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Capítulo 16: Pela estrada a fora

Ninguém ousava quebrar o silêncio. Artus, Dário, Edriên, Iarima, Luna e Tremblor seguiam há mais de uma hora em sentido norte de Tenbrenan pela estrada principal e há muito já haviam deixado o amontoado de casas que circundavam a cidade. Onde estavam ainda podiam vislumbrar os vastos espaços vazios cobertos pela neve que em outras estações estariam exibindo as plantações de alguma fazenda da região, além de uma ou outra moradia que beirava a estrada aqui e ali. O número de pessoas na estrada havia diminuído drasticamente. Naquele momento não havia ninguém além deles naquele cenário.

A estrada mantinha seus quatro metros de largura, mas o chão havia deixado de ser coberto com pedras há tempos, se resumindo apenas a terra batida. A neve se acumulava nas beiradas da estrada chegando aos seus sessenta centímetros de altura, mas a cor transparente da neve no topo mostrava que o amontoado havia sido mais alto, já tendo descongelado em parte. A estrada em si, àquele horário, era uma mistura de terra molhada e gelo, o que não era muito confortável para nenhum viajante.

As árvores naquele ponto da viagem eram figuras esqueléticas e tristes, esparsas e raras. Suas folhas as tinham abandonado no início do outono e agora, na estação gelada, exibiam seus troncos nus, seus galhos se esticando como enormes dedos magros e retorcidos tentando alcançar algo que só algum espírito antigo saberia. Apenas a neve emprestava alguma beleza à paisagem agourenta, brincando de se equilibrar em qualquer superfície que encontrava.

Dário exibia olhos brilhantes e o canto de seus lábios sutilmente curvados para cima. Trocar a selva de pedra pela floresta natural era o mesmo que ter seu fôlego renovado. Ainda não tinham chegado às áreas de bosque em si, mas o aumento do número de árvores ao redor da estrada mostrava que não demorariam tanto para chegarem lá.

Edriên não achava mais tão ruim ter divido sua montaria com Luna, apesar de que nunca admitiria isso, nem sob tortura. A grande barreira peluda à sua frente, fonte de abundante calor, fazia com que mal sentisse o frio cortante do vento. Suas mãos se perdiam apoiadas no pelo branco da loba e já estavam levemente molhadas de suor, não que isso a incomodasse. Antes assim do que os ossos doendo e latejando de frio. Vendo Dário novamente vestindo a enorme pele que lhe servia de agasalho, ela sorriu lembrando de tê-lo confundido com um urso quando o viu pela primeira vez. A leveza da lembrança não durou muito, pois, percebendo que havia esquecido por um segundo o desaforo que sofrera há pouco, voltou a fechar a cara.

— Então você é um druida? — Tremblor quebrou o silêncio acreditando que não havia testemunhas àquela altura.

— Você pergunta pela forma que eu me visto, ou por que converso com cavalos?

— Eu tinha minhas suspeitas, mas você saber o nome da égua definitivamente ajudou em minha conclusão. — Tremblor olhou mais uma vez ao redor e, confirmando não ter estranhos, tirou o desconfortável e pesado elmo. — Não, na verdade foi quando você mencionou alados. Nunca conheci alguém que reconhecesse a ascendência Teeren que não fosse um druida.

— Ah, isso. É, acho que conhecemos mais seres do que a maioria tem acesso...

— Quando vamos parar para comer? — interrompeu Edriên. Não estava disposta a perdoar Dário e aquela conversa a estava interessando mais do que gostaria.

— Nas bolsas ao seu lado tem frutas ou nozes, eu acho. Aí. — Iarima apontou para as bolsas presas às laterais do cavalo que Edriên montava.

— Distraias teu estômago, a refeição será apenas mais tarde — acrescentou Artus. Como experiente aventureiro que era, sabia que não era bom pararem no meio da viagem para comer. As refeições deveriam se resumir aos momentos em que parassem para acampar.

— Senhor Artus, sei que já deve ter isso em mente, mas apenas para minha tranquilidade mental, gostaria de pedir que se concentrasse em ouvir e ver o que nós outros não conseguimos — certificou-se Tremblor.

Edriên achou o pedido estranho, vindo de um meio-drow. Sendo parentes, drows e elfos compartilhavam de audição e visão muito superiores às dos humanos. Porém, visto que Tremblor não era puramente drow, era possível que o sangue misturado o tivesse feito menos habilidoso.

— Sem dúvida, nobre Tremblor. Agora que disse, peço que, por favor, não me distraiam. Preciso de total atenção para me dedicar à segurança dos senhores. — Crescendo em sua cela, empinando ainda mais seu esguio torso, Artus olhou à distância, atendendo à preciosa missão que lhe havia sido confiada.

— Dário, quando acredita que seria melhor sairmos da estrada? — Tremblor já tinha seus planos, mas sabia que nada melhor do que demonstrar interesse nas habilidades alheias para conquistar a simpatia de seu público.

— Temos ainda umas duas ou três horas de dia claro. Ao fim do dia já devemos ter alcançado o Bosque dos Cedros. Lá é o melhor lugar para adentrarmos a floresta.

— Entrar na floresta a noite? Não é melhor fazer isso de dia, enquanto conseguimos enxergar um lugar para acampar? — questionou Iarima.

— Você está viajando com um druida — Tremblor respondeu. Ao ouvir isso, Dário olhou para trás. O sorriso confiante que ele exibiu em resposta era, sem dúvida, uma novidade para seus companheiros.

Iarima levantou uma das sobrancelhas imaginando o que aquilo queria dizer. Sua última viagem com Dário não havia sido lá muito impressionante. Tremblor devia ter conhecido outro tipo de druida.

O caminho seguiu sem novidades e o passar do tempo foi acompanhado pela diminuição da luz e a queda de temperatura que confirmavam que as noites chegavam cedo no inverno. O aumento da velocidade do vento também era perceptível, o que fazia que o grupo cobrisse também seus rostos como podiam. A paisagem havia se transformado nas últimas horas. Era possível admirar árvores bem maiores acompanhando a estrada. Ainda ossudas, se apresentavam em quantidade bem maior, não havendo grandes áreas descampadas perceptíveis. Junto das magras senhoras, outras diferentes lhe faziam companhia. Essas mantinham suas folhas. Eram pinheiros altos, comportados e se apresentavam simetricamente cônicos. A inegável presença a ser notada, porém, era a dos cedros. Seus galhos se erguiam para todos os lados como os de suas parentes esqueléticas, mas mantinham suas folhas em formado de agulha, como seus irmãos pinheiros. A plateia de árvores que assistia o caminhar dos viajantes o fazia solenemente, todas vestidas do mais branco que a neve podia lhes trazer. Não havia vegetação rasteira visível, tudo estava coberto pela espessa manta branca e gelada.

Dário seguia determinado pela estrada sabendo que esta era a melhor cobertura para os rastros do grupo, as pegadas de outros passantes acabavam por servir de camuflagem. Não que tivessem tanto no que dissimular seus vestígios agora, já que, àquela altura, claramente havia muito menos pegadas no chão. Ainda assim, entre as opções, essa era a mais rápida e vantajosa.

A tarde já dizia seu adeus e Tremblor começou a questionar se havia sido sábio deixar por conta de Dário a escolha da rota. Haviam passado o desvio que pretendia entrar há tempos, mas Dário havia sido tão enfático quando perguntado que parecia saber o que estava fazendo. Mas agora, nos últimos raios de luz, sabia mesmo?

— Por aqui. — Dário tomou a frente, puxando as rédeas de Shakia.

— Não tem trilha nenhuma aqui. — Iarima, que seguia de perto a égua que levava Luna e Edriên, estranhou a escolha inconsistente.

Dário não pareceu preocupado. Saiu da estrada e invadiu a área das árvores.

— Não, não tem. Cuidado com os galhos das árvores.

— Aow! — O aviso foi um pouco tarde demais para Artus, sendo estapeado pelo galho que Iarima tirou de seu caminho.

— Você já percebeu que está vindo uma nevasca? Se você gosta de florestas a noite, tudo bem, mas quero registrar que seria bem melhor continuarmos na estrada e encontrar algum lugar civilizado para passar a noite.

— Dário, não duvido de seu bom julgamento, mas Edriên tem razão. Acredito que a nevasca pode ser um problema.

— Você está viajando com um druida, Tremblor. — Foi o que Dário se deu ao trabalho de responder. A faceta confiante que ele havia assumido começava a incomodar seus colegas. — Além do mais, a nevasca vai ser ótima para cobrir esse rastro gigantesco que vocês estão deixando.

Mais meia hora se passou e os viajantes desistiram de prosseguir montados. As árvores se mostravam mais próximas e com galhos mais baixos, além disso, precisavam parar para aliviar as necessidades naturais.

Alguns momentos breves são o suficiente para o grupo estar recomposto e pronto para continuar a viagem a pé. Já estava bem escuro e eles precisavam acender suas tochas para continuar o caminho. O único que não precisava se preocupar com isso era Artus, pois não tinha muita dificuldade em ajustar seus olhos élficos. Dário aproveitou o tempo que esperou os demais para alimentar os animais com um pouco das frutas secas e servir-lhes o restante da água disponível.

— Você acabou com a água! — Edriên já tinha esvaziado seu odre e contava com a água extra para sua sede futura.

Dário suspirou. Com uma de suas sobrancelhas levantadas e um dos cantos dos lábios repuxado, o druida desamarrou o odre que levava a cintura e entregou-o à garota.

Enquanto Iarima e Edriên ajustavam as pederneiras para acender os tecidos de suas luminárias, Tremblor aguardava, assistindo interessado a Dário escavando a neve no chão com os pés. Quando Dário se deu por satisfeito em sua busca, ele tirou do meio da neve um galho comprido e úmido, de uns oitenta centímetros de comprimento, pouco mais largo que três dedos juntos. Após rápida avaliação, ele forçou a lateral do galho contra sua perna direita, quebrando-o ao meio. Segurando cada pedaço de madeira em uma mão, Dário aproximou suas extremidades formando uma espécie de "v" invertido e trouxe as pontas que se tocavam próximo à sua boca.

Uma estranha claridade chamou a atenção dos que ainda não assistiam a cena. Ao olhar em direção da luz, a plateia viu dois tocos de madeira sendo soprados. Na ponta de ambos os pedaços, um brilho surgiu mais forte a cada novo sopro do druida, como brasas respondendo ao estímulo do vento. Para completar o inusitado quadro, a luz irradiada a partir das inesperadas tochas era de um tom verde florescente, capaz de banhar o que estivesse no raio de dez metros em uma cor sinistra, mas efetiva de luz. Satisfeito, o humano entregou uma das tochas druídicas para Tremblor.

'É, acho que druidas não são tão inúteis assim'. Compartilhando de um mesmo pensamento, Iarima e Edriên avaliaram a fraca luminosidade que as tochas normais acesas proporcionavam comparadas às tochas criadas por Dário. Num diálogo entre olhares, elas se decidiram por apagá-las e guardá-las para o momento que fossem de fato necessárias.

Artus se sentiu aliviado, de alguma forma aquele tipo de claridade não prejudicava sua visão a noite como a luz provinda do fogo fazia. Podia continuar mergulhado em sua missão de guardar seus amigos sem prejuízo as suas habilidades.

Tranquilos e animados pelos poderes recém-descobertos do amigo, lá se vão pelo Bosque dos Cedros adentro, revestidos e guiados pela curiosa abóboda esverdeada e radiante que os protegia da cegueira na escuridão. Mal sabiam eles que essa luz tinha um período limitado de duração e que, se fossem pegos pela nevasca fora de um abrigo, essas tochas não seriam lá de grande ajuda.

*******

E não é que Dário faz alguma coisa?! 

Não esquece a estrelinha, viu?

Até o próximo capítulo!

Tay.

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