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Capítulo II


4 anos depois...

- "Mas eu não ando com loucos" observou Alice. "Oh, você não tem como evitar. Somos todos loucos aqui. Eu sou louco. Você é louca." Respondeu o Gato. "Como você sabe que eu sou louca?" Retrucou Alice. "Você deve ser", disse o Gato. " Se não, não teria vindo para cá. "- Joseph lia a história favorita de Zoey, Alice No País Das Maravilhas, para lhe colocar para dormir. Ao perceber que a garota já estava em sono profundo, depositou um beijo em sua bochecha e saiu do quarto sem fazer barulho.
Durma bem, minha Alice, pensou antes de deixar o quarto. Seu chapeleiro maluco sempre estará aqui para você, e seu sorriso escapou inconscientemente.
                            ⚜⚜⚜
- Parabéns, minha flor! - Mary acordara Zoey com uma bandeja de café da manhã caprichado.
Zoey ainda sonolenta, a olha com um sorriso fraco. Esfregou seus olhos verdes com o dorso da mão, com o intuito de afastar o sono. Nota então, seu café da manhã.
- Obrigada, Mary! - lhe deposita um beijo na bochecha.
Mary sorri satisfeita.
Havia um bolinho pequeno, onde Mary acendeu uma vela e cantou um parabéns para a garotinha com sua voz doce como mel.
- Cadê o papai, Mary? - Zoey diz, entre uma mordida e outra em seu delicioso bolo.
- Ele já foi para a empresa, meu amor... - E ela serve para si um pedaço do bolo de chocolate.- Ei, flor, ele daqui a pouco chega, não fica triste, ok? - a menina concorda, com um leve balançar de cabeça.
                         ⚜⚜⚜
-Oi minha princesa! - Papai atendera o Telefone bem humorado. - O que foi?
- Oi papai! - Zoey estava tão animado como o pai. - Eu só queria saber se você se lembrou de algo... - ela falara com a voz denunciando sua "dúvida".
- Hum... - ele faz uma pausa. Acho que não... - Joseph lhe preparava uma surpresa de aniversário. Lhe daria uma bicicleta nova, rosa e com uma buzina, assim como lhe pedira no Natal. Mas queria fazer que sua filha ficasse curiosa. - Oh, meu amor. Tenho que desligar agora. Me desculpe. - O pai lhe diz com a voz já desanimada. Adorava receber ligação de sua filha no trabalho.
- Oh, Ok papai. Até daqui a pouco. - A menina estava também com a voz desanimada. - Te amo.
- Eu também, minha Alice. - Zoey deixou uma risadinha doce escapar. Papai lhe mandara um beijo estalado, e logo após desliga.
Passaram horas desde que Zoey falara com o pai no telefone, mas o mesmo ainda não havia chegado. Zoey estava preocupada, com medo de algo muito ruim acontecera com o pai.
- Zoey, vamos dormir, minha flor? - Mary lhe chamava carinhosamente, mas a menina só balançou a cabeça negativamente, sem tirar os olhos da porta da entrada. - O que você acha de dormir na cama do papai? - a menina então desviara sua atenção à Mary. - Quando ele chegar, você o verá. O que acha? - A menina murmura um "sim", e se levanta do sofá já bocejando.
Zoey acordara com a voz relaxante de seu pai.
- Bom dia papai! - lhe agarrou pelo pescoço rindo. - Te amo... - sussurrou em seu ouvido, em seguida lhe dando um beijo na bochecha.
Papai lhe guiara, com os olhos cobertos por uma venda, até o jardim, para lhe dar seu presente de aniversário.
- Você achou mesmo que eu havia esquecido? - Joseph lhe segurava pelas mãos, cuidando para que ela não esbarrasse em nada. - Eu nunca esqueceria o aniversário da minha Alice! - A garotinha riu.
- Eu sei que não esqueceria meu aniversário, papai... - ela fora interrompida ao pisar na grama fofa e úmida. Tentara levantar a faixa, mas o papai lhe impediu.
- Calma, calma. Deixe-me arrumar aqui uma coisa - disse mexendo em algo pelo qual Zoey não conseguira identificar apenas pelo barulho. - Okay, pode tirar a venda! - sua voz em tom empolgante, deixava a garotinha cada vez mais ansiosa.
  - Oh, meu Deus, pai! É uma bicicleta rosa! - Zoey terminava de rasgar o embrulho roxo desenhado delicadamente por corações cor-de-rosa. - Obrigado, papai! Obrigado de verdade! - a menina abraça seu pai com todas as forças que possuía, e o homem retribui.
- Agora que você já descobriu o que é seu presente, que tal ir tomar seu café? Está tarde, vai se atrasar para a escola... - Papai lhe dera a mão, convidando-a para entrar novamente em casa.
- Ok. - Mesmo com a voz desanimada, pois queria andar em sua bicicleta, Zoey obedeceu seu pai.
                        ⚜⚜⚜
Uma batida repetida de campainha perturbava o silêncio da mansão. Apressada, uma das empregadas corre para atender.
- Joseph Walker mora aqui? - um homem de terno preto, com uma maleta cinza, era acompanhado por outros três, vestidos identicamente a ele.
- Sim. Por favor, espere um segundo para que eu o chame.- a serviçal apressa seus passos e adentra a casa. Alguns minutos depois, ela volta, acompanhada de um homem alto, ruivo e sardento.
- Sr. Walker. - um dos homens, loiro, estende a mão, cumprimentando Joseph.
- Em que posso ajudar-los, em plena meia-noite, meus senhores? - o ruivo lhes pergunta, fitando cada um com seus olhos pretos como a noite.
- Viemos a mandado de Stephen Whittemore, pai de Louise Whittemore. - o segundo homem, moreno, adentra na casa, acompanhado pelos outros.
- Camille, por que não volta as suas tarefas? Já me ajudou hoje. Obrigado. - Joseph direciona para a serviçal, que logo deixa o aposento.
  - O Sr. Whittemore lhe mandou este contrato. Basta assinar aqui que nós o deixaremos em paz. - O terceiro homem, negro, tira da maleta cinza três folhas grampeadas e entrega a Joseph.
Ele arranca as folhas da mão do homem com desdém.
- Eu nunca assinarei isso. Agora saiam da minha casa. Saiam! - O ruivo gritava. Os homem não aparentavam estar abalados.
- Só sairemos se assinar. Esta foi nossa ordem. - o loiro retorna a falar.
Joseph rasga o contrato e o joga no chão.
- Vão fazer o que, missionários do Whittemore? - ele disse em tom de deboche.
  Um dos homens parte para cima dele, mas por sorte, ele fizera alguns cursos de karatê a pouco tempo, e sua defesa -e ataque- eram impecáveis. O homem lhe acerta no rosto. Joseph cambalea um pouco, e se sente tonto.
- Você entra na minha casa - sua voz denuncia sua fúria - Me obriga a assinar um termo que passa a guarda da minha filha ao Whittemore - chuta um dos homens bem na cabeça - e ainda diz que é para passar minha herança toda a ele? - Solta uma risada debochada, enquanto acerta a bochecha do homem loiro. O mesmo desmaia. - Saiam daqui agora, ou irei matar-los! - os ameaça, e os outros pegam o corpo desmaiado e saem da casa.
- Camille. - Joseph diz assim que a mulher entra no recinto, assustada pelo barulho decorrente da luta. - Limpe essa bagunça, e não conte nada que vira aqui a ninguém. - ele limpa o sangue que saia de sua boca e deixar a sala.
                         ⚜⚜⚜
- Ah pai, por favor - A garotinha fazia uma voz melosa, afim de convencer seu pai.
- Princesa, eu adoraria ficar, mas agora tenho que trabalhar. Me desculpe. - Joseph carrega em sua voz tristeza.
Zoey abraçara seu pai, enquanto o mesmo sussurrou "peça a Mary para levar-la. Eu voltarei tarde..."
E deixou uma lágrima cair sobre as costas de sua filha.
- O que foi pai? - a menina se desvinculou do abraço para lhe encarar.
- Nada, meu amor. - sua voz estava embargada. - Não é nada. - Apenas terei que matar um homem, se não morrerei. Apenas. Pensou consigo, mas não pronunciara uma palavra.
- Tchau, papai. - Depositara um beijo na bochecha do homem, que logo saiu pela porta da sala de estar.
Zoey continuava sentada no carpete branco, encarando a porta, com esperanças que o pai voltaria. Seus dedos encontraram uma mancha avermelhada no carpete, e ela tocava-a ao perceber que ainda estava meio fresca. Deve ser molho de tomate, pensou, levando o dedo à seus lábios. Uh. Que molho diferente, tem gosto de... Ferro... Novamente passou o dedo na mancha, deliciando o "molho", que na verdade, era sangue.
Voltara sua atenção à porta, quando um barulho de chave ecoou pela sala. Era seu pai.
- Papai! Voltou para fi... - encarou a face avermelhada de seu pai, que estava totalmente banhada em lágrimas. - P-pai o que aconteceu? - levantara desesperada para abraça-lo.
- Não é nada meu amor, já disse. Eu esqueci minha maleta. Deixe-me ir busca-la. - beijou a bochecha da filha e subiu as escadas apressado.
Assim que ele saira, Zoey voltou a sentar-se no carpete, rente a porta. Sentiu uma lágrima solitária cair de um dos seus olhos, indo de encontro com o carpete.
  Vovó chorou assim, e morreu. Pensou. Outra lágrima escorreu. Mamãe também. Mais outra lágrima.
- Zoey, o que aconteceu? - Mari entrou na sala, desesperada.
- O papai... Ele vai... - sua visão estava turva. E sua voz, embargada. - Morrer.
                        

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