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Capítulo 5


As enfermeiras que dividiriam o espaço comigo eram muito amigáveis e, ao saberem que eu encontraria o tal Major Santanna, logo me arrumaram roupas de gala. Ao que eu tinha entendido, os altos postos estavam em festa com a primeira vitória e várias mulheres do povo estavam vindo saciar o fogo de alguns homens. Por sinal, era o momento perfeito para pedir qualquer coisa, já que, teoricamente, alimentados e com mulheres ao redor, o que não faltaria seria solicitude.

Me lavei num tanque e tive o meu cabelo arrumado com um produto que parecia laquê para deixar o cabelo curto mais cacheado nas pontas. Felizmente, o meu cabelo curto parecia ser moda naquela época. Aparentemente, eu não estava tão deslocada assim.

Também coloquei um vestido de cor azul bebê que era bem soltinho e ia até um pouco abaixo do joelho. Ele tinha uma cordinha que amarrava bem soltinho na altura da cintura e nada mais. Colocaram também um chapéu que mais parecia um gorro na minha cabeça e que permitia que os cachos continuassem cacheados na ponta no pescoço. 

Quando Liam veio me buscar eu estava mais apresentada para aquele século, mas bonito mesmo estava ele em um novo uniforme militar verde escuro, os cabelos bem penteados e os olhos brilhando. Ele estendeu o braço para mim e eu entrelacei o meu braço no dele me deixando ser guiada para onde quer que ele quisesse me levar.

― É uma pena que seja o Major Santanna e não o Capitão para quem vamos ter que nos apresentar. Mas vamos torcer para que ele esteja de bom humor. ― Franzi o cenho encarando o rosto sério de Liam.

― Por que ele tem que estar de bom humor para nos ouvir? ― Liam suspirou.

― Por que ele não gosta de mim. ― Abri a boca para falar, mas... o que eu podia falar? Não havia nada que eu dissesse que poderia amenizar a situação. A situação por si só já era tensa para nós dois.

Entramos num grande salão onde havia uma mesa com bastante comida e bebida e alguns homens conversando e algumas mulheres que dançavam com outros soldados. Liam me guiou até um grupo de homens e fez um movimento de sentido enquanto cumprimentava o tal Major:

― Major Santanna, Tenente Liam cumprimenta e o apresenta para Luísa. ― Disse Liam fazendo com que o Major que conversava com outro homem voltasse a sua atenção com completo desdém para nós e falasse:

― Aproveitem, dancem. 

― Gostaria de pedir permissão para falar com o senhor ao fim da festa. 

― Permissão concedida, tenente. ― Disse o Major quase como se enxotasse Liam para fora do grupo. Ele não se importou. Voltou a me guiar pelo salão. 

Era verdade que eu me sentia deslocada. Não fazia a mínima ideia de porque estava naquela época e não entendia boa parte dos costumes e das pessoas. As mulheres presentes, grande parte delas usava preto e me olhavam com cara de desprezo, talvez porque eu realmente parecesse uma idiota, tropeçando nos sapatos de boneca fechados e duros, não acostumada com aquela meia de nylon. 

― Você deve estar com fome. Sente-se aqui que vou trazer algo para você comer. ― Eu ia protestar que não queria me sentar, queria ficar ao menos com alguém que eu conhecia de vista, mas Liam rapidamente escapou para a mesa de guloseimas e eu fui obrigada a sentar.

Felizmente, ele logo voltou com um pouco de comida e um refresco que parecia ser de limão. Sem saber o que conversar, optei por comer como ele. 

― Hm... Você lembra quantos anos têm, ao menos? ― Perguntou Liam depois de engolir uma garfada de comida. 

― Dezoito. ― Murmurei.

― Dezoito... Você então nasceu no início do século! Que divertido! ― Voltei minha atenção para ele tentando não rir ou achar graça. Eu tinha realmente nascido no início do século, mas do século vinte e um e não vinte. 

― E você? ― Perguntei apenas para continuar o assunto.

― Vinte e quatro. ― Ele murmurou.

O silêncio permaneceu até o momento que terminamos de comer. Depois disso, Liam se levantou e estendeu a mão para mim. Confusa, fiquei olhando a mão dele estendida por algum tempo até que ele falasse:

― Vamos dançar um pouco? ― Senti minhas bochechas ficarem vermelhas enquanto assentia e aceitava a mão. Eu era um zero a esquerda no quesito dança.

― Eu... Não sou uma boa dançarina. ― Confessei enquanto Liam colocava uma mão na minha cintura me guiando pelo salão. 

― Não se preocupe. É o homem que guia. Você só precisa acompanhar. ― Concordei.

Não era uma dança muito colada, mas eu podia jurar que conseguia sentir o cheiro de uma loção de menta vindo de Liam. Percebia agora que o salão já começava a diminuir a quantidade de pessoas pouco a pouco. 

― Você se lembra de alguma coisa... por exemplo... da sua Terra Natal? ― Ele perguntou sorrindo. Suspirei.

A verdade é que eu lembrava bastante coisa sim do Brasil, mas nunca tinha me atentado em como poderia sentir falta de lá até ter sido teletransportada para uma Europa em Guerra. Busquei as lembranças que seriam mais fáceis de contar sem enlouquecer Liam com as novidades que ele provavelmente não ia presenciar. Como a internet. Ou o celular.

― Eu lembro de prédios, música, e um pouco de correria. As pessoas da minha terra estão sempre com pressa. ― Liam riu.

― Você acabou de me descrever Londres. Tem certeza de que não mora lá? ― Ele piscou sorrindo e eu acabei rindo com ele. 

― Acho que não. Se não teria te visitado. ― Liam sorriu.

― Não moro em Londres, apesar de ter familiares lá. Sou de uma cidade pequena. Já ouviu falar em Bakewell? Provavelmente não. E em Sheffield? É uma cidade maior perto. ― Esclareceu Liam. Arregalei os olhos.

― Orgulho e Preconceito! A Elizabeth passa por lá! Já ouvi falar na sua cidade. ― Liam franziu o cenho tentando esconder o sorriso que queria se formar no canto dos lábios dele ao saber que eu já tinha ouvido falar na cidade dele.

― A sua amiga já esteve lá? Olha, estamos recuperando a sua memória pouco a pouco. ― Apertei um lábio sobre o outro. Era melhor eu fechar o bico antes que falasse besteira. Isso porque provavelmente ele não conhecia aquele livro.

― Não sei... Quem é Elizabeth? ― Fingi que tinha sido um momento de lapso memorial. Aparentemente funcionou, já que Liam riu.

― Vou te passar o meu endereço e quando eu sair da Guerra, me escreva. Ficarei muito feliz em recebê-la na Casa Cásper e mostrá-la a cidade. Claro, se ainda estiver na Europa. ― Sorri.

― Se não, eu passo o meu endereço, se eu lembrar, e você me visita lá no Brasil, o que acha? ― Liam riu mais. 

― Mais olha isso, meu senhor Deus, a gente dá a mão, a jovem Luísa já quer o braço, não é mesmo? ― Ri também.

― Você ia gostar. Sério. ― Do futuro. Eu gostaria de completar. 

Em pensar que estávamos distantes por 100 anos, fazia o meu coração doer, porque Liam, mesmo com o papo todo de Deus, era uma pessoa boa de conversar. Talvez um pouco ingênuo nas convicções que ele tinha do mundo, mas alguém que eu certamente queria ter por perto. Na verdade, era estranho de se imaginar que ele continuasse simpático mesmo em meio a Guerra, o que era totalmente diferente do que as pessoas que não estavam em meio a Guerra se comportavam onde eu estudava.

― Tenente Cásper, pode falar agora. ― Disse o Major já emendando: ― Me disseram que você pode ter encontrado uma arma usada pelos alemães que nos ajudaria numa ofensiva melhor. A Batalha de Albert está em todo o vapor, vamos então, fale! ― O Major se aproximou de nós e eu engoli em seco. Era um homem que tinha uma áurea estranha, um pouco violenta, talvez pela forma como ele falava esperando que todo o universo pegasse fogo.

Não muito diferente de como algumas pessoas agiam no futuro.

― Major Santanna, essa é Luísa, ela estava sendo mantida em cativeiro pelos alemães. ― Major Santanna desviou o olhar somente para averiguar quem eu era, mas logo revirou os olhos e voltou a atenção para Liam.

― Várias mulheres são mantidas em cativeiro para os dar prazer. Não sei onde você quer chegar com isso, tenente Liam. ― O homem me dava nojo. Era isso. 

― Major Santanna, com todo o respeito, sei que isso infelizmente é uma verdade, mas as mulheres que eles mantém assim, o senhor há de convir, são das próprias regiões que eles tomam para si. ― O Major franziu o cenho concordando.

― Sim, e? 

― E a Senhorita Luísa vem do Brasil. ― Silêncio. 

Num primeiro momento, acho que Major Santanna está avaliando a seriedade da questão, analisando o fato com cuidado e pensando a respeito, mas no momento que ele irrompe em uma gargalhada, tenho certeza de que ele não está nos levando a sério.

― Deixa eu adivinhar, Tenente Liam... ― Major Santanna arregalou os lábios em um sorriso estranho. ― E você quer permissão de levar essa adorável moça para Londres, quem sabe casar com ela, mas sob o pretexto de que ela é uma arma alemã? ― Ele continuava rindo e o que mais me deixava com raiva era a forma como Liam não falava nada pela maldita hierarquia militar que ele devia seguir.

― É isso não é? ― Tenente Liam não respondeu e Major Santanna aproveitou para continuar sendo um estúpido.

― Você é um menino decente, Liam. Não deveria se casar com prostitutas brasileiras só porque elas realmente são boas de cama. ― Eu estava ouvindo coisas. Só podia. Não era possível que eu tivesse ouvindo tamanho disparate.

― Major Santanna.. ― Tentou Liam me defender, mas o Major continuou falando:

― Deixa eu terminar de falar, Tenente Liam. ― Liam se calou humilhado. ― Onde essa vadia vai ser uma arma alemã? Você quer que eu chegue com uma mulherzinha dessa no alto comissariado e apresente ela para ser morto? ― Ele inspirou. ― Eu mandaria você parar de transar com ela, se você quer me ouvir. Ainda que esteja realmente surpreso que você esteja fazendo isso. Afinal, achava realmente que você se casaria com aquela sua bíblia. ― E ele começou a rir daquele jeito asqueroso. 

Acabei não aguentando. Quando percebi, minha perna tinha voado para os países baixos do Major e ele foi ao chão grunhido e tentando aguentar a dor, mas o sorriso que ficou nos meus lábios até que valia a pena, ainda assim, tomada de raiva, continuei falando:

― Eu sou brasileira. Brasileira. ― Falei em português e depois em inglês para ele entender. ― E posso não ser uma arma, mas sei como essa Guerra acaba. Afinal, se estamos em 1918 e já aconteceu a Batalha de Albert, isso significa que os Estados Unidos vai vir com uma ofensiva pelo território francês, não? ― E talvez ali eu tivesse cometido o maior erro da minha vida falando coisas do futuro que o passado não deveria saber, porque, no segundo seguinte, enquanto Major Santanna continuava abobalhado de olhos arregalados no chão repetindo coisas sem sentido como " O que? Co-como ela sabe disso?",  Liam me puxou pela mão com força para longe daquele salão a fim de que eu não tivesse uma voz de prisão por ter chutado o Major ou, pior, que ele acabasse tendo uma voz de prisão por me deixar fazer uma coisas dessas.

Enquanto era puxada por Liam para longe de toda a baderna que eu havia criado, eu só conseguia sorrir e acabei gritando, para o desespero do pobre Liam, em português: 

― Chupa essa, inglês babaca! Essa é por todas as brasileiras que você xingou por tabela! ― E Liam continuou me puxando enquanto eu sorria.

Embora tivesse feito uma coisa horrível que me marcaria dali pela frente por simples e pura impulsividade.

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