Capítulo 28. Vitória?
Alguns anos antes...
Enrico segurava firme o volante enquanto os pneus do carro deslizavam pela estrada sinuosa. A noite estava escura, e a única luz vinha dos faróis que cortavam a escuridão como lâminas. Ele sabia que estava sendo seguido — conseguia ver os faróis dos veículos atrás dele refletidos no espelho retrovisor. O coração batia descompassado, e sua mente estava focada em apenas uma coisa: escapar.
— Enrico, está tudo bem? — perguntou Vitória, sentada no banco do passageiro. Sua voz estava embargada, e ela apertava o cinto de segurança como se aquilo fosse a única coisa que a mantinha no controle.
— Não. — Ele respondeu, secamente, sem desviar o olhar da estrada. — Eles não vão parar até me alcançar. Esse território é uma linha tênue, e eles acham que eu a cruzei.
— Não seria melhor parar e conversar? — Vitória sugeriu, mas no fundo sabia que não era uma possibilidade.
— Não é assim que as coisas funcionam, Vittoria. — Sua voz era grave, marcada pela tensão.
A mansão dos Corallo, destino da noite, parecia cada vez mais distante à medida que o perigo se aproximava. Vitória tentava disfarçar o nervosismo, mas a cada curva, seu corpo se movia instintivamente como se pudesse ajudar a desviar o carro do perigo. Enrico, por sua vez, estava tão concentrado nos carros atrás dele que mal notava o que acontecia ao redor.
Foi quando, de repente, um vulto cruzou a estrada. Uma figura indistinta — talvez um cervo ou um cachorro — surgiu do nada, e o instinto de Enrico o fez virar o volante bruscamente.
— Enrico, cuidado! — Vitória gritou, mas era tarde demais.
O carro derrapou, saiu da estrada e, com um estrondo ensurdecedor, colidiu contra uma árvore. O mundo virou de cabeça para baixo por alguns segundos intermináveis antes de tudo se apagar.
Os dias que se seguiram foram um borrão para a família de Enrico. Ele ficou inconsciente, entre a vida e a morte. Quando finalmente abriu os olhos, a primeira visão que teve foi a de sua mãe. Ela estava sentada ao lado da cama, segurando sua mão firmemente. Os olhos vermelhos denunciavam as lágrimas que havia derramado, e em sua outra mão, um rosário pendia delicadamente, balançando com os movimentos de seus dedos enquanto ela rezava baixinho.
— Enrico... meu filho... — A voz dela era um sussurro cheio de alívio e emoção. — Graças a Deus, você voltou para mim.
A imagem de sua mãe o inundou como uma memória distante. Em seus sonhos, ele havia visto aquele mesmo olhar, aquelas mesmas orações. Mas havia algo incompleto na visão. Uma pergunta que queimava em sua mente.
— Vitória... — Ele chamou, com a voz rouca e entrecortada. — Onde está Vitória?
Sua mãe evitou o olhar por um instante, e o silêncio dela pareceu pior do que qualquer resposta que pudesse dar. O coração de Enrico acelerou novamente, desta vez por medo. As lembranças do acidente começaram a emergir, confusas, como fragmentos de vidro quebrado que ele tentava juntar.
— Enrico, descanse... — Sua mãe tentou acalmá-lo, mas ele não conseguia ignorar a sensação crescente de que algo estava terrivelmente errado.
Enrico despertou sobressaltado, o peito subindo e descendo rapidamente enquanto sua mente ainda se ajustava entre o sonho e a realidade. Sua própria voz ecoava em seus ouvidos, chamando por Vitória. O nome que escapara de seus lábios parecia estranho, como uma palavra de outra época, cheia de peso, mas sem mais sentido em sua vida. Ele passou a mão pelo rosto, tentando dissipar a sensação desconfortável que o sonho havia deixado.
Olhou ao redor do quarto, escuro e silencioso, iluminado apenas pela luz fraca da lua que passava pelas cortinas entreabertas. Ao seu lado, Layla dormia tranquilamente, os cabelos espalhados pelo travesseiro e o rosto sereno. Seu coração, que ainda martelava com o resquício do pesadelo, começou a desacelerar ao observá-la. Era como se a simples visão dela fosse um bálsamo para sua alma inquieta.
Ele se inclinou para mais perto, envolvendo-a em seus braços com delicadeza, temendo acordá-la. Enterrou o rosto em seus cabelos, inalando o perfume suave que sempre o trazia de volta ao presente. Era um gesto automático, mas cheio de significado. Ali, nos braços de Layla, ele encontrava o conforto que buscava — um porto seguro que ele jamais tivera antes.
O sonho o deixara inquieto. Fazia anos que não pensava em Vitória, e menos ainda que não a sentia tão presente. Ela fora parte de uma vida que ele tinha deixado para trás, um casamento arranjado que nunca conheceu o amor verdadeiro. Enrico sabia que, com Vitória, havia apenas companheirismo forçado e uma formalidade que sempre o sufocou. Layla, por outro lado, era tudo que ele nunca imaginou ter: escolha, liberdade e paixão.
"Por que agora?", ele se perguntou em silêncio. "Por que sonhar com isso depois de tanto tempo?"
Enquanto afagava os cabelos de Layla, tentando não acordá-la, sua mente vagava pelas lembranças que o sonho havia trazido. O acidente, os anos conturbados e a sensação de que sempre faltava algo. Mas ao olhar para Layla, sentindo o calor de seu corpo contra o dele, percebeu que, pela primeira vez em muito tempo, ele não precisava buscar nada. Ela era sua paz, seu presente, e o passado não tinha mais espaço entre eles.
Enrico fechou os olhos novamente, apertando-a um pouco mais em seus braços, como se quisesse se ancorar naquele momento. O sonho era apenas um resquício de algo que não importava mais. Layla era sua realidade, e isso era tudo que ele precisava.
Quando Enrico acordou pela manhã, o apartamento estava imerso em uma calma que parecia refletir seu estado atual. O cheiro de café fresco pairava no ar, misturado ao aroma sutil de jasmim que Layla sempre deixava pelo ambiente. Ele se levantou, seguindo o som suave do tilintar de louças vindo da cozinha, e encontrou Layla de costas para ele, vestindo uma camiseta larga — claramente dele — enquanto mexia o café com uma delicadeza distraída.
O lugar, antes apenas funcional, agora parecia um lar. Cada detalhe tinha algo dela: as flores na mesa, os livros empilhados em um canto e até o abajur novo que Layla insistira em comprar porque achava que o antigo era "frio demais". Enrico sentiu o coração aquecer ao observá-la.
Ele se aproximou e a abraçou por trás, envolvendo-a com os braços e apoiando o queixo no ombro dela.
— Vou pedir folga pra ficar com você hoje — sussurrou.
Layla, no entanto, parecia hesitante. Mexeu o café mais uma vez antes de se virar parcialmente para ele.
— Não precisa. Eu entendo seus compromissos.
O tom dela era mais frio do que ele esperava. Enrico franziu a testa, confuso. Para quebrar o clima estranho, ele encostou os lábios no pescoço dela e inalou profundamente o aroma familiar de seus cabelos.
— Si, amore mio... — murmurou com o sotaque italiano que sabia que ela adorava.
Layla soltou um suspiro curto antes de virar-se completamente para ele, os olhos fixos nos dele. Ela parecia tentar decidir como falar algo que estava em sua mente.
— Enrico, quem é Vitória?
O impacto do nome foi imediato. O corpo dele endureceu, e o calor do momento se dissipou. Por instantes, ele não conseguiu reagir. Como Layla sabia sobre Vitória? Ele buscava uma resposta, mas a confusão o paralisava.
— Ah... — murmurou, tentando parecer casual, mas incapaz de esconder o nervosismo.
Layla, no entanto, não era alguém que recuava. Ela cruzou os braços e o encarou com determinação.
— Você disse "Vitória" durante a noite. Quero te avisar, se você não me contar, vou perguntar ao Lucca. E, se ele não me disser, pergunto direto ao seu pai. Quanto mais você demorar, mais raiva vou ficar.
— Amore mio, não é o que parece... — Ele tentou aliviar a tensão com um tom suave, mas Layla não estava disposta a ser enganada.
— Não me interessa o que "parece". Eu quero a verdade. Agora.
Enrico suspirou e passou a mão pelos cabelos, claramente desconfortável. Ele sabia que não podia fugir disso.
— Vamos sentar. É uma longa história.
Layla hesitou, mas seguiu até o sofá. Sentaram-se frente a frente, ele segurando suas mãos como se precisasse daquela conexão para reunir coragem.
— Quando eu era jovem, minha casa sofreu um ataque. Foi um dia terrível, mas sobrevivemos graças ao segurança do meu pai, Fernandes. Ele arriscou a própria vida para nos salvar. Depois disso, Fernandes se tornou quase parte da família. Ele casou e teve uma filha, Vitória. Quando ela nasceu, meu pai e Fernandes decidiram que ela seria minha esposa.
Layla piscou, absorvendo cada palavra. Enrico continuou, hesitante.
— Vitória e eu crescemos juntos, como amigos e companheiros. Eu realmente gostava dela. Achava que nosso casamento seria bom. Mas... — Ele hesitou, tentando encontrar as palavras certas. — Vitória era complicada. Tinha uma personalidade muito forte, quase áspera com quem não conhecia. Mas comigo, ela era diferente.
Layla assentiu levemente, incentivando-o a continuar.
— Um dia, estávamos indo para uma festa na casa dos meus pais. Eu a tinha buscado na faculdade, e fomos perseguidos no caminho. Alguma coisa, talvez um animal, entrou na estrada, e eu perdi o controle do carro. Batemos em uma árvore.
Enrico respirou fundo, os olhos baixos.
— Quando acordei, estava no hospital. Vitória não teve a mesma sorte.
Layla manteve o silêncio, absorvendo a história. Depois de um tempo, disse suavemente:
— E depois disso?
— Meu pai me disse: "Seja homem. Siga em frente. Não foi culpa sua." E foi isso que eu fiz. Mas a lembrança... Ela nunca me deixou completamente. Minha mãe dizia que eu renasci naquela árvore. Podia ter sido um acidente ainda pior.
Layla tomou um gole do café, olhando para ele com atenção.
— Foi isso que te fez chamá-la durante a noite?
— Durante muito tempo, eu sonhava com o acidente. Mas, depois de anos, isso parou. Não sei por que veio agora. Talvez seja só... — Ele suspirou. — Talvez seja um trauma que eu nem percebi.
Layla inclinou a cabeça, considerando.
— Você acha que ainda sente algo por ela?
Enrico olhou para Layla com uma mistura de carinho e seriedade. Ele estendeu a mão e tocou o rosto dela.
— Não. O que eu sinto é por você, Layla. Só por você. E me desculpa se isso te deixou desconfortável. Quero cuidar de você, ser sempre honesto.
Layla sorriu, relaxando um pouco.
— Tudo bem. Mas vamos ficar juntos hoje? Sem trabalho?
Enrico assentiu, puxando-a para mais perto e beijando-a com ternura.
— Vamos, amore mio. Hoje é só nosso.
Enrico e Layla decidiram passar o dia em casa, um raro momento de sossego em meio às constantes demandas da vida de Enrico. Eles estavam jogados no sofá, cercados por travesseiros e cobertores, assistindo a uma maratona de filmes. Para Layla, isso era o paraíso; para Enrico, era uma novidade que ele estava aprendendo a apreciar.
Ele não era acostumado a dias simples como aquele, mas, com Layla, parecia que o mundo desacelerava. A risada dela durante uma comédia romântica fazia o peito dele aquecer de forma que ele não sabia descrever. Ele se pegou sorrindo enquanto ela se ajeitava ao lado dele, os dedos dos pés dela tocando os dele por debaixo do cobertor.
— Por que você está rindo? — Layla perguntou, desconfiada, mas com um sorriso no canto dos lábios.
— Porque estou feliz.
Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa, antes de se aconchegar ainda mais nele.
O momento tranquilo foi interrompido pelo som insistente do celular de Layla.
— É o Lucca — disse ela, pegando o aparelho. Deslizou o dedo para atender e colocou o telefone no ouvido. — Oi, Coala.
Enrico suspirou, já revirando os olhos.
— Oh, lo odio, un giorno lo ucciderò! (Ah, eu o odeio, um dia vou matá-lo!)— resmungou, lançando um olhar irritado para o telefone. — Deixa minha namorada em paz!
Ele gritou para o aparelho, alto o suficiente para que Lucca ouvisse do outro lado da linha. Layla tentou segurar o riso, mas acabou soltando um sorriso enquanto ouvia a resposta de Lucca.
— Hoje temos uma festa aqui em casa. Vocês estão convidados — informou ele casualmente.
— Festa? — Layla perguntou, curiosa. Colocou o telefone no viva-voz, sabendo que Enrico adoraria se intrometer.
— Sim, presença obrigatória — Lucca continuou com a mesma neutralidade de sempre.
— Pode deixar — Layla respondeu, animada.
Enrico suspirou dramaticamente.
— Não quero ir.
Layla deu um tapa de leve no braço dele.
— Ah, você é muito chato, Enrico!
— Não é questão de ser chato... — começou, mas sabia que já tinha perdido o argumento. Quando Layla decidia algo, era difícil fazer ela mudar de ideia.
Mais tarde, enquanto se preparavam para a festa, Enrico continuava resmungando, ajustando os punhos da camisa com uma expressão mal-humorada.
— Você parece uma criança de cinco anos sendo forçada a ir à escola — Layla zombou enquanto terminava de colocar o novo vestido preto que havia comprado com sua última comissão.
Quando ela apareceu na sala, Enrico perdeu completamente o fôlego. O tecido do vestido abraçava as curvas dela de forma impecável, e os olhos dela brilhavam de expectativa.
— Como estou? — perguntou, girando levemente para mostrar o caimento perfeito.
— Perfetto. Sei perfetta, amore mio — disse ele, com um sorriso sincero que deixou Layla corada.
Apesar de todas as reclamações, Enrico sabia que faria qualquer coisa por ela. Ele pegou as chaves do carro e estendeu a mão para ela, que aceitou com um sorriso radiante.
Quando chegaram à mansão Corallo, a movimentação intensa chamou a atenção de ambos. Havia mais carros do que o habitual, e o burburinho de vozes era audível mesmo do lado de fora. Enrico sentiu uma pontada de desconforto no peito, mas ignorou, guiando Layla pelo caminho iluminado até o jardim.
O motivo da agitação ficou claro assim que eles entraram. No centro do gramado, cercado por um pequeno grupo, estava Lecce, o irmão de Enrico. A presença dele irradiava uma energia tensa que parecia congelar o ambiente ao redor.
Enrico parou abruptamente, seus dedos apertando a mão de Layla de forma protetora. O anel em seu dedo reluziu sob a luz, um símbolo da conexão entre eles. Layla apertou de volta, percebendo a tensão crescente no corpo dele.
— Você está bem? — ela perguntou, preocupada.
— Sim — mentiu ele, tentando se recompor.
Mas por dentro, o peito de Enrico parecia um campo de batalha. Lecce estava de volta, e isso nunca era um bom presságio.
Layla olhou para ele com seriedade, inclinando-se levemente para sussurrar.
— Se você quiser ir embora, só me avisa.
— Não — disse ele, mais firme desta vez. — Somos família, leais e gentis..
Ela assentiu, confiante no homem ao seu lado, enquanto ele a guiava para dentro do caos que era sua família.
No centro de toda a atenção estava Lecce, seu irmão. Ele havia voltado.
— Rico! — Lecce exclamou, aproximando-se com os braços abertos. Ele o abraçou com força, como se os anos de ausência não tivessem significado nada. — Que saudade, meu irmão. Estou de volta, pronto para trabalhar.
— Lecce, que bom que está de volta. — Enrico respondeu, tentando esconder o desconforto.
Lecce sorriu para Layla, como era de se esperar. Ele tinha esse hábito irritante de fazer qualquer pessoa se sentir especial apenas com um olhar.
— Layla. — Lecce disse com um sorriso suave, inclinando-se para beijar o rosto dela. — Você está linda esta noite.
— Obrigada, Lecce. — Ela respondeu, corando levemente. Mesmo sabendo que seu coração pertencia a Enrico, não pôde evitar o rubor que subiu ao rosto.
A casa estava animada, e logo o jantar começou. Don Corallo, patriarca da família, aproximou-se de Layla, beijando sua testa com um gesto paternal.
— Filha, que bom que chegou. Agora a família está completa. — Ele declarou, sua voz carregada de emoção.
— Opa, falta eu! — Matteo apareceu como sempre, fazendo alarde.
Layla sorriu. Matteo tinha sido uma presença difícil no início, mas depois de uma conversa improvável durante uma ida às compras, eles haviam se entendido. Ele era diferente, até engraçado, mas ainda assim, sua energia caótica era algo que ela aprendia a suportar.
A noite transcorria animada. Risos e histórias preenchiam a sala de jantar. No entanto, no fundo, Enrico permanecia inquieto. Havia algo no retorno de Lecce que não parecia certo.
Em um momento, enquanto todos estavam distraídos, Lecce aproveitou para falar com Layla.
— Layla, posso falar com você? — Ele disse, com um sorriso que parecia inocente, mas carregava algo mais.
Ela hesitou, mas assentiu. Eles se afastaram por um instante.
— Layla. — Lecce começou, a voz baixa e controlada. — Quero me desculpar se te causei algum desconforto no passado.
— Nenhum, Lecce. — Ela respondeu, desconcertada.
Ele olhou para o anel no dedo dela e ergueu uma sobrancelha.
— Vocês se casaram?
— Não. — Layla respondeu rapidamente, surpreendida pela pergunta. — Ainda não, mas...
— Tudo bem. — Ele interrompeu, com um sorriso enigmático. — Não há pressa para essas coisas.
De longe, Enrico observava a cena. Ele não conseguia ouvir o que diziam, mas a proximidade entre os dois o incomodava profundamente. A tensão em seu peito era inegável, e ele sabia exatamente o que estava sentindo: ciúmes.
Tentando disfarçar, Enrico aproximou-se deles, lançando um braço protetor ao redor dos ombros de Layla.
— Vamos para a festa? — Ele sugeriu, com um sorriso que não alcançava os olhos.
Layla olhou para ele, surpresa pela intervenção repentina, mas entendeu o que estava acontecendo. O olhar de Enrico era claro: ele queria marcar território.
Mas então, o clima mudou. O riso e o som ao redor pareciam diminuir, como se o tempo desacelerasse. Algo, ou alguém, estava alterando a atmosfera da casa.
Enrico sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ao se virar para a entrada do salão, sua respiração travou.
Ali, parada à porta, estava ela.
Os cabelos escuros brilhavam sob a luz, e havia algo em seu semblante que parecia arrancado diretamente das memórias mais sombrias de Enrico.
— Enrico. — A voz dela quebrou o silêncio como um trovão.
Ele piscou, incrédulo.
— Vitória?
O mundo ao seu redor parecia desabar. Layla o olhava, confusa, enquanto Enrico permanecia paralisado, incapaz de processar o que estava vendo.
E assim, o passado que ele havia enterrado tão profundamente decidiu ressurgir, prometendo virar tudo de cabeça para baixo.
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