Capítulo VII
Zoey acordara assustada. Mais um pesadelo. Olha em volta e percebe que havia dormido no sofá.
A casa estava tão silenciosa e escura, provavelmente porque devia estar de noite. Ela observa que havia dormido enquanto lia, já que seu livro estava caído no chão.
O pegou apreensiva, aquele livro era tão velho, as folhas estavam tão amareladas e frágeis. Mas por sorte ele estava intacto. Relaxou-se do pânico momentâneo se jogando no sofá, enquanto encarava a capa. Alice no País das Maravilhas. Como ela amava esse livro! Era uma das poucas coisas que a fazia lembrar dos bons momento de sua infância.
Recorreu-se as memórias. A saudade batera tão forte, que ela sentiu-se deprimida por um instante.
Percebeu que, se continuasse ali, poderia chorar até se afogar em suas lágrimas, como Alice quase fizera.
⚜⚜⚜
Guardara o livro na enorme estante da biblioteca, enquanto observava que ela não mudara nada ali. Estava como sua mãe deixara. Os vasos de porcelana trabalhados em pequenos desenhos, os lustres de cristais, o antigo retrato pintado deles. As estantes de madeira velhas e empoeiradas, continham vários livros. Alguns, um dia, foram da mamãe. Outros pertenceram a Joseph. Mas a maioria era de Zoey. Livros grossos, romances antigos de linguajar complicado e histórias deprimentes. Mas era o estilo favorito de Zoey.
Sentiu-se nostálgica. Em sua infância, passara ótimos momentos ali. Conhecia cada canto daquela biblioteca, cada livro, cada detalhe. Era tão gratificante para ela, ver que pelo menos uma de milhares de memórias não haviam sido destorcidas por Stephen.
Para sua surpresa, o telefone começara a tocar freneticamente, fazendo com que sua musiquinha irritante ecoasse por toda a biblioteca.
— Zoemary, preciso de um favor seu. – Uma voz sombria e feminina falava ao telefone em sussurro.
— Diga, Regina. – Zoey não se assustara com aquela voz, já estava acostumada.
— Preciso de mais um de seus serviços. – Ela passara as especificações e desligara.
Hora de trabalhar. – Pensou Zoey. Hoje será divertido...
⚜⚜⚜
Três crianças. Futuras herdeiras de uma fortuna imensurável. Regina, como sempre, queria tudo para si. "Três pirralhos de oito anos não precisam de milhões de dólares, Zoey. " Disse Regina.
— Você é a babá? – Uma das empregadas a olhava com descaso, enquanto mastigava seu chiclete, fazendo um barulho irritante para Zoey.
Zoey fez que sim em um leve balançar de cabeça, sem encarar a mulher. Tomou a frente adentrando a casa.
Três vultos pequenos passaram correndo por Zoey, subindo as escadas e rindo escandalosamente.
— Boa sorte, babá. – A serviçal ria maleficamente enquanto tomava seu rumo de volta ao seus afazeres.
Zoey seguiu para o quarto, se localizando pelas vozes dos garotos. O barulho de seu salto ecoava pelos corredores.
De repente, uma garotinha morena, de belos cachos negros e um olhar sereno parou a sua frente.
— Olá, Camille, certo? – Zoey tentava puxar assunto, mas a menina não tirava seu sorriso do rosto. – Você quer brincar? – Ela ajoelhou-se na frente dela. A menina não se movera. – você quer um bombom? – Zoey tirara de sua bolsa uma pequena trufa enrolada em papel metálico roxo. A menina apenas tomou de sua mão, e correu pelo corredor, desaparecendo na curva.
Zoey suspirou, impaciente, enquanto seguia a largos passos o percurso feito pela garotinha.
A menina estava em seu quarto, junto aos seus outros irmãos. Um deles assistia à televisão, prestando muita atenção ao desenho preto e branco que passava na tela, enquanto o outro cuidava de Camille. Estavam felizes, Zoey julgou.
Pena que ela teria que acabar com essa felicidade.
⚜⚜⚜
Ela distribuiu mais bombons as crianças, esperando pacientemente as mesmas decidirem comer-las. Eram bombons adocicados e envenenados.
Passaram-se um tempo desde que os garotos dormiam, e Zoey estava sentada na cadeira de balanço que se localizava em um canto do quarto. Ela lia uma das histórias para os garotos dormirem.
— E assim, Branca de Neve fora feliz para sempre. – Ela deu um sorriso maléfico, quando deu um beijinho na testa de cada criança. – Durmam, meus meninos. E nunca mais acordem. – Ela ria, enquanto saía do quarto, deixando a porta bater levemente atrás dela.
⚜⚜⚜
Ela havia despejado os bombons dentro da mochila da serviçal, que nem reparara as ações de Zoey. Ela se entretia com a enorme televisão da sala de estar. Também guardara o frasco de Melatonina. Assim, não haveria provas que havia sido Zoey que tinha matado as crianças.
Deixara a casa sem dar sinal. A serviçal nem sequer sabia o nome dela.
Um bom assassino é aquele que nunca deixa provas -pensou Zoey, enquanto um sorriso maléfico bailava em seus lábios.
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