Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

I - Advento

"Há muitos e muitos anos, existia um reino deveras rico e belo, onde as pessoas eram felizes e realizadas e a harmonia da sociedade jamais era perturbada. A razão da prosperidade desse reino era o lugar de sua fundação: o coração de uma floresta anciã, tão antiga e misteriosa quanto a criação do mundo. A energia mágica da floresta possibilitou o estudo da magia e o desenvolvimento da alquimia naquele reino, que em troca, louvava e protegia a natureza e as criaturas místicas que habitavam a grande floresta, criando uma relação de simbiose perfeita entre o natural e o sobrenatural.

Esse reino era governado pelos reis gêmeos, Presto e Allegro, dois homens sábios e extremamente fluídos nas artes da Feitiçaria e Alquimia, respectivamente.

Por muito tempo o reino prosperou e cresceu, mas quanto mais as fronteiras se expandiam para além da floresta, mais crescia a fome de conhecimento de Allegro, O Alquimista.

Contrariando a filosofia naturalista do reino, Allegro passou a projetar aparatos mecânicos imbuídos com a magia primordial da floresta. Aberrações de aço trazidas à vida pelos artifícios do talentoso Rei Allegro. Não demorou muito para esse conjunto de práticas mecânicas e filosóficas conquistarem a mente de uma parcela da população, surgindo oficialmente a arte da Tecnomancia.

Alquimistas se tornaram Mecanicistas; Magos e Feiticeiros que também aderiram à nova corrente de pensamento se tornaram Tecnomantes.

Presto, O Mago, não aceitava a subversão dos costumes que seu irmão Allegro havia instigado com a criação da Tecnomancia. Para ele, o vínculo com a natureza e os costumes eram sagrados e contrariar a energia mística da floresta poderia acarretar no fim daquela era de prosperidade.

Com o coração partido, mas decidido a remover a febre que se espalhava cada dia mais por Allegro e seus seguidores, Presto reuniu seus melhores Alquimistas, Magos e Feiticeiros e encurralou Allegro e seus seguidores em um distrito isolado da capital.

- Acabou, irmão. Não posso permitir que continue com essa blasfêmia! - Exclamou Presto ao encurralar o irmão com sua vantagem numérica.

- Você sabe, Presto, o jogo só termina quando eu venço. - Respondeu Allegro, momentos antes de seu fim predestinado.

Presto não reconsiderou ou tentou entender seu gêmeo, mas foi razoável o suficiente para evitar derramamento de sangue no solo sagrado do reino. O Rei Mago e seus servos conjuraram um poderoso feitiço ancião, congelando Allegro e seus seguidores juntamente com o resto do distrito. Uma cúpula de gelo se formou em torno do local, deixando Allegro encarcerado para todo sempre. Suas enigmáticas últimas palavras ecoavam na mente de Presto, mas o Rei Mago sabia que havia feito o certo."

- E foi assim que aconteceu! - Exclamou uma bela jovem fechando o livro de histórias em seu colo. - Espero que não me peçam mais essa história por no mínimo duas semanas!

Sentados no chão de madeira polida frente a jovem garota, estavam duas crianças, ainda de pijamas e com os cabelos ruivos bagunçados. A dupla riu do desabafo da irmã mais velha, que periodicamente contava a mesma história sobre o passado do Reino de Allegoria à pedido dos dois pequenos irmãos.

- Mas Cecilia... - Resmungou um dos pequenos, puxando o livro de histórias no colo da irmã até si e o folheando - Ainda tem mais história! O que aconteceu depois?

- Aprendam a ler e descubram sozinhos, oras. - Respondeu Cecilia, levantando da confortável cadeira de leitura com um pequeno salto. - Já está na minha hora.

Os pequeninos protestaram, puxando a saia da irmã na exigência de que ela finalizasse a leitura.

- Vocês querem que a mana seja uma grande Alquimista sim ou não? - Cecilia ergueu as finas sobrancelhas, questionando a dupla.

- SIIIIIM! - Responderam as crianças empolgadas em uníssono.

- Então precisam me deixar ir estudar!

Depois da calorosa despedida de seus irmãos menores e de sua mãe, que a aguardava à porta, Cecilia tomou em mãos sua maleta de suprimentos alquímicos, checou o relógio de bolso que carregava sempre consigo - lembrança do falecido pai - constatando não estar totalmente atrasada ainda.

O rústico bondinho passava todos os dias em frente à bela residência dos Grunesblut no mesmo horário, levando Cecilia e outros tantos aspirantes à Alquimistas e Magicistas até a Universidade Arcana de Allegoria, onde as técnicas, costumes e filosofias do Rei Presto eram passadas de geração em geração.

Depois de alguns minutos em um dos charmosos bondinhos à vapor que circulavam pela capital, Cecilia havia chegado aos majestosos portões de ferro da universidade. Dezenas de jovens trajando o uniforme preto e azul marinho habitual dos estudantes de magia estavam aglomerados no jardim principal, o que sinalizava algum comunicado importante do conselho de ensino da instituição.

- Atenção estudantes, atenção por favor! - Exclamou uma voz masculina, sendo amplificada por um feitiço de um dos docentes ali presentes.

Cecilia forçou sua passagem meio a multidão inquieta, conseguindo se posicionar frente à escadaria de pedras utilizada como palanque de discursos improvisado pela reitoria da universidade.

Sabemos que hoje é um dia importante tanto para nós quanto para vocês. - Começou o velho reitor, Acbal Citocitus, observando a multidão de estudantes aglomerada no jardim da universidade. - Nesse dia histórico, celebramos o vigésimo aniversário da vitória de nosso rei sobre os rebeldes que tentaram destruir nossa nação com sua pseudo-ciência!

A multidão aplaudiu e ovacionou as palavras do reitor, enquanto Cecilia lembrava do velho livro de histórias e de quanto seus pequenos irmãos adoravam essa data festiva.

Após os aplausos e comemorações, Acbal continuou seu discurso:

- Esse ano, caros estudantes, a Grande Conjuração será comemorada de uma maneira diferente proposta pelo próprio rei! - Exclamou Acbal, o fervor era aparente em suas palavras. - Todos os alunos da Universidade de Allegoria estão convidados a se juntarem aos Magicistas do Reino e ao próprio Rei Presto para renovarem o feitiço do distrito congelado!

Ao ouvirem tais palavras, os jovens estudantes foram ao delírio. Meio a pulos, abraços e gritos emocionados por serem convidados para a honraria máxima de um cidadão de Allegoria, a tímida Cecilia comemorou discretamente, nervosa com aquela ocasião jamais imaginada.

"Não vamos ter aula hoje?" - A voz de um dos alunos se destacou na multidão.

"Posso convidar minha família também?" - Perguntou outra voz de destaque próxima à Cecilia, como se tivesse lido sua mente.

O reitor gesticulou pedindo silêncio, e após alguns instantes, respondeu:

- Em nome na Universidade, peço desculpas por não tê-los avisado antes, pensamos em fazer surpresa, então, hoje vocês estão excepcionalmente dispensados das aulas! - Acbal comemorou em tom de brincadeira com os demais professores ali presentes. - E quanto suas famílias, o próprio Rei Presto nos deixou incumbidos de decidir, então eu diria que sim, podem convidar seus familiares para prestigiar a Grande Conjuração!

Nos anos anteriores, a Grande Conjuração não havia afetado o dia letivo, a única diferença era a passeata do Rei Presto e seus Conselheiros pela cidade, além do mágico show de luzes azuladas causado pela enorme quantidade de energia canalizada para replicar o feitiço de gelo e manter Allegro encarcerado em sua prisão silenciosa.

Após o discurso do reitor Acbal, Cecilia se apressou de volta para casa, chegando pouco depois da hora do almoço. Sua mãe e irmãos ainda estavam à mesa finalizando a refeição, mas a jovem Alquimista em treinamento não conteve sua empolgação e tratou logo de contar cada detalhe da fala de Acbal.

Os dois pequenos, Luc e Jeremiah, choravam e pulavam nas cadeiras de tanta felicidade. A mãe de Cecilia e dos meninos, Silvie Grunesblut, também aparentava estar feliz e um tanto surpresa com a decisão do Rei Presto. Era uma ocasião inédita na história recente do Reino de Allegoria, certamente Silvie levaria a família para testemunhar de perto a Grande Conjuração.

O tempo passou num piscar de olhos, e ao entardecer, a família Grunesblut pegou o bondinho até o último distrito da capital onde o evento ocorreria.

O público observava cativo a grande redoma de gelo que circundava o distrito inteiro. Silvie segurava Luc e Jeremiah pelas mãos, mas os pequenos mal podiam se conter. Pequenas e brilhantes, as fadas da floresta voavam curiosas em torno da redoma de gelo, atraídas pela concentração de usuários de magia naquele local.

- Bem mamãe, vou me juntar à minha turma e começar os preparativos. - Disse Cecilia, erguendo sua maleta pela alça de couro. - Procurem um bom lugar e apreciem o espetáculo!

Antes que Cecilia pudesse se afastar, Silvie a segurou pela mão, lançando a magia mais poderosa para acalmar o nervosismo aparente da jovem alquimista: Um sorriso de mãe.

- Tenho certeza que se seu pai estivesse aqui, ele estaria tão orgulhoso de você quanto eu e seus irmãos estamos agora. - Disse Silvie, a voz aveludada acalmando o coração agitado de Cecilia.

A jovem apenas sorriu de volta, mas partiu sem nada responder.

Em todo o perímetro em torno do distrito congelado foram conjuradas runas no chão de pedra, e em cima de cada um desses círculos de conjuração se posicionou um Magicista Oficial, um tutor da universidade e um grupo de estudantes divididos de acordo com a grade curricular de cada jovem.

Como Cecilia estudava para se tornar uma Alquimista, logo foi guiada até o grupo do genioso Des Torques, Mestre Alquimista à serviço do Rei Presto. Por sorte ou coincidência, o tutor daquele grupo era um de seus professores favoritos, o que a ajudou a lidar com a pressão de atuar lado a lado do segundo maior Alquimista do Reino de Allegoria.

Após terminada a organização dos grupos participantes, os familiares puderam se posicionar a uma distância segura para testemunhar de camarote aquele espetáculo mágico.

Soaram as trombetas, uma fileira de guardas se prostrou formando um corredor que levava até alguns metros do perímetro cercado. Ali, diante de todos, surgiu a figura imponente do homem que havia sacrificado o próprio irmão para salvar o Reino de Allegoria, o Sábio Mago, Rei Presto Von Obernik.

Acompanhado da Rainha Odessa Obernik e de seus quatro conselheiros, Presto se posicionou frente à cúpula de gelo, a observando de longe. Um silêncio mortal se instaurou no local enquanto todos aguardavam as palavras de abertura do rei.

- O que estou prestes a fazer não me causa nenhum prazer. - Vociferou o homem, sua voz rouca e alta dispensava feitiços de amplificação. - Contudo, é um mal necessário para garantir o futuro da nossa nação. Hoje novamente, farei justiça!

O Rei trajava vestes negras decoradas com detalhes em dourado que lhe cobriam o corpo inteiro deixando apenas uma das mãos enrugadas e a face rígida à mostra. Os cabelos e a curta barba grisalha contribuíam com a presença poderosa que Presto emanava.

Presto observou as centenas de jovens divididos em grupos em torno da cúpula de gelo, seu olhar penetrante forçando os jovens a baixarem suas cabeças em respeito ou temor.

- Que comece a Grande Conjuração! - Exclamou o rei, esticando sua mão direita com a palma aberta em direção ao distrito congelado.

Diferente dos anos anteriores, o Rei Presto e seus conselheiros não se juntaram aos demais Magos, Feiticeiros e Alquimistas, optando por observar ao longe o início do ritual. Ainda mais distante do que as posições privilegiadas das famílias daqueles jovens.

- Preparados, jovens alquimistas? - Indagou o massivo Des Torques, encarando Cecilia e os demais membros daquele grupo. - Preparem suas luvas condutoras, não podemos perder para nenhum mago engomadinho!

Cecília abriu sua maleta de materiais, mas para sua desagradável surpresa, sua luva condutora não estava lá.

- Não... Não pode ser! - Esbravejou a garota, virando a maleta de cabeça para baixo. - Posso jurar que peguei ela hoje pela manhã! Droga! Droga!

Seguindo as instruções de Des Torque e do tutor, os estudantes configuraram os dois componentes necessários para emular uma rajada de nitrogênio, aplicaram a mistura na luva observando os dois componentes se tornarem um no reservatório acoplado naquele curioso apetrecho de combate.

Cecilia observava desolada enquanto o círculo rúnico abaixo do grupo começava a emanar uma luz azulada e todos apontavam as mãos na quais vestiam suas luvas na direção da cúpula de gelo.

A garota desesperada apenas pôde observar à tudo desolada. Em um grupo próximo, Magos e estudantes fechavam os olhos e pronunciavam encantamentos canalizando energia primordial do solo através de suas varinhas e cajados, voltando tal energia para o grande domo de gelo alvo de seus feitiços.

- Só pode ser brincadeira... - Gemeu Cecilia, os olhos verdes cheios d'água. - Como sou idiota!

De joelhos meio ao grupo de Alquimistas que disparavam rajadas de nitrogênio em direção às paredes da cúpula de gelo, Cecilia testemunhou de perto o espetáculo mágico diante de seus olhos, enquanto sentia a energia das runas no solo empoderando seu corpo e o de seus companheiros, os permitindo manter rajadas contínuas de gelo sem exaurir completamente suas reservas mágicas ou luvas condutoras.

Nem um minuto ainda havia se passado desde o início da Grande Conjuração quando Cecilia percebeu uma leve alteração na luz que emanava do solo abaixo de seu grupo. A cor azulada das runas havia se tornado gris, e a sensação de empoderamento mágico começava a dar lugar a uma abrupta exaustão. Cambaleando no chão rochoso entre as dezenas de pares de pernas de seus companheiros, Cecilia conseguiu sair da área de efeito das runas, sentindo sua vitalidade retornar no mesmo momento.

A cor gris das runas passou a ter um leve tom escarlate, enquanto faíscas vermelhas brotavam discretamente em todo o perímetro da Grande Conjuração sem que os participantes sequer sentissem a flutuação do poder mágico no ambiente ou percebessem fisicamente a misteriosa alteração.

- Essa energia estranha... - Analisou Cecilia assustada, sacando seu aparelho medidor de geofluxo mágico da maleta de couro, o apontando para o círculo rúnico à sua frente. - Essas runas não estão canalizando energia da natureza, essa energia impura está vindo de outro lugar!

O ponteiro do pequeno aparelho usado para medir fluxos de energia natural sequer moveu um milímetro, denunciando para a aspirante à Alquimista que algo estava extremamente errado ali. A jovem olhou em torno de si, não conseguindo localizar sua família meio ao público, tampouco localizando algum tutor ou oficial disponível a qual pudesse alertar.

O desespero de Cecilia finalmente tomou forma quando um raio de energia bruta nasceu do círculo perto de si, passando a centímetros de seu rosto e explodindo violentamente na direção do público. Depois desse, houve um segundo relâmpago escarlate nascido do círculo aos pés de seus companheiros, dessa vez explodindo ali mesmo, ferindo vários estudantes e erguendo uma espessa cortina de fumaça branca.

Não só no grupo de Cecilia, mas nas demais aglomerações de magos e estudantes, os círculos rúnicos emitiam a mesma coloração escarlate e lançavam rajadas de energia impura de maneira aleatória, transformando aquilo que era para ser um belo espetáculo em uma conjuração perigosamente mortal.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro