Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

01 de dezembro - Parte 08

Escolhi músicas que Sean precisava conhecer ao visitar o Brasil. Minha playlist começava com Partilhar, do Rubel. Mais para frente, passaríamos por Tiago Iorc, Ana e Vitória e até Caetano. Não pude evitar algumas perdidas em inglês também, afinal, eu não resisto a um bom e velho Nick Jonas.

- Você tem taças?

Ele me pegou de surpresa. Além do mais, fiquei pensando se ele já tinha idade para beber em seu próprio país, não seria eu a responsável por introduzir o menino à vida boêmia.

Peguei as taças, ainda em dúvida.

- Você já tem idade suficiente para beber, não é? – Não pude evitar a pergunta, mas por pura provocação. Eu já havia me lembrado que ele tinha sim idade para isso.

Sean revirou os olhos e tirou as taças de minhas mãos.

- Espero que goste de espumante – completou.

Eu sempre adorei. Fazia um tempinho que não jantava em casa, principalmente tomando uma taça de espumante. Por um instante, fiquei muito feliz por aquele momento, o sorriso brotando pelos cantinhos no meu rosto.

Dei o primeiro gole, o gosto frutado brincou pela minha boca, com suas pequenas bolhas.

Puxei uma cadeira para mais perto da cozinha, ele já havia dominado minhas panelas. Naquele momento, assim como na música, a vida era boa e eu estava feliz em partilha-la com Sean, que nem me parecia mais a mesma pessoa de antes. Ele estava feliz também, de um jeito simples, sincero.

Da sacada, era possível ver todas as luzes acessas dos prédios vizinhos. Esse foi um dos motivos para ter escolhido esse apartamento. Eu amo a vida nessa cidade. Quando era pequena e estava chegando de carro em São Paulo, adorava ver as luzes de longe, que me lembravam o Natal, minha data favorita.

- Eu gosto das luzes da cidade também. – Sean atrapalhou minhas lembranças, aparentemente minha expressão havia me dedurado. – Gosto de pensar que em todas essas luzes acessas tem alguém, vivendo uma vida que eu não conheço. Alguém que eu possa vir a conhecer, ou alguém que nunca sequer vai passar pela minha existência. Mas, de alguma maneira, eu não me sinto sozinho no mundo quando penso nisso. Mesmo quando eu não estiver mais aqui, na sua casa, nós estaremos existindo ao mesmo tempo e isso nos torna tão próximos, você entende?

Fiz que sim, movimentando a cabeça. Muito mais profundo que as luzes de natal.

- O que eu quero dizer é que estarmos vivos ao mesmo tempo significa que estamos compartilhando alguma coisa. Gosto de sentar e imaginar o que aquela moça do terceiro andar está fazendo no momento. Gosto de pensar que ontem eu nem sabia da que você existia, mas você e eu estávamos vivendo alguma coisa, nas mesmas horas.

- Assistindo a novela das oito.

- O que?

- Eu acho que é isso que a moça do terceiro andar está fazendo. Ela provavelmente tem um gato, que só come arroz com peixe. E ela gosta muito de novelas, não perde um capitulo. Mas não é velha, só tem um espirito mais idoso.

- E aquele casal, no outro prédio?

- Eles são recém-casados. Acabaram de voltar do Havaí. Está na moda, sabe? A casa deles é toda novinha, dá para sentir o cheiro do sofá que acabou de sair da loja. – Tomei um gole da bebida, enquanto pensava na continuação da história.

- É, eu posso sentir. É um sofá bonito, de couro preto, novinho.

- Exatamente!

- E o álbum do casamento ainda não ficou pronto.

- Ainda bem!

- Como assim?

- Ela chorou muito na festa, estava muito emocionada. Em quase todas as fotos a maquiagem estava borrada, é bom que ela viva com a ilusão de fotos bonitas pelo maior tempo que puder.

- Eu aposto que ela continuava bonita, mesmo com a maquiagem borrada.

- É, eu aposto que ele pensa assim também.

- Você é realmente criativa, sabia?

- Eu gosto de criar histórias. Elas são como as luzes para você, vivem na minha cabeça e me impedem de sentir sozinha.

Sentiria muita falta dessa vista quando me mudasse para a casa do Mateo.

Aproveitei essa lembrança para mandar uma mensagem rápida para ele, somente um sinal de vida. Meu celular continuava cheio de notificações de desconhecidos, guardei o aparelho assim que visualizei os dois checks de mensagem entregue.

***

Sean estava me servindo a segunda taça quando o jantar finalmente ficou pronto. O cheiro era maravilhoso, não parecia com nada que eu houvesse sentido antes. Dei a primeira garfada no salmão, o gosto não ficava nada atrás do que o aroma me fez imaginar.

- Onde você aprendeu a cozinhar dessa maneira? Com a sua idade eu não sabia nem fazer arroz. Para falar a verdade, eu só aprendi a fazer arroz há alguns meses atrás.

- Eu sempre adorei cozinhar. Se eu não cantasse, provavelmente teria meu próprio restaurante. Minha mãe me ensinou desde pequeno, e então eu comecei a fazer uns cursos e procurar receitas, acabei gostando mais do que ela mesma. Hoje, quando estou em casa, ela me pede para cozinhar.

Eu conseguia entender muito bem o motivo. Se eu tivesse um filho com esse dom, nunca mais picaria uma cenoura. E pensar que estava com receio do jantar.

- Eu odeio quase metade dos ingredientes que você colocou nesse prato. – Falei rindo.

- Então não coma, por favor, não quero que coma só por educação – Sean pareceu preocupado e até envergonhado por não ter me questionado antes de cozinhar.

- Na verdade, eles nem parecem ter o mesmo gosto de que eu me lembrava. Se eu não tivesse visto você fazendo, nem saberia que são os mesmos ingredientes.

Ele riu, entendendo meu ponto.

- Que música é essa?

Estava tocando Me Tira Pra Dançar. Tentei traduzir, mas a música não ficava tão bonita em inglês, era como as palavras que só existem em determinados idiomas.

- Canta comigo! Eu te ensino.

- Não, vai ser um desastre, eu não entendo nada do que ele está falando.

- Mas não precisa ser perfeito, não tem ninguém aqui.

Sean fez que não com a cabeça. Senti seus membros endurecerem, se transformando na estátua novamente. Sai da minha cadeira, deixando os talheres ainda no prato, a comida pela metade.

Comecei a dançar devagar, sem a menor ideia do que eu estava fazendo. Minhas calcas de moletom pareciam completamente inadequadas para a situação, mas o liquido – agora quente em meu estômago –já havia subido pela minha cabeça me fazia sentir incrível.

Dancei como se ele não estivesse ali. Levantei os braços, feito uma louca sem ritmo. Eu nem sabia como se deveria dançar essa música, mas nem liguei.

"Dois pra lá e dois pra cá", Tiago Iorc parecia tentar me ajudar, mas meus pés tinham vontade própria e nem tentei dar atenção as orientações. Me lembrei do clipe, com bambolês, talvez eu parecesse menos boba se tivesse um no momento.

Sean ria, mas não de deboche. Ele parecia surpreso, como se me visse pela primeira vez. A próxima música começou, ainda o mesmo cantor, mas dessa vez a melodia era lenta. Ele levantou e me pegou pela mão, me puxando um pouco mais perto de seu corpo, sua mão em meu quadril.

Mas a música não me trazia uma lembrança boa, e Sean não sabia disso.

"Tanto a te falar e lá fora o mundo gira. / Quero viver, quero mudar, motivo não há".

Nem o espumante conseguiu vencer a melodia. Eu não me lembro de ter incluído essa canção na playlist. Na verdade, eu nem sequer entendia o por quê da letra me incomodar tanto.

O toque do celular gritou mais alto que Tiago e minha tristeza.

Eu não tinha desligado?

Me desvencilhei de Sean, os olhos brilhando com as lágrimas se formando.

Ao pegar o aparelho que clamava por atenção, verifiquei quem estava me ligando. Na tela, o nome e a foto de Mateo apareciam.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro