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Capítulo 12. Noite em paz?

Quantas faces era capaz de uma mulher ter? Enrico pensava nisso, como uma boa menina com apenas um drink podia ter se tornado um furacão. Layla havia ligado o som de sua casa, dançava até acabar escorrendo sozinha e machucando o pé.

— Já chega, tesoro. — Ele pegou ela no colo vendo que não conseguia

— Por que me chama assim?

— assim? — Enrico fingiu não saber o que ela falava, ele a deitou na cama.

Tesoro — ela tentou imitar o sotaque italiano de Enrico falhando miseravelmente e fazendo ele rir — Por que?

— É um jeito carinhoso de chamar, bella.

— Por que você é carinhoso comigo?

— Já disse que gosto de você, não acreditou em mim.

Layla não respondeu, ela apenas aproximou seus lábios do de Enrico e o beijo, ele foi pego de surpresa, um beijo suave, ele mantinha suas mãos longas, ela tinha bebido e ele não faria nada com ela.

Quando chegou ao fim ele suspirou, aquele era uma tortura, seu corpo todo estava dormente. Layla se livrou do seu vestido, empurrou Enrico na cama, seus olhos estavam cheio de malícia, ela se aproximou suavemente dele, começou a beijar seu pescoço

— Layla — Quando ele a chamou, os beijos pararam, ela não se mexeu — Layla? — Ele a chamou novamente.

Layla havia desmaiado devido a bebida, Enrico riu, pelo menos tinha uma graça naquela situação. Ele a deitou na cama com gentileza para que ela pudesse dormir. Amanhã será um dia difícil.

Quando o sol começou entrar pela janela ela resmungou, Enrico que estava sentado na poltrona lendo um livro se levantou e foi até ela.

— Como está seu pé? — Ele perguntou sentando na beirada da cama, entregando uma xícara com água

— Acho que bem, isso não era necessário. — Layla apertava a porcelana com força, seu olhar era baixo, ela não se lembrava do que tinha acontecido e ele estava tão paciente, não era uma pessoa paciente.

— Então, temos que conversar sobre o que você fez ontem.

— Não me lembro de nada.

Ela sentiu um calor subir pelo seu rosto, sua face estava ruborizada, era ruim e ela estava constrangida por tudo isso. Ela lembrava de subir em cima de Enrico e tirar sua roupa. Como ela podia ser tão ousada.

— Bom, você torceu o pé, estranho não estar doendo. Chamei um médico e avisei meu pai que estou com você.

— Eu preciso voltar ao trabalho.

— Não precisa e não vai, deite um pouco, pedi um café da manhã.

Enrico saiu do quarto, Layla suspirou, ela estava com uma camiseta enorme de Lakers amarela forte. Ela fez um coque no cabelo, tentando se lembrar de tudo, quando Enrico chegou com um saco cheio de gelo.

— Não deitou ainda. — Falou observando que Layla ainda estava sentada na cama.

— Estou bem

— Olha seu pé, por favor.

Layla empurrou o cobertor e viu o tamanho que seu pé estava, ela se assustou pois não se lembrava disso e quando bateu os olhos sentiu dor, quase como automático.

— Meu Deus.

— Deita por favor. — Ele a empurrou suavemente para que se deitasse, atento a cada movimento, certificando-se de que ela repousasse com segurança. — Vou pôr um gelo no seu pé.

Ele colocou uma pano e depois o gelo no pe de Layla, ela tentava se lembrar quando torceu o pé mas não conseguia, agora sua cabeça doía mais que tudo. Enrico seguiu falando

— Eu coloquei seu celular pra carregar, depois você veja, tem ligações e meu pai quer falar com você.

— O que eu digo pra ele? — Ela perguntou perdida e confusa

— A verdade — Enrico exibiu um sorriso suave — Que você bebeu, torceu o pé, se jogou em cima de mim e me beijou.

Ela ficou em silêncio, como justificar que ela tinha apenas feito.

— Sabe, você se jogar assim em mim... — Enrico se aproximou, o tom em sua voz carregado de uma suavidade provocante. — Posso acabar acreditando que você quer algo mais do que apenas a minha amizade. — Ele apoiou o braço ao lado do travesseiro, inclinando-se até ficar a poucos centímetros de Layla, seu corpo pairando quase sobre o dela, os olhos fixos em seus lábios. — Talvez você deseje algo de mim... algo que não tenha coragem de admitir.

