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Uma Conversa Franca e Honesta.





Rolei de um lado a outro da cama durante cerca de quatro horas, que foi quando a música, enfim diminuiu e notei que a festa estava no fim. Olhei para o relógio: Quase três e meia da manhã!

Xinguei Tony de todos os nomes que eu conhecia e em todas as línguas. Se ele não resolvesse dar uma festa por causa de uma missão idiota, eu não teria estragado minha amizade com Bucky e ele estaria dormindo aqui, comigo.

Espera... Eu não estava conseguindo dormir porque ele não estava dormindo comigo? Isso era sério?

Senti meu rosto queimar de vergonha e por alguns segundos, me lembrei de quando o Soldado Invernal fugiu e eu também não consegui dormir durante dias, até acostumar a dormir sozinha de novo.

Por alguns segundos, desejei ainda estar na Hydra, desejei que o Soldado tivesse me usado e não tivesse criado intimidade comigo... Teria sido mais fácil.

Depois, voltei a ficar com vergonha do que acabei de pensar e soquei o travesseiro até a espuma sair de dentro. Eu estava, de novo, deixando o controle mental da Hydra me dominar. Eu estava deixando que eles ditassem mimha vida.

Levantei e peguei um caderno de debaixo do colchão. Era tudo que eu sabia sobre a Hydra, sobre cada um de lá. E tudo que eu ouvia conversarem.

Passei um tempão lendo aquelas anotações para ver se o sono me dominava. Nada. Absolutamente nada.

O Sol foi raiando aos poucos e a casa continuava silenciosa, mesmo que eu não tivesse reparado no momento exato em que apagaram o som.

Quando não aguentava mais ler teorias que eu mesma tinha escrito, olhei para a janela. O céu estava azul, o que era um indício da Primavera chegando. Me dei conta de que nunca apreciei uma primavera.

Fiquei fitando a esmo o céu durante vários e vários minutos. Finalmente, senti meu corpo cansado e dormi.

O problema foi que eu sonhei com outra lembrança. O dia em que eu levei uma surra na missão e tudo que eu queria era cair na minha cama e dormir.

Eu tinha sido espancada por três mulheres, até uma delas cometer um erro e eu conseguir puxar a faca da cintura dela e as matar. Eu estava cansada mentalmente.

Deitei na cama, sentindo cada chute, soco, tapa...

-E ai, gostosa?

Respirei fundo e ergui o corpo, de uma vez. Uma dos guardas da Hydra estava parado na porta da minha cela. Não respondi.

-Bem, é uma pena que eu nunca vá saber que tipo de mel você tem ai, sabe?

Continuei sem responder. Não tinha forças e eu sabia que não deveria.

-Levanta, deixa de ser preguiçosa! Você tem trabalho para fazer.

-Mas acabei de chegar de uma missão! - Exclamei. - Nunca me mandam fazer esse tipo de trabalho no dia das missões!

Quando ele entrou no quarto, calei a boca. O soldado chegou bem perto de mim e cheirou meu pescoço. Fiquei quieta, esperando. Ele não tinha autorização para abusar de mim, mas podia acabar fazendo uma coisa ou outra, como apertar meus seios. E foi isso que ele fez.

-Agora eu entendo porquê uma máquina de matar daquelas viciou em você... Você deve ser muito boa, Kaya.

-Só faço meu trabalho, Senhor.

Ele sorriu, passando a língua pelo meu pescoço.

-Tâo gostosa... Uma pena que não posso fazer mais que isso. Eu ia fazer você gritar mais que uma cadela no cio.

Suspirei, o encarando.

-A quem eu tenho que servir, dessa vez?

-Soldado Invernal.

Eu percebi o cara estremecendo ao falar o nome dele. Se afastando de mim, apenas para me encarar de cima.

-Anda, ele não gosta de ficar esperando.

Esperei ele passar pela porta. Eu já sabia que o Soldado me tinha como... Amiga? Acho que era isso. E que odiava que alguém me tocasse.

-Ele também odeia que me toquem.

O cara parou na porta do quarto e virou lentamente.

-Você é a cadelinha dele, não?

-Sou.

-É claro... Para ele estar viciado assim...

-Eu posso deixar escapar, acidentalmente, que você vai me fazer gritar que nem uma cachorrinha no cio.

O cara estremeceu e ficou branco. Sorri, internamente.

-Você está muito abusada, não?

-Eu estou? Vejamos... Se eu deixar escapar, o Soldado vai vir atrás de você, certo? E se ele vier atrás de você, ele vai se descontrolar e ser obrigado a voltar para a criogênia. E sabe quem não vai ficar satisfeito com isso? Meu pai. E sabe porquê? Porquê ele precisa do Soldado Invernal. E se você for reclamar do meu abuso, meu pai vai me castigar, o que vai fazer o Soldado ficar muito chateado. No fim, de uma forma ou outra, assim que ele for para a criogênia, meu pai vai procurar o responsável por deixar os amigos dele e o brinquedinho dele muito irritados pela falta dos meus serviços. - Fiz uma pausa, sem saber de onde veio tanta coragem, mas sabendo que as frases eram verdadeiras. - No fim, quem se ferra é você!

-Me segue! - O cara berrou, com ódio. Limpei a baba dele do meu pescoço e o segui.

Abrindo a porta, o cara gritou para dentro do quarto (enquanto outros soldados mantinham distância, com a arma apontada para dentro):

-Soldado! A garota está aqui. Vai entrar. Quieto!

Revirei os olhos. Eles sempre gritavam isso e ele nunca nem tentava fazer nada. Entrei. A porta foi trancada com um baque e ouvi os cadeados. Suspirei.

-Me chamou, Soldado?

Ele levantou e veio até mim, examinando cada um dos meus machucados e fazendo uma cara raivosa.

-Quem fez isso?

-Já estão mortas. - Dei de ombros. - Você quer dormir?

Mas senti que comecei a acordar. Primeiro porque, pelo que eu me lembrava, ele negava e me pedia para contar uma história a ele.

Segundo, porquê a lembrança virou um sonho quando ele me segurou pela cintura e eu subi as mãos pelos braços nus dele, sentindo o quão quente o corpo dele estava.

O olhar do Soldado desceu para a minha boca e nos beijamos, forte, intenso, apaixonadamente. Senti minha barriga dar um pulinho no baixo ventre e minhas pernas virarem gelatinas.

Ele me jogou na cama, desabotoando o cinto, mas assim que ele deitou sobre mim, escutei ele dizendo:

-Acorda, Naomi! Você está bem? Naomi?

Abri os olhos de uma vez e encarei o rosto de Tony, levando um susto e dando um tapa na cara dele.

Ouvi a risada de Rachel na porta do quarto e a de Sam. Segurei o ar nos pulmões.

-Mas que porra...?

-Caramba, Garota! - Tony esfregou o rosto. - Eu venho ver se você morreu e é assim que sou recebido?

Esfreguei o rosto para me livrar do sono e o encarei.

-E por que eu teria morrido, Tony?

-Sei lá, você estava se revirando toda e fazendo uns sons estranhos.

Sam e Rachel voltaram a rir, mas Tony não. Senti meu rosto ir ficando vermelho aos poucos. Ai, meu Deus...

-Eu estava... - Suspirei. - Eu estava tendo uns pesadelos. Lembranças ruins. Só isso.

Tony sorriu e saiu da minha cama.

-Ainda bem que vim, então! Viu como eu sou um herói?

Dei uma risada fraca e observei ele sair do meu quarto. Sam e Rachel me encararam da porta. Ele foi o primeiro a se pronunciar.

-Sonhos ruins?

-É... Lembranças da Hydra. Eu tô bem.

Sam assentiu e avisou que ia tomar o café da tarde.

Rachel encostou na porta.

-Quer conversar sobre isso?

Neguei.

-Obrigada, mas eu tenho psicólogo hoje. Vou falar sobre isso com ele.

Rachel sorriu.

-Okay, mas qualquer coisa, estou aqui!

Assenti. Rachel ainda demorou mais alguns segundos.

-Naomi?

-Sim?

-Viu o Bucky? O Steve quer falar com ele, mas disseram que ele não dormiu em casa.

Franzi a testa, me levantando e pegando minhas roupas para ir tomar um banho.

-Ele não dormiu aqui?

-Não. Procuramos ele em toda parte, mas ninguém achou.

-Nos separamos depois que... - Exitei. Não ia dizer a ela do beijo. Suspirei. - Depois que fiquei com dor de cabeça. Deviam ser dez e meia, acho.

Rachel assentiu e reclamou alguma coisa que não consegui saber o que era. Mas avisou que me avisaria caso achassem ele.

Tomei um banho, comi alguma coisa e saí correndo para a sessão de terapia. Quando saí da sala, uma hora depois, não posso dizer que resolvi todos os meus problemas, mas analisando bem, eu sabia exatemente o que eu queria fazer.

No final, Steve conseguiu falar com Bucky, que deu uma desculpa esfarrapada sobre ter saído com alguém e ir passar uns dias na casa dessa pessoa. Óbvio que ninguém acreditou.

E óbvio que passei quase todo o meu tempo trancada no meu quarto, já que não tinha muita coisa para fazer a não ser ouvir as reclamações de Wanda. Eu só queria ainda achar matar certo, sabe? Aí, eu ia poder matar ela a vontade.

Eu comecei mesmo a ficar preocupada quando bateu o quarto dia e Bucky ainda não tinha voltado.

Mas como Steve garantiu que Bucky estava bem e já ia voltar, eu não pude fazer absolutamente nada. Ele não atendia minhas ligações e nem visualizava as mensagens.

Eu estava quase dormindo no quarto quando ouvi Steve brigando com Bucky pelo sumisso dele. E se não fosse a briga dos dois (t
E óbvio que passei quase todo o meu tempo trancada no meu quarto, já que não tinha muita coisa para fazer a não ser ouvir as reclamações de Wanda. Eu só queria ainda achar matar certo, sabe? Aí, eu ia poder matar ela a vontade.

Eu comecei mesmo a ficar preocupada quando bateu o quarto dia e Bucky ainda não tinha voltado.

Mas como Steve garantiu que Bucky estava bem e já ia voltar, eu não pude fazer absolutamente nada. Ele não atendia minhas ligações e nem visualizava as mensagens.

Eu estava quase dormindo no quarto quando ouvi Steve brigando com Bucky pelo sumisso dele. E se não fosse a briga dos dois (três, se incluísse Sam tentando apaziguar), eu mesma tinha saído do quarto e metia a mão na cara dele.

Escutei a porta do quarto dele bater com força e Steve e Sam saírem pelo corredor. Suspirei, mudando de posição na cama. Eu ia ter que esperar pelo dia seguinte para falar com ele.

Fiquei na cama, me sentindo imensamente infeliz. Eu não tinha dito para ninguém, mas eu sabia que ele sumiu por minha causa. Se eu não tivesse incentivado ele a me beijar para, logo depois, o rejeitar, Bucky não teria sumido.

Eu não queria acabar com a nossa amizade, não queria confundir os sentimentos. Mas não consegui evitar. Simplesmente, não consegui.

Eu gostava dele. De verdade. Não sei se o amava romanticamente. Acho que isso, ainda não. Mas eu amava a companhia dele, a atenção...

E eu queria mais um beijo.

Bufei, enfiando minha cabeça no travesseiro. Por que eu tinha que ter tantos traumas e problemas? Por que eu não podia ser normal?

Depois de pensar durante vários e vários minutos, me peguei levantando da cama, disposta a acabar com essa situação. Eu preferia lidar com o Bucky sendo meu melhor amigo para o resto da vida (tal qual como Steve) do que não ter ele de forma alguma.

Abri a porta do quarto e fui andando, distraidamente, pelo corredor, repassando mentalmente cada frase ensaiada e decorada que eu dizer.

Estava tão distraída, que só prestei atenção que esbarrei em alguém quando eu quase fui ao chão.

-Ah, me desculpe! Não vi voc...!

-Perdão, eu estava distr...

Encarei Bucky. Dei um pequeno sorriso, que ele retribuiu ficando avermelhado. Respirei fundo e disse:

-Eu estava indo falar com você.

-Eu estava te procurando.

Nos encaramos e sorrimos de novo, depois de falarmos ao mesmo tempo.

-Posso falar contigo?

-Tem um minuto?

Começamos a rir. Cheguei a abrir a boca de novo, ao mesmo tempo que ele, mas calamos juntos quando vimos que iamos falar juntos novamente.

Segurei o braço dele e falei rápido, antes que ele falasse junto novamente.

-Primeiro você, Bucky.

Ele riu e coçou a nuca de novo.

-Sabe que era, exatamente isso que eu ia dizer? - Dei um sorriso. Ele retribuiu, meio avermelhado. - Posso falar primeiro? Mesmo?

-Claro.

Virei na direção do quarto dele e fomos andando. Bucky enfiou as duas mãos nos bolsos do casaco e respirava controladamente, como se quisesse manter a calma.

Entrei no quarto e acendi a luz. Bucky entrou atrás e fechou a porta. Ele passou por mim e sentou na cama, fazendo um sinal para eu sentar do lado dele.

Antes que eu fosse até ele, tentei argumentar:

-Olha, eu só quero que saiba que eu não estou chateada. Mas é que...

-Naomi...

-Não, deixa eu falar! - Falei. Bucky assentiu, com as sombrancelhas juntas. - Eu... Eu pedi, quase para você me beijar. E eu sei que eu fui uma grande idiota! Mas é que... Bem, eu ...

Suspirei, pesadamente. Eu não conseguia falar. Bucky ainda me olhava, com a cabeça inclinada.

-Eu só acho que eu... Eu me assustei. Eu...

-Naomi... - Bucky levantou e andou, pé ante pé, até mim.

Sentia lágrimas de vergonha e raiva quererem vir aos meus olhos. E se ele dissesse que não queria mais ser meu amigo?

Senti a mão dele no meu queixo, erguendo a minha cabeça. Nos encaramos. Meu estômago deu um pulinho.

-Acho que é melhor eu falar primeiro.

-É... - Concordei. - Tem razão.

Andamos até a cama. Me encolhi ao lado dele, mas Bucky pegou minha mão e ficou brincando com os dedos nos meus. O toque dele era quente, confortável.

Familiar.

-Eu... Bem, não vou dizer que me arrependi de ter beijado você, Naomi. Não me arrependi e se esse for meu pecado, eu estou fudido!

Ele riu, sem humor e abaixou a cabeça.

-Mas eu estou envergonhado. Eu sei o quanto você odeia que toquem em você, sei seus traumas, suas limitações, eu... Eu fui um idiota. Eu coloquei minha vontade na frente. Me perdoa?

Puxei ele pelo queixo fazendo nossos olhares se encontrarem novamente.

-Não há nada para perdoar, Bucky. Eu... Fui eu que mandei você fazer algo que você queria fazer.

-É... - Bucky desviou o olhar. - Esse foi o problema. Eu queria fazer isso há tanto tempo...

Silêncio. Os dedos dele ainda brincavam com os meus.

-Eu sei. Está tudo bem, Bucky. Eu sei que não sou feia e, teoricamente, todo mundo diz que eu sou atraente. É normal ficar afim...

-Eu não estou afim de você.

Calei a boca, sentindo meu estômago afundar. Puxei a mão da mão dele e observei o olhar triste que Bucky ficou, quando encarou a própria mão, vazia.

-Então por quê me beijou? Por tentou me beijar em Washington? E há um mês, na cozinha, antes da Rachel interromper?

Bucky não respondeu quando recolheu a mão e enfiou no casaco. Encarando o chão, a voz dele saiu grave e pesada.

-Não tentei beijar você antes.

Meu queixo caiu. Levantei, me sentindo muito irritada, e quando eu ia sair porta à fora, conformada que tinha perdido a amizade ( e que talvez, eu nunca tenha tido), Bucky me chamou.

-Kaya... Por favor...

-Eu sou maluca? - Perguntei sentindo a raiva brotar. - É isso que você está tentando me dizer? Que você não tentou me beijar... ?

-Não, eu não tentei te beijar! - Bucky quase gritou, mas abaixou a cabeça em seguida e falou tão baixo que eu quase não ouvi. - Eu estava tentando me controlar, justamente, para não te beijar. Porque eu sei que você não sente o mesmo que eu sinto, Kaya.

Cruzei os braços e o encarei.

-Atenção física?

Bucky riu, negando e se apoiando nos joelhos.

-Não é atração física. Okay, talvez no começo tenha sido. Mas depois... Virou outra coisa. Muito maior.

-Atração sexual?

Bucky se jogou de costas na cama e ficou olhando o teto. Do ângulo onde eu estava, eu não via o rosto dele, porque Bucky tinha erguido os joelhos e apoiado os pés na cama.

-Naomi... É um pouco mais profundo.

Percebi que minhas mãos estavam geladas e suadas. Enxuguei elas no meu pijama e cruzei os braços. O silêncio no quarto estava me incomodando.

Acabei levando um susto ao ver Bucky sentado novamente. Ele tinha os olhos vermelhos e uma trilha de lágrimas pelo rosto. Sem pensar direito, andei até ele e o envolvi em um abraço.

