Bônus.
👉 Atenção: Capítulo narrado exclusivamente pelo ponto de vista de Bucky Barnes! 👈🏻
Não demorei nada a acordar naquele dia. Na verdade, mal tinha dormido de tanta euforia. Quero dizer...
Ter a Naomi alí, entre o calor dos meus braços, sabendo que fizemos amor, depois de anos sonhando com isso, sem nem mesmo saber se eu passaria a vida apaixonado por ela sem poder tê-la uma única vez...
Eu mal conseguia raciocinar. Era surreal e eu ainda estava com medo de acordar desse sonho e perceber que estava na Hydra e que ela ainda era obrigada a fazer aquilo tudo. Também pensei que eu podia acabar acordando na Shield e me dar conta de que nunca tirei a Naomi da Hydra e que aquela era a Sophie.
Não...
Foi real.
Quando os primeiros raios de Sol bateram no cabelo dela, iluminando, consegui dar um jeito de levantar sem a acordar, e ir fechar as cortinas. Aproveitei e vesti minha cueca depois de catar ela do chão e peguei minha blusa, perto da porta.
Abracei a Naomi, devagar, e com um pouco de paciência, consegui vestir a blusa nela, por mais que a visão do corpo exposto tenha sido maravilhosa.
Ela era completamente maravilhosa.
Quando a blusa caiu pelo tronco da Naomi, ela se remexeu, mas não acordou. Estava exausta. Beijei a testa dela e a envolvi em um abraço. Naomi se agarrou com força em mim e eu tinha total e plena certeza de que sorria igual um idiota.
Eu nunca tinha sentido algo assim.
Esse sentimento todo nasceu, de um forma discreta, no segundo exato que coloquei os olhos nela. Eu não me lembrava desse momento, claro. Mas me lembrava de outros. E sabia que sempre tinha sido ela. Sempre.
Eu a amava tanto...
É claro que eu sabia que, as vezes, eu não conseguia dar o amor que a Naomi merecia. Eu sei que ela precisa de segurança, de alguém que não tente controlar ela, que a deixe livre para ser quem ela quiser, que respeite o espaço dela e que não seja ciumento. Um amor de verdade.
E é claro que eu não conseguia cumprir essas exigências todas... Afinal, eu cansava de ficar chateado porque ela não conversava comigo sobre as inseguranças e expectativas dela com relação a nós, tinha medo de, de repente, o Sam e a Natasha serem melhores que eu...
Mas nem por um minuto, eu deixaria de respeitar ela. Nem por um minuto deixei de apoiar nos momentos mais difíceis e várias vezes, eu mesmo a levei ao psicólogo, quando ela cismava que não ia.
Eu a amava.
E faria tudo por ela.
Respirei fundo, tirando meu olhar de cima do rosto da Naomi e fitando o teto. Eu teria um dia cheio pela frente. Fechei os olhos, sem realmente descansar. Minha mente estava funcionando a todo vapor, dividida entre pensar em tudo que eu teria que fazer e tudo que aconteceu.
Quando percebi, ao invés de estar pensando na melhor forma de interrogar Bern e arrancar o que quer que ele estivesse escondendo (e ele estava), eu estava lembrando da sensação da pele da Naomi na minha, nas mãos pequenas passeando pelo meu corpo, da Naomi rebolando em cima de mim.
Suspirei.
Eu tinha que manter o foco se quisesse ter um futuro com ela. Não dava para, simplesmente, viver escondido e recluso para o resto da vida.
Levantei, soltando ela devagar. Sem resistir, dei mais um beijo na testa dela e enfiei minha calça e o casaco, saindo do quarto, devagar.
Eu precisava de um banho frio? Talvez... Mas ela acordaria com fome. E eu também estava com fome. Além disso, tinha ouvido a voz do pessoal.
Dito e feito: Eles estavam comendo café da manhã.
Entrei na cozinha e fui direto até Steve, o abraçando.
-E ai, cara? Como foi a Reunião? - Perguntei.
-Chata. - Bruce, Natasha e Tony responderam.
-É, basicamente isso, cara. - Steve concordou. - E você?
Andei até a jarra de café e peguei uma bandeja, depositando café em duas xícaras. Dei de ombros.
-Foi normal, Ué.
-Normal? - Sam indagou, erguendo uma sombrancelha.
Olhei para ele de lado e revirei os olhos.
-É, normal. - Reforcei, indo até a geladeira e tirando ingredientes suficientes para fazer sanduíches.
-É bem isso que seu sorrisinho diz, não? - Rachel debochou, levando uma xícara de café à boca.
Taquei uma fatia de salame em Rachel, que desviou e riu. Encarei Natasha.
-Nat? Eu posso te pedir um favor?
Natasha, que estava massageando a testa, me encarou. Respirei fundo, trocando um pequeno olhar com Steve.
-Eu preciso interrogar o Bern hoje. Acho que ele não foi totalmente honesto com a Naomi...
Natasha deu um sorrisinho.
-E o que você quer que eu faça, Bucky?
-Sai com a Naomi depois da sessão do psicólogo dela? - Perguntei. - Ela deve sair meio-dia, mais ou menos... Sei lá, vão a um shopping, fazer compras, cabelo... Não sei o que mulheres fazem quando saem juntas.
Rachel engasgou com o café e Natasha abriu um sorriso safado. No mínimo.
-O que foi? - Steve indagou.
-Bucky, meu bem... - Rachel me encarou. - Mulheres como eu ou a Nat não fazemos muito esse tipo de coisa. Na verdade, ela pode manter a Naomi entretida de outras formas mais... Prazerosas.
-Rachel! - Natasha deu um tapa nela, rindo.
Arrumei os sanduíches na bandeja e lembrei que ainda tinha bolo. Também coloquei, servindo o café. Vi umas florzinhas enfeitando a bancada e peguei uma.
Olhei para Natasha e suspirei.
-Se iso significa manter a Naomi longe, é só eu não ficar sabendo.
Natasha ergueu uma sombrancelha e negou.
-Não vou precisar chegar a isso, Bucky.
-Graças a Deus! - Retruquei, contrariado.
Saí pelo corredor, respirando fundo antes de entrar no quarto. Eu odiava o fato que da Natasha e do Sam serem afim da Naomi...
Bati na porta.
-Naomi?
-Tá aberta, eu acho!
Entrei, sendo seguido por Kitty. Vi o sorriso que Naomi abriu quando eu entrei e me controlei para não derreter. Eu era patético.
-Achei que ia estar com fome. - Comentei pondo a bandeja na cama.
Naomi sentou do lado e sorriu amplamente. Ela já vestia a calça jeans que eu tinha tirado.
--Tô morta de fome! - Naomi me envolveu em um abraço de lado e beijou minha bochecha.
Kitty pulou no meu colo e eu recostei as costas no travesseiro, observando ela comer. Eu amava o sotaque dela.
-A Nat pediu para sair com você hoje, depois da sua sessão. - Comentei.
Ela virou para mim.
-Ah...
-Que foi, Abelhinha?
-Achei que ia passar o dia com você!
Neguei, rindo.
-Por mais que seja tudo que eu queria, amor... - Tirei Kitty do meu pescoço. - Tenho que trabalhar hoje. E além disso, já passamos três dias inteiros juntos.
Observei ela suspirar e me encarar, bebendo café. Estiquei a mão e peguei o meu.
-Já tá cansando de mim?
Suspirei. Eu era um idiota.
-Nunca. É só que sabemos que você não pode passar todos os dias comigo. Lembra? Você tem que...
-Interagir com outras pessoas! - Naomi suspirou e bufou. - Eu sei.
Dei um sorriso e me concentrei em comer meu café da manhã. Eu estava começando a ficar ansioso demais para ir interrogar Bern.
-Você está bem? - Naomi me perguntou, depois de alguns minutos.
Eu não sabia mesmo mentir para ela. Concordei. E decidi falar meia metade.
-Eu só estava lembrando de ontem...
Naomi deu um sorriso discreto e ficou extremamente vermelha. Puxei ela para o meu colo e beijei todo o rosto dela.
-Eu fiz algo errado? - Ela perguntou, segurando meu rosto e me analisando.
Então, dei um sorriso verdadeiro.
-Nada! Absolutamente nada!
Nós rimos e Naomi me puxou pela nuca para um beijo longo e demorado. Pedi passagem com a língua e derreti quando senti o carinho da dela na minha.
-Mas... Agora... Naomi! - Reclamei, fazendo ela rir e soltar minha boca. - Você precisa ir.
Ela sorriu.
-Okay, obrigada pelo café, Zangão. Eu te amo! - Naomi me beijou mais uma vez e saiu correndo pelo corredor.
Fiquei quieto, brincando com Kitty e deixando que ela mordesse minha mão de metal a vontade. Naomi apareceu alguns minutos depois para se despedir e esperei ela sair.
Steve apareceu cerca de dez minutos depois.
-Pronto?
Levantei da cama e acenei positivamente. Começamos a descer as escadas para a direção do presídio da Shield.
-Aconteceu algo, Bucky? - Steve questionou e eu o encarei.
-Não... Por quê?
-É que você está meio quieto demais.
Parei, sentando nos degraus. Steve sentou do meu lado e pôs as mãos nos meus ombros.
-Cara... O que houve?
Dei de ombros, mexendo no fecho da minha bota.
-Eu... - Pigareei. - É bobagem, Steve.
-Me conta. - Steve pediu. - Bobagem ou não, sou seu melhor amigo.
Assenti.
-Foi... Foi uma coisa que a Naomi falou ontem.
Steve arqueou as sombrancelhas.
-Achei que vocês tinham transado ontem!
-Transamos. - Admiti e o encarei. - Como sabia?
Steve riu e me encarou.
-Não vejo você com tanto bom-humor há anos e além disso, o Sam comentou que que vocês queriam um momento a sós. Como foi?
Tentei evitar um sorriso.
-Maravilhoso.
-Mas?
-Mas nada. - Falei. - No caso, é uma coisa que a Naomi tem falado de vez em quando...
Steve esperou e respirei fundo.
-Sobre eu seguir em frente caso ela morra.
Steve franziu a testa. Continuei.
-Não é a primeira vez que ela diz algo sobre "Eu quero que você se apaixone de novo" ou "Não deixa de viver, tá?"... Eu não acho que ela vá tentar se matar de novo... Eu acho que é algo mais profundo.
Steve juntou as mãos nas frente do corpo.
-Acha que tem algo a ver com o pai dela?
Assenti.
-Sim. Acho. Fury me contou que ela deu uma autorização para ele matar ela caso ela volte para a Hydra. Mas ela tem pânico de voltar para lá... Eu não estou conseguindo entender ela.
Steve deu de ombros.
-Vai ver é isso, Bucky. Ela acha que não vamos conseguir manter ela segura e vai voltar para a Hydra. E por isso, prefere morrer a voltar para lá. Entende?
Sacudi a cabeça. Ele não conhecia a Naomi como Eu e tinha a tendência de sempre ver o melhor. Mas isso estava, sim, me incomodando.
-É, vai ver é isso.
Steve me deu um tapinha no braço.
-Vem! Vamos, jerk! Precisamos quebrar a cara daquele imbecil.
Concordei.
Cerca de vinte minutos depois, estávamos entrando dentro da cela de Bern, que estava todo amarrado com grossas correntes de metal. Ele deu um sorriso debochado quando me viu e cuspiu na minha frente.
-Ora, ora... Achei que tinha acabado comigo naquele dia...
-Achei que tinham te ensinado que era feio mentir para uma mulher. - Comentei.
Ele se fez de sonso.
-Mentir para uma mulher? Não menti para nenhuma, Soldado... Menti para uma vadia...
Ouvi a exclamação de dor quando meu punho acertou o nariz dele e sangue espirrou.
-Belo gancho. - Steve comentou.
-Obrigado. - Mexi a mão. E o encarei. - Você acha que todo mundo é imbecil e caiu naquela historinha de que metade da Hydra desistiu... ?
Ele me encarou, com ódio e desprezo e voltou a cuspir na minha direção. Sangue e saliva. Respirei fundo quando ele riu.
-Que grande ironia! O soldadinho apaixonado pela vadia...
Não respondi. Me surpreendi de ser Steve a socar a cara dele.
-Uau! Esse foi bonito! Tá treinando a direita?
-É, a Nat me ensinou algum truque...
-Você sabe que nunca vai ter ela de verdade, não sabe?
Respirei fundo e o encarei.
-Por que tudo se resume a eu ter ela ou não?!
-Porque ela precisava morrer. Não adianta o quanto você queira a proteger, no fim, a vadia morre. Foi só para isso que ela foi criada, espertão. Para, no final, morrer. Se dar em sacrifício para que o pai dela viva mais uma vida inteira.
Silêncio.
Eu não queria dar moral a ele. De jeito nenhum. Mas quando percebi, as palavras já tinham saído da minha boca.
-O que diabos você está falando?
Ele riu. Uma gargalhada histérica de quem sabia o que estava falando. Meu corpo gelou.
-Ela não te contou? Ora, ora... Mas não é que o corno é sempre o último a saber mesmo?
Respirei fundo. E quando vi, minha mão já estava na cara dele de novo.
-Está Blefando...
-Não.
-Conta, então.
-Pergunta a sua namorada.
Tirei um canivete do meu cinto e rodei na minha mão, enfiando de uma vez no baixo-ventre dele. Bern berrou.
-Eu já comentei que o Soldado Invernal ama quando vocês gritam? - Sussurrei. - Abre o bico, ou vou descer mais. E nem vou me dar ao trabalho de tirar o caniv...
-Para o pai da Kaya sobreviver mais cem anos, ele precisa fazer um feitiço. Já tem o mago que faça e está terminando de reunir o resto dos ingredientes. Quando tudo estiver pronto, ele pega a Kaya e drena o sangue dela. Ela é o ingrediente principal, o fruto do sangue dele. E é óbvio que ele queria um menino. Mas veio uma menina. Por isso, ele teve que criar ela da forma mais "dura" possível.
-Qual o objetivo?
-O sangue dele no dela vai mantê-lo vivo e saudável por, no mínimo, mais cem anos. É uma antiga prática de magia negra. - Ele respirou fundo e quase engasgou com o sangue. - E ela sabe. É por isso que tem pânico de voltar para a Hydra. Não é por causa dos programas dela, porque eu lembro de ouvir os gemidos ecoando pelo corredor quando os caras estavam metendo nela. É porquê ela sabe que vai morrer.
Eu tremia. E mal conseguia raciocinar. Lutei contra as lágrimas. De alguma forma, uma parte de mim sabia que aquelas palavras era verdadeiras. Não todas. A Naomi tinha pânico que tocassem nela. Tinha pânico que alguém a obrigasse a transar. Mas o resto, agora que tinha ouvido... Eu sabia que era verdade.
Talvez, fosse aquela minha parte Soldado Invernal.
Da mesma forma que quando a Naomi lembrava de algo que eu não lembrava e eu sabia que era verdade, eu também sabia que aquelas palavras eram.
Só de raiva, puxei o canivete e enfiei de novo, mais para baixo, bem onde eu tinha prometido. Ele berrou.
-Teve sorte que eu não decidi apenas puxar para baixo!
Me afastei, trocando um olhar com Steve.
Ele estava tão surpreso quanto eu.
Ooie, Pessoal! 💕
Então... Cês perceberam que tivemos o plot twist da história e que descobrimos o segredo da Naomi, finalmente, certo? 👉🏻👈🏻👀
Pois é... Dona Naomi "precisa" voltar apenas para morrer. Vocês acham que isso acontece ou Os Vingadores não vão deixar??
Bem, eu só digo que tenho que avisar a vocês que essa história acaba no capítulo 40...
E estamos chegando perto desse fim!
Se quiserem me contar a opinião de vocês... Eu vou amar ler! 💕
Até quinta feira!
Beijos! 💋💋
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