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Bern Achoste




-Esquerda! 

Abaixei e desviei do golpe do braço de vibranium de Bucky. 

Dei uma volta no meu próprio eixo e agachei novamente, antes que Sam pudesse, sequer avisar do golpe que ele daria. 

Quando levantei, dei um chute forte na lombar de Natasha, o que a fez se desequilibrar e cair de lado, no chão do tatame. 

-Direita! - Sam avisou, tentando um soco. Segurei o braço dele e desviei, passando por debaixo da pernas de Sam, dando uma rasteira em Clint. 

Levantei. Exitei um segundo. 

Um joelhada no meu joelho fez minha perna ceder e eu cair. Rolei para o lado, no segundo em que Bucky tentava pular em cima de mim. Desviei de um novo golpe de Clint e o puxei pelas pernas. 

O "baque" foi alto e Clint ergueu as mãos desistindo. 

Restavam Natasha, Bucky e Sam. 

Haviam dois meses desde aquela conversa no chão do meu quarto. Dois meses que toda a raiva que eu sentia de mim passaram a ser direcionadas aos treinos físicos e as minhas buscas constantes sobre qualquer informação que me fizesse achar a Hydra. 

Achar meu pai. 

E cada uma daquelas pessoas que podiam ter feito algo para mudar minha situação. Mas não fizeram. 

Quando Sam veio para cima de mim, peguei a mão dele, virando de costas e o fazendo voar por cima de mim, caindo estatelado sobre Natasha. 

-Ai, meu Deus! - Exclamei, surpresa. 

-Estamos bem!- Natasha levantou as mãos, ofegante. - Continuem. 

Olhei para Bucky, que deu de ombros, como se dissesse "Você quem sabe!". Respirei fundo e ajeitei meu rabo de cavalo, indo para cima dele e golpeei. Ou tentei golpear. 

Bucky desviou com facilidade. 

E contra-atacou. 

Bucky abaixou e pegou minhas pernas, mas eu dei impulso e subi no pescoço dele, o puxando para o chão. Caímos com um impacto forte. Então, prendi ele entre minhas coxas. Bucky resistiu, tentando se soltar, mas eu o prendi. 

Bem forte. 

Até ele bater com a mão no chão. 

Liberei Bucky do meu aperto. Ele caiu estatelado do meu lado. 

-Tá melhorando o tempo... - Clint analisou. - Seis minutos para derrubar nós quatro... 

-Porque o Sam amarelou. - Comentei, sentando e observando Bucky. - Te machuquei? 

Ele negou. 

-Não. Mas eu cansei depois de quatro seguidas. 

Uma risada foi ouvida. Na verdade, três. Mas foi Natasha quem falou: 

-Ué, Bucky... A Naomi te deu uma canseira, foi? Não aguenta quatro seguidas? Tá ficando velho mesmo, né?

Franzi a testa sem entender, mas ele sentou e tacou as luvas com força na direção dela. 

-Era você quem pedia arrego depois de duas, Nat! 

-Isso é constrangedor! - Sam exclamou, rindo. - Podemos não falar sobre isso? 

-Do que vocês estão falando? - Exclamei, me levantando. 

Mais risadas. Bucky bufou e levantou também, me seguindo até onde os outros três estavam. 

-Nada, Naomi. - Clint ainda estava tentando não rir. - Nada... 

Bufei, revirando os olhos e cruzando os braços. 

Bucky se aproximou de mim e senti o calor do corpo dele há centímetros do meu. Como sempre. Reclinei o meu para trás e apoiei as minhas costas no peito dele. Bucky me abraçou. 

-Sabe? A gente devia ir comer? Que tal? - Sam sugeriu. - Eu tô morrendo de fome! 

-Gostei da idéia! - Nat comentou e virou para mim. -Vamos? 

Hesitei um segundo. 

Não ia deixar de viver por causa deles. 

Sorri. 

-Claro. -Encarei Clint. - Você vai também? 

-Contanto que não tenha pimenta mexicana no meu suco... 

-Hey! Só fiz isso uma vez! - Sam exclamou. 