Bucky apoiou a cabeça no meu estômago e me abraçou pelos quadris. Deixei ele chorar um pouco. Assim que percebi que não tinham mais lágrimas, peguei o queixo dele e ergui para forçar Bucky a olhar para mim.

Nos encaramos sem dizer nada. Bucky pegou minha mão esquerda e examinou a cicatriz fina e branca no meu pulso. Deu um beijo demorado nela. E me largou.

-Senta, por favor.

Obedeci. Eu sabia que se eu não falasse alguma coisa, ele ia acabar com a amizade. E além disso, eu acho que entendi, enfim, o que ele quis dizer com "Algo mais profundo".

Eu só não conseguia acreditar nisso, de jeito nenhum.

-Eu... Eu ultrapassei seus limites. E os meus também... - Bucky colocou uma mecha do cabelo para trás da orelha. - E eu vou entender se não quiser mais me ver. Na verdade, eu pensei muito nesses dias que eu fiquei fora, e acho que é melhor a gente parar de se ver.

-Por quê?! - A pergunta saiu do fundo da minha garganta como um sopro.

Bucky suspirou e segurou minha mão de novo.

-Eu me conheço, Naomi. Eu nunca senti isso por ninguém. E agora que eu... Que eu te beijei, sabe? Eu não vou mais conseguir...

Meu queixo caiu. Ele estava mesmo dizendo o que eu achava que estava? Bucky, delicadamente, fechou minha boca e deu um sorrisinho.

-Você é tão linda, Naomi...

Corei até a raiz dos cabelos. Bucky suspirou e se levantou.

-Pode dormir aqui hoje. Eu vou para a cozinha, tá?

Observei ele abrir a porta e sair, fechando em seguida. Me amaldiçoei por não conseguir ter reação de novo.

Ele tinha acabado de admitir ter sentimentos por mim. E o que eu tinha feito? Isso mesmo, estava chorando, sozinha, e com um gosto amargo na boca.

Eu tinha que fazer alguma coisa, mas o que?

Levantei e corri até a porta.

-Bucky! - Gritei, antes que ele sumisse pelo fim do corredor.

Vi Bucky parar estático e se virar aos poucos. Fiz um sinal com o dedo para ele voltar. Bucky suspirou, pesadamente, e voltou a passos lentos. Tentei controlar meu coração que batia mais rápido cada centímetro que ele levou para chegar até mim.

-Sim?

-Entra. Preciso falar com você.

Bucky franziu o cenho mas acenou com a cabeça e voltou a sentar na cama.

Sentei do lado dele. Suspirei, reunindo coragem e comecei a fazer um monte de perguntas.

-Preciso que seja totalmente honesto comigo e eu vou saber se você mentir, okay?

Ele exitou um segundo, antes de responder.

-Okay.

-Você gostou de me beijar?

Bucky ergueu as sombrancelhas e ficou vermelho, desviando o rosto.

-Hum-hum...

-Isso é um sim ou um não?

-Isso é um... - Suspiro. - Com toda a certeza.

Okay, Naomi. Calma, não perde o foco.

-Você sente algo a mais que uma simples atração?

-Sinto, Abelhinha.

Respirei fundo de novo. Eu queria começar a rir de felicidade, mas meu lado desconfiado não permitiu.

-Desde quando?

-Desde sempre.

-Desde sempre é quando?

-Desde a Hydra.

Quase caí da cama. Bucky esticou as duas mãos e me segurou pelos braços, me puxando de volta e rindo.

-Eu acho que não estava esperando por isso... - Admiti, baixinho, voltando a me sentar.

Bucky ainda estava rindo do meu quase acidente. Mas se concentrou e me encarou.

-Por que você acha que eu não gostava que ninguém chegasse perto de você? Por que achou que eu movi meia Shield para te resgatar daquele lugar? Por quê acha que eu rejeitei o Steve?

Meu queixo caiu. Realmente, nunca tinha me feito aquelas perguntas. Mas uma escapou da minha garganta antes que eu pudesse controlar.

-Por que estava com a Sophie?

Bucky suspirou. Ele parecia cansado.

-Eu achei que nunca mais ia te ver, Naomi. Achei que ia passar a vida inteira só procurando você, como se eu estivesse procurando um fantasma. E eu precisava "seguir em frente " para conseguir ir nas missões te procurar. Depois, eu até gostei dela, sabe? Mas no início, eu fingia que ela era você. Eu queria o seu toque, o seu abraço, o seu beijo... Eu queria você. E não ia ter. Então, eu fechava os olhos e fingia que era você.

