Capítulo 34
(Ralph)
— Você está lindo! — fala minha mãe arrumando a minha gravata mais uma vez.
— Eu não vou fazer isso! — falo.
— Você sabe que você precisa fazer, e sem contar que você vai me fazer a mãe mais feliz desse mundo — fala ela.
— Mais eu não vou estar feliz, eu nunca amei Karina, não é assim que eu imaginei meu casamento — A senhora não se importa nem um pouco comigo ou com meus sentimentos? — Pois quando meu pai chegava tarde da empresa, ou viajava a negócio eu sempre estive do seu lado, e muitas vezes eu até briguei com ele pela senhora, e você está ai, preocupada somente com os negócios financeiros da empresa — falo.
Vejo minha mãe me encarar sem reação, sentindo os golpes das minhas palavras, ela então se assenta em uma cadeira, respira fundo e diz.
— Eu não sabia que aquela garçonete vinha de uma família de alto nível, eu não sabia que ela estava a altura para se relacionar com você — Se eu soubesse disso desde o início talvez eu teria me esforçado mais — Mas agora é tarde Ralph! Já firmamos um compromisso com a família da Karina, e a conhecemos desde nova, ela te ama! Você precisa se casar com ela! — fala minha mãe.
— Você não entende, eu me apaixonei pela Julia, antes mesmo de saber de quem ela era filha, e sim eu conheço a Karina desde nova, e sempre a vi lá em casa, mais nunca me despertou interesse por ela — Eu não a amo e dane-se seu comprometimento com a família dela! — falo rancando minha gravata do pescoço.
— Você está querendo arruinar nossas vidas? — Aquela garota tatuada gosta tanto de você, que sabe que você está prestes a se casar e não faz absolutamente nada — Deixa de ser idiota! — grita minha mãe.
Ouço alguém bater a porta, e depois se abrir.
— A Noiva já chegou! — avisa a organizadora.
Ela fecha a porta novamente.
— Meu filho por favor! Entre naquela igreja e case-se.
— Ah! ele vai casar sim! — fala Eduardo entrando no cômodo.
“Só me faltava esse, cara aqui agora” (penso)
— Pode deixar que eu vou convencer a ele a entrar naquela igreja, me deixa falar com ele a sós — fala Eduardo para a minha mãe.
Minha mãe me olha e agradece a Eduardo, saindo e fechando a porta.
— O que você está fazendo aqui? — Pergunto.
— Olha cara, por mim eu não viria aqui, mais sei que tem uma pessoa sofrendo por você, e por essa pessoa eu vim aqui disposto a te convencer a não casar e fazer o que é certo — fala Eduardo.
Fico surpreso com sua fala e sei claramente que ele fala de Júlia.
— Vocês não estão juntos? — pergunto.
— Nós somos amigos Ralph, eu até queria tentar ser mais para ela, mais ela te ama, e eu a respeito tanto, que sou capaz de abrir mão pelos meus sentimentos para vê-la feliz. E se para ela ser feliz precisa de você, então… — Fala ele.
— Cadê ela? Eu vou falar com ela! — falo.
— Olha ela está lá fora, no meu carro em frente a igreja. Mais você não pode simplesmente sair daqui e ir embora com ela. Ela está chateada com você, porque você não encara sua família para ficar com ela, e sem contar a Karina esfregando na cara dela toda hora que é ela quem está com você — Suponho que está na hora de você mostrar a todos que você a ama — fala Eduardo.
Eu arrumo minha gravata.
— Eu vou mostrar para ela o quanto eu a amo — falo.
— Não a magoe, essa é a sua última chance — Vou estar com ela esperando a sua atitude — fala Eduardo saindo.
De repente a raiva que sinto por Eduardo, alivia, porque sei que ele gosta dela, e mesmo assim veio até aqui me dizer que ela gosta de mim.
Saio disposto a entrar na igreja, aviso a organizadora que estou pronto, ela pede para que eu aguarde para avisar o Padre e a noiva.
Na porta lateral da igreja vejo Eduardo falar com a mãe dele, e saindo. Do outro lado da rua enfrente a igreja vejo o carro dele parado e sei que lá dentro está o amor da minha vida.
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(Júlia)
Estou tremendo, de repente me falta o ar, abaixo um pouco a janela do carro. Eduardo abre a porta e me pergunta se está tudo bem.
— Só estou com calor. Como foi lá? — pergunto.
— Vamos ver! — fala ele pegando o telefone.
— Pedi a minha mãe para fazer um vídeo chamada, vamos ver — explica ele.
Eduardo vira o telefone e vejo o Ralph entrar acompanhado da mãe. Ele se coloca na lateral do altar e logo em Seguida aparece Karina vestida de noiva estilo princesa na porta.
Ela entra com o pai toda sorridente até o altar. Karina e Ralph fica um do lado do outro de frente para o padre. De um lado os pais de Ralph e do outro os pais de Karina.