Layla sentiu o rosto arder em um rubor incontrolável enquanto Enrico encurtava a distância entre eles, seu sorriso provocador se transformando em um brilho misterioso. Ele soltou uma risada baixa, quente, antes de roçar os lábios na ponta do nariz dela em um toque suave, que a fez prender a respiração. — Por sua causa, já não tenho uma noite de paz há muito tempo — sussurrou, antes de se afastar devagar, deixando uma tensão doce no ar.

O telefone de Enrico tocou novamente. Era seu pai... de novo. Sexta chamada. As suspeitas de que Lucca havia comentado que ele saíra com Layla, e agora seu pai parecia estar genuinamente preocupado com o que poderia ter acontecido com eles. Enrico passou a mão pelos cabelos, frustrado com a interrupção e com o peso da responsabilidade, sabendo que precisava tranquilizá-lo antes que a situação ficasse ainda pior.

— Fala pai.

— Estou chegando na sua casa.

— O que? — Os olhos de Enrico se dilataram.

— Lecce me contou onde você mora e estou chegando, quero saber por que você mora aí, e o que fez com ela.

Antes que Enrico pudesse falar algo o seu pai desligou o telefone, — O que houve? — Layla perguntou preocupada.

— Nada tesoro, descansa tá bem? — Ele foi para o banheiro, lavou seu rosto tentando entender por qual motivo seu pai estava sendo tão imaturo.

Lecce, como sempre, era um fofoqueiro. Que inferno. Enrico cerrou os punhos ao pensar no irmão, mas logo um sorriso quase diabólico se formou em seus lábios. Um plano começou a ganhar forma em sua mente; talvez, um pouco de bagunça estrategicamente colocada pudesse afastar Lecce de vez como pretendente de Layla. Ele sabia que seu pai provavelmente veria Lecce antes de qualquer um, e contava com isso para que as notícias se espalhassem.

Enrico abriu a gaveta e encontrou um batom esquecido por alguma garota de uma noite qualquer. Com uma precisão cuidadosa, deslizou o batom pelo pescoço e pelo ombro, deixando uma marca rosa suave, como uma evidência sutil. Ele se observou no espelho e ajustou o detalhe, garantindo que as marcas fossem visíveis, mas naturais o bastante para que não despertassem suspeitas.

Ao retornar ao quarto, encontrou Layla adormecida e, com um sorriso malicioso, ligou a TV em volume baixo, como se estivesse distraído. Em seguida, espalhou suas roupas de forma sugestiva ao redor do quarto — uma camisa na poltrona, uma gravata largada no chão. Cada peça cuidadosamente posicionada para contar uma história sem que Layla desconfiasse.

Ao terminar, Enrico olhou para ela e sorriu, satisfeito com sua própria astúcia. Sabia que seu pai e Lecce tirariam suas próprias conclusões, exatamente como ele queria.

Quando Enrico voltou à cozinha, a campainha tocou. Ele foi até a porta, sem camisa, com as marcas sutis de batom ainda visíveis em seu pescoço e ombro. Don Corallo estava na frente, com Lecce logo atrás, como um guarda-costas imponente.

— Bom dia — Enrico disse, forçando um sorriso.

— Enrico, o que aconteceu? — Don Corallo perguntou, o tom preocupado.

Lecce fixou os olhos no irmão, notando imediatamente as marcas de batom. Um silêncio carregado pairou no ar.

— Layla está com você? — Lecce perguntou, a voz carregada de uma tensão não dita.

— Sim, mas não é o que você está pensando — Enrico respondeu rapidamente, tentando manter a calma.

— Enrico, eu juro... — Don Corallo começou, sua voz agora tomando um tom mais firme e preocupado.

Nesse momento, um grito alto ecoou do quarto de Enrico. Layla, ouvindo a conversa, tentou levantar, mas perdeu o equilíbrio e caiu. Enrico imediatamente correu em direção ao quarto, o coração acelerado, temendo o pior. Quando entrou, encontrou Layla caída de joelhos ao lado da cama, seus olhos marejados de lágrimas.

— Não consigo andar... — ela disse, a dor evidente em sua voz, as lágrimas escorrendo. — Dói muito...

— Tesoro, eu disse pra não levantar... — Enrico se ajoelhou ao lado dela, a voz suave e cheia de preocupação.

— Eu queria... — Layla começou, mas não conseguiu terminar a frase, a dor lhe cortando a respiração.

— Fica calma, vamos procurar um médico, tá? — Enrico acariciou o cabelo dela com carinho, sentindo a angústia crescer em seu peito. Do lado de fora, Don Corallo e Lecce observavam, tensos.

