Capítulo 11
*****Miguel*****
Chega a ser engraçado o modo como o amor invade nossos sonhos, nos faz fantasiar que tudo pode ser diferente, nos faz pensar que quando acordarmos continuaremos felizes. Mas é uma pena que não é assim. Sonhei com o beijo de Melinda durante toda a noite, se eu me concentrasse ainda poderia sentir o gosto. Gosto de carinho e inocência. Mas quando acordei e me lembrei de onde estava e o motivo por estar ali, me senti mal. Senti medo. Não por mim. Mas por minha menina. Laura a ameaçou e eu não poderia fazer nada trancafiado naquele maldito lugar. Que Deus proteja minha menina.
Mas não foi na manhã seguinte a minha prisão que Josh chegou com boas notícias.
15 dias se passaram até ele chegar com as tão esperadas boas notícias.
- Consegui seu habeas corpus. Você pode sair daqui agora mesmo. - Josh disse sorrindo.
- Muito obrigada Josh. Nem sei como agradecer. - disse sincero - Prometo que lhe pagarei cada centavo. Afinal, aceitou ser meu advogado depois de ter colocado sua irmã em risco.
- Não se preocupe com isso. Melinda está segura. - ouvir isso me deu um pouco de paz - E quanto ao dinheiro, não se preocupe. Logo seremos da mesma família não?!
Ele sorriu maroto e eu fiquei sem reação, mas sorri ainda assim.
- Mas eu tenho uma notícia ruim, infelizmente você foi demitido do manicômio e só poderá entrar lá comigo junto.
- Eu imaginei que isso fosse acontecer. - disse exausto.
- Melinda recebeu alta e está em processo de adaptação.
Um sorriso invadiu meu rosto em alívio.
- Essa é a melhor notícia que eu poderia escutar.
- Eu sei. Nós precisamos ir buscar suas coisas no manicômio. Quer passar em sua casa antes?
- Com certeza. Estou horrível e fedido.
Ele riu.
- Então vamos.
Depois de uma hora mais ou menos, chegamos ao manicômio. Tudo estava igual. Exceto que minha menina não estava embaixo da árvore como costumava sempre estar. Cherry não correu até mim e nem Louis ou Rebecca cantaram. Ela os levou.
Novamente um sorriso escapou dos meus lábios. Eu sabia que ela não abandonaria seus animais.
- Vou te dar privacidade. Enquanto você pega suas coisas, eu vou buscar algumas coisas que Melinda deixou para trás.
- Ta bom. Eu não vou demorar.
- Eu acho que vai. - ele sussurrou e naquele momento eu não entendi.
Assim que ele desapareceu corredor adentro, abri a porta do meu antigo consultório e me deparei com uma escuridão tremenda. Tateei a parede à procura do interruptor e toquei em algo, melhor, alguém.
- Me desculpe, eu só vim buscar minhas coisas.
Não obtive respostas. Mas o abraço que veio à seguir quase me desmontou.
Sentir novamente aquele cheiro de lavanda, tão suave, tão simples, me fez o homem mais feliz.
O aperto em minha cintura, o coração acelerado competindo com o meu. Eu poderia morrer agora e morreria feliz.
- Melinda! - sussurrei extasiado.
- Miguel, eu senti medo, senti saudades. Me perdoe pelo que fiz você passar.
Ela disse apressada e me apertou ainda mais. Seus cabelos estavam soltos pela primeira vez, linda. Coloquei minha mão em sua nuca e a fiz andar para trás. Fechei a porta do consultório e a tranquei.
- Eu não tenho que perdoar nada. Você é quem tem que me perdoar, eu fui um medroso estúpido. - Fechei os olhos por um instante lembrando a dor que senti quando a mandei sair do meu consultório - Você mesma disse que somos adultos e que sabemos o que queremos. - me obriguei a parar de falar por um instante, para respirar seu perfume novamente. - E... Deus, como eu te quero Melinda.
- Eu te quero ainda mais Miguel.
Ela afastou o rosto do meu peito e me olhou nos olhos. Procurou aprovação e tudo que eu fiz foi fechar os olhos e ir de encontro aos seus lábios macios.
Nossas respirações se misturando com o ar ao nosso redor. Nossas bocas saboreando o gosto uma da outra. A melhor sensação que eu provaria na vida.
Terminamos o beijo e nos encaramos. As bochechas dela estavam rosadas e aquilo me fez sorrir.
Colei nossas testas e dessa vez, ela sorriu.
- Eu pensei que nunca mais te veria. Senti tanto medo Miguel.
- Shhh.. não diga nada disso. Eu estou aqui e estarei sempre.
- Sabe, eu mexi em alguns papéis que estavam sobre sua mesa e encontrei algo muito interessante.
- O que você encontrou?
- Eu me pareço com Tessa Gray hein?!
- Nossa, havia até me esquecido disso. Mas sim, você se parece com ela.
- Eu li um pouco desse livro. É muito bom. Sinto que me pareço com ela além da aparência. Me sinto amada mesmo sendo algo que nem eu mesma sei explicar.
- Melinda, se eu fosse condenado a prisão, você me esperaria?
- Nem que tivesse que esperar 50 anos, eu jamais te abandonaria. Mas eu sei que não vai ser necessário. Josh é muito bom no que faz.
- Ouvir isso enche meu coração de alegria Melinda. Eu quero viver com você tudo que não pude viver quando estava internada neste lugar.
- E nós teremos todo tempo para isso meu amor. - nem preciso dizer que ouvir isso terminou de me desmontar. - eu estarei aqui quando tudo isso acabar.
- E você realmente quer isso Melinda? Viver comigo?
- Por isso eu seria eternamente condenada.*
Sorri. Ela realmente andou lendo Cassie Clare.
Beijei-a novamente. Dessa vez um beijo mais urgente, mais caloroso e logo estávamos deitados no divã do consultório.
- É melhor pararmos por aqui Meli.
Disse rouco. Eu não queria parar, mas sabia que era preciso.
- Miguel?
- Hmm?
- Foge daqui comigo? Só por hoje?
- Mas...
- Josh vai nos ajudar. Eu só te peço isso. Por favor?
- Vamos.
A beijei castamente e fomos para fora do consultório e Josh estava a nossa espera.
- Vamos Miguel. Vou deixá-los em sua casa. Meli, você vai ter que se abaixar no carro para despistar a segurança ok?!
- Sim Josh.
- Vou jogar uma manta sobre você, não se mexa.
*****Narrador*****
O carro de Joshua começou a se movimentar. Miguel estava no banco ao lado do irmão de sua amada. E Melinda estava abaixada no assoalho do carro com um lençol a cobrindo e as coisas de Miguel em cima dela. De repente o carro parou e ela começou a suar frio.
- Bom dia sr. Knight.
- Bom dia sr. Cullen. Vim buscar algumas coisas de minha irmã e trazer o dr. Mortmain para buscar as dele. Já estamos de saída.
- Tá brincando? Eu sei que a menina está aí.
Melinda estremeceu e duas lágrimas escaparam de seus olhos. Até quando iriam impedir ela e Miguel de ficarem juntos?
Josh olhou para o homem e sorriu. Miguel se manteve impassível.
- É, ela está aqui sim. A propósito, ela já teve alta. Então há algo que a impede de sair daqui com o irmão dela?
- Ela não pode ficar perto do doutorzinho aí. Mas eu sei o quanto aquela menina gosta dele e vejo que com ele não é diferente. Caso descubram vocês, não será por minha causa. E se me perguntarem, eu não estava aqui e não vi vocês.
- Serei eternamente grato por isso sr. Cullen.
Miguel disse e após isso seguiram para o apartamento do “doutorzinho”.
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Sem notas longas..
*Mais uma citação de Cassandra Clare.*
Apenas apreciem o casal...
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