02 de dezembro - Parte 11
- Melhor desenho animado?
- Definitivamente, "Mulan"! – exclamei, enquanto mergulhava meu sashimi em um pouco de shoyu.
- É, esse filme é realmente bom, mas eu acho que prefiro "O Rei Leão".
Sean havia decidido que possuíamos pouco tempo juntos e muitas coisas ainda não ditas. Portanto, ele inventou uma espécie de jogo. Cada um tinha direito à uma pergunta, e o outro não tinha poderia deixar de responder, simples assim. Até agora, pelo menos que eu me lembre, já havíamos passado por algumas questões:
· Sabor de chiclete favorito - eu disse uva, ele, morango
· Melhor ano na escola - pergunta do Sean. Sério, quem pensa nisso?
· Atividade favorita para se fazer domingo de tarde – obviamente essa fui eu, a Sra. Preguiça
E agora estávamos em desenho animado favorito.
- Eu realmente gostei da comida japonesa daqui – falou, enquanto saboreava um sushi - Próxima pergunta! Sua vez, Lena.
- Cheiro estranho favorito! – eu disse, muito animada para uma pergunta esquisita.
- Papel de banco. Sabe, aquele do caixa rápido?
- Sei, definitivamente papel de banco. E gasolina. Talvez seja um empate.
- Justo.
Quando Sean me questionou o lugar que eu mais tinha vontade de conhecer, tive minhas dúvidas. Ainda há tantos eu gostaria de visitar! Mas, definitivamente, a resposta correta seria Giverny, a cidadezinha onde Monet viveu.
Eu era bem pequena quando minha mãe leu um livro para mim sobre ele, e me apaixonei. Na verdade, eu tentava reproduzir suas pinturas, mas desenho nunca foi meu forte. E então, quando conheci o livro, me encantei com a maneira que a história era contada. Acredito que o nome era "Linéia no Jardim de Monet", uma fantasia de criança que trouxe comigo a vida toda.
- Inesperado, eu diria. Achei que seria a Grécia, ou algo assim.
- Se você pudesse, passaria mais tempo por aqui? – questionei, com bastante medo da resposta.
- Sim, Lena. Eu não sei se haveria uma quantidade de tempo suficiente para passar aqui.
Sorri com essa confissão, e acariciei uma das mãos de Sean. Eu também não saberia dizer quanto tempos juntos seria suficiente.
- Momento favorito dos últimos dias?
- Quando você, óh famoso Sean Hill, finalmente parou de agir como uma estátua, cheio de movimentos pré-calculados.
- EI! Não fale assim de mim, eu não sou uma estátua, Lena.
- Ah, é sim. É quase uma criatura mitológica, meio mármore meio humana. Sentadinho assim, oh, com as costas duras, sem falar uma vírgula fora do lugar – provoquei, enquanto imitava Sean em meu sofá, ou pelo menos uma caricatura exagerada dele.
"eu não sabia que já havíamos começado a entrevista" – tentei simular seu sotaque, falhando miseravelmente, já que ficou mais parecido com um Inglês de boca cheia, do que com um jovem canadense.
Enquanto protestava dizendo que minha reprodução não tinha absolutamente nada a ver com ele, Sean chegou mais perto de mim no sofá e, quando eu menos esperava, me atacou com cócegas.
- Retire o que você disse, Lena! Diga "a criatura mitológica sou eu"! Vamos, eu quero ouvir!
- A criatura....mi...mitológica.. sou eu! – Tentei dizer, enquanto me esquivava de seu ataque.
- Eu não ouvi! Você tem que falar mais alto!
- A CRIATURA MITOLÓGICA SOU EU, SOU EU! - Não faço ideia de como consegui pronunciar essas palavras em outra língua, ainda mais em meio a um ataque.
Ele parou com as cócegas, enquanto morria de rir sozinho.
- Viu, eu não sou rígido e calculado, como você disse – Sean disse, e me beijou.
Assim, do nada.
Um beijo rápido, que provavelmente pegou a nós dois de surpresa. Mas foi o suficiente para que eu sentisse como se meu corpo fosse invadido por toda a água do oceano. Nós éramos um tsunami, e estávamos finalmente livres. No entanto, ao mesmo tempo, eu nunca quis tanto que alguém fosse meu porto.
Abri uma fresta nos olhos, o suficiente para me certificar de que aquele momento era real. Ele colocou suas mãos em meu quadril, e me puxou um pouco para mais perto. Notei sua barba por fazer, machucando meus lábios, raspando em minhas bochechas com uma urgência inesperada.
Todas as sensações me assustaram. Sean me causava um caos interno, muito diferente do que eu estava acostumada com Mateo. Eu não me reconhecia mais. Quem era essa, morando em minha casa e usando minhas roupas? Será que consigo me acostumar com essa versão?
Senti que ele tremia um pouco, quase nas pontinhas dos dedos. Respirei fundo seu perfume, ainda mais forte perto de seu pescoço, enquanto Sean me enchia de beijinhos pelo rosto todo. Logo depois, abriu um sorriso que era possível notar até em seu olhar.
- Eu não consigo encontrar nenhum defeito na gente. - Falou, ainda bem perto de meu rosto, mas com um sorriso formado em seus lábios. - O que você acha de passar um período comigo no Canadá? – Sean continuou, enquanto passava as mãos pelo meu cabelo.
- Você enlouqueceu? – perguntei, sem me importar com o quão dura soei.
Fomos do oceano à tempestade em segundos.
***
Oi gente! Que capítulo esse, não? Estamos realmente chegando ao fim da história, e isso me deixa com um mix de sensações. Estou muito feliz por finalmente ter terminado algo de longo período que me propus a fazer, mas também arrasada porque chegou ao fim.
Espero que vocês estejam curtindo as partes finais! (:
Nos vemos na próxima quarta-feira?
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