Capítulo-15: A batalha na fronteira dos campos verdes
Enquanto todos desciam as escadas após passarem pelas portas do salão, Guerion disse.
- O rei está cego, tomado pelo medo do fracasso, não sabe ele que foi sem este medo que os corajosos triunfaram sob o mau no passado!
- Como vamos lidar com mil Urturians tendo apenas duzentos elfos conosco? - Questionou Verina.
- Não se preocupem, eu darei um jeito.
- Muito bem, devemos ir nos preparar, reunir as tropas e partir imediatamente para os portões do reino. - Disse Hellron.
- Está bem, vão se preparar, nos encontramos na saída da cidade! - Replicou Kairon.
Guerion, Artelrian e Barorth, se afastaram de todos e discutiram sobre a batalha.
- Acha que seram capazes de vencer? - Questionou Artelrian à Guerion.
- Não há certeza sobre o resultado, mas eles lutaram até o fim! De acordo com o informado, foram vistos cerca de mil Urturians.
- Não há como enfrentarem este número! - Afirmou Barorth.
- Não, mas não estaram sozinhos! Vocês iram ajudá-los, eu terei outro papel nesta batalha.
- Entendido! - Disse o mago da terra.
- Aliás, Guerion, oque é aquela garota? Ela não é como nada que já tenhamos visto antes!... - Disse o mago verde.
- Eu ainda não sei, mas irei descobrir, no momento, ela deve permanecer longe do alcance de nossos inimigos, assim como os cristais. Eles já conseguiram um ao ataque em Idravor, e agora não podem pegar os outros!
- E como tomaremos o que já foi roubado? - Indagou Artelrian.
- Pensaremos nisso depois, assim que estivermos com todos os outros três em Anglerion!...
- Certo, Artelrian, vamos nos preparar! - Disse Barorth.
Assim os dois magos saíram, e Guerion foi atrás de Kairon.
Na segunda armaria da cidade, que ficava um nível abaixo da casa do Rei elfo, Hellron estava afiando seu machado de uma lâmina, em uma roda de amolar, enquanto Orus, Draugner e Wenglefh, estavam em pé atrás dele.
- Dizem que quanto mais afiada a lâmina, mestre anão, maiores as chances de se perfurar até a mais resistente das armaduras. - Disse o rei.
- Hum, depende de qual é a armadura mais resistente que você conhece.
- Oque acha do Erdariano liderando o exército Hellron? - Indagou Wenglefh.
- Você me conhece velho amigo, estamos em outro reino e enfrentando um inimigo em comum.
- E então vai obedecer à ele por temos um inimigo em comum?
Hellron para Wenglefh em silêncio, e em seguida respondeu.
- Não serei comandado...
Orus percebeu que Verina estava pegando flechas com penas verdes, para sua aljava, enquanto Verina estava sentada em cima da mesa ao seu lado, balançando as pernas, com Vronryr no colo, fazendo carinho nele.
- Onde está Kairon? - Questionou o minotauro?
- Está lá em cima, conversando com Guerion.
- Estas flechas são boas? - Indagou o minotauro.
- Boas? - Questionou Verina com um sorriso - os elfos de Belorien são conhecidos por terem as melhores flechas e a melhor pontaria, extremamente precisas e bem feitas.
Guerion se aproximou para falar com o caçador, que estava de braços cruzados, parado em pé, na beirada da árvore, admirando a vista do reino e das montanhas.
Ao chegar no seu lado, o mago lhe perguntou.
- Existem aqueles, que mesmo com um diálogo, não estão dispostos à ouvir, e querem a violência à todo custo! Nós iremos impedí-los para nos defender e defender os inocentes, mas precisaram de um líder...
- Uhm...
- Agora que desafiou o rei, e pelo menos nos conseguiu algum reforço, como pretende fazer uso de tudo o que temos?
- Iremos formar um bloqueio em frente às fronteiras, e atraí-los para lá!...
- Espero que estejam com sorte.
- Não vai conosco?
- Não, irei para o norte do reino, levando os cristais, e Elria estará comigo.
- Por que? - Questionou o caçador sem entender o motivo pelo qual o mago não iria ao embate.
- Existe algo tão poderoso e antigo nas profundezas desta floresta, que iram nos dar alguma vantagem!... Há sempre esperança para aqueles que tentam...
- Eles não tem noção do que é enfrentar seres com um propósito tão nefasto, e em número e força muito maior!... não são como os homens, os elfos ou os anões.
- É por isso que você deve lidera-los!... Está na hora, de torna-se o líder o qual estave predestinado à ser...
- E por que não o rei Hellron? Ou Artelrian ou Barorth?
- Os magos geralmente não lideram batalhas, e o Hellron embora não goste de ser comandado, devo admitir, não relutou nisso... e também porque, só você é o último Erdariano, Guardião da Nar-Thron, e o único com o poder de matar um deus!...
Kairon refletiu por alguns segundos sobre as palavras do mago.
- Que assim seja!... Reúna todos então, iremos passar os planos, e marchar rumo aos campos verdes!...
- Entendido!
Após um tempo, Kairon, Verina, Orus, Guerion, Hellron e Draugner se reúnem em volta de uma pequena mesa redonda, onde todos estavam de pé diante dela, com um mapa mostrando a região em que lutariam.
- Enviaremos dois elfos que atrairão os exércitos de Lorthrion até aqui, as colinas verdes, e lá, os enfrentaremos.
- Por que nas colinas verdes? - Questionou Hellron.
- É o lugar mais distante de qualquer povoado ou casa... Mandaremos cinquenta para a floresta, próximo aos vilarejos para que impeçam os urturians de avançarem entre a floresta e ate as pessoas. Já o resto de nós iremos formar um barreira de meia lua, com uma fila curva de cento e cinquenta soldados enfileirados, cinquenta com escudos na frente, outra fila com mais cinquenta arqueiros atrás, e a última com arqueiros. Estaremos em um terreno alto, então usaremos isso à nosso favor, e os seguraremos o máximo que puder, já que eles não ousaram se aproximar das árvores, quando o números deles reduzir consideravelmente ou a formação for quebrada, atacaremos com tudo, e dependerá de nós, se vamos conseguir, ou não, mas não podemos deixar eles chegarem aqui.
- Eu e Barorth estaremos na retaguarda, usando nossos poderes contra os inimigos! - Informou Artelrian.
- Está formado então, agora vamos lá! - Disse Kairon, liderando o grupo.
Passado um tempo, todos já estavam prontos, e as tropas preparadas, e nos portões da cidade, o pequeno exército marchava rumo aos campos de batalha.
O rei elfo, observava lá de cima, eles indo embora.
Elria e Guerion, estavam montados em um cavalo branco, observando seus amigos passando por eles.
Kairon estava montado em um belo cavalo preto, com Verina na garupa, que ascenou dando tchau para ela, Orus passou andando à pé, e viu que ela estava com uma expressão de tristeza em seu rosto, e parou diante dela.
- Oque há de errado pequena?
- Tenho medo de vocês não voltarem...
- Não há porque ter medo Elria, nós iremos voltar, e vou lhe contar de como foi a batalha... - Disse olhando para ela com um sorriso reconfortante. Em seguida, ele se virou para o mago, e disse - Cuide dela Guerion!...
- Irei cuidar!...
Orus fez carinho no cabelo dela, que tirou dela um sorriso meio envergonhado, por estar triste sabendo que poderia não vê-los novamente e nem tiveram tempo de passar últimos momentos todos juntos rindo e conversando, e então foi embora.
Hellron e Draugner passaram montados em um cavalo marrom, e Wenglefh, Artelrian e Barorth estavam em seus respectivos cavalos, enquanto os cem elfos marchavam à pé.
Todos marcharam durante um dia, e chegaram no outro, já havia amanhecido à varias horas, os guerreiros deixaram seus cavalos amarrados em árvores no acampamento montado à alguns metros do local onde seria o confronto.
O exército estavam diante, em cima de uma colina redonda, já preparados, aguardando os dois soldados que haviam sido enviados na frente, para atrair os inimigos, retornar.
Os guerreiros de Belorien, de espada e escudo, estavam utilizando as mesmas vestimentas que os guardas do portão da cidade ultizavam, os arqueiros, o mesmo, com o acréscimo de que trajavam seus capuzes e suas máscaras de pano, verdes.
Os arcos de madeira eram longos, suas aljavas cheias de flechas com pontas afiadas.
Os escudos de carvalho, eram compridos, formavam duas pontas grossas em seus emisferios de cima e baixo, um pouco antes de chegar ao topo, haviam dois espaços em cada lado, no formato de meia lua para apoiar as lanças, e no meio, o símbolo da imensa árvore de Belorien.
Ao norte, o céu sinalizava uma tempestade, o vento forte e frio rangia nas árvores, balançava os galhos e a relva.
Kairon, Orus, Verina, Hellron, Draugner, Barorth, Artelrian e Wenglefh, estavam a espera, todos de pé, um do lado do outro, esperando a aparição dos soldados em meio aos campos e colinas, torcendo até para que aparecessem detrás de uma das enormes pedras que tinham espalhadas por ali. Mas nada, a calmaria tomou conta e pacientemente, eles esperaram.
- O silêncio que se toma antes da batalha!... - Disse Hellron ao lado do caçador - Posso ver na postura destes homens, a coragem deles está em pé diante da lâmina de uma espada, não veem esperança em uma situação como esta.
- Enquanto ainda houver um homem de pé disposto a lutar, ainda haverá esperança!... - Disse Kairon.
- Acha que Guerion irá chegar a tempo? - Questionou Verina ao caçador.
- Ele virá, esperaremos até que ele chegue! - Respondeu com firmeza.
Naquele exato momento, todos ali avistaram os dois soldados vindo à cavalos, o mais rápido possível.
O grupo de guerreiros e o exército ficam alertas.
E logo atrás dos dois elfos, surgiram vindos de trás da colina, centenas de urturians, com armaduras mais reforçadas, e ali pararam, ao avistarem o outro grupo.
Os dois cavaleiros chegaram até o exército de Belorien e se juntaram à eles.
Eis que os heróis avistaram Lorthrion caminhando entre os urturians, segurando seu martelo de guerra.
Verina e Draugner se encheram de raiva ao vê-lo, Kairon e Hellron ó encaram, e todos ali estavam empunhando suas armas, preparados para o ataque.
Até que o comandante dos urturians ergue sua arma apontado para o exército de elfos, e então todos os seus servos começam a correr enfurecidamente para cima deles, como se fossem animais.
- Irvrien ardar-nëe! - Gritou Kairon em elfico, que queria dizer " firmem seus escudos e lanças ". - Arthruvia hávar! - Gritou novamente, querendo dizer " arqueiros à postos.
O Erdariano esperou que o exército inimigo chegasse até o meio do campo de batalha e então gritou novamente dando à ordem para atirar.
- Vargaian!
E várias flechas foram lançadas, tanto as dos elfos, quanto a de Verina.
Os urturians que corriam apenas fixando seus olhares nos escudos elficos, não as viram chegando, e então dezenas deles foram derrubados em meio ao campo, o restante passou por cima dos corpos dos caídos, e terminaram o caminho, até que bateram com tudo nos escudos de carvalho. O embate entre elfos e urturians começara sanguinário, com várias lanças de prata, perfurando os seres viés de pele esverdeada
Enquanto as flechas voavam por cima de todos eles.
O restante do grupo observava o conflito, esperando o momento em que precisassem atacar.
Lorthrion os encarava de longe, olhando para eles como se fossem suas presas as quais queria tanto matar sem nenhuma piedade, pois sabia que eles não conseguiriam enfrentar seus milhares.
Kairon, o olhava para enquanto o combate se mantia ali.
Os dois magos começaram a lançar suas magias. Artelrian levantou do chão da floresta atrás deles, duas enormes rochas, das quais tirava pedras grandes e lançava eles contra os inimigos, varrendo vários do campo de batalha, fazendo seus corpos serem esmagados e voarem para longe.
Barorth fez crescer raízes com espinhos que atacavam todos os inimigos que chegavam perto, na entrada da floresta.
Seus corpos eram rasgados com o chicoteiar das fortes raízes.
Por um tempo, o grupo de Belorien se mantive bem na batalha, e com isso, mais de uma centena de urturians foram mortos com esta formação de defesa e ataque.
Até que, alguns elfos caíram ( mortos ) na colina, abrindo buracos na barreira, vindos da frente e dos dois lados, e com isso, alguns inimigos começaram à passar.
Hellron, avistou aquela situação, e sua mão começou a segurar mais firme o seu machado, e ele foi caminhando em passos firmes até os urturians.
E um à um eles vieram para cima, mas todos foram mortos brutalmente pelo lendário bárbaro, que os desmembrava com tamanha fúria, que até os que estavam do lado de fora, ficavam com medo de entrar lá para enfrentá-lo.
Orus, Draugner e Wenglefh, sacaram suas armas e partiram em reforço ao rei, dizimando dezenas de seus inimigos em meio às barreiras dos soldados elfos.
O caçador e Verina continuaram no topo da colina, com ele observando, e a elfa disparando suas flechas com uma precisão extraordinária, matando dezenas de inimigos com tiros precisos em suas cabeças ou corações.
A batalha estendeu-se por horas, e embora fossem poucos, os soldados de Belorien já haviam matado cerca de mais de duzentos inimigos.
Draugner, Hellron e Orus lutavam um pouco próximos uns dos outros.
O anão gritava.
- ARGH!!! Podem vir! Ainda haverá um urturian aqui que tem capacidade de me enfrentar para igual?
O rei bárbaro ergeu seu machado e o desceu, cortando um inimigo ao meio. Orus, pegou um adversário pela cabeça e o arremessou contra o chão, o segurando.
Kairon fixava seus olhos no comandante do exército de urturians, enquanto sua capa balançava ao vento.
Lorthrion, começou a andar em lentos passos, em meio aos seus soldados, indo em direção ao grupo.
O Erdariano naquela hora viu, e gritou para os magos.
- Limpem o campo à nossa frente, e nos deem passagem para nosso inimigo, agora!
Assim, Barorth e Artelrian uniram forças, e as raízes juntas varreram os inimigos, e as enormes rochas passaram por cima dos restantes, oque cansou muito os magos, pões já estavam usando suas magias por horas sem parar.
Naquele momento, todos partiram para cima dos adversários indo para o meio do campo de batalha, todos correndo com fervor e coragem em seus olhos.
Em meio à parte norte do reino de Belorien, na região mais sombria da floresta, Guerion e Elria calvagavam rapidamente em seu cavalo branco.
- Guerion, para onde estamos indo?
- Precisamos chegar lá o quanto antes, para ajudarmos os outros!
- Mas que lugar é esse? O que tem lá?
- É uma das áreas mais antigas do mundo, que permaneceu quase intacta por milênios, e abriga uma das forças mais poderosas deste reino.
Algum tempo se passou, e os dois chegaram à uma região tão belíssima, com pequenos rios entrelaçados, árvores grandes e repletas de folhas, e a luz do sol iluminava fazendo tudo resplandecer.
Ao descerem do cavalo, Guerion estende sua mão para a direção do chão.
- Está muito fraco!...
E começou a andar como se estivesse procurando por algo.
Elria, sem entender, o segue.
- O que está fazendo?
- Tentando lembrar, onde fica o coração da floresta!... Existem forças mais antigas do que eu, as quais ainda não conheci seu verdadeiro poder, mas tenho a capacidade para despertá-lo.
- Que poder é esse?
- As árvores Elria!... - Disse olhando ao seu redor - Estas aqui, possuem vida, só estão adormecidas e usam metade de sua força.
- Nossa!... mas está aqui perto?
- Sim, posso sentir sua presença.
- Se importa se eu esperar aqui nesta pedra?
- Não.
