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Sozinhos.







Depois que nos despedimos de todo mundo, Bucky e eu nos jogamos no sofá, lado a lado, apenas existindo. Literalmente. 

Devemos ter ficado assim quase uma hora, até ele se virar para mim e questionar: 

-O que vamos fazer? 

Franzi o cenho e o encarei, sem entender muito bem. Ele deu de ombros. 

-Não trabalho hoje. Ao menos, não trabaljo se não tiver uma emergência. E acho que você também não vai trabalhar, né? 

Respirei fundo e neguei. Ninguém tinha me chamado por mensagem, não deveria ter tantos relatórios assim. 

-O que... Bem, o que namorados normal... 

Não consegui terminar minha frase porque Sam entrou pela sala, carregado com caixas e mais caixas e se jogou no meio do sofá, colocando as caixas na mesa. 

-Que isso, Sammy? - Indaguei. 

Ele bufou. 

-Sam. - Corrigiu. - E são uns papéis da época que eu servia nas Forças Aéreas. Tenho que dar uma olhada no que é lixo do que ainda é importante. 

Mas ao mesmo tempo que falava, esticou as pernas e pôs em cima da mesinha, ligando a televisão com o controle. Sam se espreguiçou e colocou o braço pelo pescoço de Bucky. 

Vi ele bufando e tacando o braço de Sam de volta no lugar, levantando do sofá e reclamando. 

-Achei que tinha dito que ia separar o que é do lixo do que não é... 

Sam o encarou e sorriu. 

-Vou fazer isso. Só não disse que era hoje. 

Tentei evitar o riso, mas ele já tinha vindo. Bucky revirou os olhos e suspirou, com as duas mãos na cintura. 

-Já disse que você é insuportável? 

-Já. Mas sua namorada me ama! 

Bucky bufou e revirou de novo os olhos, saindo da sala. 

Dei um tapa em Sam. 

-Ai, Naomi! Que foi? 

-Nada. - Bufei e me virei para ele. 

-Você me ama mesmo! Qual o problema? 

Ignorei e foquei na televisão. Não demorou muito até Sam se encher daquele programa e zapear pelos canais, até parar em um filme de ação. 

Cutuquei Sam, que deu um pulo de susto e me encarou. 

-O que? 

-Posso te perguntar uma coisa? 

-Já não perguntou? 

Bufei. Sam riu e confirmou. 

-Fala aí. - Sam se inclinou sobre a mochila e tirou uma garrafa de água. 

Me estendeu, mas eu neguei. E começou a beber. 

-Você transaria comigo? 

Água voou para tudo quanto era lado e cheguei a soltar uma exclamação de susto quando Sam se engasgou. Comecei a dar tapas fortes nas costas dele, tentando desengasgar, mas confesso que Sam tinha água até saindo pelo ouvido. 

-Minha Nossa! O que aconteceu? - Wanda apareceu correndo do corredor e me auxiliou a desengasgar Sam. Qquq

Ele finalmente, inspirou fundo, voltando a cor normal. 

-Eu acho que ele engasgou... 

-Acha?! - Wanda me olhou de lado, com os olhos arregalados. 

-O que?! - Sam exclamou, me encarando. 

Fiz um leve sinal para ele não falar nada, então, ele só suspirou e virou para Wanda, agradecendo pela ajuda. Wanda dispensou com um aceno de mão e questionou onde estava o Bucky. 

Eu e Sam nos entreolhamos e demos de ombros, afinal, não sabíamos mesmo. 

Wanda agradeceu e foi procurar ele. Assim que ela sumiu no corredor, Sam virou, alarmado para mim. 

-Mas que tipo de pergunta é essa, mulher?! Tá doida?! Se o Bucky entra aqui e escuta?! Eu tava numa assadeira, dentro do forno! 

Suspirei e abracei meus joelhos, rindo do desespero dele. 

-Foi só uma pergunta, Sam. Para quê esse desespero todo? 