Clint revirou os olhos e olhou para Bucky. 

-Você vai também, né? 

Bucky deu de ombros. 

-Se quiserem que eu vá, sim. 

-Não quero. - Sam comentou, dando língua para ele. 

Bucky retribuiu a língua e revirou os olhos. 

-E é óbvio que sua opinião não importa, né? 

Dei uma cotovelada nele, sorrindo. Bucky riu, baixo, e se inclinou sobre mim, me apertando mais contra ele. 

E eu pensei, de novo, pela milionésimo vez, que ter dado aquela chance a ele - a nós - tinha sido a melhor escolha do mundo. 

Bucky entendia minhas limitações. Entendia que havia um limite de até onde eu conseguia ir. Entendia, respeitava. E não cobrava mais do que ele sabia que eu poderia dar. 

E eu entendi o que ele estava tão triste naquele dia. 

Entendi que faltava reciprocidade para esse amor que ele me dava. Faltava ele sentir que eu o amava e amava a companhia dele tanto quanto eu demonstrava amar a dos outros. 

-Eu quero que você vá, Bucky. - Falei. 

Ele esfregou o nariz na minha orelha e tentei não demonstrar o quão arrepiada fiquei. 

-Então, eu vou. 

-Melhor a gente tomar um banho, que tal? 

Natasha sugeriu e acatamos o pedido. Subimos para a Torre e os homens deixaram a gente ir tomar banho primeiro. Quando terminei de me vestir, Kitty andava de um lado a outro da minha cama, afiando as unhas e ronronando. Peguei ela no colo e fui andando pelo corredor, onde encontrei com Wanda. 

Em dois meses, tinhamos trocado pouquíssimas palavras. 

Mas nenhuma delas foi de ódio. 

Depois que Sophie pediu para trocar de núcleo, eu e Wanda não nos tornamos amigas. Mas já não éramos inimigas, o que já era muito bom. 

-Tem um boleto para você. - Wanda avisou, me esticando a fatura do meu cartão de crédito. - O Visão confundiu as correspondências e me entregou. 

-Obrigada. - Fiz um malabarismo para trocar Kitty do meu braço e peguei a correspondência. - Também tem umas roupas suas na minha gaveta. O Steve não soube diferenciar. 

Wanda assentiu. 

-Depois eu pego, tudo bem? Vou sair agora. 

Assenti. 

-Claro. Também vou, então... 

Dei de ombros. Nos despedimos com um aceno e Wanda saiu a passos firmes. 

Natasha ainda estava se arrumando quando passei pelo quarto dela. Segui em frente e entrei no de Bucky. Sentei direto na cama e observei quando Kitty pulou no travesseiro dele, ronronando muito alto, rodando em volta de si, se espreguiçando, até deitar, enroscada e dormir. 

Franzi a testa pensando como gatos são peculiares. 

A porta abriu e Bucky entrou, distraído, secando os cabelos. Tirou a toalha da frente do rosto e estremeceu de susto. 

-Ai, menina! Quer me matar? 

Continuei sentada, observando ele. 

-Desculpe. 

-Sem problema. 

Bucky mexeu nas gavetas e tirou uma calça, duas blusas e puxou, com os pés, as botas. E virou para mim. 

-Será que você pode...? 

-Não. - Cruzei os braços. 

Bucky bufou. 

Nos encaramos. 

-Para de ser envergonhado, Zangão! 

-Para de me chamar assim! - Ele revirou os olhos e eu sorri. 

Bucky virou de costas e tentou se esconder atrás da porta do armário, tirando a blusa. Levantei, rapidamente e puxei a blusa da mão dele. Bucky me fuzilou com os olhos. 

Calmamente, estiquei a mão. Bucky olhou para ela e não moveu um músculo. Só suspirou, insatisfeito. 

Continuei com a mão esticada, sem tirar os olhos dos olhos dele. O psicólogo tinha dito que isso demonstrava confiança. 

Bucky estava aprendendo a lidar com os meus demônios. E eu queria aprender a lidar com os dele. 

Desistindo, esticou a mão e cedeu quando eu o puxei para sair de trás da porta. 

