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Capítulo 17. Lucca, o sincero.

Lecce estava sentado próximo à janela do seu quarto, ou um pouco distante das ruas abafadas pelas cortinas pesadas. Em cima da mesa, duas cadeiras desocupadas deixaram testemunhar sua solidão enquanto ele girava o copo de whisky nas mãos, observando os reflexos âmbar da bebida à luz do crepúsculo. Seus pensamentos vagavam, revisitando memórias que insistiam em ressurgir, como fragmentos de um sonho que ele se recusava a esquecer.

Layla. Ela era o epicentro de sua confusão e fascínio. Nunca tinha trocado algo além de olhares e conversas simples, mas ela havia entrado em sua mente como uma melodia que não se desligava. Ele se lembrou do dia em que a viu pela primeira vez, uma relação breve, mas inesquecível. Ela caminhava com graça, segurando uma cesta com ervas e flores, a expressão técnica em suas ações, mas com uma aura de tranquilidade que parecia iluminar o espaço ao seu redor.

Mais tarde, numa manhã tranquila, foi até a casa dela para tratar de um assunto trivial e acabou sendo abordado. Lá estava Layla, ajoelhada no chão do quintal, tentando atrair uma pequena gatinha preta, que ele descobriu depois de se chamar Bola de Neve. A gatinha, arisca, fugia cada vez que Layla se aproximava, mas ela não desistia, estendendo um pedaço de pão com uma paciência quase mágica. Lecce, observando de longe, não resistiu. Aproximou-se sem dizer nada e, com um gesto firme, mas gentil, tomou a gatinha em suas mãos e a entregou a Layla.

Ela oferece os olhos para ele, um brilho nos olhos castanhos cheios de gratidão e surpresa.
— Você tem jeito com ela — disse, segurando uma pequena bola de neve junto ao peito. — Parece que ganhou uma confiança que eu nunca tive.

Naquele momento, enquanto ela sorria para ele com a gatinha ronronando entre os braços, Lecce percebeu que estava perdido. Não era apenas pela beleza suave de Layla, mas pela ternura em sua alma, evidente em cada gesto e palavra.

Mais tarde, naquela mesma noite, conversaram longamente à luz de uma lamparina. Pela primeira vez, ele se sentiu confortável em ser apenas um homem, sem os fardos. Layla não parecia se importar com quem ele era no mundo — para ela, ele era apenas Lecce, e isso era suficiente.

A porta do quarto se abriu de repente, interrompendo seus pensamentos. Lucca entrou sem cerimônias, como de costume.
— Você sabe que isso vai acabar mal, não sabe? — disse Lucca, cruzando os braços. — O jogo de provocações entre você e Enrico... ele não conhece limites.
Lecce suspirou, mas não respondeu de imediato. Ele sabia que Lucca tinha razão. Enrico era imprevisível, mas naquela noite, enquanto o eco da risada de Layla ao brincar com Bola de Neve ainda dançava em sua memória, Lecce não conseguia se importar.

Olhou pela janela novamente, o copo vazio em mãos. Ele poderia enfrentar Enrico se fosse preciso.

— Sirva um copo pra mim. — Lucca pediu, jogando-se com a informalidade de sempre na cadeira à frente. Lecce, em silêncio, encheu o copo do irmão, antes de completar o próprio. O líquido âmbar dançou sob a luz fraca do abajur, um reflexo do turbilhão em sua mente.

— Vai ficar emburrado até quando? — Lucca corta o silêncio, olhando Lecce com um olhar crítico.

— Papai disse que seria uma boa eu dar uma volta, fazer uma viagem por um tempo. — Lecce respondeu, sem olhar diretamente para o irmão, focando no copo em suas mãos.

— Ele quer evitar as brigas e rosnados seus com o Enrico. — Lucca arqueou uma sobrancelha, erguendo o copo antes de tomar um gole. — E, francamente, talvez tenha razão.

— E por que me manda embora? — Lecce rebateu, os olhos faiscando de indignação.

— Bom, o Enrico é o capo, você entende esse conceito? — Lucca provocou, gesticulando como se explicasse algo óbvio. Lecce revirou os olhos, mas permaneceu em silêncio, permitindo que o irmão continuasse. — Ele marcou território, Lecce. Fez de tudo pela moça. E você?

— Eu estava... — Lecce começou, mas foi cortado por tom incisivo de Lucca.

— Perdeu o lugar. — Lucca suspirou, o peso da verdade em sua voz. — Ela foi atrás de você aquele dia. Lembra? Ela estava interessada, cara, isso estava claro pra qualquer um que olhasse. Não entendi o que ela viu em você, mas parecia que havia algo ali. Vi vocês conversando algumas vezes, e, sinceramente, parecia tão... ok.

Lecce desviou o olhar, protegendo seus pensamentos e sentimentos como um cofre trancado.

— Mas você tem que entender, mano. Nem todo jogo tá ganho. — Lucca contínua, sua voz agora mais calma, quase como se tentasse encontrar as palavras certas. — O Enrico está cortando um dobrado pra agradar ela. Não dá espaço pra Layla pensar em outro.

— Isso é ridículo. Se ela realmente gostasse de mim... — Lecce começou, mas a interrupção de Lucca foi tão rápida quanto cortante.

— ...E se você falou que gostou dela? — Lucca atirou. — Ele não só falou, Lecce. Ele falou pro mundo inteiro. Todo mundo sabe que ele é doido por ela. E você? Você fica aí, nesse marasmo, sempre na defensiva, sempre calado. Se quer saber, não sei se é timidez ou covardia.

Lecce abriu a boca para retrucar, mas Lucca estendeu a mão, sinalizando que ainda não tinha terminado.

— Agora papai quer que você vá pra Itália. Passar um tempo lá, refletindo, tentando descobrir se há alguma coisa nessa cabeça além do orgulho ferido. Talvez seja bom pra você, quem sabe? Só não durma de novo, porque, sinceramente, Lecce, o mundo não espera ninguém.

— Você está me tentando ajudar? — Lecce disse, a voz investida de sarcasmo e confiança.

— Não. — Lucca riu de leve, mas logo sua expressão ficou séria. — Estou falando a verdade. Não acho justo papai te mandar embora, mas também não vou mentir: você não vai se conformar de ter perdido?

— Não. — Lecce admitiu, a palavra escapando como uma confissão amarga.

— E, ainda assim, você não faz nada. — Lucca balançou a cabeça, um gesto entre exasperação e pena. — Você não se conforma, mas também não tenta nada. Evita a garota, briga com o Enrico, e agora está aí, nesse ciclo interminável.

Ele fez uma pausa, tomando o último gole do whisky antes de se levantar.

— Tantas mulheres no mundo, Lecce, e vocês dois vidrados na mesma. Talvez, quando você estiver longe, consiga enxergar além disso. Ou não. Mas, de qualquer forma, algo precisa mudar.

Lucca deu as costas, caminhando até a porta. Antes de sair, lancei um último olhar ao irmão.

— Pense bem, Lecce. Porque, do jeito que está, você já perdeu muito mais do que a garota.

Lucca se pronunciou, deixando Lecce sozinho com seus pensamentos. Ele tentou entender que momento tudo escapou de suas mãos. Não queria odiar Enrico, mas a frustração e a raiva cresceram dentro dele. Ser obrigado a viajar para manter a paz na família ou irritá-la profundamente. Talvez não fosse necessário atravessar o oceano, mas apenas dar um tempo em um lugar mais tranquilo.

Lecce sempre foi o "faz tudo" da família, aquele que resolve os problemas de todos sem reclamação. Era quase irônico que agora precisassem manda-lo para longe, como se fosse ele o problema. Determinado a tomar as decisões da situação antes que seu pai executasse a ideia de exilar-lo, Lecce decidiu ir para uma das propriedades da família próxima à praia. Precisava esfriar a cabeça.

Sem perder tempo, ele deixou o quarto e foi até os aposentos de Enrico para comunicar sua decisão. Ao bater na porta, encontrou o irmão brincando com o gatinho de Layla. A visão abriu algo dentro dele, mas Lecce respirou fundo, esforçando-se para manter a calma.

— Rico. — Ele o chamou pelo apelido de infância, tentando evocar um resquício dos bons momentos entre eles.

— Oi. — Enrico se sentou na cama com o gatinho no colo, lançando um olhar despreocupado ao irmão. — Precisa de algo?

— Gostaria de falar com você. — Começou Lecce, mantendo o tom firme enquanto o irmão gesticulava para que prosseguisse. — Eu estava pensando em ir para a praia por uns 15 a 20 dias. Preciso descansar um pouco e me afastar da loucura dos negócios. Queria saber se você me libera.

— Ah, cara, você é meu irmão, não meu funcionário. — Enrico respondeu com um meio sorriso.

— Mesmo assim. — Lecce insistiu, aguardando a permissão se fosse mais do que uma simples formalidade.

Enrico suspirou, colocando o gatinho na cama antes de se levantar. Ele caminhou até Lecce e o abraçou de forma inesperada, rompendo o clima de tensão entre eles.

— Certo che lo so, mia cara. (claro que sim meu querido) — Enrico disse, dando um beijo no rosto do irmão, um gesto carregado de familiaridade e sinceridade. — Espero que volte bem, porque teremos negócios importantes a tratar em breve.

— Bom, pode contar com o Lucca. — Lecce sugeriu, tentando manter o tom casual.

Che cos'è? (O que é isso) Aquele maluco? — Enrico riu. — Você é meu braço direito, irmão. Se algo me acontecer, quero que fique com o meu lugar. Esse é o meu desejo.

Lecce ficou em silêncio por um momento, mas sua mente foi imediatamente para Layla. Poderia ocupar o lugar de Enrico nisso também? A ideia era tão amarga quanto sedutora.

— Tudo bem, eu volto quando precisar de mim. — Ele finalmente respondeu com um sorriso imposto, sem deixar transparecer o turbilhão interno. — Mas partirei hoje mesmo.

Sta bene.(Está bem.) — Enrico especificamente com um aceno, observando o irmão com uma leve preocupação, embora não dissesse nada.

Lecce esboçou um sorriso ao sair, mas, ao fechar a porta, sentiu o peso de tudo que deixava para trás não apenas a família, mas também a sensação de que seu lugar, tanto nos negócios quanto no coração de Layla, poderia mais ser recuperado.

Quando Enrico e Lucca foram para o bar, Lecce aproveitou a ausência dos irmãos para pedir que chamassem Layla. Desde o que aconteceu, os dois não foram aperfeiçoados a sós, e a ideia de vê-la sem interrupções fez seu coração bater mais rápido, apesar da frustração latente.

A porta foi aberta gentilmente, e a voz doce de Layla preencheu o espaço, fornecendo de uma formalidade que parecia desnecessária naquele momento.

— Boa noite, senhor. Mandou-me chamar?

Lecce virou-se para encará-la, e por um instante perdeu as palavras. Ela estava impecavelmente vestida em seu uniforme, uma postura séria e profissional contrastando com os detalhes de seus traços. Um calafrio percorre sua espinha, e ele desviou o olhar por um breve momento, temendo que seus pensamentos traíssem sua expressão.

— Sim, Layla. Preciso de ajuda com meu mala e gostaria de deixar algumas instruções sobre o quarto. — Ele respondeu, a voz grave, mas hesitante, como se medir as palavras fossem cruciais.

— Claro, senhor. — Ela assentiu, caminhava para mais perto, os passos silenciosos no chão de madeira ecoando em seus ouvidos mais do que deveriam.

Enquanto Lecce explicava os detalhes — como preferia a organização, o tempo que a janela deveria permanecer aberta, entre outras coisas —, Layla manteve os olhos fixos no que fazia, meticulosa e eficiente, como sempre. Mas havia algo no silêncio entre eles, um peso no ar que tornava cada gesto dela hipnotizante para ele.

Quando começou a ajudar a dobrar algumas peças de roupa e colocá-las na mala, Layla finalmente cortou o silêncio.

— O senhor está indo embora por causa... das brigas? — A pergunta veio hesitante, como se ela temesse ouvir a resposta.

Lecce soltou um suspiro baixo, tentando não transparecer o quanto a pergunta o afetava.

— Não. — Ele meniu com um sorriso suave. — Preciso descansar um pouco. Vai me fazer bem.

Layla parou por um instante, segurando uma camisa nas mãos, mas logo retomou o movimento.

— É bom descansar e se afastar. — Disse ela, o tom baixo e quase impessoal, embora seus olhos, quando cruzaram os dele por um breve instante, carregassem algo que ela parecia não querer admitir.

Ele a observou por um momento, a tensão crescendo como um elástico sendo esticado até o limite. Então, sem pensar muito, deixou escapar:

— Quer ir comigo?

Layla falou rapidamente aos olhos, surpresa. A pergunta veio de sinceridade, mas ao mesmo tempo exigiu, como se ele quisesse ver se ela ousaria considerar a ideia.

O silêncio dela foi como um golpe, e Lecce deixou escapar uma risada amarga, quase irônica.

— Você gosta do Enrico? — Ele disse de repente, a voz mais baixa, quase um sussurro, mas o peso da pergunta reverberou no quarto.

Layla abriu a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu. Ela não sabia o que sentir. Havia algo no jeito de Enrico que atraía fisicamente, mas, com Lecce, o sentimento parecia mais profundo, mais complicado. Ainda assim, ela não conseguiu articular nada que explicasse o turbilhão dentro dela.

Lecce desviou o olhar, como se estivesse cansado de esperar por uma resposta que sabia que não viria.

— Tudo bem. Pode ir, Layla. — Disse ele, voltando-se para a mala como se o assunto tivesse encerrado.

Layla hesitou por um momento, os olhos ainda fixos nele, como se quisesse dizer algo, mas as palavras específicas presas em sua garganta. Sem alternativa, virou-se e saiu, fechando a porta atrás de si.

Lecce apareceu ali, o olhar fixo na mala aberta, a sensação de um adeus não disse pesando mais do que qualquer outra coisa. Havia algo entre eles, algo que poderia ter sido, mas nunca seria — e isso, ele sabia, era o que mais faria.

Layla saiu correndo do quarto, o coração martelando no peito como um tambor desgovernado. As palavras de Lecce ecoavam em sua mente, carregadas de algo que ela não conseguia decifrar. A pergunta tinha sido direta, quase brutal, mas havia também uma vulnerabilidade ali que a fazia se perguntar o que ele realmente queria dizer.

Quando chegou ao andar de baixo, a noite fria a envolveu, e ela respirou fundo, tentando rir da tempestade dentro de si. Foi então que seguiu o som inconfundível dos passos de Don Corallo, o patriarca, entrando no saguão com sua presença imponente.

— Layla? — A voz dele cortou o silêncio.

Layla se transformou rapidamente, ainda tentando recuperar o controle de suas emoções. Mas assim que olhou para Don Corallo, ela sentiu um aperto no peito. Seu rosto estava vermelho, e seus olhos tranquilos, estavam inquietos. Ele parecia perturbado, uma visão que ela nunca esperava presenciar nenhum homem conhecido por seu sangue-frio.

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