(Júlia)

Entramos no chalé, fico surpresa em notar que esta todo reformado. Pelo visto retiraram todo o papel de parede e realçaram a madeira original envernizado todas. Lembro- me quando eu era criança, que nas paredes havia papeis de paredes com desenho de rosas e móveis rústicos, eu falava que era minha casa, e brincava de bonecas ali.

Eduardo admira o chalé, elogiando a decoração.

—Alguma ideia do que fazer? —estou com tempo livre —pergunto com tom divertido.

—Tenho algumas ideias sim, para fazer com você! —fala ele se aproximando, com um olhar sedutor.

—Vamos assistir um filme ou uma série! —falo quebrando o clima.

—Você é chata! —Vamos ver uma série então, fazer o que né —resmunga ele.

Começo a rir e ligo a TV.

Esta passando a série The Bing bang teory. Escuto Eduardo rir de alguma cena engraçada com o personagem Sheldon, mais me perco em pensamentos.

—Hey, o que foi? —pergunta.

—Estou preocupada —não sei até quando terei que ficar isolada aqui—Agora que você foi visto comigo, tenho receio por você também.

—Não se preocupe comigo, vou ficar bem! E você também vai.

Eduardo me puxa e coloca minha cabeça em cima de um travesseiro no seu colo, e acaricia meus cabelos, na tentativa de me acalmar.

Me perco novamente em meus pensamentos, mais agora é porque fico pensando em como o Eduardo é um cara incrível, e carinhoso. Parece que já o conheço a anos, e isso o torna uma pessoa muito especial para mim.

Ficamos horas gargalhando da série, até dona Olga, nos interromper batendo na porta, dizendo que trouxe o nosso jantar. Sentamos na pequena mesa, e comemos um delicioso ravioli ao molho branco.

Após a janta, meu pai surge no chalé para saber se está tudo bem, e nos conta uma novidade. Ele diz que espera Eduardo na manhã seguinte na empresa, e afirma que ele não está demitido, e sim o Diego.

Eduardo o agradece e meu pai volta para a casa grande.

Eduardo comenta que o Ralph deve está muito chateado por ter sido contrariado, e que apesar de saber que ele vai querer infernizar a vida dele, ele está muito feliz por não ter sido demitido.

Fico me perguntando se Ralph já sabe, da saída do braço direito do Renan. Mais depois lembro que a essa altura, o Sr. Moreira já deve ter lhe informado.

Acaba a maratona da série, e começo o filme, como eu era antes de você. Ah essa hora já estamos deitado na cama. Isso mesmo que você pensou, estamos dividindo a cama. Mais sem malícia.

E quando passa uma das cenas finais do filme, que o will nega o amor da Louise clarck, choro igual uma menina romântica, parece que eu sinto a dor da personagem ao ser rejeitada.

Eduardo me abraça, e beija minha testa. Viro de frente e olho nos olhos dele, um pouco surpresa e ele me beija nos lábios.

Com muito carinho, nossos lábios vão se abrindo, permitindo nossas línguas se encontrarem com muito prazer. Até que meu telefone toca, nos interrompendo.

Olho para o telefone e aparece o nome do Gustavo, pego para atender.

Gustavo pergunta se está tudo bem, e briga comigo por não ter contado do Renan. E aproveita para comentar que está vendo Ralph beber, com Diego e duas mulheres. Dizendo que tudo indica que a fila andou para ele.

Meus olhos enchem de lágrimas, mais disfarço já que Eduardo está na minha frente. Comento que estou feliz em saber que está tudo certo então e minto dizendo que não me importo e me despeço do gustavo e desligo.

Meus olhos se enchem de lágrimas. Viro meu rosto para o lado, e digo que vou ao banheiro. Entro no banheiro o mais rápido possível, e sento atrás da porta e choro.

Não consigo acreditar que o Ralph já esteja nos braços de outra. Pode ter sido rápido nosso envolvimento, mais com tudo que aconteceu, foi muito intenso e importante.

Simplesmente não acredito! Levanto, e me olho no espelho. Estou com o rosto vermelho, lavo meu rosto na tentativa de aliviar a cara de chorona.
Saio do banheiro, e para a minha surpresa Eduardo está sentado na cama. Me lança um olhar sério.

—O que foi? —pergunto.

—Diz você, o que foi? — Está chorando por causa daquele cara?

Olho para baixo, com vergonha. Porque não tenho como negar.

—Olha, eu sei que você gosta dele, mais você vai ficar toda hora chorando por ele? —Se for para você ficar chorando, é melhor você ir agora mesmo atrás dele, e fazer as pazes —Eduardo fala brigando comigo.

Sento na beira da cama, de costa para ele e reflito suas palavras. Não quero chorar por Ralph e nem muito menos me humilhar a um cara que tem vergonha de mim.

Eduardo respira fundo, passa a mão nos cabelos um pouco nervoso e se agacha na minha frente.

—Eu não queria brigar com você! —ou te deixar triste—eu quero que você fique bem, porque desde que eu te conheci naquele bar, eu não paro de pensar em você—Não consigo deixar de me preocupar com você!

—Você tem razão! —Eu vou da a volta por cima—Não vou ficar caída pelos cantos por causa do Ralph e nem me isolar por causa do Renan, eles que vão para o raio que o parta—falo confiante.

Seguro na mão do Eduardo e o levanto abraçando ele. Agradeço em seu ouvido pelas palavras.

— Vai ter uma festa lá em casa no final de semana, minha mãe está organizando. Para apresentar o novo condômino dela e arrecadar fundos para uma ONG que ajuda crianças abandonadas —Eu achei que você não estivesse no clima, mais agora que você está mais confiante, é uma boa ocasião para dá a volta por cima— Vão está todas as pessoas importantes da cidade e alguns fora dela—Minha mãe está organizando um leilão, como forma de arrecadar fundos—ela está pedindo para todos irem de forma elegante.

—Elegante? —tá bom, eu vou.

Eduardo comemora com minha resposta. Voltamos a deitar na cama, e agora estamos um de frente para o outro.
Confesso que sinto vontade de beijá-lo, por todo apoio que tem me dado, por ser um cara incrível.

—O que foi, porque está me olhando assim? —pergunta ele.

—Só queria ter te conhecido primeiro— respondo.

Ele acaricia meu rosto e diz que tenho tempo suficiente para conhecer agora. Ele se aproxima de mim, até nossa testa se encostar. Ele me beija delicado, e eu o beijo com mais vontade, deixando claro o quanto eu o quero. Quando dou por mim já estou deitada em cima dele. Ele tenta levantar minha blusa, me dando sinais para tirá-la. E eu não penso duas vezes e atiro ela para longe, ele inverte a posição deixando ele ficar por cima. Ele retira sua camisa, deixando exposto sua tatuagem no peito, e faz trilha de beijo da minha barriga até meus seios.

—Ei, Júlia! Você está dormindo de olho aberto—fala ele rindo.

Me desperto de meu devaneio depravado. Sorrio e viro de costa para não pensar bobagem de novo.

—Você se incomoda de eu dormir de cueca? —odeio dormir de roupa.

Meu pensamento mando ele dormir até pelado agora, que com o fogo que eu tô, não me importaria.

—Como somos dois amigos, pode ser um pouco estranho você dormir de cueca aqui comigo. Mais eu posso pegar outra coberta para você, no qual te limitaria você e sua cueca não chegar perto de mim—falo rindo.

—Deixa para lá! Não quero perder a chance de dormir de conchinha com você—fala me abraçando por trás.

Sua mão passa de leve nos meus seios, ele se desculpa e desce.

—Não quero ninguém roncando no meu ouvido heim—falo brincando.

Alguns minutos depois, Eduardo continua abraçado agarrado ao meu corpo, sua respiração bem próxima a mim. Consigo sentir o volume do seu short roçando em mim. Começo a suar de norvoso, que eu não consigo entender o que acontece comigo.

Levanto e bebo um pouco d'água, para aliviar a tensão. Volto e mexo nele para que ele vire de costa para mim. Pronto! Agora eu consigo dormir.

__________A Garçonete 2 __________