Fiz isso há duas semanas. E tentei fazer sempre que tinha oportunidade. 

Bucky não olhava para mim. Estiquei as duas mãos e subi pela barriga dele, indo até o peito. Senti ele arfar. Devagar, bem devagar, subi os dedos para as cicatrizes ao redor do Braço de vibranium. 

Ele estremeceu. 

-Naomi, você não precisa... 

-Eu quero. 

Bucky abaixou o olhar. Me aproximei, devagar e, além de passar a mão pelo braço e pelas cicatrizes, as beijei. Diversas vezes. 

Encarei Bucky. E só parei quando percebi um pequeno sorriso nos lábios dele. Nos entreolhamos. 

-Eu te amo. - Sussurrei e voltei a beijar ele. Toda a extensão de pele retorcida e rosa. Toda a extensão de braço frio e de vibranium. - Eu te amo inteiro

-Eu não sou inteiro. - Bucky reclamou. Ele ainda não tinha movido um músculo. 

-Te amo quebrado, então. - Voltei os beijos até parar no coração dele. - Te amo.

Bucky desviou o olhar. Percebi os olhos marejados. Ele ficava assim sempre que eu fazia isso. Não por não gostar. Mas por emoção. Por saber que eu o amava apesar daquela "aberração" grudada nele. 

-Eu não mereço você. - Bucky sussurrou. 

-Merece. - Garanti. - Merece a mim e a cada batida do meu coração. 

Só Deus sabe como aquelas palavras saíram arranhando, dedebaixo de camadas de orgulho. Mas valeram a pena no momento em que Bucky pousou uma mão no meu rosto e uma na minha cintura, me puxando contra ele. 

Nossas bocas se encontraram e nos beijamos placidamente. 

-Eu odeio atrapalhar o casal... - Natasha bateu na portad o quarto. 

Bucky enfiou correndo a blusa depois de me soltar. Rolei os olhos e a encarei, enquanto ela sorria e erguia uma sombrancelha. 

-Olha... Se quiserem ficar fazendo outras coisas, sabe? Não vamos ligar... 

Bucky revirou os olhos e sentou na cama, enfiando meias nos pés. 

-Me dá cinco minutos? 

Natasha assentiu e olhou para mim, depois para ele. Voltou a olhar para mim e piscou. 

-Eu acho que ia preferir um filé desses do que comida mexicana. 

Comecei a rir, de vergonha, e Bucky tacou um travesseiro (o outro, que Kitty não dormia) na porta, mas Nat sumiu, rindo alto. 

Bucky voltou a fechar a porta e tirou rapidamente a bermuda e enfiou os jeans, para enfim, colocar as botas.

-Não sei como não enlouquece com ela... - Bucky resmungou. .

-Eu tenho uma queda por ela. - Brinquei. 

Bucky revirou os olhos. 

-Ainds acho que você ama mais ela do que a mim. 

-Quanto exagero! - Reclamei.  

Cerca de quarenta minutos depois, todos nós sentavamos em volta de uma mesa redonda de um restaurante italiano. 

Conversávamos sobre várias coisas bem aleatórias: Sobre o tempo, o Governo, a temporada de jogos, o lugar perfeito para uma viagem ou até mesmo, sobre as maluquices de Tony Stark. 

Era uma janta leve, informal. Literalmente, um encontro de amigos. 

Quem olhasse para nós, rindo e brincando, como os adolescentes da mesa ao lado, não imaginariam quem éramos, o que já tínhamos feito ou o peso disso. 

E apesar de ainda sentir não me encaixava completamente, fiquei feliz de saber que eu conseguia sentar em uma mesa, comer macarrão até dizer "Chega!", rir e tirar sarro da cara de Sam de tempos em tempos. 

Tudo bem, eu tinha Bucky do meu lado, segurando minha mão por debaixo da mesa e traçando linhas invisíveis na palma dela e no meu pulso, com os próprios dedos. 

As vezes, eu conseguia sentir que ele traçava letras, formando a frase "Eu te amo." em algumas línguas diferentes. Em outras, eram apenas uns corações ou flores pequenas (girassóis). 

Mas, ainda sim, eu sabia que meu riso era, genuínamente, meu, vindo do meu interior. Eu me permitia sorrir. Eu me permitia viver. 

Eu tinha parado de me autossabotar, infiltrando os pensamentos que a Hydra tinha jogado sobre mim. Agora, todas as vezes que eu achava que eles tomariam conta de mim (do meu corpo, da minha mente), eu sabia o que eles eram. 

E sussurrava para essa minha parte uma única palavra. 

"Mentirosos". 

E automaticamente, eu parava de me sabotar. 

Claro que não totalmente. Era um processo. E eu estava evoluindo lindamente. 

-Okay, isso realmente foi engraçado! - Clint exclamou, após uma das histórias de Sam. - Mas já contou para alguém a vez que você levou a Natasha para um vôo forçado? 

Eu ri, acompanhada do pessoal e encarei Natasha. 

-Ele não fez isso! 

-Fez! - Natasha confirmou, revirando os olhos. - Esse idiota fez, sim! 

-E nem me lembre dessa história! - Sam concluiu. - Ainda tenho as marcas do arranhões até hoje nas minhas costas. 

Natasha deu uma piscadinha discreta, sorrindo e erguendo a taça de vinho. 

-Sam, querido... As marcas dos arranhões são de outra noite e por outro motivo! 

A mesa explodiu em gargalhadad com a cara que Sam fez, vermelho, igual ao molho de tomate no prato dele. 

Bucky levantou a taça dele e, antes de beber, questionou: 

-Afinal, Nat... Sem ser a minha boca bonita e sensual... 

-Estamos falando mesmo de você? - Sam interrompeu, mas Bucky fingiu não ouvir. 

-... Você e Sam já ficaram? Mesmo? 

Eu, Clint e Bucky esperamos. Sam e Natasha se entreolharam por longos segundos e sorriram, dando de ombros. Foi Natasha quem respondeu. 

-Não faço idéia, mas se descobrir, me avisa! 

-Canalha! - Clint resmungou, fazendo Natasha rir. 

Encarei ela. Nat suspirou e me encarou, piscando. Sorri  

Era óbvio, como água, que Sam e Natasha não tinham só uma amizade. Não, não tinham romance, mas não era só amizade. 

Mais uma sessão de risos se encerrou e começamos a ficar bastante satisfeitos e meio lerdos. Cheguei até mesmo a bocejar em cima da mesa, apoiando os cotovelos e braços, ouvindo Sam falar. 

Então, senti minha nuca arrepiar. Levantei a cabeça, sentindo o sangue esvair do meu rosto. Eu não podia ter uma crise de ansiedade alí, não naquele minuto. Mas, se eu não achasse o que me fez ficar alerta, eu teria. 

Fechei os olhos e inspirei pelo nariz, soltando lentamente pela boca, me concentrando nas batidas do meu coração. Eu sentia o desespero querer penetrar, ir fundo na minha alma, fazer eu chorar e me debater. 

Senti, um pouco longe, a mão de Bucky na minha, apertando com força. Um sinal para dizer que estava tudo bem, que ele estava alí. 

Abri os olhos, quase me convencendo que tinha sido alarme falso. 

Quase. 

Então, ouvi de novo. O som que me fez ficar alerta foi uma risada, alta e aguda. 

-Naomi? - Ouvi uma voz feminina me chamando. 

Natasha. 

Respirei fundo. 

Eu precisava ter certeza. 

Enfiei meu capuz e esperei. 

Ouvi uma pequena discussão, onde queriam falar comigo, tentar entender o que houve, mas Bucky e Natasha não deixaram. 

A risada novamente. 

E isso foi certeza para me fazer paralisar de medo. 

Medo. 

A palavra que me cercava. 

Inspirei de novo. E encontrei forças para erguer o olhar, até que o meu estivesse no de Bucky. 

Ele me olhava meio desconfiado, sem saber se era mais um crise provocada "a toa" ou se era sério. Engoli em seco e o olhar dele mudou. Incerteza virou alerta.

-O que houve? - Sam questionou. 

Continuei olhando para Bucky e fechei os olhos. 

-Bern Achoste. 

Bucky franziu a testa. Na verdade todos eles. Respirei fundo, novamente. 

-O Soldado que me levava para o seu quarto. Que me queria. 

Bucky arregalou os olhos e olhou em volta. Mas fui eu quem o achei. Levantei, sem pensar muito, mas fui puxada de volta para o meu lugar na mesa. 

-Mas o que...? - Encarei Natasha e Bucky. 

-Naomi, escuta... - Natasha pediu .

-Escuta o que?! - Sibilei. - Esse cara não é pouca merda, Nat! Ele sabe de muita coisa! 

Natasha e os outros se entreolharam. Então, assentiram e viraram para mim. 

-Tem um plano? 

-Na verdade, eu ten...- Tentei falar. 

-Kaya... 

Meu coração parou. Por segundos. Enquanto todos levantavam das cadeiras, com as armas meio escondidas. Senti que o restaurante nos olhou. Engoli em seco e me virei, encarando Bern. 

Ele ergueu as mãos e riu. 

-Nossa, Soldat. É assim que trata um velho amigo? 

-Amigo? - Bucky rosnou, segurando firme a arma ao lado do corpo. - Eu devia ter quebrado seu pescoço quando tive chance... Talvez eu faça agora.

Mas haviam muito inocentes alí. Muitas pessoas em volta de nós. 

Bern olhou direto para mim, com malícia. Ninguém movia um músculo e eu já ouvia os seguranças chegando perto. 

-Que surpresa agradável e que obra do Destino encontrar você, Kaya! Mas ainda preferia suas antigas roupas... 

-Não fala com a Kaya, Bern. - Bucky voltou a rosnar. 

E todos entendemos que era um aviso para não dizer meu nome. 

Aproveitei o segundo de distração dele, onde ele foi provocar Bucky, e tirei meu canivete da minha bota. 

Bern tinha uma arma engatilhada na mão e eu sabia que ele atiraria primeiro em Bucky. 

Um segurança chegou perto de nós. Mas não fizeram quase nada, a não ser, pedir para nos acalmarmos e perguntar se havia algo acontecendo. 

Bern sacou a arma, ao mesmo tempo que Bucky. Levantei de uma vez, antes dele completar o movimento e rasguei o braço dele. 

As pessoas levantaram de uma vez só e os seguranças sacaram armas soviéticas. Pulei em cima de Natasha, a protegendo, enquanto Bucky e Sam pularam em Clint e nos escondemos atrás da mesa que Sam virou quando caiu. 

-Droga, se eu tivesse minhas flechas... - Clint reclamou. 

-Eu tenho pouca bala... - Natasha rosnou. 

-Eu também. - Sam suspirou. 

Virei para trás e raciocinei. Se eu conseguisse chegar até o outro lado sem ser percebida, eu podia sair correndo... Mas eles atirarariam. 

Contei. Seis guardas. Bern. Voltei a encarar eles. 

-Vocês tem, ao menos, sete balas? 

Todos se entreolharam. Concordaram com a cabeça. Os tiros tinham parado e eu só ouvia as provocações para sairmos de trás da mesa. 

Levantei, com as mãos no alto. 

-O que você está fazendo? - Bucky arregalou os olhos. - Não... Kaya! 

O ignorei. 

Os seguranças ergueram as armas, mas Bern os mandou abaixar. Eu sabia que ele não deixaria que me machucassem. Não enquanto ele não me tivesse, ao menos, uma única vez. 

-Você me quer, não? - Indaguei. Pisei na mão de Bucky e de Natasha, que não paravam de me puxar pela calça. - Ótimo, eu vou com você e faço o que você quiser... Mas deixa eles irem. Deixa eles irem até a porta, por favor. 

Bucky foi o primeiro a parar de me cutucar, finamente. Então, ele segurou Natasha. 

Dois lerdos. 

Bern me avaliava. 

-Larga o maldito canivete, vadia. 

Assenti e taquei o canivete ao meu lado. Ao alcance de qualquer um. Bern estava tão concentrado em mim, no meu corpo, que não prestou atenção ou não ligou que, do meu lado, atrás da mesa, aimda tinham quatro pessoas. 

Vi Bern erguer o dedo e ordenar que eu fosse para o lado dele. 

Ordenar. 

Minhas pernas travaram. Respirei fundo e fui, um passo de cada vez. Eu tremia e tinha vontade de chorar, mas o que eu podia fazer? As pessoas da loja tinham fugido, as portas e janelas estavam fechadas, eles matariam meus amigos e me levariam embora. 

A não ser, que eu fosse mais esperta. E aparentemente, era verdade o que diziam sobre homens não usarem o cérebro, só a cabeça de baixo. 

Uma pena que eu tinha um cérebro... 

Parei ao lado de Bern e fiquei. Então, me posicionei no que seria a minha posição de ataque, segurando minhas mãos em punho para evitar o tremor, quando encostei meu corpo no dele. 

Virei de costas, sentindo a excitação dele, achando que, enfim, me teria. 

-Solte eles. Agora. - Pedi. - Sabe que eu viu com você... Não precisa matar eles. 

Bern sorriu. Ordenou para que não atirassem enquanto eles passavam. Mas eu notei quando ele exitou. E eu sabia o que isso queria dizer. 

Lentamente, Clint e Sam levantaram. Seguidos de Natasha. E por fim, Bucky. Ele tinha a mão fechada em punho. Meu canivete. 

Bern deixou que andassem até próximo a porta, onde fiz força para não os encarar. 

Então, tudo aconteceu rápido. Bern ergueu a arma, pronto para atirar em Bucky. Todos os quatro ergueram as dele e atiraram nos quatro seguranças mais próximos. 

Peguei a outra mão de Bern, a que estava pendurada no meu pescoço e o puxei com força, fazendo ele voar por cima de mim e cair estatelado no chão. Dei um chute no estômago e pisei nas bolas dele. Bucky tacou o canivete para mim, e enfiei no ombro dele, bem na articulação. 

Por fim, quando os outros já haviam derrubado o restante dos guardas, cuspi na cara de Bern. 

Ele me olhava com ódio. 

-Eu nunca vou ser sua. Nunca! Me ouviu bem? - Rosnei. - Quem te mandou aqui? E como sabiam que eu estava aqui? 

Nada. 

Nenhuma resposta além de choramingos e olhares de ódio. 

-Sabe, poderíamos garantir que ele não vai ter você. Nem mais ninguém. - Sam ergueu as sombrancelhas. 

-Quer arrancar as bolas dele? - Clint perguntou. 

-Não só as bolas. - Nat concordou e olhou para mim. 

Olhei para Bern e dei um sorriso. Ele tinha o olhar assustado. 

-Você Não tem coragem de fazer isso... 

Continuei sorrindo e ajoelhei ao lado dele, passando a ponta do canivete pela virilha dele. 

-É? Tem certeza? Bem, você não quer contribuir comigo, Bern... Talvez... Uma de cada vez faça efeito... 

Ele arregalou os olhos quando cortei o cinto dele. E me levantei. Olhei para Bucky. Ele assentiu e trocou de lugar comigo, pegando o canivete. 

-Espera! Para! - Bern se debateu. 

Bucky o encarou, bem de perto. 

-Por que eu deveria parar? Eu disse, avisei para você e para cada soldadinho naquela merda de lugar, que se você encostasse a mão nela de novo, eu arrancaria sua mão. Se lambesse ela de novo, eu arrancaria a sua língua... Eu deveria arrancar seus olhos... - Bucky comentou, em russo. Natasha ergueu as sombrancelhas e eu senti meu rosto corar. - Eu disse a você que ela era minha. Minha. E de mais ninguém. E você acabou de tentar tirar ela de mim... 

-Eu falo! - Ele berrou. - Eu falo tudo que você quiser saber, mas não deixa ele... Kaya, por favor! 

- "Kaya, por favor..."? - Comentei. - Patético. 

-Kaya! 

-Descansar, Soldado. Quero ouvir o que esse infeliz tem a dizer. 

Bucky levantou, não sem antes cortar um pedaço da calça dele, com um movimento rápido e preciso. Bern arregalou os olhos e olhou, mas Bucky só havia cortado a calça. Então, ele se deixou cair no chão, quase chorando de alívio. Ergueu o corpo, em seguida, mas deu de cara com quatro armas apontando para ele. 

Vi Bern engolindo em seco. 

Ele não precisava saber que só duas armas tinham munição. 

-Quero respostas rápidas, sem enrolação e sem perguntas. Ouviu? 

-Ouvi. 

Comecei a andar de um lado a outro, sem saber de onde eu tinha tirado tanta coragem. Sem saber do que eu seria capaz de fazer. 

-Como sabia que eu ia estar aqui? 

-Segui você depois que deixou o complexo dos Vingadores. 

-Quem mais sabe que eu estou com os Vingadores? 

-Ninguém. 

Franzi os olhos e arranquei o canivete da mão de Bucky, indo até ele. 

Bern gritou, antes que eu chegasse mais perto. 

-É verdade, Kaya! Ninguém sabe! Nem seu pai! Não é só ele que está te procurando... 

Parei. 

-Fale. 

-Tem... Tem alguns soldados te procurando, alguns subordinados. Todos acham que... Todos acham que se encontrarem e devolverem você ao seu pai... Vão ganhar algum tipo de bonificação. Nós dois sabemos que vão ganhar uma morte rápida. 

-Algum de vocês sabe para que ele me quer? 

-Não. 

-E como você descobriu que eu estava no complexo se nem meu pai descobriu? 

Silêncio. 

-Eu tô perdendo a paciência... 

Mais silêncio. 

Suspirei e virei para Bucky, estendendo o canivete. 

-Tá! Eu conto! - Me virei para ele novamente. - O seu chefe é bom em esconder rastros, Kaya. Os superiores seguiram pistas até a Sibéria e depois, a Romênia. E não que tenham te perdido de vista, mas o avião que achavam que você estava... Explodiu. 

Dei uma pequena olhada para Natasha e Bucky. Não se abalaram. Sam parecia surpreso e eu não conseguia distinguir a expressão de Clint. 

-Acham que eu estou morta. 

-É o que a premissa nos diz. Mesmo assim, as buscas ainda continuam. Tem gente que desistiu, concorda que você está morta. Eu fui o único que esperou, dias na porta do Complexo. Eles não acham que a Shield seria tão burra a ponto de deixar você naquele prédio. 

-Ou tão inteligente... - Murmurei, fazendo uma anotação mental de que teria que dar um abraço em Fury. 

-E por que você não contou a eles? -Bucky questionou. 

-E perder a chance de tê-la só pra mim? 

Silêncio. 

Sam teve que segurar Bucky pelo braço, para impedir ele de avançar em Bern. 

Mas eu respirei mais aliviada. Muito mais. Eles não sabiam onde eu estava. E tinha a possibilidade de eu estar morta. 

Ainda consegui arrancar mais alguma coisa dele antes da polícia chegar e termos que sair correndo. Bucky apagou Bern com um soco que deve ter deslocado o maxilar dele. 

E enquanto levavam Bern para as celas de segurança, corri para o meu quarto, para escrever tudo que eu conseguia lembrar do que ele disse. 

Mas a sensação do corpo dele contra o meu estava me incomodando. Era como se eu conseguisse sentir ele grudado em mim. 

Me senti suja. 

E fui direto para o banheiro. 

Ooie, Pessoal! 💖

Tô de volta com mais um capítulo para vocês e é um dos meus favoritos! 💕

Eu amo a forma como a Naomi está de fortalecendo e como esta enfrentando os problemas de cabeça erguida 🥺

Ah, e eu não sei se já expliquei isso para vocês, mas...

As partes do texto que estão em itálico ou vem acompanhadas de um "*", São as frases que estão em outra língua que não é inglês. Normalmente, russo ou alemão.

Bem, é isso! Até sábado com outro capítulo que eu gosto muito também!

Até lá!

Beijos! 💋💋

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