Conhecendo o verdadeiro Bucky.
Só voltei a encontrar Bucky cinco dias depois, quando Natasha me deu a dica de que treinar aliviava o estresse. E lá fui eu treinar luta, mas quando cheguei, Bucky e Sophie já estavam treinando juntos.
Sentei no canto, sem ser notada, e fiquei observando. Era claro como água que Bucky não estava nem perto de tentar lutar com ela, o que fez Sophie exclamar, irritada:
-Ah, qual é, amor?! Assim não tem graça...
Bucky riu, saindo da guarda e a puxando pela cintura.
-Você reclama demais, Sophie!
Ela riu e o puxou para um beijo. Desviei o olhar, constrangida.
Eles se soltaram quando o telefone dela começou a tocar. E só então, me viram. Sophie me deu um sorriso e saiu para atender ao telefonema. Bucky me encarou, com as mãos na cintura.
Evitei olhar para ele. Eu não queria pensar que ele estava incrivelmente bonito. E não queria ter que admitir que estava errada. Eu odiava admitir um erro.
Escutei quando ele pulou do cercado e veio andando até mim, se jogando no chão, ao meu lado. Continuei sem encarar ele.
-Tá fazendo o que aqui?
-Eu vim treinar. - Falei. Eu sentia minha garganta muito apertada.
-Só?
-Só.
Bucky suspirou e envolveu, devagar meus ombros com o braço. Quando viu que eu não recuei, me puxou para si, me dando um beijo demorado na testa. Senti minhas entranhas derreterem.
-Olha para mim? - Pediu. Eu ergui o olhar. - Você tá bem?
Neguei. Eu não estava mais conseguindo segurar as lágrimas e o choro. Bucky me abraçou com os dois braços e eu enfiei o rosto no peito dele, me permitindo chorar.
Essa cena já tinha se repetido algumas vezes: Eu chorando, cansada e esgotada, enquanto o Soldado me acolhia em um abraço e me deixava chorar.
Mas agora, não era frio e mecânico. Agora, tinha sentimento. Era quente. Bucky me abraçava forte e beijava o topo da minha cabeça de tempos em tempos. Eu nunca tinha me sentido tão acolhida.
-Ué, o que houve? - Sophie questionou, chegando perto. - Ela tá bem?
Não ousei me mexer, mas tentei segurar os soluços. Uma coisa era ele me ver chorando. Outra, era outra pessoa me ver chorando .
-Sophie, vai dar uma volta? A Naomi tá precisando de espaço.
-Claro! - Senti um carinho no braço. - Qualquer coisa, tô aqui, tá? Também pode falar comigo.
Assenti. Sophie voltou a sair pela porta e tirei meu rosto do peito dele. Bucky usou as duas mãos para ajudar a tirar os cabelos que grudaram no meu rosto e enxugar as lágrimas. E deu um meio sorriso.
Me surpreendi quando ele começou a falar de novo em Russo,já que era uma coisa nossa. Sempre falávamos em uma língua que os guardas não conhecessem.
-Você tá com medo, né?
-Tô. - Enxuguei as lágrimas. - Eu não quero ser obrigada a fazer aquilo tudo de novo. Desculpe se eu achei que você... É que eu... Eu não tô acostumada a ninguém se importar comigo.
Ele assentiu.
-Eu me importo. Sempre me importei. E vai se acostumando porque, se depender de mim, você vai ter que me aturar por muito tempo!
Comecei a rir.
-Quer treinar, Naomi?
Olhei para ele.
-Com você?
Ele assentiu. Concordei e fomos para o cercado. Tirei minhas botas e o casaco. Bucky jogou para mim uma minhoca de cabelo e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.
-Você quer que eu pegue leve ou...
Bucky não terminou a frase. Dei uma rasteira, que o fez cair de lado no chão. Sorri.
-O que você disse, Soldado?
Ele me puxou pelo tornozelo e virou para o outro lado, fazendo eu cair no chão. Rolei e o prendi entre as minhas pernas, mas Bucky reagiu, me virando e se jogando em cima de mim. No último segundo, joguei o corpo para o lado, deixando ele cair no chão, para dar uma cotovelada na nuca dele e escapar, ficando em pé novamente.
Quando olhei, ele já tinha levantado também. Sorriu.
-Vou até deixar você tomar a iniciativa...
Fiz menção de ir para a direita, mas desviei para a esquerda. O braço dele agarrou o meu e torceu. Me revirei e passei entre as pernas dele, o derrubando no chão. Bucky me levou junto, me segurando de costas, ainda sem desgrudar do meu braço.
Virei de uma vez e chutei o queixo dele, forte o sucifiente para ficar tonto. Bucky soltou. Pulei nos ombros dele e prendi o pescoço com as minhas pernas, dando um impulso para trás.
Bucky tomou impulso nas pernas e virou cambalhota, me fazendo cair estatelada no chão. Pulou por cima, sentando nas minhas pernas e depois, ficando de quatro sobre mim, segurando minhas mãos no alto da minha cabeça.
Ele estava avermelhado e com a respiração ofegante. Os cabelos grudados na cara e no pescoço e os lábios entre abertos me fizeram imaginar outro momento entre nós e me senti quente. Muito quente.
Segui uma gota de suor que desceu pela testa dele,até se perder no meio da barba não tão rala, por baixo da boca delineada dele.
Bucky sorriu.
-Ganhei, Abelhinha.
Não tive reação. Eu queria que ele chegasse mais perto. Queria sentir a boca dele...
Ai, meu Deus! O que que eu tô pensando?!
Empurrei Bucky para o lado, e virei cambalhota para trás, me afastando dele. Bucky começou a rir.
-Só porque eu estou enferrujada! - Reclamei, de braços cruzados, sentada sobre as pernas.
Bucky engatinhou até mim, me prendendo no cercado. Quase não respirei.
-Tem certeza? Posso citar uma centena de motivos pelo qual eu ganhei e não tem nada a ver com a prática, Naomi.
Respirei fundo.
-Vai se ferrar, Barnes!
Ele começou a rir e se jogou, deitando no chão. Deitei do lado dele e olhei para o teto. Bucky ainda ria. E foi inevitável não começar a rir junto.
Ficamos rindo igual dois idiotas durante vários minutos. Então, fomos parando. Quando eu ainda recuperava o fôlego, notei que ele tinha se apoiado no cotovelo e me observava.
-Que foi, Soldado? - Indaguei.
-Nunca tinha visto você rindo, assim. - Fiquei vermelha. Ele sorriu. - Na verdade, você tem um sorriso lindo. Devia usar mais vezes. Palavra de escoteiro!
Franzi a testa sem entender. Mas deixei para lá.
Bucky voltou a deitar.
-Eu falei que eu era legal, não disse?
Comecei a rir de novo.
-E metido?
-Aí é você quem tá falando isso!
Nos encaramos. Ele olhava para mim... Abobalhado? Eu ainda sorria. Era bom sorrir. Na verdade, era bom rir.
-Barnes, Steel! - Ouvi a voz de alguém e levantamos de uma vez.
Encarei Sam, se dobrando de rir ao lado de Natasha. Bucky revirou os olhos e alcançou o sapato dele, tacando na direção de Sam, que desviou, mesmo rindo, por centímetros.
-Vocês tinham que ver a cara de vocês! - Natasha exclamou, rindo.
-Sério... Gente... O que.... Vocês... - Sam ria, sem fôlego.
Eu comecei a rir junto. Bucky pegou minha bota e tacou, acertando o estômago de Sam.
-Hey, meu sapato, não, seu abusado! - Eu falei, rindo, enquanto dava um tapa em Bucky.
Sam reclamava de dor, e Natasha teve que sentar no chão, de tanto que riu.
-Você é um grande imbecil! - Bucky tacou outro sapato! - Idiota! Eu odeio você!
Sam não conseguia responder. Bucky pulou a cerca e, batendo a porta, saiu irritado da sala. Olhei para Natasha, rindo, e perguntei:
-O que deu nele?
Ela deu de ombros.
