01 de dezembro - Parte 05
- Você não vai acreditar em quem está aqui casa. No meu cubículo de 40m². Em meu pequeno apartamento. Enfim, você entendeu.
Nina fez sinal para que eu entrasse em sua casa, ainda sem entender nada. Ela tinha cara de quem acabou de acordar de um cochilo da tarde, o que não seria estranho, já que ela começa a trabalhar em um bar por volta das 22h e agora eram 20h.
- Me desculpe por ter te acordado. – Disse, enquanto me dava conta do quão egoísta fui em não pensar se ela estaria ocupada. Nina trabalha a noite para juntar dinheiro, ela está louca para fazer um curso de fotografia na Nova Zelândia.
Seu apartamento era extremamente bem arrumado, com certeza poderia estar em uma revista sobre "como morar em um local pequeno sem abrir mão da organização e do estilo". Uma tia dela tem várias unidades, que aluga para o airbnb, e acabou emprestando este pelo valor do condomínio, para poder ajudá-la a guardar dinheiro para a viagem. A casa faz com que ela pareça uma riquinha metida se você não a conhece bem, mas Nina é a pessoa mais esforçada que eu já vi.
Antes de começar a trabalhar na revista, fui contratada pelo bar no qual Nina trabalha, e foi assim que nos conhecemos. Ganhávamos um mixaria, trabalhávamos a noite toda e ainda precisávamos levar incontáveis desaforos para casa. Eu não aguentei um mês, ela é gerente do local hoje – o que garante um salário um pouco mais digno, menos ofensas e a sensação de felicidade por estar um pouco mais próxima de realizar seu sonho.
- Não tem problema, meu despertador ia tocar daqui a pouco – falou, enquanto colocava pasta em sua escova de dente e começou a escová-los – mas me conta sobre a visita inesperada – Nina continuou, com a boca cheia de espuma – e não venha me dizer que é o Sr. Perfeito que voltou antes do planejado.
Sr. Perfeito era como minha amiga chamava Mateo, sempre com um leve tom sarcástico em sua voz, notável mesmo em meio a tanta espuma. Nina e Mateo não se davam tão bem, muito por conta de um mal-entendido no início de nosso namoro. Ele acha que ela é riquinha metida a batalhadora, e ela tem certeza que essa é a definição dele próprio.
- Ei, não ache que eu não notei seu tom!
- Eu falei para você notar mesmo – Nina grunhiu, enquanto cuspia a mistura de água e pasta. – Me conte quem é!
- Sean Hill – eu falei, de uma única vez. Acho que não há melhor maneira de se dizer que há uma celebridade em sua casa, eu já havia feito suspense demais.
- Ah tá bom, ele veio para a festa de aniversário surpresa que você planejou para a Lady Gaga?
- Eu estou falando sério! – nesse momento, aproveitei para jogar uma almofada em sua cabeça. Acertei em cheio enquanto ela ria de sua própria piada.
- Não, não está não. Anda, para de fazer piadinhas. Quem está aí? E se você responder Sean Hill novamente, eu vou entrar em seu apartamento e acho bom que ele esteja só de cueca em cima da cama.
- Na verdade, ele está fazendo o jantar... – Antes mesmo de terminar a frase, não consegui conter minha risada e Nina se juntou a mim, ainda achando que se tratava de uma piada.
- Já chega, eu avisei.
Ela começou a andar em direção a porta, com seu jeito determinado de sempre, e eu entendi que estava indo até meu apartamento para verificar minha história.
- É sério, é sério! Eu juro que é ele! Eu posso provar! – protestei enquanto corria para alcança-la e bloquear a porta com meu corpo, me sentindo cada vez mais uma adolescente.
De repente, muito provavelmente por ver meu evidente desespero, a ficha começou a cair para Nina e ela pareceu acreditar:
- Não. É sério? O que ele está fazendo aí, Ena? E como você pode provar?
Expliquei toda a história anterior, de como havíamos iniciado nossa conversa enquanto eu estava P da vida por ter sido expulsa da entrevista, falei do mar de paparazzi e de todos eles em frente ao apartamento.
- Vai lá na janela para confirmar a história, ou então pesquisa meu nome no Google, certamente haverá alguma notícia. Mas não me conte! Eu não quero estragar meu bom humor.
Nina pegou o celular e começou a digitar. Quando ela parou, sua feição não foi das melhores.
- É, agora eu acredito. Sr. Perfeito não vai ficar nada feliz com essas manchetes.
- E é por isso que eu preciso de você! Sean está pedindo alguns ingredientes para fazer o jantar, e se um de nós descermos para pega-las, farão ainda mais fofocas mentirosas sobre a gente. Você consegue descer para buscar, Nina? Eu prometo que pegarei um autografo dele para você – Disse, fazendo minha melhor imitação da cara de gato do Shrek.
- Eu só busco com uma condição: que ele atenda a porta quando eu for levar as sacolas! Não é justo só você ter direito a conhecer um cara desses.
- Como raios eu vou explicar isso para ele sem parecer uma louca?
- Não sei Ena, inventa alguma coisa, você é boa nisso. O que não dá é para você me privar desse momento, né? Se coloca no meu lugar, tenho certeza que você também iria querer conhecer o bonitão, se ele estivesse aqui em casa.
- Ok, você venceu. Eu não faço a menor ideia do que terei que dizer, mas vou dar um jeito. – Nina deu vários saltinhos em comemoração e nós caímos na risada novamente.
- O entregador deve chegar a qualquer momento. Fica atenta no interfone, ok? – Completei, enquanto saía.
- Minha querida, eu não perderia isso por nada!
***
Oi oi gente (:
Mais um capitulo hoje, e eu só queria agradecer por todas as visualizações e votos, de verdade!
Por favor, comentem sempre que puderem para que eu saiba se vocês continuam gostando da história e do rumo que ela está tomando.
Você ai, que tem mais experiencia com livros e Wattpad, tem alguma dica para me dar? Eu vou adorar, de verdade!
Até domingo (:
Fê
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