Capítulo 8
*****Miguel*****
Eu não conseguia olhar para Melinda, tamanha era a vergonha que eu sentia. Não dela, jamais. Eu sentia vergonha por ter me sujeitado ao desejo que eu sinto por ela e não ter me policiado.
Ela saiu triste daqui. Eu senti. Logo depois que ela saiu eu caí sentado de qualquer jeito perto da mesa do consultório e chorei como um menino. Peguei meu telefone e liguei para Mary que rapidamente chegou no manicômio e veio falar comigo. Contei a ela tudo o que aconteceu e ela me ouviu atentamente.
- Miguel. Eu te entendo. Mas logo ela sairá daqui e o vocês vão poder viver a mesma felicidade que eu vivo com a Lis.
- Ela não vai me querer quando sair daqui. Eu fui um covarde e deixei que ela saísse daqui pensando que eu não a queria, quando tudo que eu mais quero é ela.
Ela me abraçou e eu me permiti chorar ainda mais. Alguns minutos depois Marina disse que ia até um restaurante e me traria comida. Assim que ela saiu Laura entrou no meu consultório e fechou a porta atrás de si. Ela trazia um envelope pardo nas mãos e eu não entendi o que ela queria comigo.
- Dr. Mortmain. Tenho algo que te interessa muito aqui comigo.
- Diga de uma vez, eu já vou me recolher.
- Olhe você mesmo.
Ela me entregou o envelope nas minhas mãos e o que tinha ali dentro me assustou muito. Eram laudos médicos comprovando que alguém tinha sido violentado. Continuei lendo e parei quando vi o nome de Melinda como violentada e o meu como algoz. Era um laudo que dizia que eu havia estuprado a minha menina.
- Mas o que é isso Dra. Laura?
- Você não vê?! Eu sempre te quis e agora eu terei. Tem mais coisas aí dentro. Leve o tempo que precisar.
Eu ainda estava em choque, mas olhei rapidamente o que havia ali dentro.
Fotos de Melinda e eu no zoológico, no estacionamento e a mais chocante era de quando a beijei. Havia fotos de nós dois e eu não podia dizer que não éramos nós. Nossos rostos estavam mais do que visíveis.
Eu estava cansado física e emocionalmente.
- Me diz, o que você quer?
- Eu já disse, eu quero você.
- Me dê um tempo por favor. Eu estou cansado e muita coisa me aconteceu hoje.
- Tudo bem meu amor. Vou deixar você pensar. Mas eu fico com isso. - ela me tomou os papéis e saiu me deixando atordoado.
Minutos depois Marina entrou na sala e trancou a porta.
Eu continuava olhando fixamente qualquer ponto da sala sem olhar realmente para nada.
- Miguel. Você está pior do que eu o deixei. O que houve?
- A Laura, ela.. - não consegui falar, as lágrimas invadiram meu rosto e eu não pude controlar.
- Miguel me conte o que essa mulher fez. Se acalme e me fale.
Respirei fundo e falei tudo o que tinha acontecido.
- Grrr.. eu vou matar essa mulher. Meu irmão você não pode aceitar isso.
- Mas se eu não aceitar eu vou ser preso. E ela pode fazer algo contra Melinda e isso eu não posso aceitar. NÃO POSSO.
Ela me olhou duvidosa por alguns instantes e logo me olhou decidida.
- Onde é o quarto da menina?
- Mas por que isso agora?
- Apenas me diga ou sairei batendo de porta em porta até encontrá-la.
- É no último andar. A única porta de madeira do corredor. Tem o nome dela talhado. Melinda Knight.
- Eu volto já. Tranque a porta por dentro. Não saia daqui.
Fiz o que ela me mandou e simplesmente me sentei no chão novamente. Eu parecia estar fora de órbita.
Mas mesmo com todos esses problemas eu não conseguia parar de pensar naquele beijo. Sem dúvida foi o melhor da minha vida.
Tudo que Melinda precisa é estar fora do manicômio. E tudo que eu preciso é de Melinda.
*******Marina*******
Segui as instruções de Miguel e parei em frente a porta de Melinda. Não sabia exatamente o que devia falar. Mas sentia que saberia quando chegasse a hora.
Bati na porta e não obtive resposta. Bati mais duas vezes e ouvi ela dizer baixinho um "quem é?"
- Sou eu, Marina Mortmain.
Ela abriu a porta em seguida; estava abatida e parecia ter chorado muito, pois estava com os olhos vermelhos.
- Entre. O que quer? Miguel te mandou aqui?
- Obrigada! Eu quero conversar com você e ele não me mandou aqui. Eu vim por vontade própria. Preciso ter uma conversa bem séria com você.
Ela olhou para os lados e eu pude reparar num rapaz bonito que estava sentado numa cadeira ao lado da cama dela.
- Este é meu irmão Joshua Knight. Josh esta é Marina Mortmain ela é irmã do meu médico.
- É um prazer conhecê-la senhorita Mortmain.
- É um prazer conhecê-lo também senhor Knight. Mas sem formalidades, me chame de Mary. E eu sou senhora. Sou casada mas isso não vem ao caso agora.
- Oh - ele disse meio surpreso, mas eu sou assim ué. Fazer o que?! - tudo bem Mary, me chame de Josh. O que veio fazer aqui?
- Vim conversar com sua irmã. A propósito Melinda, Miguel está igual ou pior do que você. Ele está um como um pedaço de pano jogado no chão do consultório dele. - ela arregalou os olhos e eu continuei - Depois que você saiu do escritório ele me ligou e eu vim correndo.
Contei tudo que tinha se passado e sobre as ameaças daquela médica de merda. Ela ouvia tudo em silêncio e Josh foi o primeiro a se manifestar.
- Como é?! Essa mulher só pode ser louca. Ela falsificou laudos médicos e ainda está chantageando ele com fotos?
- Exatamente. O pior de tudo é que - olhei para Meli como se pedisse permissão para falar sobre o beijo e ela apenas assentiu. - ela tem fotos dos dois quando se beijaram esta noite.
Josh sorriu para a irmã e segurou a mão dela.
- Meli, eu sempre soube que gostava dele, não tem que se envergonhar. Eu sou advogado Mary, - ele olhou para mim agora e continuou - posso defender ele e desmascarar essa mulher.
- Eu aceito. Agora precisamos convencer ele. Ele está com medo de Laura fazer algo contra Melinda se ele estiver preso.
- Ela já faz isso. Ela me dá remédios em altas doses quando Miguel não
está, acho que é por isso que ele tem medo. Eu contei isso a ele.
- Precisamos de um plano de ação. Ele está trancado no consultório dele agora. Eu tenho certeza que assim que ele disser para aquela mulher ridícula que não vai aceitar a chantagem dela ela irá entregá-lo para a polícia.
- NÃO ISSO NÃO. JOSH FAÇA ALGUMA COISA.
Melinda gritou assustando todos nós. Eu não era médica mas sabia que ela não poderia ter uma reação daquelas.
- Melinda se acalme. Você precisa me escutar antes de entrar em pânico.
Josh a abraçou e sussurrava um “vai ficar tudo bem.” E eu tive um estranho pressentimento.
- Espera um pouco aí.
Fui até a porta e como eu suspeitava a maldita estava entreaberta. A idiota da médica estava ouvindo nossa conversa. Fiz um sinal e Josh entendeu; ele explicou algo para Melinda em seu ouvido e logo ela se levantou e nos chamou.
Apenas acompanhamos ela.
*******
O que será que vai acontecer agora?
Miguel vai ser preso?
Melinda está levando Josh e Mary para onde?
Será que o plano de Mary vai dar certo?
Todas essas perguntas serão respondidas no próximo capítulo...
Votem, comentem e compartilhem.
Até a próxima..
Bjs da Nah..!!
x
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro