Capítulo- 19: A ordem dos magos
Mais tarde, o casal foi para os seus aposentos, Kairon deitou-se na cama escorando suas costas sob o travesseiro na cabeceira, e Verina deitou sua cabeça sob seus ombros e colocou a mão em seu peito.
- Agora que a missão está concluída, devo retornar para o meu povo, e fazer o enterro de meu pai!...
- Faremos isso, tenho certeza que o rei deve estar aguardando o seu retorno enquanto guarda o corpo dele.
- Irei queimá-lo nos montes brancos, onde ele ia com a minha mãe quando estavam se conhecendo, após sua morte, ele a velou lá, e sempre ia comigo levar flores de prata até o túmulo... e mesmo após vários anos, ele nunca deixou de amá-la. E agora, mesmo depois da morte, eles ainda continuaram juntos em meio aos campos dourados.
- Um lugar onde espero que todas as pessoas boas que conhecemos estejam.
- Eu também!... Lembro-me quando era pequena, eu corria através das ruas do meu reino, brincando de me esconder.
- Corria das outras crianças?
- Não, do meu pai.
Os dois riram de forma singela.
- Minha mãe queria que eu comesse os legumes quando fazia, porém nunca gostei, e então quando podia saia correndo e meu tinha que vir atrás de mim porque ela não conseguia me alcançar.
- E oque ele fazia quando te alcançava?
- Me pegava pelo braços, me punha nos ombros e me carregava para casa e minha mãe, quando me via, ficava furiosa. Depois de anos, passamos à rir dessas histórias... meus pais eram especiais, se preocupavam comigo e cuidavam de mim, eles... me amavam...
- Vejo que teve bons pais...
- Enquanto aos seus?
- Os meus? Bom, meu pai era general em Nar-dúrian e minha mãe foi uma camponesa que ele conheceu no deserto de Kalantir e que de algum modo ganhou o coração dele. Quando ela engravidou de mim, eles foram para a vila onde ela nasceu para que os meus avós por parte de mãe pudessem me ver, já que os por parte de meu pai já haviam morrido à muito tempo.
- E oque aconteceu? Com eles?
- Os dois já morreram à muito tempo, antes mesmo que vissem a minha filha, eu vive a juventude viajando o mundo e cada vez mais para mim os anos que eu passava fora, pareciam um piscar de olhos para mim... mas infelizmente muito tempo para eles, e quando eles se foram, para mim foi como quando um pai vê que seu filho já cresceu e está indo embora... passou rápido demais... - Disse com seriedade.
- Sinto muito que tenha sido assim.
- Eu também...
- Oque deve se seguir agora que chegamos até aqui? - Indagou a Elfa.
- Iremos esperar, e se não for mais preciso, retornaremos para casa e os magos cuidaram do resto.
- A qual casa se refere?
- A uma onde poderemos morar.
- Elria irá conosco? Podemos cuidar dela.
- Ela está onde deveria estar, está segura aqui, mas poderá nos visitar com o Guerion sempre que puder.
- Nossos inimigos não desistiram enquanto não conseguirem o que querem.
- Não... e nem nós também, enquanto precisarem de nós, estaremos lá, até que tudo chegue ao fim.
- Me pergunto se foi o acaso ou destino dos Deuses que nos colocaram neste caminho e fez com que nos conhecêssemos... - Disse Verina ao se levantar, olhando nos olhos dele, pois naquele instante ela havia começado à pensar sobre a visão que havia tido sobre Kairon.
O caçador por sua vez, começa a se questionar se tudo aquilo é mesmo o acaso, ou se os deuses estão o usando como peça em um jogo de xadrez.
- Não sabemos... - Disse o caçador com uma expressão de dúvida em seu rosto - Verina, tenho perguntas, perguntas que precisam de respostas. - E se levantou lentamente da cama, junto de Verina.
- Oque foi?
- Está tudo bem, irei até a parte mais alta da torre, lá encontrarei as respostas... - Disse colocando a mão sob o rosto dela e olhando-a nos olhos - Confie em mim. - E então deu-lhe um beijo longo em seus lábios.
- Eu confio... Irei ver como Orus e Elria estão, agora vá.
Os dois partiram em direções opostas no corredor em frente ao quarto, Verina andou conforme o corredor fazia curva e desceu a escadaria à esquerda, e Kairon seguiu virando a primeira escadaria à direita, subindo de um lado para o outro até que ao subir dois andares, se deparou com Draugner, que estava afiando seu machado.
O anão o encarou e perguntou.
- Indo à algum lugar?
- Para o alto da torre, venha comigo!
- Vamos lá! - Disse se levantando, carregando sua arma.
Os dois continuaram o caminho, subindo vários lances de escadas de todos os tipos, passando por várias salas e salões, até chegarem ao topo, onde haviam quatro pedras em formatos obtusângulos, cada uma esculpida de pé em cada um dos quatro extremos da torre. Ali havia uma pequena pirâmide escura no meio daquele vasto lugar.
- Espera aqui! - Ordenou Kairon à Draugner.
O guerreiro caminhou mais frente, com seus cabelos sob o vento e seu rosto sentindo o frio da noite, ele chegou próximo à beirada, e diante dele estava uma lua enorme em toda a sua resplandecência, brilhando como um estrela diante de seus olhos, era quase como se pudesse estender sua mão para pegá-la.
E então diante de seus olhos, raios de luz emanavam da lua, um atrás do outro, como se fizessem uma trilha que desfazia, fazendo curvas como se estivessem dançando. Kairon se virou para sua direita, e à sua frente, vinda de feixes de luz semelhantes, a Deusa da lua Irioen apareceu diante dele.
Draugner havia ficado maravilhado, pois era dentre todas a mais alta das mulheres. Não só por ser até bem maior que Orus, mas pela beleza a qual nenhuma mortal jamais tivera ou um dia terá. Os fios de seus longos cabelos negros pairavam dançando suavemente sob o ar, sua pele era pálida como a lua, brilhando como pérolas de prata, seus olhos possuíam a mistura de duas tonalidades, negros como a noite, e azul escuro como o céu mais estrelado, seu rosto angélico de aparência tão bela que era quase indescritível, e um longo vestido preto, com pequenos cristais, que o faziam lembrar do céu sombrio e seus astros, e em sua mão esquerda, portava um anal de diamante, entrelaçado, coroado com flores de cristal branco.
O anão imediatamente removeu seu capacete e curvou-se para ela, e disse.
- Minha senhora...
- Olá Draugner, filho de Ôlthror. - O cumprimentou, com o som de suave de sua voz suave e sabia.
Em seguida, ela se virou para Kairon.
- Irioen... - Disse o caçador curvando a cabeça em respeito à ela.
A Deusa, por sua vez, inclinou-se também, pois compartilhava pelo Erdariano o mesmo respeito que ele tinha por ela.
- Fico contente em vê-lo novamente Nêadör, pois a muito queria lhe falar. - Disse Irioen.
- Sinto o mesmo, e agora mais do que nunca, tenho perguntas e anseio por respostas!
- Sei que em seu coração e mente, agora há dúvidas, dúvidas sobre sua missão, sobre seu caminho percorrido e o que pode percorrer... Porém não tema meu caro Erdariano, os outros Deuses nada decidiram de intervir ou reger algum destino à esta terra. Há muito este poder foi deixado aos mortais, e somente a vós poderes governar.
- Os poderes que restarem ou são poucos, ou são usados para o mau, ou já estão à muito esquecidos no tempo.
- Eu disse ao mago mestre para que o chamasse, pois já era a hora, o único que restou foi você, e caso Guerion não cumpra sua missão, será necessário que um Erdariano empunhe a espada capaz de parar um Deus e use-a contra ele, o matando de vez!
- Então foi o acaso que me trouxe até aqui? E não um destino traçado?
- Seu destino já é o acaso, Kairon. Cadê escolha tomada e consequência de suas decisões, vindas do acaso, são o que geram o teu destino. O mundo está abandonado pelos Deuses, eles não podem e não iram mais intervir, cabe somente a vocês, enfrentar toda a calamidade que está por vir!...
- Sendo assim estamos fadados à destruição. Anões, homens e elfos, estão desunidos, brigam uns contra os outros e quando necessário não se arriscam para ajudar, não estão dispostos à lutar juntos contra um mal que pode destruir a todos, e os magos sozinhos não dão conta.
- Existe aquele que pode uni-los... - Disse Irioen olhando diretamente para ele.
- Esse alguém já não existe mais... - Respondeu o caçador abaixando a cabeça.
- Eu conhecia alguém que era exatamente assim - Disse colocando a mão sobre o ombro de Kairon - ,não tinha mais esperanças, não se importava mais com os outros mesmo após os ajudar e que em uma situação como esta, certamente veria o mundo se destruir.
Mas senti que você mudou, e retornou à ser o homem que era, você uniu seis seres e trabalharam juntos e derrotaram seus desafios até aqui. Você só precisa ir até os outros reinos, e mostrá-los isto, e então convencê-los e eles iram te seguir!...
- A questão é que eu não acho que seja digno ou esteja pronto.
- A humildade e paciência é a força mais poderosa daqueles que lideram com bondade, coragem e sabedoria. Não se deixe abalar pelos desafios do mundo, pois a questão não é deles virem até você, mas como você irá lidar com eles na prática. Seja sábio Kairon, paciente, bondoso, e justo, sem esperar ou obrigar isto dos outros, e veja o seu exemplo te tornar o líder que você está destinado à ser!...
- E se o mau for maior do que nós?
- Sempre haverá o mau, a existência dele não lhe dá motivo para desistir de tudo e agir igual, esperando que assim ele acabe, pois irá apenas só se multiplicar.
E foi naquele exato momento, que Kairon, entendeu seu propósito e que não desistiria de sua responsabilidade enquanto o mau ainda existisse, pois um líder nunca abandona aqueles que precisam, e tão pouco deixa de se colocar em perigo para salvá-los.
E com sua mão sob o antebraço dela, ele lhe disse.
- Obrigado Irioen!
E com um sorriso em seu rosto, ela respondeu.
- Nos veremos novamente mais uma vez Nêadör, até lá, lhe desejo toda sorte do mundo, e que as bênçãos dos deuses, elfos, anões e homens o acompanhem, último dos Erdarianos, filho de semi-deuses...
E com estas últimas palavras, a Deusa da lua desapareceu através dos feixes de luz novamente.
Kairon volta e ao se aproximar de Draugner, perguntou à ele.