- Está bom. - A menina se sentou e ficou esperando pelo mago.
Elria estava à espera, quando alguns minutos depois, um pequeno esquilo se aproximou dela.
- Oi amiguinho. - Disse ela.
O animal subiu por seu corpo o que a fez rir, e parou em seu ombro. Logo após, ela reparou que um sapo se aproximou, e depois um pássaro, e então, um cervo. Enquanto tudo o que ela fazia, era cumprimentar e acariciar todos.
Guerion andava concentrado até que finalmente achou "o coração da floresta".
- É aqui, o lugar de onde a floresta nasceu!... - Disse o mago em voz baixa - Elria, encontrei... - Guerion gritou chamando-a, mas parou logo em seguida, pois avistou uma cena inesperada. Várias criaturas da floresta estavam em volta de Elria, se aproximando dela e até à reverenciando, tanto cervos, quantos águias e falcões, abelhas, cavalo, gambas, lagartos, e entre outros.
E a luz do sol a iluminava sob a pedra, revelando o brilho de sua pele, que se parecia como cristais de diamantes.
O mago, ficou sem acreditar, e pensou consigo mesmo, até que cochichou bem baixinho.
- Então ela existe!... É real...
Ao olhar para Guerion, a menina perguntou.
- O que foi Guerion?
- Nada... Venha.
O mago se agachou, e tocou o solo da grama, Elria se aproximou e o observou. Naquele momento o ar da floresta começava à mudar, os ventos mais fortes sopravam as árvores, sons de estalos de madeira, as raízes delas emergiram do chão, e os galhos se mexiam. A garota estava sem acreditar em tudo aquilo que estavam acontecendo diante de seus olhos.
Guerion se levantou do chão estendendo sua mão, e gritando.
- Levantem-se, levantem-se filhos e filhas de Lëufrim, é chegada sua hora, defendam seu reino, por sua deusa, e por sua terra!
De volta à batalha, o dia já estava mais claro, o sol e o céu azul com nuvens brancas, estavam sob o conflito em meio aos campos.
Orus derrubou dois inimigos com um único golpe de seu machado. Hellron desarmou um urturian, e o pegou pelo pescoço, segurando com tamanha força, que o levantou no ar e quebrou seu pescoço.
Kairon, havia pegado uma das lanças de um dos soldados elfos caídos, e estavam confrotando vários inimigos.
Wenglefh e os magos lutavam lado à lado, defendendo as entradas da floresta. Com sua arma, Draugner arrancava as pernas de vários de seus inimigos, utilizando sua altura com vantagem.
Verina usava seu arco para se defender dos ataques da adaga de um urturian, até que ela rapidamente o desarmou, passou seu arco por de trás do pescoço do adversário, colocou sua perna no peito dele, a esticou e o empurrou para trás e assim puxou a corda de seu arco para sua direção, tirou uma flecha de sua aljava, colocou-a na corda, e a soltou, fazendo-na atravessar a cabeça do inimigo, matando-o na hora.
Ao largar o corpo dele, ela avistou Lorthrion caminhando entre os soldados elfos, e os dizimando com seu martelo de guerra e com as próprias mãos, em cima de uma colina cujo o fim do topo dela, tinha uma queda vertical de uns quatro metros de altura. Ao ver o assassino de seu pai, ela se encheu de fúria e partiu para cima dele sem pensar, disparando três flechas, com duas acertando nas costelas e ombro, e a terceira ricocheteando nos chifres de seu capacete, o qual ele utilizou para defender seus olhos.
O cavaleiro à atacou com um golpe de seu martelo na altura de sua cabeça, mas ela desviou por pouco, e sacou sua adaga na hora, o acertando na cintura, mas foi ineficaz, pois acertou na parte da armadura. Novamente, ele tentou golpea-la, mas a elfa desviou, fazendo com que o martelo acertasse o chão, fazendo um fundo buraco.
Mas desta vez, Lorthrion foi mais rápido, e quando ela abriu a guarda para atacá-lo, o inimigo à acertou, golpeando-na com o cabo da arma, a machucando e fazendo-a cair no chão.
E quando ele ia para cima dela, para mata-lá, Kairon, surgiu dando-lhe um soco em seu capacete, jogando-o para o lado. O cavaleiro ficou desnorteado por alguns poucos segundos, mas quando voltou a si, viu o caçador, em frente à ele, segurando a lança de prata.
- Quem... é você? - Questionou Lorthrion.
Verina ia atacá-lo novamente, porém mais urturians chegaram, e ela teve de enfrentá-los.
Enquanto isso, os dois começaram à andar em círculo, empunhando suas armas só com uma mão, apontando-nas para o chão.
De repente, os brandir delas surpreendeu Verina, e o embate entre eles se iniciou, com ambos atacando e se defendendo com suas próprias armas, Kairon desmonstrava extrema habilidade em combate com lança, se defendendo com ela, utilizando ambas as pontas, atacando e contra-atacando com estocadas, e girando-a em suas mãos para evitar perda de postura e posições erradas em combate.
Lorthrion esmavaga o chão a cada vez que errava os golpes com seu martelo, até que o caçador o acertou com a lança, atravessando-a em seu ombro, que o fez gritar de dor. O cavaleiro que à séculos não havia sido golpeado daquela maneira, e percebeu na hora que aquele ali não se tratava de um humano qualquer.
- Erdariano!... - Disse enfurecido.