Arregalei os olhos e comecei a rir de nervoso. Bucky franziu as sombrancelhas, mas quando entendeu que eu estava nervosa, ele só revirou os olhos e tentou, em vão, reprimir um sorriso. Me recuperei.

-Você disse que passou a gostar dela.

-É, mais ou menos. Eu me apeguei. Por isso fiquei chateado dela ter me traído, mas não liguei realmente. Na verdade, ela gostava muito de mim. Mas eu... - Bucky suspirou e me olhou de lado, deixando um sorriso aparecer. - Mas eu não conseguia pensar em outra pessoa que não fosse você. Especialmente depois que te resgatamos.

Fiquei estática. Eu tinha ainda mil perguntas na minha mente e Bucky parecia não estar chateado por tantas perguntas. Aliás, ele parecia até aliviado de estar falando.

-Você sabe porquê a Wanda me odeia?

Bucky acenou positivamente.

-Claro que sei. Eu beijei ela para não beijar você, mas não sabia que ela era tão... Criança? Enfim, não imaginei que ela ia se apaixonar e te odiar depois.

Minhas mãos estavam tremendo quando levei elas ao meu rosto. Bucky acompanhou os movimentos com os olhos, sem dizer nada.

-Bucky...

-Sim?

-É que... Bem, tenho muitas...

-Perguntas?

-É...

Bucky assentiu.

-Que tal ir com calma? É muita coisa para você assimilar...

Concordei e fiquei em silêncio, absorvendo a nossa conversa. Então, criei coragem e o encarei.

-Bucky?

-Hm?

-O que você sente por mim?

Ele não demorou muito para responder, mas também, não respondeu de imediato. Se apoiou em cima da mão de metal, jogando o peso do corpo sobre ela.

-Eu amo você. Amo você de uma forma que me assusta! Eu não me imagino mais sem você do meu lado, mesmo que seja sendo só minha amiga. É por isso que eu acho que a gente devia dar um tempo, Naomi. Um tempo para eu tentar controlar essa paixão que você despertou em mim e um tempo para você tentar aceitar, como eu aceitei o amor do Steve. - Bucky riu baixinho. - Deve ser algum tipo de castigo por eu ter rejeitado ele...

Continuei imóvel. Eu odiava essa sensação que eu tinha, de impotência diante do meu próprio corpo. Fiz uma força sobre-humana para chegar perto dele, que me olhou assustado.

-Eu... Eu não preciso...

-Bucky? Cara? Tá acordado?

Bucky estreitou os olhos para a direção da porta, onde Clint batia. Ele pareceu mais o Soldado Invernal que o Bucky. Muito mais.

-O que é, Clint?

-Viu aquelas flechas que eu te pedi para guardar? Onde você botou mesmo?

Bucky bufou.

-Embaixo do seu armário.

Clint agradeceu e saiu. Bucky suspirou.

-Perdão... Continue.

-Não precisamos nos afastar. - Comecei a falar tudo de uma vez, fechando meus olhos e deixando as palavras saírem antes que eu desistisse. - Eu também sinto algo por você, na verdade. Não sei o que é, nem quando comecei a sentir. Não foi desde a Hydra, mas foi depois que eu conheci você melhor. Eu só sei que eu gosto muito de você, da sua companhia, do seu toque... Eu amei passar aqueles dias com você em Washington e eu amei aquele beijo. Eu tô tão apaixonada! Eu só tenho medo de você, de repente, comfundir os sentimentos e descobrir que não gosta de mim ou que só queria algo físico, porque eu não sei se eu vou conseguir isso tão cedo, agora que eu sei o quão horroroso foi tudo que passei...

Minha voz falhou e antes que eu conseguisse controlar, eu chorava descontroladamente. Bucky me encarou, surpreso, mas me abraçou e deitou comigo na cama.

Chorei por longos minutos. Essa era a verdade. Eu tinha medo de lembrar da Hydra e nunca conseguir me livrar dela quando Bucky me beijasse. Ou me tocasse.

-Eu não quero mais deixar eles dizerem do que eu preciso ter medo, entende? Mas a minha primeira reação é ter pânico, fugir...

-Shhh! - Bucky pôs o polegar nos meus lábios e os traçou com o dedo, olhando intensamente para eles. - Minha Abelhinha, fica calma... Eles não vão pegar você. E você é alguém livre, Naomi. Livre para decidir tudo sobre você.

-Eu sei, mas é difícil!

-Eu entendo. - Bucky olhou nos meus olhos. - Eu entendo de verdade. E eu... Nossa!

Bucky deu uma risada e me apertou contra ele.

-O que foi?

-Eu tô tão feliz de escutar que você está apaixonada por mim! - Bucky começou a rir, uma risada nervosa e descontrolada.

Senti minhas bochechas esquentarem.

-Eu falei que estou apaixonada?

-
. - Bucky continuou sorrindo bobamente. - Você falou! Nossa! Eu... Você não tem noção do quanto eu tô feliz!

Respirei fundo.

-E isso quer dizer o que?

-Isso quer dizer que... - Bucky suspirou, mas não perdeu o sorriso. - Isso quer dizer que acho que de eu quisesse te chamar de namorada, você ia ficar feliz, não?

Levantei e sentei na cama. Bucky parou de sorrir.

-Ah... Fui um idiota de novo, não é? Desculpe... É que eu... Desculpe, Naomi.

Quase pude escutar o coração dele quebrando. Droga. Engatinhei até ele.

-Era tudo que eu mais queria, sabe? Ser sua namorada.

-Mas?

-Eu acho que você merece uma versão inteira e completa de mim. E não sei quanto tempo eu vou levar para te beijar sem recuar, ou quanto tempo vai levar até eu conseguir transar com você...b

Bucky suspirou, assentindo e desviando o olhar.

-Sabe, eu sou paciente...

Nos encaramos. O olhar dele voltou para a minha boca. Ele entreabriu a dele e lambeu o lábio inferior, mordendo de leve e desviando a cabeça de novo.

Tive que me lembrar de respirar. Era tão... Sexy. Tão beijavel!

-Você quer me beijar, não quer? - Indaguei.

-Eu sempre quero te beijar, Naomi. Só que você só nota quando eu estou tentando me concentrar em não te beijar.

-Como agora?

-Como agora.

Suspirei. Tive que vomitar as palavras, arrancando elas de debaixo da minha camada de orgulho e autoproteção.

-Por quê você não me beija?

-O que?! - Bucky virou tão rápido o pescoço que estalou alto. - Não vou beijar você!

-Por que?

-Porque eu não quero ser rejeitado de novo! Eu te amo, mas também tenho minha cota de orgulho, Naomi.

Deixei o queixo cair em cima do meu peito. Ergui o rosto. Bucky tinha agarrado o travesseiro e virado de costas.

Eu tinha que dar um primeiro passo para me livrar da Hydra. E ia dar agora.

-Bucky?

-O que é, Abelhinha?

-E se eu beijasse você?

Bucky não se mexeu nem falou nada. De repente, virou lentamente e me encarou.

-Como?

-Se eu beijasse você... Eu sei até onde eu vou e... Você não fica se sentindo rejeitado.

Bucky sentou e me encarou, passando a língua na boca.

-Você tem certeza? Quer me beijar?

-Quero.

-Onde eu ponho as mãos?

Franzi a testa e o encarei.

-O que?

Bucky suspirou e me explicou, como se explicasse a uma criança de três anos.

-Naomi, quando a gente beija, normalmente, as mãos vão parar em outro lugar. Normalmente, eu te agarraria pela cintura, puxaria os cabelos da sua nuca, passaria a mão pelas suas pernas, apertaria sua bunda, te puxaria pelo rosto... - Bucky parou de falar e sorriu, me encarando. - Alguém já te disse que você fica linda quando está vermelha dessa forma?

Neguei. Ele sorriu e beijou a mão que eu nem percebi estar entrelaçada na dele.

-Onde eu ponho a mão?

Venci a falta de ar e sussurrei:

-No meu rosto... Eu acho. E, bem... Na minha nuca. Eu acho que é um bom começo.

Bucky assentiu sorrindo. Desse ângulo parecia muito uma criança esperando um doce. Me ajoelhei na frente dele e corri meus dedos pelos cabelos dele. Bucky fechou os olhos e soltou um suspiro longo, aproveitando o carinho que fiz, da testa até a nuca dele.

Depois, puxei as mãos, passando pelo pescoço e subindo pelo maxilar, até parar nas bochechas dele. Bucky deu outro suspiro longo.

Era a visão mais linda que eu já tinha visto: Bucky de olhos fechados, com a cabeça reclinada para trás e os lábios entreabertos.

A barba dele fazia cócegas nas minhas mãos e eu nunca estive tão consciente do cheiro de almíscar e café que exalava dele.

Ele, lentamente, pôs as duas mãos em cima da minha e abriu os olhos. Me encarou.

-Não vai conseguir, não é?

-Eu só estava pensando como alguém pode ser tão lindo assim!

Bucky sorriu, fechando os olhos e ficando, instantaneamente vermelho. Eu queria um buraco para me enfiar e nunca mais sair.

-Bem, esse lindão aqui está esperando.

Deu uma risada nervosa e encostei nossos lábios. Senti quando Bucky estremeceu, passando as mãos para o meu rosto. Não puxou. Apenas as repousou alí.

Desgrudei nossos lábios um pouquinho. Okay, eu conseguia fazer isso.

Encostei de novo, dessa vez, pressionando mais. Fiquei alguns segundos e voltei a desencostar.

Então, minha ficha caiu do porquê eu estava tão nervosa... Eu nunca tinja beijado ninguém. Não de verdade. Não com sentimento.

Eu sentia o hálito dele roçando meu rosto. Como ele entreabriu o lábios dele, capturei o inferior entre os meus. Bucky me puxou pelo rosto, como se para pedir para eu não parar.

Puxei de novo. Bucky também. A boca dele encaixou perfeitamente na minha e nos beijamos quase dois minutos seguidos.

Nos soltamos. Foi inevitável não sorrir ao ver a expressão no rosto dele. Bucky passou o nó dos dedos no meu rosto e sorriu, tão lindamente, que eu me joguei contra ele de novo.

Bucky quase caiu para trás e agarrou a minha cintura. Prendi meus dedos no cabelo dele e passei a língua, de leve, pelos lábios de Bucky. Ele estremeceu e me apertou contra ele. Mas antes que me soltasse (e ele ia fazer isso), segurei as duas mãos dele na minha cintura.

-Naomi...

-Eu quero. Relaxa.

Voltei a beijar ele e dessa vez, Bucky explorou minha boca toda com a língua. Acariciou, esfregou, provocou... Eu cheguei a me deixar cair sobre os joelhos, suspirando.

Bucky tinha uma delicadeza no toque que eu nunca imaginaria. Meu coração incêndiou e senti minhas pernas ficando dormentes.

O beijo ficou mais intenso e, delicadamente, o parti com alguns selinhos. Bucky entendeu e me soltou aos poucos.

Ele tinha a respiração acelerada e uma expressão tão feliz no rosto que comecei a sorrir junto.

-Foi seu primeiro beijo?

Neguei.

-Foi o primeiro beijo que eu dei. - Sentei do lado dele na cama. - Foi tão ruim assim?

Bucky pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos e beijando as costas dela.

-Foi maravilhoso!

Sorri, toda boba. Bucky beijou minha testa e deitou de costas, me puxando para deitar atrás dele.

-Bucky? Se importa de manter isso que estamos tendo em segredo? Eu não... Eu não sei ainda o que é isso e estou meio confusa..

-É claro! Leva o tempo que precisar, Naomi. Eu vou estar esperando.

Sorri.

-Mas, Naomi... A gente tem que manter segredo de quem? Porquê a Nat vai saber assim que olhar para a gente, o Steve também... E tenho certeza que você vai contar para o Sam.

Suspirei.

-Okay, só esses... Mas vamos manter segredo do resto das pessoas?

-Vamos!

Ficamos em silêncio até eu quase dormir. E foi nesse instante, entre o sonhando e o acordado, que podia jurar que escutei Bucky sussurrando:

-Eu amo você.

Ooie, pessoal! ❤

Voltei com um dos meus capítulos preferidos e que levou cerca de cinco dias para ficar pronto! E pasmem: Ele tem cerca de pouco mais de 5 mil palavras! 🥺💖

Eu amo tanto essa cena... Os dois indo se procurar juntos, eles sendo honestos um com o outro, a Naomi enfrentando os medos dela para beijar o Bucky...

Ai, gente... Eu quero guardar esse casal em um potinho e proteger da maldade do mundo! 🥺

Espero que tenham gostado! Até o próximo!

Bjs 💋💋

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