-Se você não sabe, eu sei menos ainda! - Nat fez um sinal com a cabeça. - Vem, Abelhinha. Vamos te botar para começar a trabalhar!
Segui Natasha, empolgada. Sam veio atrás, me olhando, de braços cruzados. Ignorei ele, já que, obviamente, ele era um palhaço. E eu não tinha muita paciência para palhaços.
Mas descobri que o trabalho, por enquanto, era só preencher relatórios.
Eu já estava no quinto quando taquei a caneta e bufei. Sam me olhou de lado, rindo.
-Que foi?
-Isso é chato!
-É, né? - Sam concordou. Depois olhou no relógio. E sorriu, maliciosamente. - Quer interromper um casal?
Arregalei os olhos e neguei. Ele insistiu.
-Ah, vamos! Eles devem estar se agarrando nesse exato minuto! Vai ser engraçado!
Bufei, revirando os olhos. Como eu não queria ficar com os relatórios, levantei e o segui. Sam tinha um sorriso travesso e foi inevitável não sorrir junto. Ele fez sinal para eu fazer silêncio e foi até uma sala com uma placa escrita "Arquivos. Somente pessoal autorizado!". Mas antes que pudesse abrir, ele franziu a testa.
-Que foi? - Indaguei. E acompanhei o olhar dele.
Sophie estava falando no telefone, rindo, enquanto lixava as unhas. Sam cruzou os braços e foi até ela.
-E ai, Loira!
-Oi, Sam! Fala... - Ela sorriu ao me ver. - Tá melhor?
Concordei. Sam chamou ela de novo.
-Viu o Bucky?
Ela suspirou, pesadamente e deu um outro sorrisinho.
-Disse que tinha um compromisso inadiável de última hora.
Olhei para o lado. E deixei os ombros caírem. Wanda tinha acabado de entrar.
-Sophie, você viu o Bu... - Wanda cruzou os braços e me encarou. - Ah, pelo amor... Ela vai frequentar até aqui, agora?
-Querida, eu tenho pernas e elas foram feitas para serem usadas.
Wanda estreitou os olhos.
-Como vai seu pai, Kaya?
Silêncio. Sophie e Sam me olharam. Respirei fundo.
-Deve estar batendo um papo com os seus pais. Ah, espera... Sinto muito.
Wanda quase rosnou. E nesse segundo, a porta abriu. Para minha felicidade completa, Steve entrou, reparando no clima no ambiente.
-Oi, Sophie. - Steve ignorou todos nós e foi direto na garota. - Você pode enviar esse documento para o Pym? Eu preciso que faça uma cópia também. E se puder arranjar aquela documentação até amanhã, O Stark mandou dizer que pede um aumento para você.
Sophie riu, pegando o papel da mão dele.
-Pode deixar, Cap.
Steve virou para mim.
-Algum problema, Steel?
Respirei bem fundo. Sam me encarou.
-A insuportável da Wanda decidiu respirar o mesmo ar que eu.
-Os incomodados que se retirem.
-Não fui eu que me manifestei quando te vi.
-Querem parar, por favor, Wanda, Steel? - Steve se meteu entre nós. Minha vontade foi de socar aqueles dentes perfeitos. - Steel, por favor, evite ficar no mesmo cômodo que a Wanda...
Revirou os olhos, batendo o pé. E como não estava afim de escutar sermão de um cara metido à certinho, taquei meu crachá no peito de Sam e saí do prédio da Shield à passadas largas, ignorando o pânico no meu peito.
Não fui muito longe e ainda pus o capus do casaco, deixando o cabelo loiro de fora. Me escondi atrás de um prédio, em cima de uma caçamba de lixo e fiquei brincando de abrir e fechar o meu canivete durante vários minutos.
Virei de uma vez ao escutar um barulho, com o canivete em mãos.
-Sabia que ia encontrar você aqui. - Bucky sorriu. - Abaixa esse treco, Naomi!
Abaixei e fechei, enfiando na minha bota. Bucky pulou ao meu lado. Ficou longos minutos em silêncio. Ignorei meu orgulho e deitei no peito dele. Bucky me abraçou, dando alguns beijos na minha testa.
-A Wanda tá implicando com você?
-Quem te contou?
-Steve. - Bucky fez uma pausa. - Ele pediu para dizer que não pediu para você se afastar dela, por ela. Pediu para você não se machucar, porquê ela está instável.
Fiquei em silêncio. Bucky virou para mim.
-Sam me disse o que ela perguntou. Você esqueceu de mencionar esse detalhe ao Fury, né?
Assenti.
-Não dá para esconder para o resto da vida.
Virei para ele e o encarei.
-Bucky, por favor... Tem dias que eu tô aqui. Dias. Ninguém confia ainda em mim. Se eu contar vai ser pior.
Bucky suspirou, longamente.
-Você tem razão. Desculpe.
Ficamos mais alguns minutos em silêncio. Bucky começou a bater os tornozelos no metal da lata de lixo, formando um ritmo que eu tinha certeza que conhecia.
Reconheci o refrão de "Never Gonna Be Alone" do Nickelback. Não reclamei. Ao menos, o pessoal da Hydra tinha um bom gosto musical...
-Amo essa música. - Exclamei, por fim.
-Eu sei. - Ele sorriu. Virei para ele.
-Sabe?
-Aham.
-Como?
-O Soldado escutou você cantarolando essa mil vezes.
Fiquei vermelha.
-Eu nunca cantarolei.
-Você estava cantarolando quando eu cheguei aqui. Essa mesma música.
Abri a boca para protestar, mas me dei conta de que, sim, eu estava cantarolando. Cruzei os braços. Bucky começou a rir, pulando no chão e esticando os braços para me fazer pular também.
-Vem, Naomi. Vamos ajudar o Clint a fazer a janta...
Seguimos até a cozinha onde Clint realmente precisou de ajuda para fazer um frango assado.
-O que eu faço? -Indaguei, segurando meus braços.
Clint virou para mim e sorriu gentilmente.
-Sabe fazer arroz?
-Hammm.... Não.
-Okay, sem problema! Segura esse frango direito, Bucky! - Clint brigou, lutando com o laminado. -Sabe fazer salada?
-Eu não sei cozinhar nem um ovo! - Admiti.
Bucky quase deixou o frango cair de novo.
-Clint, era para ele estar tão cheio de manteiga?
-Se a receita é frango ao molho de manteiga com ervas... - Observei ele revirar os olhos e pegar o frango no colo. - Bucky, ajuda a Naomi a cortar os palmitos e os tomates?
Bucky bateu continência e acabou sujando a testa de manteiga. Depois que, enfim, lavou as mãos, Bucky me auxiliou a cortar os palmitos. Peguei um fino e comprido e cortei como ele ensinou, colocando no canto de uma saladeira. Depois, peguei outro mais grosso, e quando fui colocar na saladeira, percebi que os primeiros tinham sumido.
Antes de achar que estava ficando louca, olhei para Bucky, que deu um sorriso, com.caa boca cheia. Bati com o cabo da faca no braço de verdade dele.
-Ai, Naomi! Doeu!
-Clint! Ele está comendo os palmitos!
-Não comi, não!
-Comeu!
-Ah, pelo amor de Deus, Bucky! Deixa a Naomi fazer a primeira salada em paz!
Bucky começou a rir e deixou eu fazer a salada quase em paz (de vez em quando o cabo da faca tinha que bater na mão dele).
No fim, a salada foi muito elogiada e eu tinha certeza que tinha não só um dedo, como o braço todo de Bucky.
Ooie, pessoal! Desculpem o sumiço!
Eu tava tendo uns probleminhas de internet e estava priorizando outras fics, mas agora, eu voltei! ❤✊🤧
Espero que tenham gostado desse capítulo e não esqueçam de deixar a estrelinha se gostaram! ❤
Ah, e se vocês quiserem participar de um grupo para falarmos sobre as fanfics e sobre o Bucky, Temos um no Whatsapp!
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Até os próximos!
Bjs 💋💋
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