E então chutou Kairon para trás, derrubando-o no chão, e lentamente removeu a lança de seu ombro, e a jogou fora. E desta vez ele foi mais rápido e foi golpear o caçador no chão para esmaga-lo de uma vez só. Tudo foi tão rápido, que quando Kairon olhou com mais atenção, viu Orus entrando repentinamente em sua frente e segurando o golpe do martelo do inimigo com suas próprias mãos.
Naquele momento, os dois seres de dois metros de altura se encaravam colocando suas forças à prova, o minotauro segurou a arma por alguns segundos e depois à soltou para o lado, fazendo Lorthrion perder o equilíbrio, e então deu uma cabeça nele, jogando o para trás.
O cavaleiro se voltou para o minotauro bufando de raiva, naquela hora, chegaram Draugner e Hellron, que olharam para Orus e depois para Lorthrion.
- Ei, o que acha de uma revanche seu infeliz? - Gritou o anão, o provocando.
Em seguida o enfrentaram com golpes e socos, mesmo já feridos pela batalha, os guerreiros lutavam, mesmo o cavaleiro negro acertando golpes neles, eles continuaram, a luta foi breve, até que Kairon passou rápido em meio aos três, e o empurrou com seu ombro, do topo da colina.
Lorthrion caiu lá em baixo, rolando alguns metros para frente, e antes que pudesse se levantar, o caçador pulo da beirada, caindo lá em baixo, à alguns metros à sua frente.
Quando o olhou, não viu apenas ele, mas naquele momento, Verina e Hellron chegaram e ficaram à esquerda de Kairon, e Orus e Draugner, à sua direita. Lorthrion não via apenas um grupo de cinco seres distintos, mas um grupo de cinco guerreiros, e heróis, o encarando, os quais ele sabia que poderiam ser um problema para ele.
O cavaleiro se levantou, empunhou seu martelo, e Kairon começou a caminhar em sua direção sacando sua espada das costas, Verina carregando seu arco com duas flechas, e os outros três empunhando seus machados, os cinco correram para cima dele, trabalhando em uma sincronia de equipe inestimável, Kairon passou o golpeando acertando seu martelo, Verina correu e se ajoelhou escorregando na grama, disparando as duas flechas com a precisão certeira em seu outro ombro, fazendo-o perder a postura, em seguida Hellron o golpeou com o machado, tão forte que o fez girar, mesmo que ainda permanecera de pé, ao se voltar para frente novamente, viu Draugner subindo nos ombros de Orus e pulando, o golpeando na cabeça em pleno ar. Ao ver o minotauro, Lorthrion tentou acertá-lo com seu martelo, mas Orus prendeu a arma com seu machado, e deu um forte soco no rosto de Lorthrion, rachando-o e fazendo pequenos pedaços de metal voarem de sua cara. Por serem guerreiros com experiência, todos ali desmontavam um combate em equipe inigualável, de se surpreender, nem mesmo Lorthrion nunca tinha visto aquilo antes.
Os cinco, permaneceram ali, no combate contra o cavaleiro negro, que mesmo sozinho, conseguia enfrentá-los e até os ferir.
Enquanto os dois magos e Wenglefh lutavam no alto da colina, eles avistaram que os urturians haviam conseguindo passar pelas defesas das raízes, mas ao adentrarem o bosque, foram atacados de surpresas por elfos que estavam camuflados em meio às matas e folhas das árvores, uma luta intensa se formou naquele lugar, mas o número de inimigos era maior, e o elfos com o tempo, pereceram e os urturians atearam fogo na parte norte da floresta, o qual se alastrou rapidamente e a fumaça era tão alta que podia ser vista à léguas de distância.
Os inimigos apesar de terem diminuído bastante, ainda eram muitos, e os elfos já não estavam aguentando mais, e um à um, vários estavam caindo, sobrando apenas poucas dezenas, lutando contra cerca de mais de trezentos urturians que ainda restavam.
Artelrian ao cair de joelhos, já não via esperança naquela batalha, os inimigos cercavam o grupo de heróis lutando Lorthrion à alguns metros de distância, os elfos caiam e tentavam resistir em sua formação o máximo que conseguiam, e sob os corpos dos mortos, mais adversários marchavam em sua direção e a de Barorth e Wenglefh, os dois magos já estavam exaustos e suas forças não aguentavam mais, a batalha, estava perdida, e a morte, era certa.
Os inimigos os cercaram e Barorth e Wenglefh já não conseguiam mais vê-lo, um urturian foi golpea-lo para arrancar sua cabeça.
Mas naquele mesmo instante, de forma tão repentina da qual ninguém conseguiu ver de onde veio, uma enorme raiz o acertou, e o jogou o inimigo para longe, e ao olharem para trás, todos avistaram árvores enormes saindo da floresta, caminhando com suas raízes em direção à batalha, atacando os inimigos com seus enormes galhos, árvores que tinham rostos. Artelrian ficou tão maravilhado ao ver seres tão ancestrais se unindo a batalha para ajudá-los, e sabia naquele momento que aquilo tudo era obra de alguém. Barorth e Wenglefh ficaram livres dos urturians que os cercavam e não acreditavam no que viam. Os elfos se renovaram ao ver que as forças de seu próprio reino estavam os ajudando.
As árvores, usaram suas raízes por de baixo da terra e arremataram dezenas e mais dezenas de inimigos, seus braços em formatos de galhos, os golpeavam acertando vários e com grande alcance.
Orus ao ver aquilo, ficou tão encantado e surpreso, que uma risada tomou conta de si, e naquela hora começou gritar enquanto erguia seu machado.
- GUERIIIIOOOONN!!! HAHAHA, GUERIIIIOOONNN!!!!
Kairon mantinha a luta contra Lorthrion, mesmo sem suas armas, que já haviam caído no chão. Ele segurava o cavaleiro e o arremessava para o chão, e ambos trocavam socos ferozmente, enquanto as árvores variam o campo de batalha dos urturians.
Na parte em chamas da floresta, vários animais corriam para fugir do fogo, eis que uma larga onda de água se aproximava do local e começou à imundar o local, passando pelas árvores apagando todo o incêndio. Sendo controlada por Guerion, que estava em cima de uma pedra, estendendo suas duas mãos para frente, mandando todo a água do rio atrás dele para frente. Elria que estava ao seu lado, ficava segurando Vronryr com firmeza para não deixá-lo cair.
Ao chegar na beirada da floresta, a onda levou dezenas dos urturians, jogando pelo campo e matando muitos afogados ou os desmaiando.
O caçador enquanto estava lutando contra o cavaleiro, levou vários golpes quase mortais, mas o golpeou de volta várias vezes também, mesmo que não causasse tantos ferimentos, mas em um momento rápido e oportuno, Kairon conseguiu segurar um dos braços do inimigo, deixando-o imobilizado, naquele instante, Verina chegou e prendeu o outro braço dele com sua perna, segurou sua cabeça para trás, e com uma flecha em sua mão, rapidamente o disse.
- Isso é pelo meu pai, desgraçado! - E fincou a flecha em seu olho, fazendo-o gritar de dor e se encher de fúria.
O cavaleiro conseguiu livrar seu braço da perna dela, fazendo com que ela perdesse o equilíbrio, e a arremessou para longe, em seguida, deu um soco no peito de Kairon, que o fez se arrastar para trás, mas sem cair. E mesmo com vários cortes, ferimentos e rasgos em sua roupa, o Erdariano ainda permanecia de pé, diferente de seu inimigo que estava menos ferido, mas também se mantia diante dele. Lorthrion pegou seu martelo para continuar a luta, mas então Guerion havia aparecido em uma colina atrás do caçador. Sabendo que não poderia derrotar um ser mágico tão poderoso, ele recuou.
- Nos encontraremos de novo Erdariano, e na próxima, irei arrancar seu coração!...
- E eu a sua cabeça!
Um portal se abriu, e o cavaleiro foi embora.
O mago mestre observava toda a situação do campo de batalha, o céu com nuvens e o brilho dourado do sol entre elas. Kairon vinha caminhando limpando sua espada cheia de sangue, girando-a no ar e a colocando em sua bainha, com Verina logo ao seu lado, as árvores ajudaram a recolher os feridos e depois retornaram para a floresta, os poucos soldados elfos ainda restantes se juntaram ao grupo, os outros guerreiros se aproximaram, os dois magos e Wenglefh se reuniram à eles.
A elfa ficou contente ao ver Elria novamente, que veio correndo em sua direção, e as duas se abraçaram, e depois disso a garota abraçou Orus, que ficou feliz em vê-lá, e quando foi abraçar Kairon, ela parou diante dele, sem jeito, por seu olhar frio assim que olhou para ela, mas ao vê-lá de cabeça baixa, fez carinho em seu cabelo, deixando-na com um leve sorriso em seu rosto, e embora não se pudesse ver o resto do caçador, suas expressões em seus olhos, eram de felicidade por vê-lá também.
- A eles com certeza nunca mais vão esquecer de nós depois disso! - Exclamou Draugner observando os vários corpos de inimigos estirados no chão do campo de batalha.
- É, conseguimos! - Disse Orus orgulhoso.
- Conseguimos! - Concordou Verina contente.
- Oque faremos agora? - questionou Guerion?
Kairon contou os soldados restantes enquanto as últimas árvores voltavam à floresta, ao todo, tinham apenas três elfos de Belorien.
- Vamos ver se conseguimos prisioneiros e alguma informação, e depois, prosseguir nossa jornada!... - Disse o caçador.
Após procurarem, encontraram um urturian, já bem ferido.
E o levaram consigo, de volta ao reino.
Assim que todos retornaram, os elfos da cidade ficaram surpresos, primeiramente, por terem conseguido, e em segundo luga, por voltarem tão poucos, de mais de cem guerreiros.
Ao chegarem ao rei, ele ficou sem palavras ao ver que eles conseguiram defender o seu reino e ainda saírem vivos, mesmo que estivessem exaustos, sujos, cheios de cortes e com um prisioneiro ainda por cima.
O grupo colocou a criatura horrenda de joelhos diante do rei, Mierarth se aproximou e colocou seu dedo em baixo do queixo do ser, e o levantou, perguntando-o em seguida.
- Como vocês ousaram vir até aqui e nos atacar?
- Kardraqnar estaryer co fuu!
- O que ele disse? - Indagou o rei.
- Disse que você já sabe o motivo, os cristais. - Informou Guerion.
- Pergunte à ele se existem mais deles nas redondezas, e se sim, onde estão... iremos achar todos eles e mataremos!
- Erkrar har ongler esdurgur? - Perguntou o mago.
- Bartizi guer! - Respondeu o urturian em um tom insolente.
- Ele não quer falar!...
- Ora, que arranquemos então sua cabeça, se não tem utilidade para nós. - Sugeriu Hellron sacando seu machado.
- Não é tão simples assim meu rei, podemos obter alguma informação importante, e eu sei como fazê-lo falar, se afestem!
Todos dentro do salão se afastaram do mago e do urturian.
Guerion estendeu sua mão sob à cabeça da criatura, encostando-a, e um clarão de luz começou a iluminar sua face, e o prisioneiro gritava de dor, com ruídos que ninguém entendia, até que começou a repetir uma frase.
- Atier ke oso aitrur, atier ke oso aitrur!
E o mago parou.
- Ele disse que existem vários espalhados ao longo das montanhas.
- Devemos então nos aproveitar sa vantagem, eles iram se reagrupar e tentar vir atrás de nós, mas até lá, já estaremos mais perto de Anglerion. - Disse Kairon.
- Exatamente, o quanto antes chegarmos à Hellvaron, melhor! - Concordou o mago.
- Então o que estamos esperando? Meu reino está de prontidão, vamos! - Exclamou o rei Hellron.
- Sim, todos curem suas feridas, e preparem-se para partir! - Ordenou o mago mestre.
- E enquanto ao prisioneiro? - Questionou Verina.
- Mate-o... - Disse o rei elfo.
Guerion estendeu sua mão sob a criatura, e dela saiu um raio, que num piscar de olhos, atravessou o peito do urturian e o matou instantaneamente.
Em seguida, houve uma celebração em nome da vitória e para honrar os nomes dos mortos. Os elfos de Belorien agradeciam e viam o grupo de aventureiros como heróis. Draugner e Elria estavam sentados a uma imensa mesa, um do lado do outro, enquanto bebiam e serviam de comida, Verina estava logo atrás deles, escorada em um balcão repleto de barris de vinho.
Vronryr, o pequeno lobo, estava tentando morder uma coxa de frango assado com toda a força de seus dentes enquanto a empurrava com as patas.
Música e cantorias estavam por todo o lado, e a menina, ao ver o anão se degladiando sob um enorme javali assado, perguntou em voz alta.
- Você não tem comida em casa não?
O anão respondeu de boca cheia.
- Não, estou a vários dias viajando, pouco comida e água era oque tinha, e depois de uma longa batalha, preciso me repor, afinal de contas, onde vou arranjar forças para andar tanto e lutar?
- Se continuar assim, vai virar uma bolinha, e vamos ter que te rolar até a torre.
- Você quem devia cuidar de você e tratar de comer mais, está tão esguia que não deve aguentar uma caminhada de dois dias.
- Ora essa, eu já andei demais para a sua informação.
- E eu o triplo disto. Sabe garota, eu sou um guerreiro, criado desde pequeno a lutar e matar meus inimigos com força e rapidez. Lutar para mim é como respirar, mas para isto, preciso de pulmões, e várias tigelas de comida são meus pulmões.
- E como é sua casa?
- É um reino construído dentro de uma montanha, repleta de pontes douradas e rios de ouro que saem das paredes.
- Que fascinante, um dia eu vou querer ir lá.
Draugner sorriu com o entusiasmo da garota, e disse.
- Está bem, se tiver sorte, você pode conhecer até mesmo o rei.
- Que o seu pai?
- Exatamente, sou o herdeiro do trono de Idravor, e minha vida toda vinha me preparando para isto, mas, meu pai disse que ainda devo esperar, pois minhas últimas ações não mostravam que eu estava preparado.
- Por que?
- Por conta da morte de minha mãe...
Tanto Elria, quanto Verina, olharam com uma expressão de tristeza para o Anão, que estava de costas para elas.
- E oque aconteceu com ela? - Indagou a garota.
- Há dois anos houve um inverno rigoroso, e uma forte doença do frio caiu sob nosso povo. Vários ficaram gravemente doentes, dentre eles, minha mãe. Meu pai, mesmo com todo ouro, exército e poder do mundo, não pode fazer nada, nem mesmo o mago mestre pode fazer algo para tal doença, e ela então não resistiu e veio a falecer.
Chateado, meu pai a princípio expulso Guerion, mas depois de um tempo, percebeu que não culpa dele, e que os deuses não dariam a nenhum ser um poder total sob a vida e a morte, assim como nem todo o poder do mundo nas mãos de um rei, não seria o suficiente para impedir algo que ele não pode controlar. Meu irmão mais novo, partiu para o norte, tempos depois, ficando só eu e meu pai, o qual já não estava tão bem quanto antes. Um guerreiro, por mais forte e valente que seja, sempre é mais forte e valente por alguém com quem se preocupa, ama e quer proteger.
E quando ele perde isso... ele perde tudo, e se não manter sua mente forte, pode fraquejar, e muitos já caíram na loucura. Eu, por outro lado, comecei a achar que não valia mais a pena ter um reino, se não posso proteger nem os mais importantes para mim, mas a poucos meses, percebi que não havia nada que eu pudesse fazer e que não iria manchar o nome de minha mãe sendo um filho tão desonrando assim.
Então me levantei, junto de meu pai, e juntos passamos por isso... Agora, estou novamente tentando provar meu valor, e espero ser digno de ser rei, e digno de estar ao lado do túmulo de minha mãe e meu pai, junto de meus antepassados, quando chegar o meu fim!... - Finalizou tomando uma taça de vinho.
Elria já comovida com tal história, disse ao anão.
- Sei que sua mãe deve estar com orgulho de você!...
Draugner, com água em seus olhos, deu um leve sorriso, e antes de tomar outro gole, colocou sua mão sob à cabeça de Elria, e bagunçou seu cabelo dizendo.
- Obrigado pequena.
- Sinto muito por sua perda... - O anão prontamente se virou para ouví-la. - Eu perdi minha mãe também, para uma doença, a muito tempo!... e por ultimo, o meu pai... - Comentou Verina.
- Meus pêsames a você, pela morte de seus pais... que eles descansem em paz no vale dos campos dourados.
Enquanto isso, na sala do trono, Kairon, Orus, Guerion, os outros magos e Hellron, estavam em uma reunião com Mierarth.
Os três magos a direita, com o caçador e o minotauro no centro, logo atrás de Hellron, que gritava ao rei.
- Covarde, isto é oque você é! Um rei que se esconde atrás das muralhas de seu castelo esperando que o inimigo bata à sua porta ou que seus poucos homens sejam mandados para o abate!
- Olhe o seu tom rei Hellron! Não permitirei que vocês venham a minha casa e me falem o que devo ou não fazer.
Ao dar um passo à frente e ficar ao lado de Hellron, Kairon falou.
- Mas parece permitir que venhamos ao seu reino para enfrentar os seus inimigos e protegê-lo, coisa que você não faz!
- Não mandarei meu povo para um sacrifício! - Retrucou o rei.
- Mas parece querer entregá-los de bandeija aos seus inimigos. - Respondeu o caçador.
- Você apenas usa estas palavras como desculpa para não admitir o seu medo, e a sua covardia! - Gritou Hellron novamente.
O rei Mierarth, já furioso, questionou diretamente à Guerion.
- Mago mestre, o que tem a dizer sobre isto? Sei que magos sempre tem uma resposta para tudo.
- Bem meu rei, o senhor deve de admitir que mesmo que estivesse tentando manter o seu povo à salvo atrás deste muros, os exércitos de Lorthrion colocariam fogo em toda a floresta, os sufocando e cercando vocês, trazendo assim a morte de todos sem que se quer precisasse de um ataque direto ou com força total!
O rei, ao finalmente perceber o quão estava cego pelo medo o tornando errado, apenas suspirou pondo a mão sob sua testa e balançando a outra mão, disse.
- Já chega, saiam, fiquem até partir, apenas deixem-me sozinho, preciso pensar.
Todos o encarando desapontados, deixaram o salão.
Após o ocorrido, o grupo ficou mais dois dias na cidade, e no último dia, Kairon e Verina estavam em um quarto no andar abaixo da casa do Rei, onde a janela era redonda, envolta em um círculo de madeira, e sob a cama haviam alguns galhos que cresciam e chegavam até o teto.
Verina estava parada de pé, diante da janela, enquanto Kairon arrumava suas armas.
- Andei pensando... como você liderou o esquadrão e nossos amigos, e ainda salvou as vidas de milhares... - dizia a elfa - Vejo que agora se importa... - terminou de dizer, virando-se para ele.
O caçador se virou para ela, e disse-lhe.
- Não vejo dessa forma, só fiz oque foi necessário, se não ninguém faria...
- E é por isso que se importa, pode não sentir isso em suas emoções, mas sente em sua consciência. - ela respondeu ao se aproximar e olhar nos olhos dele.
- Minhas emoções são somente suas Verina!... e nada mais... - ele retrucou segurando as mãos dela, e falando calmamente.
A elfa o abraçou, e então disse.
- Fico feliz e orgulhosa pelo oque está se tornando Kairon...
Os dois permaneceram abraçados por alguns instantes, até que Kairon saiu dos aposentos dela, e ao fechar a porta, se deparou com Orus ao seu lado, de braços cruzados, escorado na parede, com um olhar risonho em seu rosto, e após subir e descer suas sobrancelhas, ele indagou.
- Então...você e Verina hein?...
- Ela está terminando de pegar todos os seus pertences e nos encontrará lá em baixo, já pegou os seus?
- Jáaa... - respondeu o minotauro, que em seguida foi andando com Kairon para à saída do corredor - eu sabia que vocês dois ficaram juntos, eu não sou nenhum trouxa.
Já reunidos nos portões dos muros da parte de trás do reino, os guerreiros se despediam dos elfos, montados em seus cavalos.
Kairon, era o último deles, e estava quase saindo, quando o rei se aproximou dele.
- Então você conseguiu, venceu a batalha com uma centena, e ainda voltou para cá com sobreviventes!... Meu reino sempre será grato a você, a vocês!
- É bom que seu reino esteja bem, pois se eu souber que você ainda permaneceu no medo e jogou todos ao fogo, eu mesmo vou vir atrás de você!...
- Não se preocupe, você me ensinou à ter coragem, isso não irei esquecer...
O caçador percebeu naquele momento que o rei se redimiu, e mesmo que tenha feito o que fez, pelo reconheceu seu erro sem precisar gerar um banho de sangue de seu povo.
E o Erdariano se despediu dele acenando com a cabeça, tomando as rédeas de seu cavalo, e partindo com Verina, e seu grupo.
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