Capítulo 7
Miguel e Melinda fizeram um maravilhoso passeio pelo zoológico acompanhados de Mary e Lis. Às 18:00 eles se despediram e tomaram o caminho de volta para o manicômio.
Ao chegarem lá Miguel desceu do carro e abriu a porta de Melinda que sorria radiante. Eles saíram de braços dados do estacionamento e foram para o consultório de Miguel.
*****Melinda*****
Eu estava tão feliz por ter ido ao zoológico. E mais feliz ainda por ter ido com Miguel. Amei conhecer a irmã e a cunhada dele. Elas são uns amores e me fizeram sorrir o tempo inteiro.
Ao chegar no manicômio, Miguel e eu fomos direto para o consultório, estava chegando a hora do diagnóstico e eu estava ansiosa. Eu sabia que mais uma vez me decepcionaria, mas uma pontinha de esperança insistia em habitar meu coração.
Cherry se aproximou de mim no corredor e eu me abaixei para fazer carinho em sua cabecinha suavemente.
- Menina. Você comeu hoje? - ela choramingou como se dissesse que não comeu. Olhei para Miguel e ele fez que sim com a cabeça e sorriu. - Venha garota.
Ela me acompanhou até meu quarto e peguei sua vasilha de ração e coloquei uma quantidade razoável de comida já que fiquei fora o dia inteiro.
Deixei-a no quarto e fui para o consultório.
- Miguel? - bati na porta e ele a abriu depois de um minuto.
- Sente-se aqui Melinda. Vou examinar você antes de começarmos.
- Ta bom.
Me sentei e em seguida ele começou a fazer um pequeno check-up.
- Seus olhos estão normais, seus batimentos também. Vou pedir alguns exames de rotina para Lucy e se tudo estiver certo logo logo você terá alta.
Meus olhos se arregalaram em surpresa. Não conseguia acreditar no que ele acabara de falar. Eu me senti como se estivesse inerte.
Após alguns segundos consegui formular uma única pergunta.
- O quê?
- É isso mesmo que você ouviu Melinda. Se todos os seus exames tiverem resultado normal você terá alta. Poderá viver sua vida tranquilamente fora daqui.
- Mas isso é maravilhoso.
Me levantei e comecei a andar de um lado a outro do consultório e ouvi Miguel dizer:
- Melinda se acalme. Se você ficar andando assim vai acabar tendo uma crise.
Eu parei olhei para a porta e esta estava fechada. Em seguida o olhei profundamente nos olhos e com uma coragem que não sei de onde surgiu, disse:
- Me dê um abraço.
Saiu quase como um sussurro, mas ele me ouviu pois no instante seguinte ele veio me abraçar.
Me aconcheguei em seu peito e o apertei contra mim e pude ouvir seus batimentos acelerados que pareciam imitar os meus próprios.
Levantei um pouco a cabeça e ele baixou a dele. Os olhos de um tão profundo castanho se tornaram escuros de repente e eu interpretei aquilo como desejo. E eu não estava errada.
Minha respiração ofegante se misturou a sua assim que minhas mãos tocaram levemente sua nuca o aproximando mais ainda de mim, olhei para sua boca e ele olhou para a minha. Suas mãos escorregaram para minha cintura num aperto firme e cuidadoso ao mesmo tempo e o que eu tanto esperei desde que cheguei a este manicômio aconteceu. Ele me beijou.
Senti como se o universo inteiro estivesse parado naquele instante. O toque gentil em minha cintura fazia com que eu ansiasse por mais. O beijo antes tímido se tornou urgente à medida que nos acostumamos à ele.
Nossas línguas estavam numa batalha doce e ao mesmo tempo sensual. Algo como um homem e uma mulher quando se desejam e não quando um homem é beijado contra a vontade como eu sempre imaginei que seria. Eu pensava que ele me afastaria e me humilharia dizendo que sou uma louca inconsequente.
Mas agora o mundo lá fora não me importa. Eu estou feliz nesse pequeno momento. Nesse nosso pequeno momento.
Um barulho nos chamou atenção e paramos o beijo. Miguel olhou para todos os lados e do lado de fora da janela havia um pássaro que eu reconheci imediatamente. Louis.
Era como se ele quisesse nos avisar sobre algo.
Eu olhei para Miguel novamente. Ele olhava assustado para a janela e tentava se recompor aos poucos.
- Melinda me perdoe. Eu não quis te forçar a nada.
- Miguel - o calei colocando meu dedo indicador em seus lábios - eu quis isso tanto quanto você. Nós somos dois adultos e sabemos o que estamos fazendo.
- Eu sei. É que.. é que você ainda é minha paciente e como não está de alta, ainda é considerada incapaz. Se alguém descobrir isso eu posso ser preso por estupro.
- Mas Miguel, ninguém nos viu. Está tudo bem. Agora sou eu que digo para se acalmar.
- Tudo bem. Eu.. eu vou arrumar o consultório e ligar para os seus pais. Preciso lhes avisar sobre sua possível alta. Vá para o seu quarto.
Ele não olhava mais para mim e se mantinha de costas. Aquilo me feriu tanto. Eu saí sem dizer uma só palavra. Absolutamente nada. Fui para o meu quarto e me tranquei lá com Cherry. Sentei no chão mesmo e me permiti chorar.
Eu nunca pensei que romances eram assim. Eu nunca havia beijado ninguém e quando beijei logo depois fui rejeitada.
Cherry tentava me consolar como podia, com seu jeitinho canino desengonçado.
Horas se passaram e a noite chegou. Percebi que Miguel não voltaria e nem viria atrás de mim. Peguei o telefone do quarto e digitei o número da única pessoa que me ouviria.
- Alô, Josh? Você pode vir me ver aqui no manicômio. Preciso muito de você.
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Hey pessoal!!
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Agora as coisas vão ficar interessantes.
O livro é bem curto e acho que já está quase acabando (Mas calma que ainda têm uns 5 ou 6 capítulos e o epílogo). Se eu alongar demais posso perder o foco e fazer da leitura de vocês, uma leitura chata e cansativa.
Até a próxima!!
Bjs da Nah!!
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