- Você é bom em fazer espadas?
- Bom, você não está diante só de um príncipe, mas também de um mestre ferreiro.
- Ótimo, preciso que faça uma para mim, e já sei qual será o material.
Os dois desceram as escadas novamente, adentrando a torre.
Em uma sala repleta de instantes cheias de livros. Guerion estava no meio dela, sentado, como se estivesse meditando de pernas cruzadas, porém, flutuando no ar, à cem centímetros do chão, com alguns livros abertos, erguidos no ar à sua frente.
- Oque está fazendo? - Perguntou Verina ao chegar ao seu lado.
- Estou apenas entendendo as minhas habilidades novas, o controle da gravidade.
- E o que seria isso?
- A gravidade é uma força que mantém os seres e objetos que não possuem asas, no chão, quando você dispara uma flecha para o alto, ela não irá na mesma direção para sempre, e irá cair, sendo puxada para baixo, isso é oque a gravidade faz, até mesmo quando você pula, você não fica no ar para sempre...
- Interessante, e como descobriu sobre essa nova habilidade?
- Ao longo dos anos de minha existência, eu obtive outra habilidade além das quais nasci, a capacidade de poder ter visões de possíveis futuros, para ajudar em minhas ações e julgamentos!... Esta nova surgiu à alguns dias, quando pude senti-lá, como uma mudança repentina, de quando você descobre algo novo e te traz uma sensação boa. Agora, com mais tempo e treinamento, poderei dobrar a gravidade a minha vontade.
- Isso será de grande ajuda! - Respondeu Verina, otimista.
- Vou permanecer aqui até que a ordem chegue.
- Acha que os inimigos não viram resgatar o Velec?
- Eu tenho certeza, e iremos estar todos preparados até lá.
- Me pergunto, existe algum mau além dele?
- Seus servos.
- Algum mau além dele, que esteja do nosso lado...
O mago desfaz sua pose de meditação, fechou os livros e os pôs de volta na mesa mais à frente, colocou seus pés no chão, se virou para Verina, e perguntou-lhe.
- Oque quer dizer?
- Quando estive em Hellveron, a rainha me mostrou uma visão, e nela havia morte, e aquele que era o causador de toda a destruição foi Kairon!...
O mago mestre olhou diretamente para à elfa, e disse.
- Kairon é a personificação de dois mundos, ele possui um lado bom, e um lado ruim. Um pode nos ajudar imensamente, o outro, pode trazer trevas e grande calamidade para esta terra!...
- Mas ele só um homem, um mortal, como pode ter tanto poder?
- Os Erdarianos não são uma raça descendente dos Deuses atoa! Sim!... eles são mortais, e comparados aos Deuses, são meros humanos, porém, o poder que eles possuem ao erguer a Nar-Thron é algo que seria difícil até mesmo para que eu pudesse lidar... se eles estivessem em pose da espada e se voltassem contra nós, o poder de um semi-deus aliado aos servos da escuridão, seria o fim de tudo!...
Seria de tão preocupada, Verina perguntou.
- Oque podemos fazer para impedir isso?
- Não há como saber, deveremos apenas ter cuidado!... Mas escute, ainda há esperança, Kairon não é mais o mesmo desde de que saíram de Merian, e na hora exata, ele se provará merecedor de seus dons, e estaremos junto com ele, lado à lado contemplando um novo amanhecer sob este mundo!...
Tais palavras conformaram o coração de Verina, que agora tinha mais esperanças sobre o futuro de seu amado e de seu mundo.
O mago caminhou até ela, parando ao seu lado, e disse.
- Não há nada com que se preocupar!... - E saiu.
Andando em meio aos corredores da torre, a jovem Elria estava carregando um balde de madeira, vazio, que balançava em sua mão, olhando entre as portas das salas, quartos e salões.
- Está perdida? - Indagou Guerion, assustando-na.
- Estou procurando onde posso encher isto.
- Venha comigo.
Ele à levou até um pequena sala a qual haviam alguns barris cheios de água, o primeiro ao lado da porta já estava aberto, e cheio, então ela se pôs nas pontas dos pés e o encheu.
- Elria, posso perguntar uma coisa?
Com uma expressão sem graça, ela disse.
- Acho que já sei oque vai perguntar... - e colocou o balde cheio no chão.
- Oque foi aquilo na caverna? Como fez?
- Eu não sei, eu apenas me senti triste e com raiva, e então aconteceu...
- Triste e com raiva?
- Triste porque meus amigos estavam feridos, e com raiva porque achei que iriam matá-los...
O mago entendeu os sentimentos da garota e se pôs de joelhos diante dela, colocou seu braço direito sob seu ombro e lhe falou.
- Eu entendo... Você teve medo, medo de perdê-los...
- Mas oque eu sou? E se eu machucar alguém com isso? Ou um de vocês?
- Não há nada a temer minha cara, é nos momentos mais sombrios, que a luz brilha mais forte, e nos dá esperança. Eu vivi por muito tempo sozinho aqui nesta torre, mas aprendi que a solidão sempre estará presente, mas aqueles amigos de verdade também... Sei do valor deles, e nenhum de nós deixará que nada venha lhe acontecer, assim como se importou conosco, nos importaremos com você, mesmo que tenhamos que dar nossas vidas. E iremos descobrir sobre suas capacidades, juntos, não importa oque acontecer...
De repente, Guerion se assustou, abrindo seus braços, pois Elria havia o abraçado. E a menina lhe disse.
- Posso não ter meu pai, e nem minha mãe, mas vocês são os meus melhores amigos.
O mago mestre, a princípio não soube como reagir, mas ouvir as palavras da pequena, a abraçou também e respondeu.
- E vamos sempre protegê-la...
Um tempo depois, na sala onde Orus estava se recuperando, Elria veio carregando o imenso balde cheio de água, e estava tão pesado, que tinha de encosta-lo em seu corpo, e assim tudo o que se podia ver acima dele eram o seu nariz, e seus olhos tentando enxergar o caminho.
Ao se aproximar do minotauro, ele o pegou pela alça com apenas a ponta dos dedos de uma das mãos, e a garota assim pôde descansar os seus braços.
- A, obrigada, estava pesado. - Disse ela.
- Humhumhum - Orus riu de forma discreta.
E com um pano que estava em cima da mesa em que ele estava sentado, começou a limpar novamente, e ainda devagar, os ferimentos.
Elria se sentou em um pequeno banco de madeira que havia ali, diante dele.
- Como está? - Perguntou.
- Já estou bem melhor, mais tarde irei dormir e amanhã estarei totalmente disposto.
A garota olhou para ele e se lembrou do que havia feito na caverna.
- Orus...
- Sim?
- Obrigada por me salvar lá na caverna... eu não tive tempo de agradecer. - Disse sem graça.
- Ora, aquilo? Não foi nada - Respondeu com muita modéstia - , eu apenas fiz oque deveria fazer, sem pensar.
- Mas mesmo assim, agradeço, tomara que cheguemos algum dia em uma vila, e direi aos bardos sobre seus feitos e eles cantaram belas canções sobre sua honra e bravura. - Elria disse à ele com empolgação.
- O mundo ainda é um lugar pequeno para você não é? - Indagou com um sorriso no rosto.
- Eu sei que ainda à muito de se caminhar e explorar lá fora, mas meu coração sabe que não é o mundo que vale!... São os amigos... e a família que ganhamos no caminho.
- Você ainda nem encontrou sua mãe, seu pai ou se quer um irmão seu. - Retrucou o minotauro.
- Mas eu já tenho a minha família bem aqui!...
Naquele momento Orus abaixou sua orelhas, sorriu e em seguida levantou um de seus braços, e disse.
- Venha aqui.
Elria se levantou e foi até ele abraça-lo na cintura, e o minotauro colocou sua mão sob os ombros dela.
- Você também é nossa família... - Respondeu confortando-a.
E ali, ambos ficaram conversando e até rindo sobre as situações que vivenciaram durante todos esses meses.
Do outro lado da torre, à alguns andares acima, em seu quarto que estava com a porta aberta, estava Hellron, na sacada de braços cruzados, observando a vasta terra e a fria noite.
- Os ventos sopram através deste vale, buscando chegar ao Norte, onde se tornaram brisas do verão. - Disse Guerion ao chegar no local.
- Sinto que estão mais secos, é o sinal de que algo ruim se aproxima. - Retrucou o rei.
- Seu povo ficará bem, devemos apenas aguardar a chegada dos outros menbros da ordem, e logo poderá retornar para seu lar!
- Assim eu espero! Diga-me, tenho conhecimento do nível de suas habilidades, porque não usou seus poderes e derrubou aquela montanha em cima de nossos inimigos?
- Eu apenas uso meus poderes com total liberdade quando estou em uma luta sozinho, em um lugar isolado dos outros, pois sem controle poderiam gerar efeitos colaterais os quais eu não conseguiria conter totalmente e poderia de gerar a morte de alguém inocente, naquela situação eu não só tinha que me proteger mas também atacar nossos inimigos, como também protegê-lo meu rei, não mandaria um ataque devastador o qual colocaria sua vida em risco maior ainda.
- Um mago com grandes poderes, e grandes responsabilidades... - Disse o rei entendendo a situação com um leve sorriso no rosto.
- Precisa que eu traga alguma coisa?
- Não, nada.
- Certo, então irei meditar, até amanhã meu caro amigo.
- Guerion... - O chamou.
- Sim?
- Onde arranjou aqueles três guerreiros? Nunca vi estranhos lutar com tanto empenho para proteger o meu povo.
- Eu diria que foi um pouco de escolha e sorte!... Aqueles três tem o que nenhum exército de nossos inimigos jamais teram...
- E oque é?
- União!
Hellron então entendeu sobre o que se tratava à essência de um grupo de guerreiros.
- Eu nunca esquecerei oque eles fizeram, tenho uma dívida de honra com eles.
- E todos aqui, com você, pois se não fosse sua ajuda trazendo seus homens, não teríamos conseguido chegar aqui, o sacrifício deles sempre será lembrado por eles.
Ambos apertaram suas mãos, e acenaram suas cabeças em sinal de respeito, e assim o mago saiu, e o rei se deitou para dormir.
Kairon e Draugner estavam em uma grande sala antiga, repleta de ferramentas de construções, antigos papéis em cima de uma mesa, vários tipos de minérios em barris e jarros de vidro, uma fornalha e uma bigorna.
- Então era aqui que os anões guardavam e faziam suas ferramentas enquanto construíam a torre! - Disse o anão enquanto olhava o lugar.
- Sim, ascenderemos a fornalha, pegue os matérias e se prepare. - Disse Kairon.
- Está bem.
Enquanto o caçador ascendia o fogo, Draugner tirou sua armadura, vestiu avental e luvas de couro, pegou um martelo de ferro e foi em direção à fornalha.
O caçador se aproximou carregando uma barra de ferro, porém, não era qualquer metal, mas sim Ulnar.
O anão olhou e disse à ele.
- Eu sabia que tinha isto aqui.
- Faça a melhor espada que conseguir mestre anão.
E por um tempo Draugner trabalhou na forjadura da espada, as batidas do martelo com a barra vermelha de fogo, eram tão altas que ecoavam na sala, as faíscas se espalhavam sintilantes, e a cada batida a lâmina ia tomando forma, o caçador ficou ali pacientemente esperando.
As habilidades do mestre anão era tão impressionantes, que se assemelhavam as do Deus Belor, e já várias e várias horas depois, em meio a madrugada, ele havia finalizado.
Após jogar água para esfria-la, uma cortina de vapor subiu, e instantes depois, Kairon pegou em suas mãos e admirou à sua frente, uma espada de duas mãos, um longo cabo revestido de couro preto, após ele havia um corvo negro no centro de ambos os lados, com suas se estendendo formando o guarda mão, e uma grande lâmina reluzente como prata. Ele a girou e testou o balanceio e peso da espada, tamanha era a qualidade da arma, que ela havia ficado leve para uma daquele tipo, extremamente afiada, agiu e firme.
- Fez um belo trabalho mestre anão! É uma ótima espada.
E então o caçador a guardou em sua bainha.
Já na manhã seguinte, sob os primeiros raios de sol, os quatro, Hellron, Verina, Kairon e Elria estavam na entrada da torre. A elfa estava sentada na escadaria um pouco acima dos demais, afiando suas facas, o rei estava dois degrais abaixo ao seu lado, a jovem menina estava sentada no pé da escada lendo um livro antigo e surrado, enquanto o caçador estava observando o vale à sua frente.
Observando Kairon, Hellron falou.
- Ele está muito calado, muito mais que o normal ultimamente. Tem algo nele? Algo de errado?
- Ele não é muito de falar, somente mais quando é necessário, mas ultimamente ele tem andado muito pensativo sobre muitas coisas!
- Ouvi dizer que ele teve família, foi verdade?
- Foi... Ele perdeu tudo.
Hellron imaginou naquele momento o quão horrível deve ter sido, pois também possuía uma família.
- Penso agora no quão ruim deve ter sido... Pois se eu perdesse minha família, ou se quer um de meus filhos, eu mataria tudo oque fosse necessário para ter minha vingança, e depois faria de tudo o possível para trazê-los de volta! Se assim existir algo que pudesse fazê-lo...
Verina olhou para ele, mas sem saber oque dizer.
Hellron então desceu os degraus indo em direção ao caçador. Ao parar ao seu lado, também admirou o vale por alguns segundos.
- Acha mesmo que está tudo terminado? - Indagou o rei.
- Não!... - Respondeu Kairon.
- Foi oque imaginei, o mau nunca é totalmente iliminado, apenas contido.
- Está muito preocupado com seu povo não é?
- Sim, espero que tenham os levado em segurança para as suas famílias de volta.
- Não se preocupe, Artelrian e Barorth são eficientes no que fazem! Irão dar a vida por seu povo se precisar.
O rei naquele momento se lembrou do que havia visto na caverna, e um olhar pensativo pairou sob sua face.
- Olha Kairon, escute... - Disse Hellron um pouco sem jeito - eu não deixei de reparar no que vocês fizeram pelo o meu povo... Já ouvi os reis de outrora travarem lutas em campos de batalha para salvar seus reinos, mas vocês... vieram de outro lugar e quase se mataram por eles, nunca tinha visto tamanha determinação e algo assim antes.
- A liberdade a vida é o direito de todos os inocentes... e mesmo que eu... nós... percamos as nossas para salvar uma só se quer... saiba que não importa de onde ela seja, faremos isso!
Hellron olhou com determinação, firmeza e respeito para Kairon e estendeu a sua mão como forma de agradecimento.
- E então assim eu também o farei!
E kairon por sua vez apertou a mão do rei, e ali, não se formava apenas uma aliança de dois líderes, mas também uma amizade de grande respeito entre ambos!
Passados alguns minutos depois, Kairon caminhou até Elria, e ao se aproximar dela, se ajoelhou e perguntou.
- Elria, que livro está lendo?
- É uma história sobre um Deus que lutou sozinho contra um abismo de criaturas após liderar um exército inteiro para batalha. Eu queria ter os poderes de um Deus, então eu poderia expulsar todos os monstros do mundo para longe daqui e aí todos iam me seguir como a líder.
- Elria, não é tão fácil acabar com as criaturas malignas deste mundo, é uma luta constante a qual testa os seus limites físicos, mentais e emocionais, e você tem que ser forte, em cada um deles! Já liderar não é algo que se tem só com poder, mas também com humildade, calma, sabedoria, destreza, compaixão, e honra aos seus e a si mesmo... - Naquele momento, ele se levantou olhando para os céus pensando em sua filha, enquanto todos ali estavam o ouvindo, Hellron olhava com digno respeito, Verina com admiração, e Elria encantada com tais palavras. - A liderança pode ser alcançada até mesmo pela mais menor e simples das criaturas, com tanto que ela tenha coragem para se sacrificar pelos que não que conhece ou não, tendo a certeza em suas boas intenções e ações, e não há nenhum mau que fique parado de pé diante de um bom coração... - Disse ele à ela com um simples sorriso em seu rosto.
Os três ouvintes naquela hora já sabiam, que aquelas palavras, e as ações feitas por quem as falavam, eram as de um líder!
- Você lembra a minha filha... - Disse Kairon à Elria.
- E onde ela está agora? - Perguntou inocentemente.
- Ela está em lugar melhor, um lugar onde eu jamais poderia levá-la... - Respondeu abaixando a cabeça.
- Espero que possa vê-la um dia de novo, assim como eu quero ver os meus pais.
Kairon ficou compadecido pela solidão da menina, que era como a dele no passado.
- Nós ainda iremos encontrar os seus pais, mas saiba que em todos os meses que ficou aqui conosco, não importa se os encontre de novo, nós sempre seremos sua segunda família!... - Disse após olhar para o rei e a elfa e se voltar para a menina novamente.
Elria então sorriu emocionada, com seus olhos tendo um pouco de água, sabendo que no fim, tinha pessoas que se importavam com ela e que cuidariam dela.
No dia seguinte, Guerion estava no subterrâneo, muito abaixo da torre, em uma longa sala de pedras, a sala do portal, com cinco tochas penduradas nas paredes ao longo dela, e no final da mesma, um círculo feito de várias pedras quadriculares, com escrituras em cada uma delas e um círculo vazio no meio.
O mago mestre estava diante dele, com seus braços cruzados, Kairon havia chegado na entrada da sala após descer a escadaria que levava à ela.
- Os magos chegaram. - Informou o Erdariano.
Assim, os dois subiram e todos se juntaram em um enorme salão que ficava exatamente no meio da torre, havia uma entrada para ele, seguida por um caminho com duas enormes colunas de pedra, que terminavam de frente à um espaço mais aberto e arredondado, com uma base de pedra que possuía uma escadaria e uma grande mesa redonda de pedra com o formato de uma gigante argola, ao todo haviam oito cadeiras espalhadas ao longo dela, e ali estavam sentados.
Artelrian, Barorth, Karanfh senhor das águas, Guealendor mestre do frio das mais altas montanhas, Sylvister comandante dos ventos do mundo, e Guerion o líder de todos.
Parados e amontoados de pé no canto direito da mesa, próximos do mago mestre, estava o grupo dos seis aventureiros.
Orus, como sempre, não pode deixar reparar na aparência dos magos que ainda não tinha visto, Guealendor era um elfo, pele levemente acinzentada, longos cabelos prateados, e mantos azul escuros, e que cada um dos magos tinham olhos de cores iguais as de seus mantos. Karanfh parecia ser um homem de trinta anos, pele clara, longos cabelos negros e barba curta de mesmo tom. Sylvister, um senhor de pele clara com barba e cabelos grisalhos.
- Gostaria de informar, que eu e Barorth levamos as pessoas de volta às suas casas rei Hellron, e avisamos sua esposa para que juntasse um exército com seus melhores e nos encontrassem aqui, e viram através da estrada de Larfhem, pois é mais rápida que o caminho da montanha o qual tivemos necessidade de seguir. E é de extrema necessidade que eles venham até nós pois assim como fomos em busca de seu povo que estava preso, eles viram atrás de Velec!
- Bem pensado Artelrian! - Disse o rei.
- Aguardaremos eles então! - Completou Guerion.
- Agora, devemos discutir oque fazer com os cristais, se há ou não um jeito de destruí-los ou contê-los para que nunca sejam usados. - Disse Sylvister.
- Os urturians não podem colocar as mãos neles, e aquelas criaturas os anseiam mais do que tudo, em terras do norte, eles se espalham vindos de Undurabar. - Informou Guealendor.
- Temos conhecimento disto, Draugner nos disse oque aconteceu com o Idravor.
- Oque aconteceu com Idravor? - Indagou Karanfh.
- O reino foi atacado, Lorthrion tomou um dos cristais enquanto eu estava nas colinas de Iár, protegendo o reino de uma invasão. - Respondeu Guealendor.
- Sem mencionar o ataque à Angarath, embora ele não tenha conseguido o que queria, ainda assim estão com um cristal. - Informou Sylvister.
- Então assim fica a nossa maior preocupação... como faremos para pará-los? - Barorth Perguntou.
- Pelo oque me contou eles são muitos e o número deles só cresce cada vez mais, não conseguimos impedí-los nem nos próprios reinos que habitamos. - Reclamou Karanfh.
- Os reinos ainda estão divididos, não mais se importam com as velhas alianças, as quais já caíram à muito tempo. Não conseguimos mais uni-los, eles pensam que lutarem a sós, separados em cada canto contra um inimigo em comum ainda garantia a vitoria. - Disse Barorth.
Kairon começou à ouvir aquelas palavras, e a pensar consigo mesmo.
- Somos poucos, e hoje existem mais reinos do que aqueles que foram chamados para protegê-los, logo atacaram os reinos mais fracos, e de um em um este mundo cairá, não há ninguém para uni-los ou protegê-los! - Afirmou Sylvister.
- Eu irei fazê-lo! - Disse Kairon, dando um passo à frente.
Naquele instante, todos ali pararam de conversar e olharam para ele.
- Se com todos vocês ainda não é o suficiente para deter nossos inimigos, então precisam de mais! Guerreiros dispostos à guardar este mundo, à unir e ajudar contra um mau que é maior que todos nós!... Eu aprendi que não se ganha uma guerra estando divididos, mas juntos, não apenas em interesses, mas em atos de heroísmo e sacrifício, dispostos à ir marchar para as terras mais longínquas. Eles podem atacar um reino, ou vários ao mesmo tempo, e um mago somente não será o necessário para detê-los, mas se estiver com ajuda, a situação poderia se virar ao nosso favor. Deixem que cada mago continue onde está, enquanto nós iremos fornecer apoio quando precisarem, e em cada reino que eu for, convencerei os reis à se unirem e então acabar com este mau de uma vez por todas!
- E como vocês unidos seram capazes de enfrentar forças as quais nós nem conseguimos? - Indagou Guealendor.
- Eu testemunhei a capacidade deles em combate - Respondeu Guerion se lavantando e caminhando até o grupo - , e em poder, não só isso, os observei durante anos, em busca dos maiores guerreiros deste mundo, e fiz questão de unir cada um deles para que pudéssemos discutir a criação de uma nova ordem, e eles não estaram sozinhos, pois estaram comigo!
- Se precisarem de cada um de nós, estaremos sempre à sacrificar nossas vidas para proteger os lugares que habitam e garantir que continuem vivos para protegê-los! - Exclamou Orus.
- E não haverá mau que passe por nós enquanto estivermos de pé! - Disse Verina.
- E com certeza podem contar com a ajuda dos exércitos de Hellveron! -Afirmou o rei bárbaro.
- E de Idravor! - Completou o príncipe anão.
Todos os magos ficaram surpresos com a determinação daqueles guerreiros, e se levantaram para eles.
- Isto nunca aconteceu na história deste mundo, um grupo de guerreiros únicos de cada reino, unidos para proteger à todos! Sabem disso não é? - Informou Guealendor.
- Então que assim seja! - Respondeu o caçador com um olhar determinado.
Diante daquele momento, a ordem confiante em sua decisão, disse.
- Sete menbros!... - Comentou Sylvister - Que seja, vocês seram os Guardiões de Aenor!...
Guerion, Kairon, Verina, Orus, Hellron, Draugner e Elria, em milênios o mundo não havia tido outra ordem de heróis, agora, sete estavam dispostos à protegê-lo, e com certeza, o fariam! Unidos pela vontade de lutar, a lealdade, coragem e amizade.
Os magos então retornaram à discussão.
- Com isto resolvido, agora devemos descobrir como resolver oque fazer com os três cristais que temos, e como pegar o outro.
- Irei até biblioteca consultar livros antigos, apesar de conhecer um encantamento, creio que possa haver um do qual não lembro, que nos ajude nessa questão. - Disse Guerion, que em seguida saiu.
Foi naquele momento, que Kairon começou à ficar em dúvida e se virou para o seu grupo.
- Espere, se Lorthrion e Velec querem os cristais, porque eles não atacaram logo aqui com a intenção de tomá-los de nós, juntos de uma vez só? E não com o intuito de resgatar o feiticeiro?
Enquanto estava sendo feita a criação do grupo. Em sua cela, Velec estava meditando e abriu seus olhos escarlates, e estendendo sua mão, destruiu a proteção mágica de sua cela com uma rajada de poder. Após abrir a porta, caminhou lentamente entre a torre, e chegou até a sala vazia de onde estavam os outros três cristais, e estendendo sua mão, eles vieram até ele e ficaram rodeando seu corpo.
Depois o feiticeiro desceu as escadas, indo em direção ao subterrâneo, e de seu manto, sacou o outro cristal, que estava com ele todo esse tempo.
Enquanto na sala, o grupo chamou Artelrian, e o fez a mesma pergunta, que respondeu rapidamente.
- Venham todos comigo! AGORA, IMEDIATAMENTE!
Todos ali correram o seguindo, ao verem que a cela de Velec estava vazia, foram para a sala dos cristais, e ao verem ela vazia, ficaram em choque.
- Para a sala do portal! - Ordenou o senhor da terra novamente, e o mais rápido que podiam, eles desciam as escadas.
Na sala, o feiticeiro estava ajoelhado diante do círculo do portal, com os quatro cristais à sua frente, e dizendo palavras da língua negra a qual não podia ser compreendida, uma energia como raios de fogo havia começado à emanar daquele lugar e os quatro fragmentos giravam entre si, e ao se juntarem formaram um cristal ainda maior, que gerou uma mega explosão de som que ecoou por todo mundo, sendo ouvida por todos os reinos, e então rochas vulcânicas começam a aparecer e a se juntar, e conforme giram, vão dando forma à um corpo humanoide, e ao se completar no ar, ele caiu com seu joelho e mão no chão, olhando para baixo.
Todos chegaram ali no local, e imediatamente foram possuídos pela sensação de que o medo tomasse conta de seus corações e suas almas deixassem seus corpos, pois o seu maior medo havia se concretizado, Anrgorion, o Deus das trevas, havia retornado.
Ao erguer a cabeça e ficar de pé, o grupo notou que ele tinha em torno de dois metros e meio de altura.
Velec já estava de pé, e havia abrido caminho para o seu senhor.
- Meu mestre, o senhor retornou... Agora pode queimar este mundo como bem querer. - Disse o feiticeiro.
- Fiquem aqui! - Ordenou Artelrian ao grupo.
Os magos que estavam na frente, vieram ataca-lo. E começou com Barorth, que usou suas raízes para detê-lo, mas o senhor dos escuro as incêndiou e o fogo acertou o mago, o queimando e o derrubando na hora.
Em seguida Karanfh e Guealendor o atacaram usando a água e o gelo, para prendê-lo em uma enorme rocha gélida. Oque funcionou, a princípio, pois de dentro do enorme cubo frio, uma explosão de labaredas de fogo emergiu, o derretendo e acertando imediatamente os outros dois magos.
Logo após, Sylvister tentou uma investida contra ele, manejando uma ventania tão poderosa que todos ali estavam se segurando com firmeza sob seus pés, porém Anrgorion rebateu o ataque com uma nevoa negra tão forte, que jogou o mago vários metros para trás. Artelrian, como chance de pará-lo, tentou, jogando várias rochas, mas uma parede de chama e sombras as destruía, ao conseguir se aproximar do mago, o Deus o pegou pelo pescoço, o ergueu no alto, e quebrou o pescoço de Artelrian, fazendo assim com que sua magia passasse para ele.
Os magos, Hellron, Orus, Verina e Draugner, correram furiosos em direção à Anrgorion.
Mas ao largar o corpo do mago, ele bateu tão forte no chão, que ergueu várias rochas no ar, acertando os guerreiros com tanta força que muitos não conseguiam nem se levantar, os magos baterem no teto e caíram.
Em seguida, o senhor das trevas recolheu o fogo de todas as tochas da sala, deixando tudo na mais plena escuridão.
- Não haverá luz neste mundo, nem mesmo a que eu domino.
Porém, Anrgorion parou e ficou e olhou para o que estava à alguns metros à sua frente.
Dois olhos brancos, que brilhavam como estrelas, olhavam diretamente para ele.
E em meio ao escuro, olhos de Kairon e os olhos flamejantes do senhor das trevas, se encaravam.
- Hummm, estranho... Os corações de todos os outros homens que ficaram diante de mim, batiam mais forte por desespero e medo, mas o seu... nem se quer acelera!
- Eu não sou qualquer homem!...
O Erdariano havia começado à das alguns passos apressados em direção ao Deus das trevas, mas de repente ele parou, pois o teto acima deles havia se aberto, e dele veio Guerion, que trouxe luz ao lugar novamente, e parou em frente à Anrgorion. O mago mestre lançou uma rajada de luz tão poderoso que jogou o Deus maligno para trás, depois do portal, fazendo-o entrar dentro da parede de rochas, em seguida rapidamente conjurou um escudo para ficar à frente do círculo, enquanto ele ficava logo antes, o que afastou Velec para trás e manteve os dois presos sem que pudessem alcançar os outros.
- Venham! Vocês tem que sair pelo portal, Barorth, leve todos embora daqui, AGORA! - Ordenou Guerion.
E um à um todos começaram a serem teleportados através do feixe de luz azul que fora conjurado pelo mago. Anrgorion saiu de dentro da parede, caminhando, e lançou sombra e fogo contra a proteção de Guerion, com apenas uma mão.
Kairon e Barorth foram os últimos que haviam sobrado, o caçador encarou o mago mestre, que lhe disse.
- Vá Kairon!
Os dois então entraram no portal, e com um relance diante dos olhos de Kairon, todo aquele embate sumiu diante de um clarão e a última coisa que consegui ver foram o Deus das trevas, o feiticeiro e o mago mestre indo um para cima do outro se enfrentar.
Quando caiu ao solo, sentiu um terreno de terra e pedras, e ao olhar com mais atenção avistou os outros, e ao seu redor percebeu que estavam em uma estrada, de frente à um penhasco, e à sua frente, seguindo depois para direita, um enorme vale de pinheiros seguido de uma cadeia de montanhas, que iam até onde se perdiam sob o céu nublado e escuro, e à esquerda faziam uma curva. Dentre todos, os magos tinham mais ferimentos, de queimaduras leves e cortes.
- Onde estamos? - Indagou o caçador.
Ao olhar bem, Hellron respondeu.
- É a estrada de Larfhem, devemos estar à três dias de distância de Anglerion, e à quatro de meu reino. Barorth, porque nos trouxe para cá? O meio do nada.
- Por que é aqui que encontraremos com seus guerreiros, se tivermos sorte! E iremos voltar até Guerion novamente, com reforços, temos de acabar com Anrgorion agora mais do que nunca e não há tempo a perder, se tivéssemos ficado lá, certamente o exército dele chegaria e estaríamos todos mortos.
- Esperaremos por algumas horas, no máximo um dia, se não os encontrarmos, iremos sozinhos! - Disse Kairon.
Deixando cada um ali, preocupados, o que havia piorado a situação, pois perceberam consigo mesmos que em sua missão, haviam falhado.
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