Capítulo-2: Kalantir
Em meio ao imenso deserto de kalantir, quase abandonada pelo vazio e o tempo, havia uma pequena cidade, cujo o céu escuro repleto de ventos sombrios paraiva sob ela. Casas feitas de pedra e barro, como as de uma cidade costeira. Cidadões caminhavam para um lado e para o outro em busca de seus afazeres.
Dentro de uma velha taverna, um grupo de quatro homens truculentos bebiam e riam em nome de seus feitos.
O maior e mais forte deles, sendo o líder, dois irmãos gêmeos e um, um pouco mais esguio que os demais.
- Não vejo a hora de gastarmos todo esse ouro rapazes, aqueles soldados não estavam esperando um ataque surpresa, hahaha. - Disse o líder se gabando enquanto todos concordavam.
- Eles não esperavam por um ataque surpresa daquele jeito, hehehe. - Concluiu um dos irmãos.
- Agora oque faremos com o dinheiro chefe? - Indagou o mais esguio.
- Ora, vamos gastar e depois ir pegar mais, deve haver alguns fracos aqui nesta cidade que podem nos dar seus bens sem nenhum problema, nada que uma faca ou uma espada não resolvam.
Após dizer tais palavras, uma sombra se levantou por de trás da porta de entrada da taverna, e uma mão enfaixada por panos negros, a empurrou lentamente. E por longos passos, uma figura caminhou sob a madeira rangente. E seu caminhar pode ser ouvido primeiramente pelas outras pessoas ali no local, que de imediato se conteram em seus lugares, o dono do estabelecimento deu alguns passos ainda mais para trás do balcão.
Até que os sons chegaram aos ouvidos dos quatro, que estavam em uma mesa no canto. E ao olharem, se depararam com uma figura de um homem encapuzado, de máscara de pano e capa, tudo de preto, carregando consigo um arco e flecha, e uma espada nas costas.
Os dois irmãos e o magrelo, ficaram apavorados ao ver aquela presença.
Já o líder, engoliu o pouco de saliva que tinha, seco.
Mas em tom de deboche, começou a falar.
- Hum, hum, hum, veio aqui para celebrar conosco em meio a nossa grande vitória? Hahaha.
- Eu vim para levar vocês até a guarda real de Kah-rim. Mas a questão é, vocês não precisam estar vivos para começar!... - Retrucou o homem misterioso.
- Chefe, este é Ka, Ka, Kai Kairon... - Informou um dos irmãos com medo em sua voz.
- Eu sei quem ele é idiota!... - Retrucou dando um bronca - O homem que foi ao sub-mundo de fogo e voltou... O caçador do Norte... A lenda viva...
- Vocês mataram dois soldados inocentes em uma emboscada não muito longe daqui, roubaram e assassiram vários homens, mulheres e crianças ao longo de cinco povoados... ou vocês vão comigo por bem, ou sem vida.
- Aaaa - Retrucou em tom insolente - mas nós não vamos precisar ir sem vida não é mesmo? Até porque... O único que vai sair daqui morto vai ser você! Peguem ele rapazes! - Ordenou gritando.
Os três se levantaram de suas cadeiras partindo em direção ao caçador, o mais esguio sacou sua espada e tentou lhe golpear de cima para baixo, mas sendo mais rápido, ele desviou do ataque do bandido e deu-lhe um soco de direita tão poderoso que fez sua cabeça quebrar a madeira do piso ao bater no chão.
Logo em seguida os dois irmãos tentaram lhe fazer uma investida, mas Kairon desviou dos ataques de ambos e contra atacou dando socos em suas barrigas e rostos, e ao ver que um deles sacou uma faca para lhe matar, o caçador foi mais esperto e chutou a mão do ladrão que estava com a mão no cabo, segurando a lâmina para baixo, fazendo-a voltar direto em sua coxa. Os gritos de dor foram intensos, e ao se virar para o outro irmão, o caçador deu-lhe um chute no peito, fazendo-o bater as costas no balcão, sacou seu arco e pegou uma flecha e os arpetou contra o tórax do adversário enquanto puxava a flecha ao mesmo tempo que o inimigo tentava empurrar o seu braço e alcançar o outro, mas então Kairon soltou, e a flecha atravessou o corpo do segundo irmão com tanta violência, que ficou fincada na madeira da estante de bebidas atrás do balcão. Ao se virar para os outros novamente, o mais magro tentou golpea-lo novamente, mas com seu arco que estava na mão esquerda, ele rebateu o ataque, jogando a espada para ao lado. Aproveitando que abriu a guarda do inimigo, sacou a sua rapidamente com a outra mão e o acertou do ombro até a barriga, e novamente até o pescoço, gerando cortes tão profundos que nada parava os sangramentos.
O último dos irmãos vivo, saiu dando vários golpes de faca como um louco, mas Kairon possuía ótimos reflexos, e ao desviar de todos, segurou o braço armado e o quebrou, fazendo a faca cair no chão, e em seguida cortou-lhe a cabeça.
Ao ver que havia sobrado apenas ele, o líder tentou se levantar para partir para cima de Kairon, mas o caçador sendo mais rápido, arrancou-lhe os dois braços, e o pos novamente sentado em sua cadeira.
Colocando a mão em seu pescoço, Kairon perguntou ao líder ainda vivo.
- Quero que olhe para mim e veja as almas daqueles que você tirou a vida, tirando a sua!
Lentamente, o caçador foi fincando a sua espada no peito do bandido, enquanto ele se debatia e tentava gritar de dor ao mesmo tempo que era sufocado.
Assim que a lâmina quase atravessou tudo, ainda com um pingo de vida, Kairon o eliminou quebrando o pescoço.
Após o ocorrido, ele levou somente o corpo do líder consigo, e o pos em seu cavalo e por alguns minutos, caminhou até a capital do deserto, Kah-rim.
Ao chegar lá, entregou o cadáver, mostrando o cartas de procurando aos soldados do local, e pegou um saco de moedas de ouro como recompensa.
Já por volta das quatro da tarde, quando o céu do deserto ficava mais alaranjado, ele estava observando a cidade antes de partir, com seus pensamentos mais obscuros, profundos e sombrios pairando em sua mente como o vento daquele fim de dia.
Eis que um dos guardas da cidade, usando uma lança, placas de armadura e panos na cabeça e rosto, se aproximou e lhe disse.
- Preciso que venha comigo, o regente da cidade quer falar com você, é de grande importância.
Já sabendo quem era o regente e já conhecendo a cidade, Kairon apenas seguiu o soldado.
Pouco tempo mais tarde, chegaram à uma casa de dois andares, com um teto em formato de cúpula.
Dentro dela, já na entrada, havia uma grande sala repleta de movies de madeira e tapetes. O caçador foi recebido por um homem coberto de mantos azuis, que ordenou que o guarda esperasse lá fora.
- Kaaaiiiron! - Estendeu-se o cumprimentando - a quanto tempo? sua fama o precede, mesmo sendo daqui.
- Não sou desta região, mas já estou aqui a bastante tempo para ter a minha reputação... e palavras geralmente voam mais rápido que os ventos!.
- Sim, de fato voam sim!... E algumas vezes elas são alarmantes, por isso mandei que o chamassem e lhe trouxessem aqui.
- Oque você quer que eu faça?
- A algumas semanas, começaram a surgir rumores vindos do leste, não muito longe daqui, de que moradores das montanhas estariam sendo atacados.
- Por quem? Bandidos? É só oque eu encontrei por aqui em grande maioria das vezes.
- Não... oque está atacando o povo de Kalantir, não são bandidos Kairon... São os mortos...
Um expressão de seriedade tomou conta do rosto do caçador. E o regente continuou.
- Dizem que seres cadavéricos estão se levantando do chão e caminhando pelo deserto, atacando vilarejos e povoados, mas não levam ouro, itens ou pessoas.
- Por que não estão procurando por isto.
- Como assim?
- Eu já tinha ouvido falar de lendas sobre tais criaturas em um passado à muito distante, mas nunca se quer vi nenhum deles. Quantos eram?
- Cerca de quinze pelo oque eu soube.
- Preciso ir imediatamente ao último lugar onde foram vistos pela última vez.
- Na passagem de Arkanarth, nas montanhas, vá, e acabe com eles, irei lhe recompensar assim que voltar.
- Não se preocupe com isso, vou acabar com todos eles e retornarei. Cuide do meu cavalo até lá.
O caçador deixou a casa e partiu rumo a Arkanarth, a passagem em cima das montanhas.
No caminho, passando em meio ao mar de dunas com o sol sob suas costas e sua capa ao vento, dois dragões da terra emergiram atrás dele, serpentes draconicas com dezenas de metros, disputando território, balançando a areia com ondas no mar, mas a distância entre os três era grande, e nada afetou o caçador.
Assim que chegou no local, se deparou com uma vila toda destruída, fogo ardente queimava alto, saindo de algumas casas e de corpos no chão.
Então caminhou a passos firmes, observando cada canto e extremamente atento, ouvindo nada além do estalo das chamas. Eis que de trás do fogo e da fumaça, criaturas esqueliticas de olhos flamenjantes e ossos negros, apareceram caminhando, trajando partes de armaduras, e empunhando espadas e escudos. Não demorou muito até que correram na direção de Kairon para atacá-lo, e o caçador por sua vez sacou o seu arco e começou a disparar contra eles, com extrema habilidade, mas isto não os parou, e sem pensar duas vezes guardou-lhe o arco novamente e sacou a espada, e em um combate arriscado, ele brandiu sua arma com as espadas velhas e retorcidas das criaturas, com poderosos golpes acertados nos ossos, Kairon conseguia matar diversas delas, mas mais foram aparecendo, até somar o total de quinze, e sozinho demonstrando uma habilidade em combate de espada excepcional, o caçador partiu, quebrou, empalou, arrancou e retalhou os corpos de seus adversários, porém sofreu alguns leves arranhões e ferimentos, e o seu arco foi quebrado quando um deles tentou lhe puxar pelas costas.
Após o fim da batalha, ele se recuperou e por vários minutos andou em meio aos escombros possíveis tentando buscar sobreviventes e achar pistas do porque aquelas criaturas estavam ali, mas nada foi encontrado.
Eis que já desistindo de sua busca e indo retornar à Kah-rim, Kairon avistou um falcão peregrino marrom, pousado em cima de uma velha cerca de madeira destruída.
Nada ali era novidade para ele, pois já sabia muito do que aquilo se tratava.
Na pata do animal havia um pequeno pedaço de papel enrolando como um pergaminho. Ao pega-ló e lê-lo, o caçador retornou de imediato para a cidade, notificou ao regente se que havia eliminado todas as ameaças, pegpu seu corcel e partiu rumo ao leste, passando pelo reino de Venorion, indo em direção à torre de Anglerion.
Levou semanas até que ele finalmente chegou, e no alto da torre, dentro uma sala feita de pedra negra, iluminada por dezenas de velas, pairando sob um símbolo mágico semelhante à um pentagrama distorcido no meio dela, estava o mago mestre, de pernas cruzadas, meditando a quarenta centímetros do chão.
- Você não deveria estar tentando dominar a gravidade, é um poder de risco muito alto. - Disse Kairon emergindo das sombras vindo da porta na entrada da sala.
- Não estou tentando dominá-la, estou tentando entendê-la, meditando e adquirindo o seu conhecimento, e assim, alcançar o seu completo potencial. - Respondeu o mago com calma e firmeza.
- Oque descobriu sobre aquelas criaturas Guerion?
O mago mestre naquele instante parou de meditar e se pôs de pé, e enquanto tirou a luz de todas as velas e jogou o seu fogo combinado na clareira, ele disse.
- Somente incertezas, tudo oque temos até agora são dúvidas, nada confirmado.
- E como você soube que eu estava indo atrás deles?
- Eu sou o protetor deste mundo, sei de quase tudo, e muitas vezes ao longos de todos esses anos, você era quem estava envolvido. E eu tenho olhos e ouvidos em todos os lugares, meus falcões são minha maior vantagem.
O caçador caminhou até a mesa onde Guerion havia deixado dezenas de livros, pergaminhos e anotações antigas amostra.
- Certo, e qual é a origem desses mortos e quem está os acordando?
- Tudo começa a muitas eras atrás, e temo que seja algo pior do que está por vir.
- Conte-me tudo!
Após uma longa conversa, onde Guerion contou a Kairon tudo sobre a história da guerra dos Deuses, e de forma nunca antes tão bem detalhada. O caçador comentou.
- Eu já tinha ouvido essa história antes, mas apenas de forma mais curta, os outros detalhes que você mencionou, revelam muito mais coisas que antes não haviam sido reveladas.
- De fato!...
- Porque nunca não me contaram tudo antes?
- Por que além do conhecimento total da história ter ido se perdendo ao longo das eras, oque se sabia sobre ela passou a ser desnecessário, e então os poucos que sabiam, se esqueceram ou morreram, e os que ainda estão caminhando por essa terra, o abandonaram.
Por isso precisei lhe contar todos os detalhes, pois qualquer informação pode ser útil a partir de agora.
- Por que agora?
- Na ausência do senhor do abismo, os seus servos que estavam todo esse tempo à espreita, aguardando o momento oportuno, para começaram a agir, muitos deles passaram a serem vistos nos arredores de reinos e vilas do Oeste. Notícias e rumores se espalharam até chegaram aos meus ouvidos! - Afirmou Guerion.
- Onde estão os outros menbros da ordem?
- Estão todos a léguas de distância, cuidando dos problemas e assuntos de seus outros reinos.
- Não podemos esperar então, para onde devo ir, e oque fazer?
- Kairon, preciso que parta rumo ao Oeste imediatamente, para as redondezas do reino de Nar-dúrian, rumores dizem que Urturians foram vistos andando pelos campos e florestas - Pediu o mago com sua voz grave ecoando de seu elmo dourado.
- Está bem, já tenho alguém que estou caçando que foi rumo à aquela região.
- Ótimo, mas você não irá sozinho, vá para Merian depois de seu serviço e procure pelo Minotauro chamado Orus. Eu o encarreguei de lhe ajudar, caso tudo isso seja o que temo, devemos estar sempre um passo adiante, irei falar com o resto da ordem o mais rápido possível, e iremos para o reino de Angarath, em seguida, o encontrarei na taverna do Dragão Branco, onde lhe confirmarei se isto é apenas uma falsa calamidade, ou se estamos diante de algo pior.
- Você sabe que trabalho sozinho! - reclamou o caçador.
- Mas desta vez não, você não pode fazer isto sozinho, se isso for o que eu estou pensando, pode ser muito perigoso, você é o maior caçador que há neste mundo, mas não é imortal. Encontre-se com o Orus, e me esperem, irei me juntar a vocês logo em seguida.
Ao ouvir as falas de Guerion, Kairon pensou um pouco e decidiu:
- Está bem, irei até lá agora mesmo, mas ainda não concordo totalmente com isso e espero que não seja nada.
- Eu também!
Então o caçador montou em seu cavalo e partiu para cumprir sua tarefa.
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