Capítulo 9
ALICE
O dia da festa de noivado havia chegado e Alice estava nervosa, mas não pelos motivos que os pais achavam e sim porque seria nessa noite que seu plano seria posto em prática.
Como a mansão estaria cheia de convidados, ela achou que seria uma boa oportunidade para Jonas e o amigo entrarem sem levantar suspeitas. Ela havia dado mais uma ajuda de custo para eles providenciarem trajes adequados à ocasião.
O dia foi todo de preparativos, a mãe havia novamente convocado a equipe de Kim para a sessão de beleza dela e de Alice e algum tempo antes da hora marcada para a festa, já estavam produzidas.
Alice estava usando um lindo vestido tomara-que-caia com tons de rosa pálido e flores bordadas. Seu cabelo estava solto, as ondas dourados caíam sedosas por seu colo.
Ela andava de um lado para o outro, contorcendo as mãos até que sua mãe disse:
— Não fique nervosa, Alice. É deselegante ficar com as mãos desse jeito, controle-se!
Ela decidiu tomar ao menos uma taça de champanhe para ver se ficaria um pouco mais calma, não queria a mãe prestando atenção a ela o tempo todo. Ficou repassando mentalmente os passos do plano várias vezes, tentando procurar algum furo, mas acreditou que tudo iria sair conforme o combinado.
Os primeiros a chegar são os membros da família Guimarães e Bernardo da um beijo no rosto de Alice com um apertão na sua cintura quando a cumprimenta, deixando a moça desconfortável.
Agradeça por eu estar salvando a sua vida, idiota, ela pensa. Algum tempo depois, os convidados começam a chegar e Alice fica atenta para identificar Jonas. O combinado foi que ele e o amigo deveriam chegar algumas horas depois do início do evento, quando a mansão já estaria movimentada e com um clima descontraído no local.
Em determinado momento, Alice finalmente avista Jonas, quase não o reconhecendo estando ele tão elegante e não resiste a dar um sorriso. Talita o acompanhava para não despertar suspeitas de quem seria tal desconhecido.
Nesse momento, Alice precisa por a primeira parte do plano em prática, por isso vai até a cozinha e diz para Lourdes levar uma garrafa de champanhe para os seguranças.
— Seu pai não permite que eles bebam em serviço, Alice. – a governante alerta.
— Poxa, Lou, ele não precisa ficar sabendo, diga aos seguranças que faço questão. A festa é minha, eu decido. – diz Alice pegando uma garrafa que havia acabado de ser aberta – quer saber? Eu mesma vou levar até eles.
Ela sai da cozinha pela porta dos fundos levando a garrafa, indo até a parte externa da mansão e quando está sozinha, vai até um local mais reservado e mal iluminado. Tira do seu decote um pequeno frasco e despeja seu conteúdo na garrafa de champanhe. Havia uma quantidade suficiente de sonífero para deixar os seguranças apagados.
Quando chega à cabine na entrada da mansão, entrega a garrafa ao chefe da equipe dizendo que faz questão que eles bebam para comemorar seu noivado.
— Dona Alice, estamos em serviço, seu pai não permite. – o homem diz, meio sem graça, mas já passando a língua nos lábios com vontade de provar a bebida.
— Deixe de bobagem, Matias! Vamos fazer um brinde agora mesmo! Pode pegar os copos que eu sei que vocês têm aí. – ela diz, não dando outra alternativa ao segurança a não ser aceitar.
A cabine é equipada com um frigobar e realmente tem alguns copos os quais Alice começa a encher de champanhe. Os homens devem estar com sede, pois tomam o conteúdo que ela havia despejado de uma vez, o que a deixa muito feliz.
— Bebam mais, trouxe essa garrafa só para vocês. – ela diz, mais uma vez enchendo os copos.
Os homens deviam realmente ter gostado da bebida, pois tomaram de bom grado. Quando já julgou ter dado certo essa parte do plano, Alice volta para a mansão antes que a falta dela começasse a chamar muita atenção. Agora era só aguardar o momento certo de por a segunda parte do plano em prática.
Algum tempo depois de Alice ter retornado à casa, o jantar foi servido e ela reparou que Jonas comeu como se não houvesse amanhã, o que a deixou preocupada com a possibilidade de alguma indigestão. Quando tem a oportunidade de conversar com ele, Alice comenta, disfarçadamente:
— Não vai passar mal de tanto comer hein, Jonas? Preciso de você ágil essa noite.
— Pô gata, não fala assim que tu me ilude! – ele diz com um sorriso e botando a mão no coração.
— Hahaha, seu palhaço!
— Coé, fica tranquila! Pra quem traça o podrão lá do morro várias vezes seguidas e não passa mal não é com esse rango de rico que vai rolar. Tu acha mermo que eu ia deixar passar um 0800 desse?
— Tá certo! E como estão as coisas lá fora? Seu amigo já falou alguma coisa?
O combinado foi que Victor viria como motorista de Jonas e aguardaria no carro até o momento de agir, observando quando o sonífero da bebida dos seguranças faria efeito. Jonas olha seu celular e diz com um tom de voz bem baixo:
— Ele disse que os seguranças apagaram e já conseguiu desligar o circuito de câmeras como tu deu o papo.
— Ótimo! – ela diz, dando um suspiro de empolgação. – só preciso falar com uma pessoa antes e depois vou dar seguimento à outra parte do plano, certo?
— Já é! – ele assente.
Alice segue para a cozinha procurando Lourdes e quando a encontra, da um abraço apertado na mulher, dizendo no seu ouvido:
— Lou, presta atenção: Não fica preocupada, está tudo bem. Eu estou segura, certo?
— Do que você está falando, querida? Não estou entendendo. – a mulher pergunta, meio confusa.
Alice apenas sorri, faz um carinho em seu rosto e o sinal de silêncio levando o dedo indicador à boca. Depois disso, sai em busca de Bernardo. Quando o encontra, ela diz:
— Vamos dar uma volta lá fora?
O rapaz levanta um pouco as sobrancelhas, surpreso, mas logo um sorriso malicioso surge em seu rosto e ele a segue até a área da piscina. Eles caminham um pouco, afastando-se cada vez mais do movimento de pessoas.
Alguns minutos depois, Alice vê Jonas aproximando-se com uma meia preta cobrindo sua cabeça, deixando apenas os olhos e boca à mostra. Junto com com ele, ela vê um rapaz também bem alto e forte, usando a mesma máscara. Ela finge surpresa quando eles chegam e apontam armas para ela e Bernardo.
— Vem com a gente, Alice! Quietinha, hein? – diz Jonas.
— Mas o que é isso?? Quem são vocês??– pergunta Bernardo assustado, levantando as mãos.
— A gente come cu de curioso, filho da puta, agora cala a boca! – diz Jonas, fazendo com que Alice precise disfarçar uma gargalhada com um choro fingido.
— Calma, eu vou com vocês, não nos machuquem! – ela diz.
— O Maia quer você viva, agora vem logo! – diz Victor, como combinado, fazendo com que Alice preste mais atenção a ele. Sua voz é mais baixa que a de Jonas, mas bem grossa.
Ele usa corda e mordaça para imobilizar Bernardo que está petrificado e Alice acaba sentindo pena dele, mas é melhor ele passar por isso do que morrer, como aconteceria se eles casassem.
Quando termina o serviço, Victor leva o rapaz para trás de uma árvore, onde demoraria um pouco para ser encontrado. Agora só restava à Alice finalmente sair da mansão e iniciar uma nova vida.
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Primeira parte do plano ok! Será que vai dar tudo certo? Deixem uma estrelinha para mim e um comentário 😘
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