— Me leva para casa por favor! — peço.
— Calma! Vamos esperar só mais um pouquinho — pede ele.
Fico olhando para fora da janela, sentido ao contrário da igreja, fico só ouvindo o padre falar pelo vídeo.
— Você precisa ir lá Júlia! — Precisa encará-lo, e mostrar para ele que você o espera ainda — fala Eduardo.
— Você não acha que seria muita humilhação, eu não passo nem daquele portão — no mesmo dia que voltamos ele teve a audacia de deixar os pais dele anunciar o noivado no quintal da minha casa e ele não fez nada — Se eu tivesse certeza que ele faria alguma coisa por mim, eu entrava agora naquela igreja e… — me interrompo ao ouvir Ralph falar no vídeo.
Ele está virado para os convidados, sua mãe está se aproximando dele para impedi-lo, mais ele manda ela parar.
— Agradeço a todos por ter vindo até aqui essa noite, mais quero anunciar a todos que não vai haver casamento.
— O que você está falando Ralph — perguntou Karina entre os dentes, fingindo um sorriso.
Ele olha para Karina, respira fundo e continua falando.
— Vocês vieram aqui, porque minha querida mãe e essa pessoa aqui planejaram esse casamento contra a minha vontade — fala ele apontando para Karina.
Os convidados ficam surpresos e logo começa a cochichar uns com os outros.
— Até que enfim! — falou Eduardo revirando os olhos.
— Não tinha falado nada, porque eu tinha uma esperança de que meus pais pusessem a mão na consciência e acabasse com essa palhaçada, respeitando a minha decisão, mais para eles tudo é um investimento, casamento e um contrato de empresa é a mesma coisa para eles. Não vou deixar de amá-los, mais estou decepcionado com eles. Não queria um escândalo mais ganhou assim mesmo, por não se pôr no meu lugar, e atender os meus inúmeros pedidos de pararem — fala ele olhando para os pais.
Karina começa a chorar pedindo para ele parar.
— Eu avisei a você varias vezes que eu não queria nada com você, que eu não gosto de você da mesma forma, e você não parou, se valoriza Karina! Tenho certeza que tem muitos rapazes aí, do seu estilo capaz de agradá-la — falou olhando para karina.
Ralph vira para os convidados novamente e fala.
— Só tem uma pessoa que eu realmente amei e amo. E por não ter colocado um fim nessa palhaçada antes, eu a deixei partir. Ela está aqui, sei que está ouvindo isso, eu preciso falar olhando em seus olhos, por favor! — falou suplicando olhando para o carro.
Os convidados se olham e olha para fora da igreja.
— Sua vez Júlia, vai! — Fala Eduardo.
Eu concordo com a cabeça e abro a porta do carro descendo.
Sinto minhas pernas tremerem enquanto vou caminhando até a entrada da igreja. Tento focar nos olhos do Ralph e esquecer as pessoas que estão nos olhando. Ele desce do altar e para no meio do tapete vermelho pegando na minha mão.
— Essa é mulher por quem sou apaixonado, desde a primeira vez que a vi. Sim ela era garçonete, como a senhora ali atrás acabou de falar, e daí? Quantos aqui só ficaram conhecidos, depois de casarem com seus parceiros? Não tenha vergonha de expressar seus sentimentos pensando no que as outras pessoas vão achar. Eu sei que muitos aqui, eram bem pobres, vieram de família humilde e hoje estão aí vestindo roupas de grifes. Essa mulher aqui na minha frente, é guerreira, tem formação em designe e faz parte de uma família de classe alta igual a todos aqui, mais não usou isso para conquistar as pessoas, ou melhor para me conquistar. — falou Ralph e os convidados balançaram a cabeça concordando com ele.
— Júlia quero te pedir perdão por ter sido covarde e por não ter ficado mais ao seu lado quando precisou de mim. Te prometi uma vez no hospital, que eu te protegeria e falhei. Mais sei que você esteve segura durante a minha ausência — falou olhando para o Eduardo que estava na porta e o meu pai ao lado da minha mãe nos bancos dos convidados.
— Júlia meu amor, será que você podia me perdoar?
Meus olhos estão cheios de lágrimas, ouço os convidados falando para eu perdoar.
— Sim! — falo balançando a cabeça positivamente.
Todos os convidados aplaudem.
— Eu tenho mais uma pergunta — Júlia você aceita se casar comigo? — fala ele ajoelhado a minha frente.
Fico surpresa com o seu convite, olho para os meus pais que estão balançando a cabeça que sim.
Abro um sorriso para ele.
— Claro que sim! — falo.
Ele levanta e me beija na frente de todos.
Ouço gritos e aplausos de todos os convidados.
Karina joga o buquê no chão com raiva, e sai batendo o pé para fora da igreja.
_______A Garçonete 2 ________
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