— Tá doendo... — Layla disse entre soluços, a dor em seu corpo parecia se espalhar por sua alma. Ela não conseguia se mover, suas forças falhavam.

Enrico, com cuidado, a pegou no colo e a deitou novamente na cama, tentando suavizar sua agonia.

— O que está acontecendo aqui? — Don Corallo perguntou, a voz grave, seus olhos se fixando nos dois.

— Pai, Layla torceu o pé. — Enrico falou, tentando manter a voz firme, mas algo em seus olhos denunciava o turbilhão de emoções que ele tentava esconder.

— Explique melhor. — Don Corallo encarou os dois, seu olhar exigente.

Layla, ainda com dor, agarrou o braço de Enrico quase como um pedido silencioso para que ele não falasse mais. Seus olhos estavam fixos nos de Lecce, que, por trás de seu semblante severo, parecia esconder algo misterioso. Ela não sabia o que sentia, mas uma sensação estranha se formou em seu peito. Nesse momento, uma mão a puxou suavemente, era Enrico, que a colocou delicadamente de volta na cama.

— Don Corallo, Layla realmente torceu o pé — Enrico repetiu, tentando manter a situação sob controle.

— Isso é verdade? — Don Corallo olhou para Layla, a preocupação em seus olhos.

Layla, sentindo-se culpada, tentou explicar. — Sim, senhor, me desculpe. Eu não devia ter saído...

Don Corallo suspirou, o olhar se movendo por todo o quarto bagunçado. As roupas espalhadas, a tensão no ar. Ele sentia que havia algo mais, mas não sabia o que exatamente.

— Enrico, vamos. — Ele disse, já se virando em direção à porta.

Enrico o seguiu, deixando o quarto, enquanto Lecce permanecia sentado no sofá, com o rosto fechado e os olhos fixos em Enrico, uma raiva silenciosa queimando em seu peito.

— Filho, liga pro médico, o pé de Layla está horrível, ela não consegue andar — Don Corallo disse, preocupado, observando a situação de Layla com um olhar sério.

Enrico assentiu com a cabeça, ainda distraído pela dor que via nos olhos de Layla. Então, Don Corallo o olhou, seu tom de voz grave:

— Enrico, e você e ela? O que está acontecendo entre vocês?

Enrico hesitou por um momento, respirando fundo antes de responder com sinceridade:

— Pai, eu realmente gosto de Layla. Você acha que eu a levaria pra cama assim, sem mais nem menos? — Ele olhou diretamente para seu pai, tentando passar a seriedade da situação. — Eu estou completamente doido por ela. Juro que não faria nada para magoá-la.

Don Corallo o observou, os olhos analíticos, como se medisse a verdade nas palavras do filho.

— Você gosta dela mesmo? — perguntou, o tom agora mais suave.

— Muito, pai. — Enrico suspirou profundamente, sua voz carregada de frustração. — Ver ela andando naquele lugar, com tanta leveza, me deixou louco. Só espero que ela sinta o mesmo por mim.

Don Corallo fez um gesto de compreensão e, com um suspiro, disse:

— Irei esperar o médico. — Ele se acomodou na cadeira, com um olhar pensativo.

Enrico, ainda inquieto, pegou o telefone e ligou para o médico, com o peso da preocupação sobre ele. Durante esse tempo, a cesta de café da manhã foi entregue, mas Enrico a ignorou, como se o mundo ao seu redor tivesse diminuído para focar apenas em Layla. Ele colocou a cesta na cozinha, fazendo de conta que nada estava acontecendo ao redor, e pegou alguns itens antes de voltar para o quarto.

Quando entrou, Layla estava sentada na cama, com os olhos vermelhos e cheios de dor. Ela limpou as lágrimas rapidamente ao ver Enrico, tentando esconder o quanto estava machucada, fisicamente e emocionalmente.

— O que aconteceu? — Enrico se sentou ao lado dela, colocando a bandeja no canto da cama, mas não conseguindo tirar os olhos da expressão triste de Layla.

— Por que tudo parece estar desabando? — Layla suspirou, sua voz baixa e cheia de pesar. — Meu pé dói tanto, não consigo andar... e... — Ela parou por um instante, tentando encontrar palavras. — Lecce estava com outra garota ontem à noite, e eu... não consigo parar de pensar nisso.

O coração de Enrico apertou ao ouvir isso. Ele se aproximou de Layla e, sem hesitar, a abraçou com ternura, como se pudesse aliviar um pouco da dor que ela sentia. Ele sabia o que ela estava passando, e a vontade de protegê-la cresceu ainda mais. Quando se afastou um pouco, ele tocou suavemente o rosto de Layla, acariciando a pele fria de suas bochechas.

— Odeio ver seus olhos assim, tão tristes — Enrico murmurou, sua voz quase um sussurro. — Você não merece isso, Layla. Não merece nada disso.

Layla fechou os olhos, sentindo o calor e o conforto no abraço de Enrico, mas a dor ainda parecia intransponível. Ela queria acreditar nas palavras dele, queria confiar no que ele sentia, mas a confusão em seu coração e a imagem de Lecce com outra ainda a assombravam.

Peço desculpas pela confusão! Agora que você mencionou, fiz a correção e ajustei o trecho, levando em consideração que Layla é quem pede desculpas, não Enrico. Segue a versão revisada com essa correção:

— Me desculpa pelo que fiz... — Layla disse, a voz baixa, cheia de arrependimento.

— Do que está falando? — Enrico perguntou, confuso, olhando para ela.

— Do beijo... — Layla olhou para ele com um suspiro pesado. — Eu... não sei, Enrico. Eu não devia ter deixado isso acontecer.

Enrico, em um gesto de carinho, se aproximou dela com um olhar suave. Ele deslizou os dedos pelo rosto de Layla, tocando-a com delicadeza, como se quisesse acalmar seus medos. Aos poucos, ele se inclinou, sua testa encostando na dela. Layla fechou os olhos, sentindo a proximidade dele, e o coração dos dois acelerava com a tensão do momento.

Era como se o tempo tivesse parado ali, os dois compartilhando um momento íntimo, mas ao mesmo tempo carregado de insegurança. Enrico estava a centímetros da boca de Layla quando, de repente, a porta se abriu de forma abrupta, quebrando o encanto e fazendo-os se afastarem rapidamente.

Enrico virou-se, e lá estava Lecce, acompanhado por um médico. Lecce parecia impassível, mas seus olhos demonstravam algo diferente. Não parecia nada feliz.

— O médico veio te ver — Lecce disse, com um tom frio, dando passagem para o profissional.

Enrico, ainda visivelmente tenso, se levantou e tentou esconder o desconforto.

— Doutor — ele disse, com um tom mais firme. — Minha namorada torceu o pé e está com muita dor.

Lecce e Enrico se encararam brevemente, uma troca silenciosa de desafiar um ao outro. O médico, sem dar importância para o clima entre os dois, foi direto.

— Vamos ver isso. — O médico falou calmamente.

— Só um minuto, ela precisa se trocar. Vocês podem esperar lá fora? — Enrico pediu, mantendo sua postura firme.

Lecce e o médico saíram do quarto, e Enrico se dirigiu ao guarda-roupa, pegando um short de moletom. Ele se aproximou de Layla, entregando a peça com cuidado.

— Eu acho melhor você vestir isso, você está só com essa blusa — disse Enrico, virando-se de costas para lhe dar privacidade. — Precisa de ajuda?

Layla, apesar da dor, tentou um sorriso fraco e balançou a cabeça.

— Não, obrigada. — Com um suspiro, ela tentou se mover, mas a dor no pé a fez contorcer-se, fazendo com que lágrimas escorressem dos seus olhos. Ela mal conseguia se concentrar no que estava fazendo, tamanha era a intensidade da dor.

Enrico se manteve de costas, mas não conseguiu esconder o olhar preocupado. Ele queria ajudar, mas sabia que precisava respeitar o espaço dela.

— Acabei... — Layla sussurrou, exausta, seus olhos ainda cheios de lágrimas.

Enrico se virou, com o coração apertado ao vê-la naquele estado. Ele a ajudou a se ajeitar na cama, cuidadosamente, e então foi até a porta, abrindo-a com calma.

— Pode entrar. — Ele chamou, sua voz carregada de preocupação.

O médico entrou e se aproximou de Layla, começando o exame. Enrico se manteve próximo, atento a cada movimento do médico. Depois de alguns minutos, o diagnóstico foi dado.

— Ela luxou o pé e está com muita dor. Vou receitar alguns medicamentos para aliviar a dor e ajudar na recuperação. — O médico explicou enquanto preparava a prescrição.

— Quanto tempo de repouso? — Enrico perguntou, buscando mais informações.

— Alguns dias de repouso, mas é importante que ela se movimente um pouco para evitar a rigidez. — O médico respondeu.

Enrico acenou com a cabeça, ainda visivelmente preocupado com Layla.

— Obrigado, Doutor. Depois mande a conta para mim. — Enrico apertou a mão do médico com firmeza.

O médico se despediu e, após uma breve conversa, saiu do quarto. Enrico fechou a porta atrás dele e se virou para Layla, seu olhar suavizando, aliviada de estar um pouco sozinha.

Enrico foi até a porta com o médico, mas antes que pudesse fechar, seu pai e irmão ainda estavam lá, observando a cena com olhares frios.

— Vocês não vão embora? — Enrico perguntou, com uma tensão crescente na voz.

— E vocês vão ficar aqui? — Lecce respondeu, encerrando a conversa com um tom de desafio.

— Sim — Enrico foi direto, sem hesitar.

Don Corallo, com seu jeito autoritário, interveio.

— Não. Vamos para a mansão. Lá ela terá a assistência que precisa.

Enrico sentiu um aperto no peito. Não queria que Layla fosse para a mansão, longe dele, num ambiente onde ele não poderia estar tão próximo.

— No quarto de empregada? Deixa ela aqui! O que vocês estão pensando? — Enrico falou, a frustração crescendo em sua voz.

— Ela vai — Don Corallo disse, levantando-se com firmeza. — Não precisa ficar naquele quartinho. Ela ficará em um dos quartos da mansão. Não vou discutir, Enrico. Também não te quero aqui.

Enrico suspirou pesadamente, sentindo o peso da decisão. Ele entrou no quarto de Layla, batendo a porta com força, irritado com a situação.

— O que aconteceu? — Layla perguntou, seus olhos marejados, ainda com a dor no pé.

— Vamos para a mansão. Eu preferia que você ficasse aqui, mas... — Enrico pegou sua carteira, as chaves do carro e o celular de Layla, com um olhar tenso. — Espero que você esteja preparada para o que vem por aí.

Com um movimento cuidadoso, ele a pegou no colo. Layla se sentiu como uma boneca sendo carregada, seu corpo frágil e dolorido nas mãos de Enrico. Ele passou por seu pai e irmão sem dizer uma palavra, apenas ordenou:

— Feche a casa.

Eles seguiram em direção ao elevador, e Enrico apertou o botão com firmeza, demonstrando o equilíbrio necessário para segurar Layla nos braços sem perder a compostura. Don Corallo os seguiu, entrando no elevador em silêncio, sem fazer nenhuma observação.

Layla, confusa e cansada, não conseguia entender completamente o que estava acontecendo. Quando o elevador chegou ao andar de baixo, Lecce, que parecia não se importar com a situação, segurou a porta para entrar também.

A tensão aumentava. Enrico, com o corpo rígido, carregou Layla até o carro. Colocou-a delicadamente no banco da frente, empurrando o banco para trás para que ela ficasse mais confortável.

— Enrico... — Don Corallo chamou, mas Enrico o ignorou, já focado em dirigir. Ele deu partida no carro com um semblante fechado e uma raiva contida, mantendo o silêncio enquanto dirigia.

Layla estava cansada, o corpo exausto pela dor e pela confusão emocional. A viagem parecia interminável.

— Estou me sentindo péssima por isso — Layla falou baixinho, sua voz quase imperceptível.

Enrico suspirou, seus olhos ainda fixos na estrada.

— Eles estão incomodando. Não é culpa sua, tesoro — Enrico falou suavemente. — Isso é coisa do Lecce. Ele pode ser como um vento, sussurrando coisas ruins no ouvido do meu pai.

Layla não sabia o que dizer. Ela sentia a tensão entre os dois, mas também sabia que Enrico estava passando por uma luta interna. O silêncio no carro parecia pesado, mas ao mesmo tempo necessário, enquanto ele enfrentava as dificuldades com seu pai e irmão.

Quando chegaram à mansão, Enrico parou o carro na frente, desligando o motor. Ele não perdeu tempo, abriu a porta do carro e pegou Layla nos braços novamente, com cuidado, mas com a urgência de quem só queria que ela estivesse em segurança.

Com passos firmes, ele a levou até seu quarto e a deitou na cama, ainda com a preocupação estampada no rosto. Layla sentiu o colchão macio, mas o peso da situação ainda pairava no ar. Enrico ficou ao lado dela, observando-a, o coração apertado por tudo o que estava acontecendo.

— O que é isso? — perguntou Layla, confusa, tentando entender o que estava acontecendo. Ela olhou para Enrico, um olhar misto de insegurança e confusão, sem saber como reagir.

— Você vai ficar comigo, aqui. Tesoro. — Enrico falou com suavidade, seu tom calmo, mas firme, enquanto a olhava com uma mistura de preocupação e carinho. Ele se aproximou dela, passando uma mão pelos cabelos de Layla, como se fosse a única maneira de transmitir o que estava em seu coração.

— Eu não acho certo... — Layla murmurou, ainda relutante. Ela não queria ser um fardo para ele, mas ao mesmo tempo, sua dor e o cansaço a faziam querer se entregar àquele momento de cuidado.

— Eu sei — Enrico suspirou, seu olhar se suavizando. — Eu também sei que não é o que você imaginaria, mas agora você não pode andar, Layla. Eu prefiro você aqui, perto de mim, onde posso cuidar de você.

Layla sentiu uma mistura de gratidão e desconforto. Como poderia dizer não para Enrico? Ele estava sendo tão gentil, tão atencioso, cuidando dela de uma maneira que a fazia se sentir vulnerável, mas também protegida. Ela baixou os olhos, sentindo a dor em seu pé pulsar, e a vontade de dormir, de se entregar ao descanso.

Ela tomou os remédios que o médico havia recomendado, e a sensação de alívio logo se espalhou por seu corpo. O cansaço, combinado com a medicação, a fez sucumbir ao sono. Enquanto ela fechava os olhos, sentindo o peso do dia se dissipar, Enrico permaneceu ao seu lado por um momento, observando-a dormir com um semblante preocupado.

Quando Enrico finalmente se levantou e saiu do quarto, ele foi imediatamente cercado por todos. Seu pai, Don Corallo, e seu irmão Lecce, estavam esperando por ele. Havia uma tensão no ar, uma necessidade de resolver a situação que parecia estar se arrastando, sem que ele tivesse o controle total sobre tudo.

Lecce foi o primeiro a falar, seu tom incisivo e impaciente:

— Enrico, você não vai explicar o que está acontecendo? Ela ficou com você, e não sei se isso é o que é melhor para ela.

Don Corallo, com seu olhar de autoridade, também se fez ouvir:

— Não entendo essa decisão, Enrico. Ela já está aqui, mas isso pode complicar mais as coisas. Precisamos ser pragmáticos, não emocionais.

Enrico sentiu o peso das palavras de ambos, mas ele também sabia o que sentia. Ele sabia que a presença de Layla ali, naquele momento, não era apenas uma questão de conforto. Era a forma como ele a protegeria. E isso, por mais que fosse difícil de explicar para sua família, era algo que ele faria, independentemente do que os outros pensassem.

— Não quero saber, não ouvir e nem conversar — disse Enrico, sua voz fria e cortante. Ele olhou para os dois, sua expressão intransigente, como se já tivesse se fechado para qualquer tentativa de diálogo. — Se alguém precisar de mim, diga que morri.

Sem esperar resposta, ele se virou e saiu, indo em direção ao quintal. A raiva e frustração pareciam ter tomado conta dele, e ele precisava de um tempo para si, longe de qualquer pressão ou expectativa. Enrico vagava em silêncio, respirando fundo, tentando afastar a tensão que se acumulava dentro dele. Quando finalmente encontrou o filhote de gato que Layla havia adotado, ele o pegou com cuidado, sentindo um leve consolo ao segurar o pequeno animal nos braços.

O gato estava assustado, mas Enrico sabia que o conforto viria com o tempo. Ele o levou para dentro e o colocou ao lado de Layla, na cama. Enrico colocou uma tigela de comida ao lado do filhote, esperando que o gato se acostumasse com o ambiente. A presença do pequeno animal parecia trazer um pouco de calma para o lugar. O gato, depois de um tempo, esfregou seu rosto contra o de Layla, acordando-a de seu torpor.

— Bola de neve? — Layla murmurou, ainda meio sonolenta, olhando para o gato que se aconchegava ao seu lado.

— Ele precisava de um lugar para dormir, vai chover — Enrico respondeu, com um sorriso tímido, tentando aliviar a tensão no ar.

Layla olhou para o gatinho, que parecia já mais tranquilo. Ela acariciou o animal, ainda um pouco desorientada, mas grata pela companhia que ele trazia. Enrico se aproximou, seus olhos suavizando ao vê-la mais calma.

— Ele pode ficar aqui? — perguntou Layla, com um pequeno sorriso, a dor no pé ainda visível, mas seu coração um pouco mais leve pela presença do gatinho.

— Pode sim — Enrico respondeu, com um tom suave, enquanto se aproximava ainda mais dela, colocando a mão sobre sua testa, em um gesto de carinho. — Espero que vocês fiquem confortáveis.

O silêncio se fez presente por um momento, até que a porta se abriu e Lucca entrou, quebrando a calmaria do ambiente.

— Bom, posso entrar? — Lucca perguntou, sorrindo levemente. Enrico assentiu com a cabeça, o semblante ainda fechado. — Como está o Coala?

— Bem, desculpa por ontem — Layla disse, acariciando o filhote. Sua voz era suave, mas ela sentia a necessidade de se desculpar, mesmo que soubesse que a situação era mais complexa.

— Então... — Lucca começou, mas hesitou ao ver o ambiente tenso entre os dois.

— Deixa pra lá. Lucca, fique em meu lugar, cuide de tudo, vou ficar com a Layla enquanto ela melhora do pé. — Enrico falou, sua voz firme, mas carregada de um cansaço evidente. Ele olhou para Lucca com uma mistura de frustração e necessidade de controlar a situação.

Lucca parecia querer dizer algo, mas, ao olhar para Enrico, percebeu a seriedade do momento. Ele não queria continuar com aquela conversa.

— Bom, até quando você vai agir dessa forma? — Lucca perguntou, sem rodeios, desafiando o irmão.

Enrico virou-se, a raiva tomando conta novamente. Ele não estava pronto para ceder, para se abrir. A tensão era palpável.

— Até eu me acalmar, coisa que eu não vou tão cedo. Em breve vamos conversar, todos nós. — A voz de Enrico era cortante, e seus olhos fixaram-se em Lucca com um olhar que dizia tudo: não queria mais discussões, pelo menos não naquele momento.

Lucca, percebendo que não iria conseguir fazer Enrico mudar de atitude, deu um suspiro profundo e saiu do quarto, deixando os dois sozinhos. Enrico ficou em silêncio por alguns momentos, apenas olhando para Layla, ainda com o filhote aconchegado ao lado dela. Ele queria dizer algo, mas as palavras não vinham. Estava claro que tudo ao seu redor estava desmoronando, e ele só queria que as coisas, por um momento, ficassem em paz.

Layla, ainda quieta, sentia a presença dele. Apesar de toda a tensão, havia algo reconfortante na maneira como ele estava ali, perto dela. Mesmo sem saber exatamente o que iria acontecer a seguir, ela se sentiu grata, mesmo que confusa.

— Por que está assim? — Layla perguntou, os olhos fixos em Enrico enquanto ele permanecia em silêncio, com o semblante fechado. Ela notou o desgaste no seu rosto, a tensão que se acumulava nele.

— Como? — Ele respondeu de forma seca, tentando esconder a irritação, mas sem conseguir disfarçar o tom ríspido.

— Você parece muito irritado. — Layla insistiu, suavemente, ainda tentando entender o que havia acontecido com ele.

Enrico respirou fundo, soltando o ar lentamente, como se fosse necessário liberar parte da pressão que ele carregava. Ele olhou para Layla, um pouco desconcertado, como se a sua irritação fosse algo que ele não soubesse explicar direito.

— Meu pai não sabia onde eu morava e Lecce levou ele até lá. Na realidade, ele nem sabia que eu tinha outro lugar além daqui. — Enrico disse, suas palavras saindo mais pesadas do que ele imaginava.

Layla o olhou, com uma expressão de curiosidade, tentando entender o que ele queria dizer.

— Por que ele não sabe? — perguntou ela, a preocupação em sua voz.

Enrico se sentou na cama, permitindo que o gatinho, que parecia cada vez mais apegado a ele, se aproximasse e esfregasse o rosto em seu tronco. O filhote fez uma bolinha, se aninhando ao lado dele, e Enrico acariciou sua pelagem suave enquanto tentava organizar os próprios pensamentos.

— Bom... — Ele começou, a voz mais suave agora. — Meu pai não recebeu bem o fato de Matteo não morar aqui. A associação com a nossa família pegou mal para a carreira dele, e o fato de Matteo ter se envolvido com esses negócios foi um motivo para ele aceitar, mas os outros... Nem pensar. Ele quer todos os filhos juntos, sempre. — Enrico fez uma pausa, como se procurasse as palavras certas para explicar algo muito mais profundo.

— Por que? — Layla perguntou, ainda buscando entender o que estava por trás de toda essa tensão.

Enrico deu de ombros, a frustração evidente nos olhos.

— Não sei... Sei que ele quer. Minha mãe não liga, mas meu pai... Ele odeia isso. Ele sempre odiou. — A irritação voltava a marcar sua voz, mais uma vez.

A realidade por trás de todo aquele sofrimento vinha de uma ferida antiga, uma lembrança nebulosa de um passado sombrio. Enrico ainda não conseguia se lembrar com clareza, mas sabia que uma grande emboscada havia marcado a infância da família, e que, naquele tempo, sua mãe estava grávida e ele ainda era uma criança pequena. Tentaram atacar a família, tentando controlar a maior parte dos negócios. Havia mortes, perdas significativas, e muitas famílias tinham sucumbido ao caos. Mas os Corallos haviam escapado, graças ao alto esquema de segurança que Don Corallo tinha, incluindo um esconderijo, o que salvara suas vidas.

Enrico soltou um suspiro profundo, os ombros pesados de tantos anos de silêncio, enquanto ele tentava entender o que aquilo significava para ele agora.

— E você está chateado por que o Lecce disse onde você tem uma casa? — Layla perguntou com uma voz suave, tentando compreender, mas não querendo invadir demais.

Enrico deu de novo o mesmo suspiro, um pouco mais exasperado.

— Don Corallo não gosta de ser contrariado... Provavelmente ele vai dar um jeito de despachar meu apartamento. Às vezes, eu preciso me afastar de tudo. — Ele olhou para Layla, os olhos sombrios e cansados. — Às vezes, tudo aqui se torna sufocante. Ficar aqui... Aceitar as ordens do meu pai. Eu nem sei o que eu realmente quero. — Ele engoliu em seco, as palavras pesando como se fossem uma confissão. — Tudo que eu sei é o que Don Corallo quer que eu saiba, tudo o que eu aprendi veio da família, como se... — Enrico fez uma pausa, deixando o peso do que dizia pairar no ar. — Como se eu fosse um reflexo deles, e não de mim mesmo.

Layla ficou em silêncio, sentindo a dor não dita nas palavras dele. Ela olhou para ele com um olhar suave, mas também preocupado. Ela não sabia como aliviar essa carga que ele carregava, mas sentia que, talvez, não precisasse fazer nada. Às vezes, apenas escutar já era suficiente.

— Você está com dor? — Enrico perguntou, sua voz mais calma, tentando tirar o foco de seus próprios sentimentos para se preocupar com ela.

— Estou bem, não precisa me tratar assim. — Layla respondeu, suas palavras um pouco mais firmes, mas também com um toque de gratidão. Ela não queria que ele sentisse a obrigação de ser excessivamente cuidadoso com ela, embora soubesse que ele se importava.

— Você se incomoda de ficar aqui? — Enrico perguntou, com um olhar cuidadoso. — Ninguém vai entrar e eu prometo que ninguém vai saber que você está aqui. Eu vou dizer que você foi para o interior e voltará em breve. O que acha? — Ele fez uma pergunta suave, oferecendo a ela um pouco de paz, algo que ele sabia que ela precisava naquele momento.

Layla olhou para ele, sentindo um alívio em seu coração. Ela realmente não queria ver ninguém agora. Ela se lembrava do motivo pelo qual havia torcido o pé — o caos da cena com Lecce e a outra mulher. O pensamento a fez se afundar ainda mais no travesseiro macio de Enrico, buscando se refugiar, mesmo que por um breve momento, daquela situação desconfortável e confusa.

— Precisa de algo? — Enrico perguntou, olhando para ela com uma preocupação genuína.

— Estou com fome. Você pode fazer um sanduíche para mim? — Layla perguntou, quase sorrindo timidamente, mas sem se importar em pedir.

Enrico, surpreso com o pedido, deu uma risada baixa, mais para si mesmo, mas sem perder o olhar atento para ela.

— Eu? — Ele olhou para ela, um pouco desconcertado. — Está falando sério?

— Sim. Prefiro que você faça. — Layla sorriu, um pouco travessa, o pedido aparentemente simples quebrando um pouco da tensão que pairava entre eles.

— O que você desejar. — Enrico assentiu com um sorriso, tentando se desprender da sua irritação. Ele pegou o gatinho nos braços e o colocou no travesseiro de Layla antes de se levantar para sair do quarto.

Layla ficou sozinha, olhando pela janela. O dia estava cinza, e ela sentiu que o clima externo refletia exatamente o que ela sentia por dentro. Tudo parecia nebuloso, indefinido. O silêncio no quarto se tornou mais pesado à medida que ela refletia sobre as palavras de Enrico. Ela ainda não entendia tudo o que ele estava passando, mas sabia que, de alguma forma, ele também estava perdido, assim como ela.

O som da porta se fechando suavemente atrás de Enrico foi o único som que quebrou o silêncio. Ela se permitiu, por um momento, fechar os olhos, buscando um pouco de descanso em meio à confusão de sentimentos e circunstâncias.

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