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Segunda feira, Paola vai alegre toma o café da manhã na sala de jantar da Mansão , sua alegria vinha da esperança que seu tio soltasse para quem ela deixaria a herança ao menos alguma pista , não seria nada mal que ele dissesse que ela ficaria com toda a fortuna cheia de jóias e muito glamour.
Ela já se imaginava toda com garbo e elegância nas ilhas Maldivas , talvez garbo e elegância não sejam palavras usuais nesse mundo todo de meme e palavras pela metade nas redes sociais , mas Paola era leitora de livros clássicos desde a idade dos dez anos.
Paola nem sabia muito ler esses livros , mas seu tio lhe dava como presente e dizia que era cultura , a menina só fazia ler sem parar , só não gostou quando leu Madame Bovary aos doze anos de idade achou injusto a mocinha ter morrido no final por causa de dividas em excesso por que ela não fugiu dessa cidade e dava vim a esse sofrimento.
Ela senta na mesa , seu tio pede a governanta que traga o bolo de chocolate do dia.
O velho tinha essa mania de querer comer bolo todo dia , as sobrinhas lhe advertiram que isso poderia ocasionar numa futura diabete , ele nem ligava para seus conselhos queria era comer parece que tinha o mal da glutonaria instalado em seu ser.
Paola só de ver o bolo se imaginava gorda , ela não queria ficar espaçosa achava estranho.
Sua vida escolar foi repleta de apelidos ofensivos diziam lá vem a gorda , vixe vai comer tudo.
Ela se cansou de viver levando humilhação devido ao seu peso , entrou numa dieta e não engordou mais teve um tempo que até emagreceu demais seu namorado de adolescência advertiu que era perigoso , Paola deu de ombros na época.
Seu tio sorri para a sobrinha. Ela sorriu de volta , Paola o amava mas gostava também do seu dinheiro.
" Vamos velho diz logo com quem vai deixar essa herança , eu quero comprar aquela bolsa da Prada de 30 mil só me dar as jóias tio amado, eu gosto dele mas as vezes ele só fica com atenção pra minha irmã Polly que saco "
Paola tomava seu café puro a conta gotas e o cachorro Bilu latindo pela casa.
" Esse cachorro late demais , qualquer dia jogo ele no Mar sem dó nem piedade , mas é maldade fazer isso mas também ele late demais "
—Paola vou passar uns dias na casa de veraneio em Fortaleza pode cuidar do cachorro Bilu ?
—Não posso tio , vou entrar num curso de teatro , já que o senhor não diz quem vai ficar com a herança tenho que fazer meu pé de meia. — Ela diz num tom seco como se as palavras fossem armas jogadas ao vento.
Leonardo sentiu o amargo de suas palavras, mas não ia dizer tão cedo para quem deixaria a herança, era um segredo que gostava de fazer.
Suspirou nervoso, Rosana entra com o bolo.
—Rosana vou viajar por uns dias , cuide da cachorra.
—Sim senhor , deseja mais alguma coisa ? — a governanta pergunta amorosamente , seu salário era alto isso lhe trazia uma alegria extrema e uma afeição pelo patrão descomunal mas ela o achava meio bobão em certas situações mas preferia ficar omisso em relação a isso, afinal obedece quem tem juízo e a fila do desemprego estava imensa no Rio de Janeiro.
Leonardo dispensou a governanta, Paola se levanta excitada até a fome lhe esvaiu.
—Sobrinha querida , comeu pouco.
—Sim titio me deu pouca fome com licença.
Paola sobe as escadas , mas antes o cachorro late para ela , a jovem grita e o cachorro sai correndo amendrotado.
Ela entra em seu quarto, Michel estava arrumado para ir para a empresa , seu terno cinza estava bem passado por sinal , a empregada Leticia passava a peça de roupa com muita precisão , ela achava Michel lindo mas sabia que ele era casado então carta fora do baralho.
Só lhe contentava Hardin , mas o jovem ficava com todas seu senso de moralidade era raso ou quase nenhum.
—O meu tio é um idiota.
—Amor se acalme chega sua face tá vermelha. — Ele ri.
—Não começa Michel.
—Está nervosa , vá fazer compras.
—Vou mesmo , talvez eu chame a Rubi.
—Seu tio falou sobre a herança.
—Nada aquele babaca fica fazendo mistério como num livro de suspense que nojo disso , eu não quero ficar pobre seria meu fim.
—Por que você tem medo disso ?
—Sei lá , eu só me lembro de uma aluna que era bolsista no colégio os alunos faziam escracho com a pobre de todo jeito me deu gatilho.
Michel abraça a esposa. Ela lhe abraça forte.
—Já vou amor.
—Espera não vai nem toma café da manhã?
—A Fifi disse que teria reunião cedo.
—Essa sua secretária é muito eficiente, não tô gostando disso.
—Nem vem já é a décima secretária que tenho por causa do teu ciúme.
—Elas ficam dando em cima de ti.
Paola se deita na cama , o esposo lhe beija e sai.
Ela fica fitando o teto pensativa.
Já pensou se eu fico com essa herança mandava essa cachorra para bem longe.
A jovem pegou cisma com a cachorra que só vendo.
***
Michel entra na Empresa Toque de Midas , um local bem imenso e bem bonito por sinal , o negócio pertencia a Leonardo De La Vega tio de Paola.
Ele era diretor de marketing a bastante tempo , um cargo bem respeitado e com um salário bem generoso.
Ao adentrar na recepção Fifi diz que a reunião foi remarcada para tarde pois um dos acionistas ia assistir o programa Mais você , Michel riu da justificativa mas acionista as vezes tinha suas peculiaridades.
Uma vez um acionista queria uma festa de aniversário na empresa , todos queriam barrar essa loucura mas Michel fez a festa, o acionista lhe deu dez mil reais por fora em virtude de sua bondade.
Na verdade Michel queria a festa para comer os salgados pois sua esposa inventou de fazer dieta de carboidrato e levou o esposo nessa maluquice.
Ele vai para sua sala , liga o ar condicionado depois abre o computador e vê a foto de sua esposa na tela sorri bobo olhando a foto.
" Meu amor pra vida toda , pena que é ambiciosa demais "
De repente seu celular toca ele toma um susto era sua mãe Malu.
—Mãe quem mandou ligar ?
—Escuta menino , eu lá preciso de permissão quando vem deixar o cheque do mês aqui na favela.
—Vou logo , e não ligue pra mansão a Paola não sabe que tenho mãe pobre.
—Ainda esconde isso dela rapaz isso vai dá merda.
—Eu resolvo isso mãe.
—Tá bem Michel , venha logo filho.
—Pode deixar.
Ele desliga o celular, Fifi entra com seu café e bolacha e nota o chefe excitado com a testa suando.
—Chefe o senhor tá bem ? — Ela franze a testa.
—Estou Fifi. — Ele sorri.
Fifi fica nervosa com seu sorriso.
Ela deixa a sala rápido , quando vai se sentar em sua mesa pensa no sorriso do chefe.
Fica aguniada.
Sua colega de trabalho ri de sua cara.
—Mulher viu fantasma ?
—Marilda o Michel sorriu pra mim.
—Valha Fifi tu é louca. O homem é casado.
—Eu sei , ele é bonito mexe com minha cabeça toda.
—Vai fazer terapia.
—Não tenho tempo nem dinheiro pra isso , quando quero ficar calma vou pro samba na Lapa ainda pego um gatinho.
—Tu ? Aquele feioso daquele dia não tinha nada de gatinho e ainda ficava sorrindo demais achei forçado.
—Deixa o pobre , ele tinha levado um fora mulher aí fui consola , mas não gostei do seu beijo parecia exagerado.
***
Paola se encontra com Rubi em frente ao shopping Leblon , o local era bem frequentado mas do lado de fora tinha uns passa bolsa os ladrões ficavam a espreita.
O Rio de Janeiro continua perigoso.
—Amiga vamos entrar logo no shopping. — Paola puxava Rubi pela mão que ria do gesto exagerado da amiga.
—Calma menina.
As duas foram tomar café na Lore Expresso , uma cafeteria nova que surgiu no shopping, o café era bem feito assim como os salgados.
Paola não ligou se ia engordar para tirar o estresse só comendo mesmo.
Elas conversam sobre o novo desfile que teve em Itália , iam comprar alguma peça da coleção.
Paola gostava de comprar coisa chique, se ficasse pobre ia ter que comprar roupa de liquidação e ainda ia pedir desconto que pesadelo.
Rubi notou a beleza do atendente do local , ele sorria para ela várias vezes quase um flerte.
Ela ficou lisonjeada com isso mas não trairia o marido por uma aventura.
—Rubi o atendente ficou na tua.
—Ai amiga eu vi , pena que é pobre.
—Num é , no máximo ia te levar pra Lapa.
As duas riem, havia um pouco de preconceito social arraigado nessas duas, mas era algo escondido afinal ser rico tem suas obrigações sociais pelo meio.
Não poderiam sair numa coluna social de algum jornal se mostrasse essa face de preconceito era inadmissível uma atitude dessa na irmandade de caridade.
Paola chega na Mansão abarrotada de sacolas , a empregada Leticia lhe ajuda a levar até o quarto, ela dá um vestido que usou só uma vez para Leticia.
—Obrigada patroa. — Leticia contempla o vestido com alegria.
—Imagina ,agora fica de olho nas fofocas da mansão.
—Eu tenho uma , acho que Polly gosta do filho da Rosana aquele Hardin é um safado.
—Eu já sabia disso , minha irmã sempre teve apelo pra pobreza.
—Sua irmã Polly é legal.
—Leticia eu tenho minhas dúvidas.
A empregada sai com o vestido, Paola descansa na cama.
De repente ela escuta zoada no corredor vai ver o que era essa algazarra viu Polly brincando com o cachorro Bilu.
—Valha virou baba de cachorro agora ?
—Paola larga meu anjo mulher.
—Polly eu sei que faz isso pra ganhar mais afeição com nosso tio.
—Pense o que quiser sua chumbada.
—Sai daí namorada de pobre.
Polly sai com o cachorro em silêncio para outro canto.
Paola ri de sua irmã.
Essa minha irmã não me engana.
***
Vem a noite , Paola e Michel jantam juntos sem Polly que alegou mal estar.
Na verdade ela queria sair escondido com Hardin se sua irmã soubesse ia ficar soltando piada.
Hardin vai até a cozinha e avisa a mãe que precisa de cinquenta reais para ir numa festa.
Rosana faz cara feia mas da para o filho.
—Cuidado com a Polly garoto.
Ele fica pálido.
—Como sabe que ela vai comigo ?
—Menino bobo , sou governanta dessa casa se liga.
—Ta bom , mãe.
Hardin e Polly saem escondidos.
Paola escuta zoada de carro e vai correndo na janela e vê a irmã com Hardin dentro do carro.
" Meu tio não pode deixar a herança com essa menina vai acabar se casando com esse Hardin pobre , bonito porém pobre "
Mal sabe ela que Michel vem de uma família pobre. Isso vai ter treta.
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