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CAPÍTULO 6


NÃO TIVE muito tempo para focar em preparativos para a viagem. Na manhã do dia seguinte tudo o que pude fazer foi ligar para o trabalho e dar a notícia, alegando que precisaria tirar uma licença, garantindo que que voltaria em poucos dias.

Eu estava retornando para minha cidade natal depois de algum tempo sem visitar. Lebanon tem cerca de 25 mil habitantes, o que é considerado pouco. A típica cidade pequena onde nasci e vivi até os 17 anos. Depois disso me mudei para fazer faculdade. Não tinha lembranças ruins de lá, na verdade, tive uma vida boa e comum para alguém do interior. Estar voltando para casa seria reconfortante se o motivo não fosse tão devastador.

Acabei dormindo durante o vôo. Sempre fico enjoada nos aviões, então costumo tomar algum remédio que vá me deixar relaxada. O fato de não estar dormindo muito bem nos últimos dias ajudou também. O vôo não foi longo, mas foi o suficiente para sonhar. Nada de extraordinário ou apavorante, mas o suficiente para me deixar pensativa. Era como estar flutuando em um belo céu estrelado. Dessa vez, as sombras estavam mais perto e eu conseguia ouvir suas vozes baixas sussurrarem entre sí. Pareciam preocupados, até ansiosos, alguma coisa estava acontecendo e mexendo com a ordem natural... pelo menos o pouco que consegui distinguir de suas palavras.

Acordei atordoada, ouvindo que o avião já iria pousar. Assim que desembarquei encontrei minha mãe me esperando enfrente ao portão de desembarque. Corri até ela, abraçando-a firme, ela estava tentando não chorar também e sua expressão era semelhante a minha.

Cruzamos o aeroporto para pegar minha bagagem, o que não demorou porque eu não havia levado muita coisa.

— Como ela está? – Perguntei quando entramos no carro, depois do processo de pegar a mala.

— Ela... nos diz que está tudo bem, mas eu sinto que ela não está dizendo a verdade, os médicos... disseram que não tem muito o que fazer – Ela suspirou e encarou o teto do carro, evitando as lágrimas.– Ela está em casa agora. Se recusou a ficar no hospital.

— Como vocês deixaram que ela saísse do hospital? – Pergunto indignada.

— Você a conhecê muito bem, filha. Ela tinha dois últimos desejos: ir para casa e ver você.

— Me ver? – Repeti pensativa. Eu sei que minha avó me ama muito. Sempre tivemos uma relação tão próxima, mas o que seria tão importante para que fosse um dos únicos pedidos dela uma hora dessas?

— Ela disse que vocês precisam conversar – Minha mãe afirmou.

Desviei olhar dela e passei a observar a paisagem através da janela. Um misto de emoções parecia me dominar de um jeito que fazia meu corpo formigar, desde a cabeça aos pés.

Minha avó sempre teve um jeito... excêntrico, no mínimo. Ela sempre gostou de falar sobre o universo, sobre galáxias distantes e planetas longínquos. Eu me lembro que algumas pessoas costumavam chamá-la de maluca e faziam piadas cruéis de que em algum momento ela estaria por aí procurando OVNIs com um chapéu de papel alumínio na cabeça. Outros a chamavam de bruxa, mas ela nunca se ofendeu. Ela sempre agia como se fosse um elogio por alguma razão.

Imaginar um mundo sem ela é como pensar em um céu sem o Sol, sua estrela mais brilhante, sua luz.

Nós chegamos em casa, eu não sabia o que esperar dela. No quarto, vovó estava deitada em sua cama, os olhos fechados. Meu peito se apertou. Talvez tivesse chegado tarde?

— Vovó? – Chamei, ela abriu os olhos muito lentamente.

— Você veio – Falou, sorrindo levemente. Seus olhos brilharam quando encontraram os meus. Eu caminhei até estar ao seu lado, e me ajoelhei em frente a cama, ela agarrou minha mão com uma força que me surpreendeu e a apertou. Ela ainda parecia tão forte.

— É claro que eu vim – Falei, fechando os olhos para impedir que as lágrimas fugissem. – Eu sempre vou voltar.