-Uma pergunta que podia determinar minha vida ou minha morte! 

Revirei os olhos. 

-Você sabe que o Bucky não é ciumento, né? 

-É paranóico! - Sam corrigiu. - É pior do que ciumento! 

-Ele não é paranóico! - Defendi. Afinal, eu sabia que o que ele tinha, era insegurança. Suspirei. - Você não respondeu minha pergunta. 

Sam arregalou os olhos e engoliu em seco, olhando para os lados. E bufou, esfregando a1qqs mãos no rosto. 

-Sim... Eu acho que sim. Por quê? 

Abaixe o tom de voz. 

-É que... Bem, ontem pedi para o Bucky... Mas... 

Sam deu de ombros. 

-Ele estava cansado, Naomi. Você viu o que a gente passou, né? 

-Ah... 

Comecei a sentir minha bochechas esquentarem. Eu sentia que cada vez que perguntava algo, eles tinham que explicar como se eu fosse uma criança. E eu odiava isso. Sam virou para mim, com um vinco na testa. 

-Vocês já...? 

-Não. 

-Ah...

-É... 

Sam ficou calado, mexendo na tampa da garrafa. 

-E qual sua dúvida? 

-É que eu... Bem... Ele não... Ele não parece muito animado... Achei que a essa altura ele já teria... Bem, tentado um contato maior, sabe? 

Sam piscou. E me encarou. E segurou minha mão. De novo, a vergonha de terem que explicar algo simples me invadiu. 

-Naomi... Eu sei que você só conheceu um tipo de realidade, tá? Mas vamos pensar assim... Você ia gostar se ele tivesse tentado algo mais profundo? 

Neguei. 

-Não. Mas imaginei que ele fosse ficar chateado... 

-Ele parece chateado? Por vocês não terem feito ainda? 

-Não... 

-Esse é o certo. E deveria ser o que todo homem deveria fazer. Tudo bem, ninguém tá falando que ele não pode provocar, tentar te deixar com vontade de fazer e tal... Mas tipo... - Sam Olhou para os lados. - A partir do momento que você não quer, todo homem deveria te respeitar. E é isso que o Bucky faz, não é? 

Assenti, soltando nossas mãos. 

-É só que... Bem... 

-Bem...? 

-E se ele conhecer alguém que... Que não tenha, sei lá, as minhas limitações?  Que não queira um namoro tão... Bobinho? 

Sam respirou fundo e me analisou. Antes que ele pudesse responder, Bucky entrou na sala. Ele andou até o sofá e sentou. Parecia um pouco aborrecido. 

Sam sentiu o clima e levantou, sorrateiramente. Tirou a caixa de cima da  mesa e sumiu no corredor. 

Fiquei em silêncio, mordendo a boca para não perguntar besteira e o analisei. 

Bucky estava de braços cruzados, encarando a televisão fixamente. E batia o pé, jogado sobre o joelho. Suspirei. 

-O que foi que eu fiz? 

Bucky ergueu uma sombrancelha e me olhou, depois deu de ombros. 

-Que eu saiba, nada. Por que? 

Respirei calmamente. 

-Você está aborrecido. 

-E meu mundo gira em torno de você? 

Ergui as sombrancelhas. Mas antes que eu pudesse raciocinar, ele bufou e esfregou o rosto. 

-Quero dizer... Desculpe. Eu... - Bucky bufou. - Tá, você tem razão. Eu tô aborrecido. 

Assenti. 

-E o que eu fiz? - Tornei a perguntar para ele. 

Bucky levou alguns segundos para responder, desviando o olhar para a televisão, murmurando alguma coisa. 

-Nada... Eu que sou um idiota... 

-Bucky? 

-Por que você não pergunta as coisas para mim? Você sempre pergunta para o Bruce, Nat, Sam... Poxa, Naomi. Eu sou seu namorado. Achei que confiava em mim... 

Perdi a capacidade de falar. Mas forcei meu cerebro a raciocinar, já que ele esperava uma resposta. 

-É que... Bem... Eu ... Eu só... 

Ele revirou os olhos e voltou a olhar para a televisão. 

-Quer saber? Deixa... Não faz diferença, mesmo. Eu que sou um imbecil... Desculpe. 

Fiquei calada. Kitty veio miando e se jogou entre nós. Bucky a pegou no colo e acariciou a barriga dela com a mão de metal. 

-Eu não quero que você me ache uma idiota. - Admiti. 

Bucky demorou para ver que eu falava com ele. 

-Que? 

-É que eu me sinto uma boba sem entender essas coisas simples, sabe? Coisas que, aparentemente, todo mundo sabe. Menos eu. E eu não quero que você...

Bucky largou Kitty no encosto do sofá e pulou para perto de mim. Ergueu a mão e fez carinho na minha bochecha, me olhando tão intensamente que me senti mais nua do que quando estava na banheira. 

-Você não quer que eu...? 

-Ache outra pessoa melhor. Não que eu seja a melhor, mas... Eu só não quero te perder para alguém mais... Normal. 

Bucky negou e suspirou. Me puxou para um abraço e eu me deixei ficar perdida dentro daquele conforto, do cheiro dele, do calor. 

-Eu sou seu, Naomi. Por mais que eu odeie usar pronomes possessivos. Mas essa é a verdade. Eu sou seu. Não tem e não vai ter mais ninguém depois de você. 

Ergui o olhar e o encarei. 

-Nem se eu morrer? 

Ele franziu a boca. 

-Você não vai morrer! 

-Mas e se eu morrer? 

-Então, não. Eu não vou amar mais ninguém. 

Voltei a encostar a cabeça no ombro dele. 

-Bucky? 

-Hm? 

-Eu ia gostar que você conhecesse outra pessoa, sabe? Caso eu morra... 

Ele deu um suspiro forte de impaciência. 

-Podemos parar com esse assunto? Você não vai morrer! 

Engoli em seco e evitei pensar. 

Bucky me soltou o suficiente para nos olharmos e sorriu. 

-Vamos comer alguma coisa, Abelhinha? Eu estou morto de fome! 

Assenti e levantei do sofá, o puxando pela mão. 

-Ah, espera... - Bucky virou e pegou Kitty no colo, interrompendo o sono dela. - Não podemos esquecer a nossa filha... 

Arregalei os olhos. 

-Nossa filha? 

-É, ué. 

Cruzei os braços e sorri, o encarando. 

-Ela não te seguiu até aqui, seguiu? 

Bucky deu uma risada, coçando a cabeça. 

-Bem... Ela até seguiu. Mas... Achei que você ia gostar de ter um gatinho. 

Sorri e sem me conter, dei um pulo no colo dele, o beijando com vontade. Bucky se desequilibrou e caiu sentado no sofá. Começamos a rir e voltei a beijar ele, o segurando pela nuca. 

Senti o suspiro de Bucky quando puxei os cabelos dele e mordi, de leve, o lábio inferior, o fazendo gemer, bem de leve. 

Soltei a boca dele, indo até a orelha. Tomei coragem e falei de uma vez,: 

-Eu quero. 

-Ham? - Bucky me encarou, meio anestesiado. Sorri, saindo do colo dele. 

-Você. Eu quero você, Bucky. 

Peguei Kitty no colo, de novo, interrompendo o sono dela e saí correndo para a cozinha, deixando um Bucky surpreso e impactado para trás. 

Ooie, pessoal 🤩

Então, vocês devem ter reparado que o capítulo de hoje foi beeeem curtinho, né? Só 1600 palavras...

Mas é porque eu tenho uma surpresinha para vocês... 👀

O PRÓXIMO CAPÍTULO TEM MAIS DE 6000 PALAVRAS E É HOT! 🥺💕🥳🥵

Nossa, eu amo muito mesmo o próximo capítulo! De vdd... 💕

Espero que vocês curtam também!

Até lá!

Beijos... 💋🥰


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