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Capítulo 6: Perguntas e encantos

A manhã daquele dia parecia com a do dia anterior, porém o frio finalmente mostrava-se menos rigoroso.

O elfo acordou, espreguiçando-se. Estava se sentindo bem dolorido, o chão não era um lugar confortável para se dormir. Virando-se para se levantar, se assustou. Não se lembrava de ter ido dormir com uma jovem naquela noite. Lembrou-se então dos últimos acontecimentos, do jantar e... Iarima! Era ela que estava ali ao seu lado, dormindo tão tranquilamente.

Que diferença! Os cabelos desalinhados, o rosto sereno... Nada de seu corpo podia ser visto, sua capa a cobria a partir do pescoço. Mesmo assim, sua boca era tão convidativa! Ali, indefesa, sem aquela espada ensanguentada e aquele olhar triunfante que sempre carregava. Soberba, superior... Ali ela não demonstrava nenhuma daquelas atitudes que irritavam tanto o elfo. Ela era simplesmente uma donzela que precisava de cuidados, assim como a viu em Glen.

Artus se sentiu tentado a tocar aqueles lábios. Sua boca parecia pedir que ele o fizesse. Afinal, o que uma mulher procurava ao deitar-se ao lado de um homem? Ou melhor, o que queria uma humana ao deitar-se ao lado de um elfo?

Os contos de amor entre as duas raças eram tão antigos quanto o próprio tempo. Se eram os romances que inspiravam as histórias, ou as histórias que inspiravam os romances, isso não fazia diferença. O fato era que encontros como aqueles sempre geravam faíscas.

Artus aproximou-se. A boca entreaberta e levemente inchada pela noite de sono chamava pelo elfo. Pouco mais de dois centímetros os separavam agora. Artus, porém deteve-se. Antes de ceder à tentação, ele se deu conta que a acordaria e aquele rosto soberbo voltaria a dominar as feições de Iarima. Ele se odiaria por dar a ela o prazer de tê-lo seduzido.

O elfo levantou-se e vestiu-se. Fosse qual fosse o motivo de ela estar ali, teria de se esforçar mais em suas armadilhas de sedução. Aquela não havia sido boa o suficiente. Independente do que ela estivesse vestindo por baixo da capa...

Saindo do quarto antes de pensar uma segunda vez, Artus encontrou olhares curiosos vindos da cozinha. Edriên exibia um sorriso mal contido e Dário tinha uma ruga entre as sobrancelhas. Sem cumprimentá-los adentrou o quarto de banho à sua frente. Alguns momentos depois foi a vez de Iarima sair do quarto, vestida com a mesma armadura de couro do dia anterior. Ela notou Edriên vermelho, segurando o riso. Dário também estava vermelho, mas não parecia tão feliz. A garota, confusa pelo sono, seguiu para o banheiro (aquele de aliviar necessidades) sem nada dizer.

Deixando as Montanhas Congeladas para trás, o vulto negro continuou sua jornada em nova velocidade. Finalmente a Chave tão preciosa e disputada seria encontrada.

A caminhada para Tenbrenan seguiu sem muitos percalços. Cansado pela inquietação de Artus, Dário por fim explicou que não havia perigo em deixar a carroça e os cavalos na casa vazia pois os anões dispunham de vizinhos que com bons olhos vigiavam sua propriedade.

Edriên parecia mais animado do que nunca em iniciar uma amizade com Iarima. Não ser a donzela indefesa e perfeita como a haviam rotulado deixava o rapaz infinitamente mais à vontade.

— Mas ninguém aprende a lutar daquele jeito sozinho. Eu pelo menos, nem sabia que mulheres tinham autorização para sequer estudar — continuou o pequeno em sua conversa com a jovem.

— Não me perguntaram se eu tinha autorização quando me ensinaram, Edriên.

— Aha! Então você confirma que foi treinada?

— Você acabou de dizer que ninguém aprende a lutar sozinho. Não sei por que insiste em perguntar algo que já sabe a resposta.

— Calma, dama! Quer dizer, dá para se aprender sozinho, mas não do jeito que você fez lá na estrada. Assim, você é meio diferente... Deixe-me ver se consigo explicar: O druida, por exemplo, é um druida. Todo mundo sabe que druidas aprendem a ser druidas com druidas mais velhos. O elfo, dá para ver que ele pertence a um clã. Nos clãs os herdeiros são ensinados a defenderem seu povo ou suas terras, logo a luta também não é algo a se estranhar. Agora você...

— O que tem eu, Edriên? Não sou druida, não pertenço a um clã, nem sou homem. É tão impossível que eu saiba me defender? Não sabe que senhores ensinam seus servos a lutar para que valham mais quando forem vendidos como escravos? — bufou Iarima tomando a dianteira na caminhada.

Edriên sentiu uma fisgada no peito ao ouvir sobre escravidão e lamentou muitíssimo ter iniciado o assunto. Sua maldita curiosidade havia ido longe demais novamente. Apesar da rispidez, o ladino sentiu um sentimento estranho pela jovem. Mesmo com todas as diferenças, mesmo com origens tão diferentes, ele percebeu que talvez os dois fossem terrivelmente parecidos.

Dário e Artus fingiam não escutar a conversa, mas nenhum dos rapazes detiveram suas divagações internas. Suas conclusões não eram muito diferentes. Iarima era uma serva. Ela fora treinada para ser uma escrava cara. Ou ela já havia sido vendida e agora era uma escrava. Em quaisquer das hipóteses, uma era fato: ela havia fugido de seu senhor.

Dário lembrou-se da marca que havia visto em seu pescoço em Glen. Provavelmente era a marca da Casa de seu dono. Comum em gado, a marcação nos escravos tinha a mesma serventia: identificar o dono em caso de roubo ou fuga.

Artus se deu conta que estava junto com uma fugitiva. Mesmo que fosse só uma serva, não era certo fugir, seu senhor provavelmente havia investido muito nela. Podia estar preocupado, procurando-a. Por outro lado, se este tivesse sido um bom senhor, a jovem não teria motivo para fugir.

Dário entendeu enfim toda a história: 'Uma prostituta matadora de trolls! Claro, uma escrava e tanto!'

Poucos segundos depois, os três concluíram que algo estava errado. Uma das peças simplesmente não se encaixava na história: Servas nunca eram treinadas. Sua força física nunca seria mais valorizada que a de um homem treinado, ninguém compraria uma mulher para isso. A história de Iarima não fazia sentido. Ou ela estava escondendo algo... ou estava mentindo.

Tenbrenan: A Cidade Fortaleza. Quem não a conhecesse podia rapidamente entender o porquê do título tão logo avistasse o lugar. Mesmo a boa distância, suas muralhas e torres já reinavam imponentes. À luz do dia, as pedras dos muros refletiam a luz do sol, tornando a visão do lugar ainda mais solene.

Uma estrada bem cuidada guiava os viajantes até o Portão Sul, uma das principais entradas da cidade. Não fosse a neve, poder-se-ia identificar o terreno pedregoso e os tufos de capim amarelo que margeavam o caminho. Não muito distante, os pinheiros retomavam sua presença na paisagem. No Portão Sul, vários soldados em trajes de batalha acompanhavam a inda e vinda dos transeuntes que atravessavam a entrada. Acima do portão, infinitas seteiras, ameias com balistas e catapultas. O portão em si consistia em uma porta dupla de madeira, reforçado com grossas barras de metal.

Ao cruzar a primeira muralha, logo se iniciava a caminhada sobre uma ponte de pedra com a largura suficiente para a passagem de duas carroças lado a lado, sem se encostarem. Embaixo da ponte, um fosso com águas escuras e acinzentadas circulava toda a cidade. Ao final da ponte, uma nova muralha, bem mais grossa que a anterior, dava as boas-vindas aos viajantes. Em sua estrutura, menos soldados eram vistos, seu portão era composto por grossas barras de metal elevando-se verticalmente.

Enfim a cidade. As ruas eram calçadas com paralelepípedos, havia muito poucas árvores entre um jardim e outro. Algumas floreiras de ervas apareciam aqui ou ali. Uma grande quantidade de neve acumulava-se pelas ruas, as casas eram todas de pedra com dois ou três andares, seus telhados escondidos na neve. As janelas eram altas e estreitas, lembrando seteiras, as paredes grossas e as portas robustas e reforçadas com ferro. Entre as residências erguiam-se algumas torres pequenas. Valetas escorriam uma água límpida através de frestas pelo chão, água de degelo.

Na população podiam ser vistos humanos e anões. De tempos em tempos alguma pequena tropa era vista cruzando as estradas em ronda.

Iarima esforçou-se para manter uma aparência indiferente. Tudo aquilo era fantástico! Seu coração curioso pulsou emocionado. Diferente de tudo o que vira no simples povoado em que vivera, Iarima sentiu uma incrível identificação com tudo que podia vislumbrar.'Será que nasci aqui? Será que isto tudo me é familiar?' Olhando cada rosto em busca de um reconhecimento milagroso, a garota seguiu o grupo tentando não denunciar seus pensamentos.

Os cinco viajantes tinham hoje uma agenda apertada. Artus e Edriên discutiram sobre qual mercado iriam primeiro, Iarima, Dário e Luna se contentaram em acompanhar os dois. Horas depois de Artus comprar tudo que gostaria e de Edriên discutir sobre os preços absurdos praticados, era hora de encontrar um alfaiate depois do almoço. O elfo fez questão de alugar as roupas de seus convidados para que se sentissem tão à vontade quanto ele na festa do dia seguinte.

Não foram poucos os protestos que Artus ouviu de Iarima e de Dário quando descobriram que teriam de experimentar roupas. Por fim, Iarima aquietou-se quando deixaram que ela escolhesse o que bem entendesse e concordaram que ela não teria de mostrar sua escolha até a festa em si. Dário se consolou com a ideia de poder deixar o elfo um pouco menos rico. Edriên quase não reclamou. Suas únicas exigências foram que não se despisse e que o alfaiate não o encostasse ao tirar medidas. O próprio pequeno segurou a fita métrica e disse a metragem onde era necessário.

A noite trouxe de volta o rigor do frio. Depois de um dia sem muitas emoções, finalmente encontraram uma estalagem tranquila, onde poderiam se recolher. Servir-se-iam para o jantar e depois descansariam a noite em um quarto alugado no segundo andar.

O Caneca de Prata era uma típica hospedaria da cidade, conhecida por seu bom assado de carneiro e os bons vinhos disponíveis. Os preços não eram dos mais baratos, mas era limpo e aconchegante.

— Ah! Sem dúvida um dia formidável! Este é o melhor guisado que já comi! Saborear um vinho desses é um prazer que pouco consigo descrever. Posso agora dormir em paz! — Edriên não se acanhou em demonstrar sua satisfação, além de, é claro, lembrar a Artus que desejava dormir e cabia a ele financiar seu quarto.

Artus propôs:

— Então, como já havia comentado com Dário, Iarima pode dormir em um quarto e, nós três, dividimos outro.

— Não! — gritou Iarima, causando um susto nos demais. Ela abaixou os olhos, sentindo o coração acelerar no peito. Em um tom mais baixo, emendou: — Não faz sentido se espremerem em um quarto enquanto eu...

Edriên soltou uma risada descarada. Que desculpa patética! Era óbvio que ela queria dormir com o elfo novamente. As palavras saíram atropeladas de sua boca:

— Ah! Não diga que tem medo de dormir sozinha? Acha que vão te sequestrar, é?

Iarima sentiu o rosto queimar, seus olhos embaçando com lágrimas que preferia morrer a deixá-las cair. Que diabos aquele nanico tinha que sua boca só era aberta para afrontá-la? Ela engasgou as palavras que pensou em dizer, aumentando sua frustração pela sua clara demonstração de fraqueza.

Claro! Agora o elfo finalmente entendeu por que a garota havia parado em seu quarto. Uma escrava fugida, ou algo do tipo, temia ser encontrada num momento inesperado. Sim, Edriên! Era exatamente isto que ela temia.

Artus viu naquele rosto a beleza que havia encontrado ao vê-la dormindo. Nenhuma altivez, nenhuma soberba. Apenas o grito mudo para que a salvassem do constrangimento de admitir o que todos não tinham mais dúvidas: ela precisava de ajuda!

— Se achar mais adequado — iniciou Artus em socorro à dama —, Edriên e Luna podem dividir o quarto com você. Desta forma os espaços estarão divididos igualmente, se és esta a tua preocupação.

Edriên não gostou da sugestão de dividir o quarto com Luna, mas percebeu que não tinha muita escolha. Na expressão de Iarima, percebeu que algo em suas palavras havia irritado a moça, mas não tinha ideia da profundidade do problema.

— Parece razoável — respondeu Iarima tentando vestir sua máscara de inatingibilidade novamente. Nada mais foi dito.

Apesar de não querer, Iarima olhou o elfo com uma ruga entre as sobrancelhas. Era óbvia sua relutância em dormir sozinha. Também era fato que ele havia a visto em seu quarto pela manhã. Outra pessoa entenderia que ela gostaria de dividir o quarto novamente com ele. Porém, ele não se ofereceu. Será que sua presença era desprezível a ele? Ou pior, será que ele percebeu a verdade? Que ela tinha pavor de dormir sozinha e ofereceu Edriên e não ele, apenas para protegê-la da exposição que o fato traria?

Iarima encontrou o olhar do elfo. Ele sorriu de forma discreta, não em divertimento, mas em solidariedade. Oh não! Ele sabia!

A jovem sentiu raiva por ser tão miseravelmente fraca e deixar isso transparecer desta forma ridícula. Quem o elfo pensava que era para invadir seus problemas assim! Ela poderia responder a Edriên tranquilamente sozinha. Ela diria que... Ela obviamente diria que... Ela não diria nada. Ela não tinha, como não teve, resposta alguma para a exposição de sua ferida.

Iarima olhou novamente para Artus. A expressão dele continuava a mais amena e tranquila do mundo. Ela percebeu, estranhamente, que não estava mais com raiva. Na verdade, um sentimento desconhecido para ela começou a surgir.

Com nenhum acontecimento novo, após a refeição cada um seguiu para seu respectivo quarto. No andar superior, os aposentos eram compostos por duas rústicas camas de madeira, cada uma encostada em uma parede. Entre as camas, uma pequena mesa redonda de madeira com uma pequena jarra de água e um copo. Apenas isso.

Edriên e Iarima sentaram-se cada um em uma cama. Tirando os sapatos, os dois se deitaram sem muito falar. Luna, por sua vez, deitou-se perto da mesa. O rapaz fitou Iarima e levantou uma das sobrancelhas. Ela correspondeu o olhar, esperando o que ele viria a falar. O pequeno abriu seu mais travesso sorriso:

— Você dorme de armadura?

— Você também, ao que parece — Iarima respondeu com um meio sorriso.

Edriên ficou em silêncio, estreitando os olhos. Cobriu-se na cama e virou-se para Iarima, com o mesmo sorriso anterior:

— Geralmente não durmo assim... Na verdade, estou com medo de você me agarrar.

A moça riu mostrando todos os dentes, fazendo soar, pela primeira vez, uma alegre e jovial risada.

— Oh, sim, senhor Edriên! — respondeu Iarima em meio ao riso. — Por favor, mantenha-se assim pois não sei se consigo resistir aos seus encantos!

Desta vez é Edriên que não segurou a gargalhada. Surpreso que a dama soubesse brincar, ele alegrou-se em finalmente conseguir mudar seu semblante. Luna também parecia se divertir. Em um salto, alcançou a cama do pequeno e lhe acertou com três lambidas molhadas.

— Ah! Sua loba idiota! Sai daqui! — gritou Edriên aos chutes com a loba que respondeu com latidos vitoriosos.

— É tão irresistível que mesmo vestido atrai as mais variadas fêmeas! — constata Iarima quase caindo da cama de tanto rir, a loba continuando seus avanços em lambidas contra o ladino.

Os jovens no quarto ao lado ouviam curiosos os latidos e risos. Dário estava alegre por Luna ter feito amigos, mas ainda se perguntava por que Artus havia dispensado a humana no jantar.

— Parece que estão se divertindo bastante, não? — iniciou a conversa Artus.

— Se barulho é sinônimo de diversão, a dama parece não ter se divertido em nada na última noite — comentou Dário incapaz de ignorar o pensamento.

Artus se surpreendeu com o ataque. Pensou em suas opções: se gabar de seus feitos (não feitos) na noite em que supostamente a única mulher do grupo se rendeu ao seu poder de sedução, ou dizer a verdade. O que ele queria ouvir? Ou melhor, por que isso incomodava o druida?

— Dário, uma mulher tem várias formas de expressar seu divertimento... Ora, como pareço didático agora! — Artus riu — Me perdoe, é claro que já sabes isso.

O druida respondeu com um meio sorriso, concordando com Artus. Não era bem a resposta que esperava, mas ele não era como Edriên que insistia no que queria ouvir. Como os risos já tinham se extinguido, os dois homens resolvem dormir, cada um com suas próprias questões sem resposta.


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Até o próximo capítulo! 

Tay.

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