Ela ergueu a outra mão e tocou meu rosto afetuosamente.

— Você tem uma missão – Falou, de repente contrariando todas as minhas expectativas. – Eu não tenho muito tempo para explicar, mas você precisa saber.

Franzi as sobrancelhas, confusa com as palavras dela.

— Vovó, você precisa descansar...

— Enquanto eu fico mais fraca, você está ficando mais forte – Ela me interrompeu, como se não tivesse tempo para minhas bobagens, ela me encarou profundamente nos olhos. – Estou morrendo, mas é porque você precisa nascer.

— Eu não entendo...– Falei com um misto de preocupação e desespero se instalando em mim. – O que você está dizendo?

Ela sorriu e mesmo em meu estado de pânico pude reconhecer aquele sorriso tranquilo e brincalhão que ela sempre me oferecia. Ela não parecia nem um pouco preocupada com nada.

— Você vai entender, vai encontrar seu destino e a compreensão virá junto. Você irá muito mais longe do que eu fui, você chegará até as estrelas, eu sei – Ela fez uma breve pausa, com o silêncio uma onda do que pareceu ser um sopro de ar fresco dominou meus sentidos. Era um sentimento doce de paz e conforto, diferente da pressão esmagadora que senti no peito durante toda a viajem até aqui. Só pode estar vindo dela. – Eu amo você, querida.

Com isso seu aperto cessou tão abruptamente que me assustei. Sua mão caiu da minha e seu olhar se perdeu.

Imediatamente gritei por ajuda, no segundo seguinte meu pais, tios, e outros parentes estavam no quarto. Eu não sabia o que fazer, suas últimas palavras não saiam da minha mente. Parei no fundo do quarto e me encostei na parede, alguma coisa estava acontecendo comigo. Minha visão ficou turva, todas pessoas tornaram-se meros borrões indistintos e meu peito parecia pegar fogo. 

O que quer que estivesse acontecendo, era como a queda de pressão no banheiro, só que muitas vezes pior. Todas as minhas emoções brigavam entre sí, um enorme furacão dentro da minha cabeça. Memórias que eu não reconheço como minhas invadem minha mente, pessoas as quais nunca fui apresentada surgem diante de meus olhos.

DEMOREI MUITO para pegar no sono naquela noite. Minha mãe insistiu muito que eu deveria descansar, que estava acordada a muitas horas e que a viajem de avião até aqui foi muito cansativa. Eu me recusei, durante horas não me permiti adormecer. Era impossível apenas descansar depois de ter presenciado os últimos instantes da vida de alguém tão importante na minha vida. Eu também não havia superado o que aconteceu depois. Aquela sensação devastadora não poderia ser normal.

Então em algum momento que eu não percebi quando aconteceu, meus olhos estávam fechados. Eu poderia dizer que foram por apenas alguns segundos, mas a verdade é que perdi completamente qualquer noção de tempo. Quando dei por mim, estava me sentando assustada, olhos arregalados e respiração acelerada.

— Estou orgulhosa de você.

Minha cabeça se voltou rapidamente na direção da voz muito conhecida e encontrei minha avó, parada alguns metros de distância. Eu me levantei da cama, um pouco assustada quando o móvel começou a se dissolver assim como todo o restante do quarto, como se fossem feitos de areia.

Olhei para baixo, para mim mesma, me certificando de que também não estava desaparecendo. Voltei meus olhos para minha avó em seguida, observando-a parecer muito mais jovem. Ela vestia uma túnica branca e uma longa echarpe roxa com estrelas bordadas.

— O que aconteceu? – Perguntei, minha voz tomada por um toque de espanto. – Eu... também estou morta?

— Você seja boba, você não está morta – Ela respondeu com um sorriso brincalhão. Ela caminhou até mim e parou poucos centímetros de distancia, tocando suavemente meu rosto. – Pelo contrario, Celeste. Você, neste exato momento, está passando por um processo que lhe dará a vida.

Ela tiroj as mãos do meu rosto e envolveu meu braço no dela, em seguida me puxou para caminhar ao seu lado. Eu estava em silêncio, completamente muda. Meu cérebro parecia um enxame, mas minha boca era incapaz de se abrir.

— Isso é real? – Perguntei, recuperando o controle. – isso está acontecendo? Aonde eu estou?

Era um enorme campo, o céu era repleto de estrelas, havia uma aurora boreal roxa no horizonte e ao longe eu pude ver a silhueta de uma grande árvore.

— Este lugar é... bem, é algum lugar – Ela riu. – É de onde viemos quando tudo começou e para onde vamos quando as coisas acabam.

— Mas você disse que eu não estava morta – Perguntei confusa.

— Isso é porque este é o seu começo – Ela apertou suavemente meu braço. – Você está passando por um processo. Ele afetará seu corpo e sua mente, então você deve estar em um lugar de repouso até que seja conveniente voltar.

Continuamos a caminhar, nunca vi minha avó tão tranquila antes. Ela cantarolava uma antiga canção, a qual sempre cantava para que eu dormisse ou enquanto trançava meu cabelo. Ela dizia que aprendeu com sua avó, que por sua vez aprendeu com sua mãe, ela trouxe consigo quando veio da África para os Estados Unidos, muito tempo atrás.

— Vovó , a senhora ainda não respondeu... isso é real, ou só está acontecendo na minha cabeça? – Perguntei. Eu estava apreensiva. Não sabia para onde olhar, não sabia como àquilo poderia estar acontecendo.

— Ora, é claro que está acontecendo dentro da sua cabeça, querida – Respondeu. Ela virou o rosto e sorriu. Todas as linhas de expressão de seu rosto estavam suaves, como se todas as preocupações e os anos tivessem evaporado. Quanto mais andávamos, mais jovem ela parecia ficar. – Mas isso não significa que não seja real.

Eu aínda não havia entendido muito sobre o que ela estava querendo me dizer. Mas a mesma sensação de paz que tomou conta do meu coração quando ela estava partindo voltou a me dominar. Isso me levou a pensar sobre àquele momento e uma nova pergunta me veio á mente:

— Àquilo que disse sobre eu ter uma missão, o que isso significa?

— Que agora você tem um trabalho – Ela parou de caminhar. Seu rosto endureceu um pouco, agora sua expressão era mais solene do que gentil. – Um trabalho que já foi meu, e antes de mim pertenceu a minha avó, sei que pode compreender o que isso quer dizer. Ela apontou para o alto com o queixo e só então percebi porque havíamos parado.

Era a enorme árvore que avistei antes. Acima dela havia algo muito parecido com uma enorme nebulosa. Minha avó continuo:

— Veja, lá no alto, além deste céu e de todas essas estrelas, existe forças desconhecidas que habitam os pontos mais remotos do nosso universo. O que pode me dizer sobre isso?

— Eu nunca fui boa com enigmas. Não sei se consigo responder, isso tudo parece impossível.

— Se as coisas fossem fáceis, não teriam a menor graça – Disse. – Mas se posso prevenir você sobre algo... eu diria que existem Forças do outro lado. Forças muito poderosas e que ocasionalmente virão até o seu Mundo. E agora é o seu dever protegê-lo.

Ela soltou meu braço e me encarou. Eu sabia que essa era a despedida final, ela estava preparando-se para ir.

— Não quero que você vá – Minha voz soou como um sussurro.

— Não estou abandonando você  – Disse em tom doce. Ela segurou minhas mãos e apertou levemente. – É só o começo para você, mas é o fim para mim e isto faz parte da jornada.

— Não quero ficar sem você, vovó – Insisti.

— Não vai ficar – Falou ternamente.– Você sempre poderá me ver, só deve saber procurar direito.

— Como assim?

— Você vai descobrir – Ela riu. – É apenas mais um dos meus enigmas.

Minha avó se afastou, ela caminhou até a árvore e foi envolvida pelas luzes roxas que pareceram carregar seu corpo para as entranhas da árvore. Eu permaneci alí, sozinha e confusa, encarando o local onde minha ela estava há tão poucos segundos.

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