar ela estendeu a mão para me ajudar, e passamos a noite toda lutando, na verdade ela me deixava ganhar. Também teve um dia que a produção de comida estava escassa, e não tinha comida para todos do reino. O rei decidiu que apenas os guerreiros comeriam —o tom alegre e substituído por raiva —Graças a vossa majestade minha mãe morreu de inanição —Mas, o rei sempre gostou muito da Liz, e convidava ela para comer no castelo. Eu estava quase tomando o mesmo rumo que a minha mãe, quando a Liz apareceu com um pedaço de bolo enrolado em uma toalha —Lisa seca as lagrimas do canto dos olhos —Você sabe que é proibido levar para fora qualquer coisa do castelo, mas ela fez isso por 2 meses até a produção de comida voltar. Muitas pessoas morreram, eu poderia ser mais um tumulo, se não fosse por ela.
Margot seca as lagrimas.
—Mas por que ela é assim?
—odos nos temos os nossos demônios, Liz tem apenas um pouco mais —ela sorri.
Margot dá um sorriso fraco.
Lisa olha intensamente para Margot e diz:
—Se você contar para ela que nós tivemos essa conversa...
—Eu não vou —ela responde espantada.
—Ótimo, agora vamos terminar o trabalho.
No estabulo:
Liz guia Angus até a saída do estabulo, depois monta no cavalo. Ela faz um som e o cavalo começa a trotar. Assim que chega no portão que separa o reino do lado de fora, um homem no alto da torre grita para que abram os portões.
Liz sai do reino e vai em direção da floresta, depois de alguns minutos ela desce do cavalo.
—Angus, fique.
Liz caminha até uma cachoeira, e começa a tirar a armadura, crava a espada em um troco de arvore, se ajoelha na beirada da água, e diz:
—Bendito seja o sangue que me proporciona a vida, maldito seja ele a causa de tanta guerra.
Depois de repetir a frase 3 vezes ela mergulha a cabeça dentro da água gelada. O pulmão começa a esvaziar, e não se torna mais uma parte do corpo, o peito queima... Quando começa a perder a noção de onde está. Ela Retira a cabeça da água bruscamente.
Ela tosse, e se joga para trás tentando recuperar o folego.
Angus aparece assustado galopando na direção dela:
—Ei —ela usa um tom gentil.
A água escorre abundantemente do cabelo dela.
—Você nunca se acostuma não? —ela sorri enquanto acalma o cavalo.
Liz fica sentada na sombra de uma arvore, Angus fica comendo o capim e bebendo a água da cachoeira. O sol começa a se por.
—Angus, vamos.
Ela diz se levantando e vestido a armadura. Liz volta para o reino, e descansa para o talvez ultimo dia da sua vida.
Obrigada por lerem até o final. Fiquem à vontade para comentar, responderei de bom grado, e se gostou do capítulo deixe o seu voto. Muito obrigada um beijoooo :)
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