Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

01 de dezembro - Parte 01

Conseguia ouvir o barulhinho do ar condicionado em cima da minha cabeça, o zum zum zum que produzia enquanto eu estava cada vez mais nervosa naquela salinha de espera. Uma gota d'água caiu diretamente em minha franja, dividindo o cabelo ao meio, alguns fios molhados e o restante seco. Pelo menos não sentei de frente para ele e fiquei morrendo de frio, pensei enquanto tentava dar forma a franja novamente. Passei os olhos por todas as outras pessoas naquele ambiente. Algumas eu já conhecia de outras reportagens, outras eram totalmente novas, mas todas estavam absortas em suas anotações.

É engraçado pensar que estamos todos aqui pela mesma pessoa, mas sairemos daqui com diferentes matérias. Alguém, com sorte, se daria muito bem e venderia milhares de cópias a que os demais.

Por favor, universo, faça com que esse alguém seja eu.

Finalmente eu seria a garota a escrever a reportagem da capa. Me esforcei muito por isso durante os últimos meses. Quer dizer, sei que não é isso que quero fazer para o resto da minha vida, mas é o que faço no momento. É preciso se esforçar para ser a sua melhor versão hoje, certo?

Depois de notar como os outros jornalistas estavam vestidos, comecei a questionar meu próprio visual. Talvez uma calça preta desbotada e uma blusinha - também preta - não fossem a melhor escolha quando se vai entrevistar a celebridade do momento, Sean Hill. Pelo menos meu cabelo está ok. As outras mulheres estavam todas de vestidos e saias, uma delas em especial usou uma grande saia azul, na qual ela parecia extremamente confortável com si mesma. Eu nunca usaria essa peça para a ocasião, teria medo de me vestir além do necessário e fazer papel de ridícula, mas claramente não era o caso dela.

Fui invadida por lembranças de meus últimos dias e instintivamente procurei pela mão esquerda da mulher muito-bem-vestida-mas-não-exagerada. Ela também tinha uma aliança de noivado, mas nem se comparava a beleza da minha. Me peguei relembrando o momento de meu pedido de casamento enquanto encarava o anel em minha mão.Quanta sorte eu tenho? 26 anos e eu já encontrei uma pessoa tão boa, que se importa tanto comigo.

Talvez eu precisasse revisar minhas anotações como todos os outros, mas a ansiedade estava me consumindo no momento. Era minha primeira grande entrevista, e tenho certeza que grande parte do motivo de eu ter sido designada para ela foi por terem descoberto a influência de Mateo. Sim, eu me esforcei bastante, mas ninguém recebe uma capa em tão pouco tempo de empresa.

"Você não poderia ter escolhido melhor!" – Resolvo mandar uma mensagem para ele, tentando me distrair. Aproveito para incluir uma foto do meu dedo com o anel, em frente ao meu sorriso gigantesco. Tenho dificuldade em tirar selfies em público, mas achei que ele merecia saber o quanto eu estava feliz, mais uma vez.

"Que bom que você gostou (: Logo estarei de volta e podemos ficar juntos por mais tempo" – Mateo me responde quase instantaneamente

"Que rápido! Que horas são aí na Itália?"

- Eleeena Amaral! – Pude ouvir gritarem meu nome com um sotaque americano. Provavelmente a empresária de Sean, com quem eu havia falado anteriormente para agendar a entrevista.

"Sou eu agora! Me deseje sorte e um possível furo 😉" – acrescento na última mensagem.

Enquanto caminhávamos juntas para a sala que ele estava nos esperando - eu caminhava, ela basicamente corria, tentando acelerar meu ritmo a todo momento - recebi algumas instruções dos temas que eu poderia e não poderia abordar:

· Não perguntar sobre o término do namoro com Ammy – Droga, lá se vai minha primeira pergunta pelo ralo.

· Não perguntar sobre o término do namoro com Laura – OK.

· Não perguntar sobre o termino do namoro com Rebeca – Certo, nada de términos, próxima proibição.

· Não perguntar sobre traição – Epa, eu estava por fora desse tema!

· Não perguntar sobre possível briga com Justin. – O que eu posso perguntar, então?

· OK para perguntas sobre a nova turnê. – Que inesperado...

· OK para perguntas sobre possíveis álbuns. – Sem comentários.

· OK para perguntas sobre o Brasil e quando pretende voltar. – Basicamente, não tenho pauta nenhuma.

É de se esperar que, devido a tantas instruções, eu teria ao menos o direito de ficar uns 10 minutos com ele, certo? Mas não, Amanda – que se apresentou enquanto corríamos a maratona até a sala em que seu cliente se encontrava – me informou que eu teria 5 minutos para fazer minhas perguntas e tirar fotos. Vídeos não seriam permitidos.

Sorri e acenei com a cabeça, fazendo sinal que sim, mas estava cada vez mais insegura e ansiosa, e talvez um pouco decepcionada também. Poxa, jornalistas deveriam ser tratados com um pouco mais de delicadeza, mas eu continuava me sentindo uma tiete que não pagou o suficiente para que ele pudesse me dar um abraço, mas sim um aperto de mãos.

Eu sempre comprando as cadeiras amarelas, ao invés da pista premium.

Estava refazendo mentalmente minhas perguntas nos 5 segundos em que ela me pediu para aguardar na porta enquanto verificava se ele já estava pronto para mim, e aproveitei para entoar um mantra inventado na hora:

Faça com que eu não erre as palavras em inglês, faça com que eu não erre as palavras em inglês, por favor, faça com que eu não pareça uma completa idiota.

Por mais que eu tenha facilidade com a língua, sempre odiei conversar com pessoas que tem o inglês como a língua mãe. Eu tentava me consolar com o fato de saber um segundo idioma já era uma vitória, mas não conseguia me convencer.

Nesse instante, a porta se abriu e pude ver Sean ao vivo pela primeira vez.

Ele estava sentado de maneira desleixada, encostado em uma mesinha e sem sapatos, só de meias. Ao me ver, abriu um grande sorriso e fez menção de se levantar para me cumprimentar. Naquela pose, mais parecia um menino no corpo de um homem. Seus cachos castanhos pendiam para o lado direito, como eu já havia visto em todas suas fotos. No momento em que cheguei mais perto, pude notar pequenas sardas em seu rosto, ressaltando ainda mais minha sensação anterior, de menino num corpo de homem, mas não de uma maneira ruim.

Enquanto absorvia todos esses detalhes para descrevê-los na entrevista, fiz um sinal para que ele não se levantasse, eu o cumprimentaria sentado mesmo. Mas, na ansiedade, o gesto acabou saindo muito maior do que eu esperava, e enfiei meu cotovelo em uma garrafa de água em cima da mesinha lateral, em que Sean estava encostado.

Pude ver a cena toda em câmera lenta. Minha desesperada e frustrada tentativa de segurar a garrafa no ar, o que acabou canalizando a direção da pequena fonte diretamente em meu suposto entrevistado. Ele tentou se esquivar, seu sorriso completamente desaparecido do rosto. Com todo o alvoroço, até a mesinha acabou indo para o chão.

E eu achando que o problema seria o inglês. Deveria ter entoado o mantra do equilíbrio.

- Me desculpa, me desculpa, me desculpa!

Tentei minimizar a situação buscando pelas toalhinhas de papel que carrego sempre comigo na bolsa, mas o dano já havia sido feito. Todo aquele grande sorriso havia se transformado em uma expressão carrancuda.

Procurei por olhares de consolo na sala, afinal eu não havia tentado agarra-lo e beijá-lo, era só uma derramadinha de água. Mas todas as expressões iam de mal a pior.

Ok, ferrou.

Amanda gritou algumas ordens, mas eu estava muito confusa para traduzir mentalmente. No entanto, consegui entende-las pelas atitudes tomadas. Fui retirada às pressas da sala pelos seguranças. Enquanto saia, só consegui protestar:

- Ei! Acidentes acontecem ok, Sr. Insuportável! – Para isso, o inglês serviu.

E foram esses meus únicos trinta segundos com o famoso Sean Hill. A humilhação parecia ter durado uma eternidade, mas eu não estava pronta para desistir e continuei protestando enquanto era carregada por um brutamontes.

Infelizmente, foi em vão.

Em meio a todos os meus argumentos e chacoalhões, fui expulsa do ambiente sem qualquer outra informação, seguindo ordens da agitadinha que havia me trazido e esgoelava agora para que eu fosse banida do local o mais rápido possível.

Não podia acreditar que iria ficar sem essa entrevista. Como eu poderia explicar a situação para a revista? Quero dizer, como eu poderia explicar que acabei com tudo após derrubar uma garrafa d'água no homem mais sexy do ano de acordo com a GQ?

Homem mais sexy do ano, sei. Ele tem míseros 21 anos! Deveria ser eleito como "o menino mais mimado do ano".

Fui abandonada na saída de trás do prédio, quase como se eu não tivesse mais o direito nem de usar a porta da frente. Subi a rua parando algumas vezes para substituir minha bota altíssima por uma sapatilha surrada em meio as mil pragas que dizia no momento.

Não acredito que passei tanta dor no pé por nada.

Eu não podia perder o emprego na revista por conta de um pivete mimado e pouco compreensivo. A cena continuava passando em minha cabeça, como um DVD velho travado, uma piada de mau gosto. Também tive tempo de imaginar a grande bronca que eu levaria quando chegasse ao escritório na segunda sem essa entrevista.

Obrigada, ansiedade. Como se já não estivesse ruim o suficiente.

Enquanto continuava minha subida em passos largos e raivosos, senti uma leve cutucada em meu ombro esquerdo e disparei, de mau humor:

- O QUE É?

- Hm. Você é a Elena, certo? Me desculpe, eu não queria que você tivesse sido retirada da sala, só levei um susto com a situação, a Amanda acaba sendo muito protetora.... Tenho apenas alguns minutos para sua entrevista antes que percebam que não estou realmente no banheiro, tudo bem? – Pude notar o sorriso de Sean um pouco apreensivo, provavelmente por conta da minha cara de animal raivoso no momento, mas ele estava fazendo um grande esforço para parecer amigável. O resultado foi um sorriso nervoso, meio de lado.

A expressão que se seguiu em meu rosto foi provavelmente de confusão. Levei alguns segundos a mais do que o necessário para traduzir mentalmente o que ele havia falado. Eu não esperava por uma resposta em inglês para minha ríspida pergunta. Definitivamente, eu não esperava uma resposta vinda de Sean Hill. Naquele instante, meu cérebro nem era capaz de formular um oi em outro idioma, que dirá me lembrar de todas as perguntas – e regras- que eu deveria seguir. E, para finalizar, eu estava uns 10cm mais baixa, o que me fazia parecer a criança da conversa, quando era ele com 5 anos a menos do que eu. 40 segundos a menos e eu ainda estaria glamorosa nessa subida.

- Você está se sentindo bem? Está um pouco quente aqui fora, podemos nos encostar embaixo daquela árvore se você precisar. – Foi Sean quem retomou a conversa, claramente interpretando minha demora em processar suas palavras como um sinal de problema, e me fez notar que eu estava encarando-o com a boca aberta por muito mais tempo do que eu gostaria.

- Claro, claro. Vamos nos encostar naquela árvore– ele pareceu aliviado por notar que eu sabia falar, afinal.

Passei as mãos pelo rosto, um pouco para tentar entender como estava meu nível de suor depois do meu ataque de raiva, um pouco para me esconder por alguns segundos daquela situação. Quem sabe, quando tirar a mão da frente dos olhos, eu voltarei ao início do dia e possa tomar mais cuidado com a garrafa d'água?

É, não foi dessa vez, Elena.

Sean fez sinal para que eu me encostasse na árvore, ainda preocupado com a minha saúde, enquanto ele também passava a mão pelo rosto para retirar um pouco de suor. Graças a deus, a subida não acabou só comigo. No entanto, fez com seu rosto ficasse ainda com ar de mais saudável, as bochechas mais vermelhas do que anteriormente, as sardas já intensificadas pelos poucos minutos no sol. Já comigo, eu não gostaria de imaginar o resultado, só sei que já conseguia sentir alguns fios da franja colados em minha testa, bom sinal não deveria ser.

- Sinto muito mesmo. Obviamente não era minha intenção derramar a água em você. E agradeço muito por essa nova chance, é muito legal da sua parte.

- Sem problemas! Como eu disse, eu peço desculpas pela maneira que você foi retirada da sala, minha equipe é treinada para me proteger, e as vezes eles são um pouco...intensos. – Eu que o diga, não é querido? Queria responder dessa maneira, mas me controlei e tentei abrir um leve sorriso.

No instante que eu estava reestabelecendo minha respiração e sanidade, Sean segurou firme em meu cotovelo e apontou diretamente para nossa frente. Segui sua indicação com o olhar e dei de cara com uma multidão de fotógrafos descendo a rua com suas câmeras a postos. Eram uns 20, contando por cima, e corriam bem mais rápido do que eu esperava.

Ficamos alguns instantes congelados, tentando interpretar aquela situação. Eram muitas reviravoltas para poucos minutos. Pude notar os olhos de Sean se transformando em duas grandes jabuticabas pretas, enquanto suas pupilas dilatavam denunciando seu desespero crescente.

No momento, nossa única opção era tentar a sorte no lado oposto. Sean foi o primeiro a retomar a consciência, provavelmente acostumado a lidar com situações como aquela, e começamos a correr contra a "manada" de fotógrafos, mas o a rua terminava em uma grande avenida e, até termos tempo de atravessar, eles teriam nos alcançado. Conseguia ver a expressão de desespero se instalando novamente no rosto de Sean, quando meu cérebro resolve finalmente voltar a funcionar:

- Meu carro! Vem, vem, vem!

Felizmente, eu havia estacionado muito perto daquela avenida. Seria mais perto se seguíssemos pela subida, mas, com um pouco de sorte, conseguiríamos fugir das fotos e chegaríamos ao carro por aquele trajeto também.

Em pouco mais de um minuto, alcançamos a porta do carro. Meu corpo parecia extremamente pesado e solta-lo no banco fez um grande barulho, acompanhado de um alívio igualmente grande. Dei partida quando verifiquei que Sean também havia se acomodado e iniciamos nossa tentativa de fuga.

***

Oi, tudo bem? :)

Muito, muito obrigada por ter chegado até aqui!

Esse é meu primeiro livro - no Wattpad e na vida. Por isso, se você gostou ou tem alguma dica, comenta e deixa sua opinião para que eu possa continuar, por favor (:

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro