🔞Capítulo 22. Mia de Castro Larsen. 🔞
Mia estava sentada no sofá de veludo vinho, com as pernas cruzadas balançando sutilmente no ar, enquanto a ponta de seu sapato de couro desenhava círculos invisíveis no espaço. Na sala, o silêncio era quebrado apenas pelo som abafado das vozes que vinham do escritório. Ali, seu pai, um renomado juiz de longa carreira no Poder Judiciário, discutia com Don Corallo os termos de um acordo cujas implicações iam muito além da simples formalidade. Matteo, sentado em uma poltrona próxima, mantinha os olhos fixos em um ponto indefinido, o rosto fechado em uma expressão de aparente indiferença. Sua mãe, uma mulher de porte elegante e olhar incisivo, analisava o ambiente com a precisão de quem nunca deixa nada escapar.
As famílias de Mia e Matteo representavam mundos distintos que, à primeira vista, dificilmente poderiam se cruzar. Enquanto os Lanser — a família de Mia — detinham uma sólida influência no Poder Judiciário, os Corallo estavam mergulhados em um universo de negócios cuja legalidade era, muitas vezes, questionável. Apesar disso, os interesses que uniam as duas famílias eram poderosos o suficiente para sobrepujar as diferenças. Uma aliança matrimonial parecia a solução perfeita para consolidar um acordo que prometia vantagens mútuas, ainda que ao custo da felicidade de seus filhos.
Mia e Matteo, no entanto, tinham uma história que complicava ainda mais a situação. Durante a adolescência, quando os laços entre suas famílias começaram a se estreitar, eles se conheceram em um dos muitos eventos sociais organizados pelos Corallo. Matteo, com sua personalidade reservada, e Mia, com seu espírito livre, encontraram um no outro um inesperado ponto de equilíbrio. Foram cúmplices em um mundo onde cada sorriso parecia calculado e cada palavra escondia uma intenção. Por um tempo, sustentaram uma amizade discreta, mas verdadeira.
Com o passar dos anos, essa amizade se desgastou. Mal-entendidos surgiram, alimentados pelo peso das expectativas e pelo orgulho de ambos. Um desentendimento específico — cujas causas permaneciam nebulosas até mesmo para eles — resultou em um afastamento definitivo. Desde então, tratavam-se como completos estranhos, mantendo apenas a cordialidade necessária para evitar escândalos.
Agora, o casamento imposto pelas famílias os colocava frente a frente, unidos por um contrato que simbolizava mais negócios do que sentimentos. Para Mia, a proposta foi apresentada como inevitável: "um sacrifício em nome da família", nas palavras de seu pai. Matteo, por outro lado, parecia aceitar a situação sem contestar, como se fosse apenas mais um item na lista de deveres que ele carregava desde a juventude.
Naquele momento, a sala parecia pequena demais para a tensão entre os dois. Mia suspirou, os olhos escuros reluzindo com uma mistura de cansaço e rebeldia. Matteo desviou o olhar, incapaz de sustentar a expressão desafiadora que conhecia tão bem. Ambos sabiam que, independentemente de como tentassem racionalizar, estavam presos a uma união que carregava muito mais do que palavras assinadas em um papel. Era um jogo de poder e controle, mas para eles, era também uma batalha silenciosa entre o passado e o futuro que poderiam — ou não — construir juntos.
— Mia, como você está? — Eleonor tentou puxar conversa, mas sua tentativa foi recebida com uma barreira.
— Bem. — respondeu Mia secamente, sem sequer erguer os olhos.
Enquanto isso, Matteo e Lucca trocavam mensagens discretamente no celular, abafando risos para não chamar atenção. A conversa silenciosa entre eles foi interrompida quando o telefone de Lucca vibrou com uma chamada de vídeo. No visor apareceu Lecce, o irmão mais novo.
— Lecce! — Lucca atendeu com um sorriso largo. — Caramba, toda vez que eu te vejo lembro como eu sou lindo.
— Continua cheio de si, né, Lucca? — Lecce respondeu, rindo. Matteo, curioso, se aproximou da tela, espiando.
— Como estão as coisas aí? — perguntou Lecce, apoiando-se na cadeira.
— Conta a fofoca! — Matteo interrompeu, provocador.
— Você perdeu um show, Lecce. Um grande show! — Matteo ria enquanto falava, mas sua expressão travessa denunciava que havia mais do que ele dizia.
— Porra, Matteo. Você de novo com essas besteiras. — Lecce balançou a cabeça, mas não conseguiu conter um sorriso.
— Sua família é tão... desajeitada. — Mia murmurou baixinho, o olhar desconfortável recaindo sobre Eleonor, que tentava manter a compostura.
— Tchau, mano. Depois a gente conversa. — Lucca desligou a chamada rapidamente, percebendo o climão.
Ainda assim, Matteo não deixou a história morrer. Ele pegou o celular e criou um grupo de mensagens com Lucca e Lecce. Logo digitou:
"Mano, tu perdeu o grande show da nova garota do capo."
Lucca arregalou os olhos ao ler, mas Matteo continuou escrevendo, ignorando qualquer noção de autocensura:
"Ela chegou toda sexy, vestido vermelho justíssimo. Quando começou o bacanal, meu irmão estava lá, totalmente desinibida."
Lucca largou o telefone na mesa, chocado. Matteo, no entanto, riu, satisfeito com a própria provocação, e mandou mais uma mensagem:
"Sentou no colo dele, mexendo aquele traseiro enorme rebolando. E no final? A gulosa ainda caiu de boca."
— Você é insuportável! — Lucca exclamou, pegando o celular de volta para ler a resposta de Lecce, que não demorou.
"Você não estava pegando só homens agora?"
Matteo gargalhou alto enquanto digitava rapidamente:
"Eu como de tudo. Quem come tudo não passa fome."
O motivo da tensão entre Matteo e Mia surgiu naquele momento. O comentário casual trouxe à tona lembranças que Mia preferia esquecer: Matteo havia cruzado todos os limites quando, em uma noite regada a álcool e decisões questionáveis, envolveu-se em um ménage com ela e o irmão mais velho dela. Um episódio que deixou feridas profundas e irreparáveis na relação entre os dois.
Na sala, Lucca, desconfortável com a troca de mensagens, decidiu adicionar Enrico,à conversa. Ele digitou, provocador:
"Matteo, repete tudo isso na frente dele."
"Não falei nada além da verdade. kkkkk Aposto que ele ficaria orgulhoso."
O silêncio na conversa de Enrico indicava que ele estava ocupado. Matteo riu sozinho, chutando:
"Ele deve estar traçando a gostosa agora mesmo."
— Vocês vão continuar com esse teatro no telefone? — Eleonor perguntou, finalmente perdendo a paciência.
— Desculpa. — Lucca e Matteo responderam ao mesmo tempo, mas nenhum dos dois parecia realmente arrependido.
Mia, porém, apenas observava os lábios fechados em uma linha tensa. Ela conhecia bem a dinâmica caótica entre os irmãos, mas dessa vez, o desconforto era seu. As memórias, os segredos e a constante tensão pareciam nunca deixá-la em paz.
O jantar foi servido com toda a pompa que a ocasião exigia. O aroma das especiarias e ervas frescas pairava no ar, misturando-se ao brilho suave das velas que lançavam sombras delicadas sobre a mesa impecavelmente posta. Layla, com seus gestos delicados e sorriso comedido, parecia personificar a harmonia que Don Corallo tanto apreciava. Sua postura elegante e o modo como servia-se cuidadosamente de cada prato contrastavam fortemente com a atitude de Mia.
Mia, por outro lado, mal tocava a comida. Suas mãos repousavam sobre o colo, os dedos brincando nervosamente com o tecido do guardanapo. Seu olhar vagueava pela mesa, evitando qualquer contato visual, como se quisesse estar em qualquer lugar, menos ali. Mesmo em silêncio, sua presença era intensa, carregada de uma tensão quase palpável.
Don Corallo, sempre observador, não deixou de notar o contraste entre as duas mulheres. Enquanto Layla irradiava uma tranquilidade quase etérea, Mia era como uma tempestade prestes a explodir, o desconforto mal disfarçado em cada movimento. O contraste não apenas reforçava suas diferenças de personalidade, mas também a dinâmica desigual que se desenrolava naquela sala.
No carro, o silêncio tornou-se ainda mais espesso. O motorista manteve os olhos fixos na estrada, consciente da atmosfera densa entre Matteo e Mia. Matteo olhava pela janela, observando as luzes da cidade passarem rapidamente, o maxilar tenso denunciando pensamentos que não verbalizava.
Mia, ao seu lado, cruzava os braços, olhando fixamente para o vazio à sua frente. A tensão entre eles não era novidade, mas naquela noite parecia mais opressiva. Nenhum deles se moveu, nenhum olhou para o outro. O carro seguia pelo asfalto liso, o som do motor servindo como um pano de fundo monótono para o silêncio que falava mais do que qualquer palavra poderia.
O silêncio no carro, até então tenso, foi rompido como uma faca cortando o ar. Matteo virou o rosto ligeiramente em direção a Mia, suas feições endurecidas, os olhos estreitados pela raiva que ele mantinha sob controle. O tom de sua voz, ainda que calmo, tinha um peso cortante.
— Você podia ser mais gentil com a minha família.
Mia inclinou-se para ele, sem esconder o sarcasmo que carregava cada palavra. Seus lábios curvaram-se em um sorriso provocador, o suficiente para acender ainda mais o fogo que ambos fingiam controlar.
— Posso trepar com os seus irmãos, como você fez com o meu.
A resposta de Matteo veio rápida, como uma bofetada invisível. Ele cruzou os braços e fitou-a com uma mistura de fúria e desafio.
— Você já fez isso — disse ele, referindo-se à festa em que Mia e Enrico perderam os limites em um momento de descuido.
Mia arqueou uma sobrancelha, seus olhos brilhando com um misto de afronta e uma faísca perigosa.
— Estávamos chapados. Você, por outro lado, pegou meu irmão sóbrio.
Matteo desviou o olhar, mas não antes de apertar os lábios em uma linha fina, como se segurasse uma explosão.
— Supera, Mia. — Sua voz saiu mais baixa, carregada de um tom amargo. — O motorista não tá fudendo direito pra você estar tão mal-humorada?
Ela inclinou-se ainda mais, invadindo o espaço dele, e respondeu com a mesma intensidade.
— Ele fode muito bem.
O ar entre os dois parecia eletrificado. Era como se o ódio que transbordava deles alimentasse uma energia ainda mais primitiva, mais carnal. Matteo soltou uma risada curta, sem humor, os olhos escurecendo enquanto observava Mia com um misto de desprezo e algo que não queria admitir.
— Não parece.
A provocação pairou no ar, e o silêncio voltou, desta vez carregado de algo quase palpável. Mia sentiu seu coração acelerar, mas não por raiva — era algo mais profundo, mais visceral. Matteo passou a mão pelos cabelos, os movimentos tensos revelando sua própria luta interna.
A linha entre ódio e desejo era tênue, e ambos sabiam disso. As palavras que trocavam eram armas, mas também prelúdios
A raiva de Mia parecia irradiar pelo pequeno espaço do carro, alimentada pela tensão que Matteo provocava sempre que abria a boca. Em um impulso carregado de rebeldia e provocação, ela deixou o banco traseiro, ignorando o olhar surpreso e, ao mesmo tempo, interessado de Matteo.
No banco da frente, Mia se inclinou em direção ao motorista, um homem de presença discreta, mas cuja cumplicidade com ela era evidente. Ele lançou-lhe um olhar rápido, dividido entre o desejo e a necessidade de se concentrar na estrada.
Mia não perdeu tempo. Com dedos hábeis, abriu o cinto e o zíper da calça dele, libertando o desejo que sabia estar ali. O motorista tentou falar algo, talvez alertá-la sobre o perigo ou a presença de Matteo, mas foi silenciado pelo toque dela e pela certeza de que, apesar de tudo, era incapaz de resistir.
No banco de trás, Matteo observava a cena com uma mistura de incredulidade e algo mais sombrio. Seus olhos estavam fixos em Mia, nos movimentos dela, no modo como parecia desafiá-lo sem sequer olhá-lo diretamente. Era um jogo cruel, e ela sabia que estava ganhando.
O motorista acelerou, tentando manter o controle do carro enquanto Mia o provocava com toques calculados, como se cada gesto fosse uma afronta direta a Matteo. Os olhares entre os dois no banco traseiro se encontraram no espelho retrovisor, carregados de raiva, desejo e algo mais que nenhum dos dois queria admitir.
Quando o carro parou na entrada da casa, o motorista estava visivelmente tenso, enquanto Mia parecia mais viva do que nunca. Ela desceu do carro com um sorriso malicioso e puxou o motorista pela mão, sem sequer se preocupar em olhar para Matteo, que ficou para trás, ainda sentado no banco traseiro.
Dentro da casa, Mia conduziu o motorista para o quarto. Ela estava faminta por controle, por prazer, por uma maneira de canalizar a raiva que Matteo despertava nela. Com passos decididos, empurrou-o na cama e subiu em seu colo, ainda vestida, mas já sem a calcinha, que havia retirado com um movimento rápido antes de se acomodar sobre ele.
A respiração do motorista estava pesada, mas ele não ousava dizer uma palavra além de um murmúrio:
— Senhora...
Mia o silenciou com um beijo em seu pescoço, mordendo levemente enquanto movia os quadris com precisão. Seus gemidos ecoavam pelo quarto, desafiadores, como se fossem direcionados a mais alguém além do homem que estava com ela.
Do lado de fora do quarto, Matteo respirava profundamente, tentando decidir se a raiva ou o desejo falava mais alto. O som abafado dos gemidos de Mia, misturado à sua risada desafiadora, penetrava suas defesas, provocando-o como só ela sabia fazer. Ele abriu a porta com firmeza, entrando no quarto como uma tempestade prestes a atingir seu ápice.
Mia, ainda rebolando sobre o motorista, virou a cabeça e lançou-lhe um olhar carregado de provocação. O sorriso malicioso que ela ostentava era a faísca que Matteo não sabia que precisava para explodir. Ele cruzou o espaço entre eles em passos firmes, agarrando os cabelos dela com força, inclinando sua cabeça para trás, expondo seu pescoço em um gesto de domínio.
— Você não tem vergonha? — Matteo rosnou, os olhos queimando de raiva e desejo.
A resposta de Mia foi uma gargalhada insolente, o som ecoando pelo quarto enquanto ela continuava a mover os quadris de forma provocativa. Era um desafio claro, e Matteo aceitou sem hesitação. Ele abriu o cinto com um movimento rápido, liberando-se antes de empurrá-la contra o motorista, que apenas observava, sem palavras, perdido no prazer de ser parte daquela dinâmica caótica.
Matteo deslizou as mãos pelos quadris de Mia, apertando-os com força, antes de guiar-se até ela. Ele sabia que ela queria esse tipo de controle bruto, que gostava de testar seus limites. Penetrou-a lentamente, forçando-a a sentir cada movimento enquanto ela arqueava o corpo entre o prazer e a dor.
Os gemidos dela se intensificaram, abafados contra o motorista, que também se entregava à situação. Matteo inclinou-se para sussurrar em seu ouvido:
— Vagabunda.
Mia respondeu sem hesitar, a voz rouca e carregada de emoção:
— Eu te odeio.
Era como se essas palavras fossem combustível para ambos, inflamando a paixão destrutiva que compartilhavam. O ritmo entre os três tornou-se caótico, selvagem, com corpos se movendo em perfeita desarmonia, cada um perseguindo o próprio prazer, mas inevitavelmente entrelaçado ao dos outros.
Mia perdeu a conta de quantos orgasmos atravessaram seu corpo, uma torrente de sensações que parecia não ter fim. O motorista e Matteo chegaram ao clímax logo depois, ambos ofegantes, suas respirações preenchendo o silêncio que finalmente caiu sobre o quarto.
Quando tudo terminou, cada um se afastou, como se a conexão momentânea tivesse sido um ato de batalha e não de intimidade. Mia ajeitou o vestido com movimentos rápidos, a expressão de desdém de volta ao rosto, mesmo que o calor em suas bochechas a traísse. Matteo, por sua vez, recostou-se na parede, observando-a com um olhar indecifrável, enquanto o motorista se levantava em silêncio, claramente desconcertado, mas sem coragem de dizer qualquer coisa.
Mia, sempre orgulhosa, ergueu o queixo e se dirigiu à porta, lançando um último olhar a Matteo, que ainda permanecia imóvel. Ela sabia que o odiava, mas odiava ainda mais o fato de que, de alguma forma, ele sempre a fazia querer mais. Matteo, por sua vez, observava-a sair, ciente de que aquele ódio mútuo era a força que os mantinha presos um ao outro.
━━━━━━ • ✿ • ━━━━━━
Meus amores, eu sei que vocês preferem apenas ler o livro sem ter que comentar, eu coloquei esse capítulo pois o Matteo vai ter mais peso do que imaginei no desenvolver da trama. O que vocês acham da Mia? Opinem, gostaram do odeio deles?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro