Capítulo 11. Diabo Verde
Layla estava agarrada em Lucca, eles correu porém estava abaixo do normal, o caminho que de carro leva 50 minutos, Lucca levou 20 e por isso ele gostava de moto. Pelo contrário estava apavorada, havia encostado sua cabeça nas costas de Lucca e rezado o caminho todo
— Me aperta mais um pouco porque eu gosto — Lucca disse quando parou, ela o soltou e suspirou — Ah achei que ia continuar agarrada em mim igual um coala.
— Você é sem graça. — ela entregou o capacete e puxou seu vestido para baixo
— Fique com a jaqueta, pra lembrar do meu cheiro.
— Você dos seus irmãos é o mais canalha.
— O contrário, coala, eu sou o mais sincero, não estou fingindo ser algo bonzinho pra você, assumo meu lugar de canalha, eles também são, só escondem pra te pegar — Lucca explicou a situação ciente dos sentimentos que Enrico e Lecce tinham por ela.
Layla ficou pensativa, será que eles eram pessoas ruins? Lucca sempre era sincero e isso podia deixá-la tonta.
— Vamos coalinha, vou te pagar um drink. — Ele jogou o braço em cima do ombro de Layla e eles foram para dentro, chegando ao bar ele encostou e acenou para V — Gatinho, dois drink por favor.
— Olha, a moça que não tem medo do Hades — V sorriu, Enrico havia falado que estava afim dela, mas eles resolvem ser amigos, atualmente ele passava mais tempo no bar do que lá dentro para não ceder às tentações do submundo. — O que vocês vão querer?
— Algo que o Enrico aprove pra ela — Lucca falou rindo.
— Água, ele não deixaria ela beber — V comentou.
V encarou Layla profundamente, ele tentava entender. Giulia estava chorando a alguns minutos, Enrico disse que estava comprometido e que ela atentasse outra pessoa.
— Ele não manda em mim e eu faço o que eu quero — Ela disse brava, ela era dona de suas vontades e um homem não ia colocar sela.
— Olha que brava — V sorriu debochado — Vou fazer um drink doce para você.
— Faz algo que o Enrico não aprovaria — Disse ela autoritária.
V era uma pessoa legal, estava engraçado ver Enrico preocupado com essa garota, quanto tempo ele levaria pra enjoar? Layla havia se sentado e Lucca estava com as mãos sobre o ombro dela, ele conversava com as pessoas e a apresentava de forma cortez
Ele fez o drink mais forte que tinha, talvez tivesse com o plano de ajudar sua amiga, chamado diabo verde, porém colocou uma maior doce de açúcar e menor de absinto. Para Lucca ele fez o mesmo porém forte como gostava.
— El diabo — V colocou na frente dela e entregou para Lucca depois.
— Sério V? Não toma isso não, Layla — Lucca ia puxar o copo dela, mas ela já estava usando tomando o gole. — Enrico vai me matar e o V também.
— Vamos brincar com o Hades, ele tem estado muito estressadinho e isso é divertido.
V pegou o celular e tirou uma foto de Lucca e Layla juntos e mandou no celular de Enrico, na mensagem escrita: "dois diabos de uma vez qual vai derrubar ela primeiro"
Enrico havia ido apartar uma briga muito feia, ele e Lecce e depois que resolveram tudo estava tranquilo. Ele estava em sua sala sozinho pensando em ir embora quando recebeu a foto do V, Lucca com as mãos no ombro de Layla, ela estava com uma das jaquetas dele e bebendo um drink verde.
— Sério, até ele? Só falta o Matteo se apaixonar por ela também, que merda esses bastardos, eu poderia ser filho único — Ele resmungou em Italiano quando saiu de sua sala batendo a porta para pegar Layla.
Enrico havia demorado um tempo para ver a mensagem, o copo de Layla estava quase vazio e ela estava passando pelas portas do submundo quando ele chegou no final da escada, ela e Lucca estavam batendo boca, ela queria pegar o drink dele e ele não deixava.
— maledetto bastardo — Ela disse com sotaque abrasileirado rindo.
— Onde aprendeu a falar Italiano Layla? — Lucca a segurou quando ela quase caiu na escada.
— Seu pai sempre chamar vocês assim — Ela riu
Enrico observava a cena, bravo, como poderia um drink e ela estar daquela forma? Quando ele viu Enrico ai em baixo e seu olhar, ele suspirou pensando nos problemas que teria.
Ele subiu até onde Layla estava e a segurou — quando ela bebeu? — Perguntou para Lucca.
— Ela quer meu drink e eu não dei. Apenas um copo.
— Layla você já bebeu antes?
— Não — Ela disse rindo.
— Eu juro que você matar você e o V. — Ele segurou a cintura de Layla e suspirou, ela cheirava a menta e perfume, usava um batom rosa forte e sua boca estava parecendo maior, ela como se tivesse dopado pelo cheiro dela — Eu juro, Lucca.
— Eu que pedi, ele não tem culpa.
— Vem, vamos subir
— Quero descer. — Layla empurrou Enrico e desceu as escadas, algumas pessoas olhavam a pequena cena entre os três, ela bateu o pé quando chegou ao final da escada — Onde eu posso jogar?
— Layla — Enrico estava atrás dela. — Você sabe jogar?
— Não — Ela riu.
Enrico gesticulou e o segurança fez todos circularem, a harmonia que ele tinha trabalhado e socado algumas pessoas pra conseguir estava novamente um caos por causa do furacão bêbado, ele fuzilava Lucca com os olhos que parecia tentar se desculpar com o olhar.
Os braços de Enrico seguraram ela discretamente para não perder o equilíbrio.
— Eu gosto de você — Layla sorriu para Enrico — Você é tipo muito sensual, sinto meu corpo queimar. — Enrico nada disse, ele iria relevar por que no dia seguinte ela estaria morta de vergonha — Gostoso, é o termo pra você. Gostoso e malvado. — Layla riu, Lucca que estava atrás dele riu também — E seu irmão é tão fofo e você um canalha, como pode?
A moça caminhava falando coisas que deixavam Enrico irritado, irritado por ela ter vindo aqui, irritado por Lucca e V dar bebida pra ela, irritado pela jaqueta de Lucca que ela usava.
— Vim de moto, morri de medo — Ela disse pra Enrico.
— Layla, você precisa beber uma água, está encomendando minha morte assim — Ela riu e Lucca tinha um tom sério na voz.
— Cadê o Lecce? Eu preciso fazer uma escolha.
Layla caminho pelo corredor até chegar no final, lá estava Lecce. Ela não podia acreditar que Lucca estava certo, Don Corallo disse que Lucca nunca estava certo, mas ele estava.
Lecce estava com outra mulher, ele estava em uma parte escura e também, ela podia ouvir os gemidos, sentiu o fel em sua garganta, quando se virou trombou em Enrico, seus olhos cheios de lágrimas.
— Vem — Ele a segurou e tirou de lá, ele não havia visto seu irmão como Mariana, se tivesse não deixaria Layla sair andando por isso.
Isso podia ser algo positivo para ele que tanto gostava dela, mais ver ela chorando, ele preferia tomar dois tiros. Enrico a acompanhou para fora, Lucca seguia ele, até pelo menos o capô o dispensar.
Ao chegar no andar superior a música voltou, o movimento do bar estava enorme, ele poderia mandar todos embora para ela poder caminhar com calma, mas seu pai mataria, o conselho o mataria.
— Vamos tomar algo. — Enrico foi com Layla até o bar, ele colocou a mão na cintura V veio de pronto — Eu vou te matar, eu juro.
— Eu não sabia que a Rapunzel aí não bebia né. — Ele gesticulou com o queixo, ele pegou uma lata de refrigerante para e entregou para Layla — Bebe isso docinho.
— Você é um docinho. — Layla pegou o refrigerante rindo de V — Você é um Corallo? Se for eu te odeio.
V negou com a cabeça, ela ria com os olhos cheios de lágrimas, ela estava cansada, apoiou em Enrico e bebeu seu refrigerante.
— Vamos, vou te levar para comer algo.
— Achei que ia ficar por aqui como tinha dito. "Preciso cuidar dos meus negócios porque o chefe tem que dar o exemplo" — Layla disse em tom debochado — Vocês são babacas, Lucca tem razão.
— Bom, por sua causa não vou dar o exemplo, vamos.
Enrico segurou Layla pela mão puxando a multidão. Mas ela se recusou a sair, a força em seus pés era tanta que parecia que ela pesava cem arrobas. Layla seguiu para o outro lado, havia algumas pessoas dançando ao som de uma música que ela não conhecia, mas sua ideia era imitar os que estavam à sua volta.
Ele cruzou os braços e a olhou, apesar de todos a sua volta estarem dançando, Enrico estava visivelmente irritando, aqueles que conheciam Hades se afastaram, mas aqueles que não parecia apenas um esquisito.
— Por que está bravo? Eu quem deveria estar brava. — Os olhos de Layla se encheram de lágrimas novamente — Eu devia ter ficado na minha cidade, não deveria ter vindo pra cá.
Novamente as lágrimas dela derretiam o coração dele.
— Vem, vamos comer algo. — Enrico colocou o cabelo de Layla para atrás da orelha — Podemos comer algo e dar uma volta. Sei que não é o que você esperava, mas é um convite sincero, não quero ficar aqui.
Enrico tinha os olhos tristes, Layla não entendeu bem o motivo da tristeza dele, seu sorriso foi fraco, ela apenas concordou com eles quando saíram. O Valete entregou a chave do carro para Enrico, eles saíram.
Dentro do carro, Layla podia ouvir seu telefone tocar várias vezes, aquilo o irritava Enrico.
— Quem está te ligando.
— Lecce.
— Não vai atender?
— Não quero falar com ele. — Enrico suspirou, ele pegou seu telefone e teclou uma mensagem para Lecce, mandando ele parar de ligar.
Quando chegaram a uma pizza, o ambiente era simples e os preços não era interessantes.
Enrico sorriu e disse — vamos comer?
— Aqui?
— Sim, algum problema?;
— Nenhum
Era uma pizzaria, estranha aos olhos de Layla, mas devia saber eles eram Italiano, pizza para Italiano era um crime no Brasil, quando eles entraram havia apenas quatro jogos de mesas.
Uma moça de aproximadamente uns 40 anos veio e abraçou Enrico.
— Oh, temos uma novidade.
— Essa é a Layla — Enrico sorriu — Ela está um pouco... — não era dificil de descrever, ela estava visualmente entorpecida — tem algo para ela.
— Tenho sim filho, sente-se ai.
Layla olhava tudo em volta, se sentava, ao fundo tocava uma música boba.
— Você é adotado? — Ela perguntou fazendo Enrico rir.
— Não.
— Ela te chamou de filho.
— Meus pais infelizmente são meus pais, ela ex mulher do Fernandes, conhece ele?
Fernandes era um dos homens de Don Corallo, eles andavam bastantes juntos, Layla pensou que assim como tanto ele morava na propriedade dos Corallo, mas se sua esposa estava lá. Fernandes tinha as feições castigadas pelo tempo assim como todos, usava sempre roupas pretas como em um eterno luto.
— Sei quem é.
— Então, ela faz a melhor pizza da cidade. — Enrico sorriu.
Layla ainda estava com a cabeça cheia, queria fazer perguntas mas suas têmporas estavam cansadas, como se todo o álcool tivesse saído do efeito elétrico e chamou ela para uma tristeza infinita, ela havia feito uma escolha e sua escolha ainda estava com outro.
Enrico não falava nada, ele parecia não querer falar nada. Ele era um homem de quantas camadas?
— Estou com sono — Ela disse para ele.
— Vamos comer e te levar para casa pode ser?
— Achei que ia brigar comigo por beber.
— Sua ressaca fará esse trabalho.
A pizza quente e cheia de queijo chegou, Layla devorou a faminta e sua boca estava seca também. Enquanto Layla comia ele se levantou e foi até o balcão conversar com Eunice.
— Como você está? — Ela sorriu para ele
— Eu queria fugir da minha vida.
— Eu sei. Às vezes quero fugir da minha.
— Todos pagamos pelas nossas ações. — Enrico suspirou.
— Não vamos falar de coisas tristes. O tempo vai perdoar a gente se nos perdoamos.
— Eu sei, tia.
— E quem é a bêbada? — Perguntou após o silêncio.
— Ela é filha de uma das empregadas, teve uma vida bem ruim e trabalha em casa. Meu pai é totalmente apaixonado por ela.
— Ela teria a idade da Anne.
— Na verdade é alguns anos mais velha. — Ele olhou Layla pegava outro pedaço de pizza. — Ela é apaixonada pelo Lecce, mas sabe como são os homens.
— Você também é.
— Estou tentando mudar. — Ele forçou o sorriso — Ela gosto dele e eu gosto dela.
— E Lecce?
— Prefiro não saber, não quero me sentir pior do que já sinto.
— Oh menino — Eunice abraçou ele — Você merece ser feliz.
— Eu sei.
Ela segurou as mãos de Enrico e beijou, ele sorriu — Pendura pra mim, eu vou voltar depois.
Ele se aproximou da mesa de Layla — Vamos tesoro.
Ela se levantou, olhou para trás e abanou a mão para Eunice e eles saíram, Enrico levou Layla para dormir em sua casa, era bom para ela ter uma noite em paz.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro