A festa surpresa.
Bucky estava fazendo cento e três anos. E também não parecia muito à vontade na festa, mas parecia bem feliz de comemorar. Depois que aa saudações iniciais passaram e Tony enfiou uma música alta, Bucky caiu sentado em uma cadeira e começou a olhar ansiosamente para a porta.
Aceitei um drink que passou por mim e comecei a observar o resto do pessoal. Talvez, eu realmente não gostasse muito de festas.
Ergui minha cabeça e acabei levando um susto enorme quando vi Bucky em pé, na frente da minha mesa. Nos encaramos e eu dei um sorrisinho, afastando o olhar. Talvez assim ele fosse embora...
Ou talvez não.
Bucky puxou a cadeira na minha frente e sentou. Notei ao longe, onde Bucky estava sentado anteriormente, Steve, Nat, Sam e Rachel sentados, nos observando.
-Oi. - Ele comentou, meio sem graça.
Notei que ele tinha aparado os cabelos. Não estavam mais na altura do peito, mas sim, acima do ombro.
Legal. O que eu fazia agora?
Peguei o embrulho que Natasha comprou e estiquei para ele.
-Toma! Feliz aniversário! Se não gostar, pode trocar em 30 dias!
Ele arregalou os olhos e sorriu, pegando o embrulho.
-Posso abrir?
-Claro. - Dei de ombros, me sentindo um pouco sufocada.
Bucky conseguiu abrir o embrulho e deu um sorriso maior ainda, quando abriu a caixinha.
-Foi você que comprou? Eu amei!
Neguei.
-Não. Eu nem lembrava do seu aniversário. Foi a Nat.
-Ah...
Bucky abaixou a cabeça e mexeu no relógio, tirando ele da caixa e encaixando no pulso.
-Bem, de qualquer forma, obrigado. - Bucky recolheu a embalagem e levantou da cadeira. - Eu realmente amei... O último que você me deu já tinha parado de funcionar e...
-Como?
Bucky se interrompeu e me encarou. Ficou muito vermelho e deu de ombros.
-Você já tinha me dado um relógio antes...
-Ah... Eu não sabia.
-Hey, Bucky! - Hannah apareceu saltitando por trás dele e o puxou pela mão, junto com um cara que eu não conhecia. - Vem, vamos dançar! Oi, Naomi! Quer dançar também?
Ouvi ele reclamar que não queria dançar, mesmo assim, os dois arrastaram ele para a pista de dança improvisada, depois que neguei.
Desviei o olhar me sentindo meio... Meio estranha.
-Por quê você está sentada sozinha? - Bruce apareceu ao meu lado e sentou na minha mesa.
O encarei e dei de ombros.
-Tá todo mundo festejando e eu não quero atrapalhar.
-Atrapalhar?! Meu Deus, Naomi! Não! - Bruce me encarou e franziu a testa. - Você estava loira ontem?
Dei uma risada e neguei.
-Natasha. - Falei como se explicasse tudo, e realmente explicou, porquê ele riu.
Ficamos em silêncio alguns minutos, enquanto eu observava ao redor. Tony e Steve estavam aos beijos na pista de dança, enquanto Sam e Bucky tacavam confetes neles. Sorri, achando a cena bonitinha.
-Você não fica confortável perto dele, não é?
Virei a cabeça tão rápido, que meu pescoço estalou.
-Que?!
-O Bucky. Você não fica confortável com ele, não é? - Bruce repetiu a pergunta, limpando os óculos.
Analisei por alguns minutos.
Não, eu não ficava.
-Não.
Bruce me encarou profundamente. Parecia bem triste.
-É uma pena. - Comentou, devagar. - Vocês eram muito amigos. Por quê acha que ele não te deixa mais confortável?
Precisei de alguns minutos para pensar, enquanto Bruce esperava pacientemente.
-Bem... É... É que sei lá! - Dei de ombros. Ele me incentivou a falar. - É que eu não sei como eu deveria agir perto dele. Como era a nossa amizade... Fora que ele parece sempre ficar esperando que eu lembre magicamente dele e isso não vai acontecer. Bucky é a pessoa que eu menos tenho algum tipo de recordação no grupo... E sei lá... Eu sinto que vocês escondem alguma coisa de mim com relação a ele.
E ele também não parece muito a vontade comigo.
Parei por aí. Eu não ia dizer que tinha me assustado com a forma como ele falou comigo quando eu acordei e me decepcionado como ele se afastou depois que eu melhorei. Ele não parecia muito amigo.
Bruce levou alguns segundos para responder.
-Naomi... Eu não estou te culpando, mas... Você, normalmente, se fecha como uma ostra quando está desconfortável. E você tem feito isso com ele. Não estou dizendo que você está errada, afinal, tem todos os motivos do mundo. Mas... Analisando bem... Seu problema com ele é nervoso.
Engoli em seco. Bruce se inclinou para frente.
-Talvez, você não se lembre e nunca vá se lembrar... Mas vocês eram grudados ao ponto de estarem em uma sala cheia, como essa, e só conseguirem enxergar um ao outro. Você é dormiam juntos todas as noites. Faziam tudo juntos...
-O que vocês estão escondendo? - Perguntei.
Bruce suspirou e negou.
-Eu não sei se é uma boa idéia contar tudo agora. Mas amanhã, você vai saber de bastante coisa.
Bufei e levantei, agradecendo a ele.
Dormíamos juntos?! Fazíamos tudo junto?! Dei uma olhada para Rachel e Hannah que faziam trancinhas no cabelo de Bucky, enquanto ele revirava os olhos e bufava, ouvindo alguma coisa que Natasha e Steve diziam.
Impossível eu ter sido mais amiga do que elas.
Comecei a hiperventilar e tive vontade de chorar. Saí correndo e me tranquei em um pequeno banheiro, deixando as lágrimas rolarem.
Tanta gente no mundo para perder a memória e ter a vida revirada de cabeça para baixo... Por quê eu?!
Eu estava me sentindo um peixe fora d'água e odiava essa sensação. Enquanto eu chorava, comecei a pensar sobre o que pode ser tão ruim a ponto de me dar gatilho.
Levantei a blusa em frente ao espelho.
Com certeza, tinha a ver com aquelas cicatrizes pelos meu corpo e quem sabe, até com as tatuagens: K, 01122017, e um...? Polvo? Acho que era isso.
Não.
Hydra.
Minha cabeça doeu e eu encarei aquela tatuagem sob o meu seio. Hydra. O que...?
Mais um flash de uma parede vermelho-sangue apareceu na minha frente e eu tive que me segurar na pia.
Comecei a hiper ventilar de novo e dessa vez, não consegui parar. Meus pulmões imploravam por ar, meu peito doía, meus olhos ardiam...
Eu não conseguia fazer nada a não ser, chorar. Meu corpo inteiro suava e eu tremia violentamente. Os cantos da minha visão começaram a ficar escuros e embaçados. Eu ia desmaiar.
Levei um susto quando alguém pôs um pano gelado na minha testa e lutei para focar minha visão na minha frente.
Bucky.
Como ele tinha entrado?!
Ele falava comigo, mas eu não conseguia entender nada. Absolutamente nada. Fechei os olhos e recostei na parede atrás de mim. Ele passou o pano gelado pela minha testa de novo, depois pelo meu pescoço e pela minha nuca.
Eu continuei de olhos fechados. Mas sabia que ele me olhava profundamente.
-Naomi? Abre os olhos, olha para mim! - Eu não conseguia. Sentia meu corpo todo mole. - Abelhinha, olha para mim, amor!
Amor?
Abri os olhos e o encarei. Ele tinha uma ruga de preocupação na testa e tentou sorrir quando o encarei.
-Vamos conversar, está bem? - Não respondi, ainda lutava por ar, enquanto ele enxugava as lágrimas que insistiam em cair, enquanto eu tentava parar de tremer. - Você foi no shopping hoje, não é? Gostou de fazer compras?
Assenti. Bucky pegou minhas duas mãos e fez carinho nelas até eu as abrir. Dei outro sorriso.
-Legal. E por acaso você comeu um Hambúrguer de quase meio metro?
Quis dizer que meio metro era exagero. Mas como não consegui, assenti de novo. Bucky tornou a molhar o pano na pia e passar pelo meu pescoço.
-Eu não entendo essa tara que você tem por hambúrguer, sabe? É gordura pura, ainda mais com aquele queijo por cima!
-É B-bo-om. - Consegui expressar, mesmo baixinho.
Vi um sorriso no rosto dele e fechei os olhos.
-Não, não, Naomi. Eu sei que você está cansada, mas abre os olhos. - Obedeci. - Isso! Você não estava loira ontem... Foi idéia sua ou da Nat?
Neguei. Ele pareceu entender e deu um sorrisinho.
-Sabia que eu já namorei a Nat, não é? - Neguei. Ele continuou fazendo massagem nos meus ombros e só aí eu notei que ele me fazia massagem.
E que eu conseguia respirar.
-Namorei ela há uns vinte anos. Sinceramente, não sei como você aguenta ela! Ela é mandona demais...
-El-la é...L-leg-al.
-Sim, ela é. Mas não deixa de ser mandona, não é? Pode falar, vai ficar só entre nós...
Dei um pequeno sorriso. Notei, enfim, que estava sem blusa, só de sutiã. Fiquei vermelha. Dei uma olhada ao meu redor tentando achar minha blusa.
-Hey, olha para mim, Naomi.
-M-min-nha Bl-usa...
Ele esticou o braço para trás e pegou, me ajudando a vestir ela, já que eu estava sem forças ainda e ainda tremia.
Ele também pegou em cima da pia um copo e me esticou.
-Toma, é água com açúcar.
Fiz uma careta. Ele riu e comentou algo sobre eu nunca ter gostado, mas segurou minha nuca e me ajudou a beber, colocando o copo na minha boca.
Então, sentou na minha frente, no chão, e tirou meus dois sapatos. Arregalei os olhos, surpresa e tentei puxar o pé, mas ele segurou firme e pôs os dois no meu colo. Começou a fazer massagem neles e eu fiquei tão quente que sabia que estava quase roxa de vergonha.
-Não precisa ficar assim, Naomi. - Bucky franziu as sombrancelhas. - Eu sei que sou um estranho para você, e que... Sei lá... Eu sou meio... Assustador. Entendo seu medo.
Quis dizer que ele não era assustador e que eu não tinha medo. Eu só me sentia nervosa perto dele. Não consegui. Eu estava vidrada na visão dele fazendo massagem nos meus pés.
Como se eu já tivesse visto ela antes...
-Mas eu juro que não vou te fazer mal. - Meu olhar subiu das mãos dele para os olhos. - Sério. Olha, eu sei que você odeia festas e sei que, muito provavelmente, a Nat te arrastou para cá sem nem te avisar. Isso que te deu gatilho, não foi?
Acenei positivamente. Ele deu um pequeno sorriso.
-Ela te contou que meu apartamento é no último andar?
Neguei.
-Você está ficando com sono, não é?
Notei que tinha erguido as mãos e esfregado os olhos. Não era sono. Era cansaço. Eu estava mentalmente esgotada e lutava para não dormir alí mesmo, sentada no vaso. E aquela massagem estava piorando a situação.
-Quer dormir um pouco? Eu te levo lá para cima e te ponho na minha cama. Só tem que me prometer que não vai tentar abrir a porta do quarto ao lado.
Franzi a testa.
-Está... Trancada?
-Sim. Mas isso nunca foi um empecilho para você. - Bucky sorriu. - Mas é sério... Tem umas coisas lá que eu não posso perder. Então, você tem o apartamento todo à sua disposição, menos essa portinha trancada. Tudo bem?
Acenei com a cabeça. Recostei na parede de novo e respirei fundo. Bucky levantou do chão e depois de verificar que eu tinha condições de andar, me ajudou a ir até o elevador, dispensando ajuda de Hannah, que veio da festa dizendo que estava todo mundo procurando a gente.
-Olha, a gente estava conversando, tá? Diz para o pessoal ficar tranquilo... - Bucky sorriu e me olhou, rapidamente. - Só vou levar a Naomi lá para cima e desço em uns minutos.
Hannah acenou com a cabeça e saiu andando. O elevador chegou e eu entrei, saindo depois, em frente a uma porta verde e outra vermelha. Por um segundo, paralisei.
Mas Bucky me guiou até a verde e a abriu. Fez um sinal para eu entrar com a cabeça.
-Seja bem-vinda e fique a vontade!
Entrei. Era bem simples, até. Não tinha muitos móveis nem decoração, só um sofá, um móvel com uma televisão e uma poltrona.
-Eu vou no quarto trocar os lençóis rapidinho e pegar uma roupa mais leve para você. - Bucky passou por mim. -Eu volto em um segundo. Você vai ficar bem?
Fiz que sim com a cabeça. Havia um pequeno corredor para o lado esquerdo com duas portas na direita, logo na entrada, que pelo que vi, eram os quartos. E duas à esquerda, mais à frente, que supus ser o banheiro e a cozinha.
Bucky voltou em, literalmente, dois minutos, pelo relógio na parede. Me estendeu duas toalhas, uma blusa larga e um calça de moletom e me guiou até o banheiro, informando onde eu podia deixar a minha roupa atual, porque ele já ia lavar e botar para secar.
Tomei um banho quente e quase dormi no chuveiro, mas me obriguei a me secar vestir a roupa. Entrei no quarto. Bucky estava de costas, mexendo nas cortinas.
Tá, tudo bem. Bruce tinha razão. Natasha também. Se ele não era meu amigo, por que fazer isso tudo por mim?
-Ah, você chegou... Precisa de mais alguma coisa?
Neguei e me joguei na cama. Era macia e quentinha, cheia de travesseiros e lençóis macios e quentinhos. Além de muito cheirosos.
Ele sorriu.
-Ah, bem... Nesse caso... Eu vou indo...
-Espera! - Pedi, sentindo pânico de ficar sozinha. Ele voltou. - Fica comigo um pouco? Só até eu dormir?
Bucky assentiu e sentou do meu lado, me dando a mão e traçando círculos nela. Ele tinha escrito "Te amo" em russo?
Então, entrelaçou nossos dedos. Eu queria fazer mil perguntas, mas...
Eu não fazia mais idéia de qual. Meus olhos fecharam sozinhos. E em dois minutos, eu dormi profunda e serenamente.
Ooie, Pessoal! 🥺💖
Eu sei que demorei, mas trouxe um capítulo para comemorarmos os 20k de visualizações! 🤧😭🥳💕 Muito obrigada por darem uma chance a essa fanfic, ela é muito importante sentimentalmente para mim e confesso que por várias vezes, pensei em desistir dela aqui, nesse site! Até porque, eu já escrevi ela há mais de um ano e minha escrita não é igual à atual...
Mas saber que vocês continuam lendo e esperando capítulos novos mesmo quando eu demoro a postar, me deixa muuuuito feliz!
💖 Obrigada mesmo! 💖
Maaas... Se quiserem interagir mais e comentar mais, eu vou adorar KKKKKK Eu amo ver vocês surtando e comentando! 🥰🥺
À propósito, amanhã tem capítulo de novo em comemoração a esses 20k! Não esqueçam!
Agora, sobre o capítulo... O Bucky é precioso demais, gente! Eu amo esse daqui, em especial, apesar de amar vários Buckys já escrevi! 🥺❤ O amor e a compreensão que ele tem com a Naomi... Ai, eu fico muuuito boiolinha e não é exagero nenhum dizer que esse é o meu capítulo favorito!
Bem, até o próximo!
Beijos 💋💋
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