Capítulo 36
VICTOR
Quando ouve a voz de Vini, Victor engole em seco e olha para trás:
— O que tu quer, Vini? — pergunta.
— A mãe queria que vocês levassem uma parte do bolo. — ele responde e entrega um depósito de plástico para Victor.
— Tá certo! — Victor responde, apenas pegando o objeto rapidamente e puxando Alice pela mão para saírem logo dali.
Quando já haviam se afastado da pensão, quase chegando ao ponto de ônibus, Alice olha para trás e pergunta:
— E agora, Victor? O que a gente vai falar se ele questionar de novo?
— Desculpa, amor...tu sempre me pede pra eu te chamar de Clara, dei mole! — ele responde — deixa quieto, a gente finge que nunca aconteceu.
Alice assente, tentando acreditar que esse deslize não terá consequências ruins. Eles seguem para casa e passam o resto do dia juntos, vendo filmes e namorando. No dia seguinte, Victor consegue, finalmente, falar com Jonas:
— Pô, foi mal, brother. Eu fui assaltado, levaram meu celular, agora que arrumei outro, não deu pra te avisar. — o amigo diz.
— Então tu sabia do Vini mermo? Achei que fosse caô dele.
— Ele me pegou conversando contigo pelo celular um dia e ficou enchendo a porra do saco pra saber onde ceis tavam. Ele disse que só queria mandar uma parada pelo correio e como o Mário já rodou, achei que não tinha problema. Não sabia que ele ia bater aí, foi mal aí, mermão. — Jonas diz, querendo desculpar-se.
— Não, tranquilo, cara. A mãe ficou feliz em ver ele, direito dela né, só eu que to puto mermo. — Victor diz — tem uma parada também... ele me viu chamando a Alice pelo nome e não de Clara. Ela tá bolada agora.
— Relaxa, o Vini nem deve tá sabendo da parada, ele devia tá fora do Rio quando apareceu aquela notícia dela. — Jonas diz, tentando tranquizá-lo.
— É, pode ser... mas ficou esquisito, tomara que ele não fique com essa merda na cabeça.
Eles conversam mais um tempo e terminam a ligação. Victor espera que Jonas esteja certo, é bem remota a possibilidade de Vini ter conhecimento da história de Alice, já que não teve tanta divulgação assim.
No final da semana, Victor vai até a pensão levar algumas coisas para sua mãe e ao chegar lá, encontra Vini. Ele está deitado no sofá da sala, vendo televisão. Victor logo fecha a cara, esperava que o irmão já tivesse ido embora.
— Cadê a mãe? — pergunta.
— Ela deu uma saída, pediu pra tu esperar ela voltar, que não demora. — o irmão responde.
Victor acaba sentando numa poltrona, a contragosto, pois não queria ficar ali com o irmão. Fica olhando o filme que passava, quando Vini pergunta, depois de algum tempo:
— Como tá a Alice?
— O nome dela é Clara. — Victor responde, sério.
— E por que tu chamou ela de Alice, então? — Vini insiste.
Nesse momento, Joana chega e Victor levanta, aliviado. Vai até ela, da um beijo em seu rosto e a ajuda com as compras. Quando percebe que estão sozinhos na cozinha, Victor pergunta:
— O Vini vai ficar aqui até quando, mãe?
— Ele não disse. Deixa ele, Victor, é uma viagem cansativa. — ela responde, tirando alguns alimentos da sacola e guardando na geladeira.
Victor fica calado, pensativo e a mãe diz:
— Ele me disse que tu chamou a Clara de outro nome, perguntou se eu sabia. Nem lembro, é Aline?
— O nome dela é Clara, mãe, Clara! — Victor diz, meio impaciente — o que mais ele perguntou?
— Ele ficou querendo saber onde tu tinha conhecido ela, eu disse que foi o Jonas quem te apresentou, num foi assim?
— Foi sim! — Victor se apressa em dizer — por que ele quer saber desse assunto?
— Deve tá só curioso, tu nunca apresentou nenhuma namorada pra gente.
— A senhora falou mais alguma coisa?
— Eu disse que tu tinha dito que a família dela era complicada e ela teve que sair do Rio escondida também.
Quando a mãe da essa informação, Victor sente um frio na barriga.
— Por que a senhora disse isso, mãe?? Não é pra sair espalhando! — ele questiona, tentando controlar o tom de voz.
— E eu to espalhando? Só falei pro teu irmão, ué. Que é que tem?
Victor não consegue acreditar nas palavras da mãe, ela realmente não enxerga que Vini não é de confiança. Pode até não dar em nada essa revelação, mas Victor teme que o irmão comece a querer investigar mais sobre Alice.
— A senhora pode, por favor, não falar mais nada dela pra ele? Não é da conta do Vini, a Clara não gosta que saibam da vida dela. — ele pede.
— Tá bom, então. Eu não sei de nada mermo, vocês fazem o maior mistério!
— Fazem, é? Por que todo esse mistério, hein, irmãozinho? — é a voz de Vini, que acaba de entrar na cozinha.
Victor chega bem perto do irmão e fala, quase cuspindo as palavras na cara dele:
— Olha aqui, tu fica fora da vida da minha mulher, falô? Para de querer saber dela, não é da tua conta! Vaza logo pro Rio, porra!
— Já ta nervosinho de novo? Não precisa ficar assim, não, cara! Isso tudo é medo de perder a mulher? Tu não se garante não? — Vini provoca.
Como já estava muito nervoso, Victor desfere um soco na cara do irmão.
— Victor! Que é isso, menino?? — Joana pergunta, indo ver o nariz de Vini.
— Por que tu protege tanto essa mulher, hein?? Tudo isso é só ciúme mermo?? — o irmão questiona.
Victor tem vontade de dar mais um soco nele, mas se controla, pois seu comportamento agressivo pode acabar piorando a situação. Talvez ele tenha mesmo exagerado em suas reações e, com isso, despertado a desconfiança de Vini. Era preciso ter muito cuidado com ele.
— Tu tava merecendo essa porrada depois de tudo que fez a gente passar, é isso! — Victor diz, tentando consertar a situação. Não podia deixar Vini perceber que ele realmente protegia Alice de alguma ameaça.
Victor da um beijo na cabeça da mãe e sai da pensão, apressando o passo. Era melhor ir embora de lá antes que as coisas piorassem. Tenta esfriar a cabeça e passa num mercado para comprar um chocolate para Alice. Ao chegar em casa, ela está preparando alguma comida no forno e Victor sente um aroma muito bom, despertando seu apetite.
— Oi, amor! — ela diz com o sorriso lindo de sempre e da um selinho nele — fiz uma lasanha, tomara que você goste! Sua mãe me deu umas dicas.
— Tenho certeza que deve tá ótima, linda. Trouxe aquele chocolate que tu gosta.
Ele da mais um beijo nela e diz que vai tomar um banho. Algum tempo depois, já jantando, Alice está bem falante, contando sobre um novo trabalho que pediram para ela fazer. Victor apenas ouve, dando alguns sorrisos de vez em quando.
— Tá tudo bem? To achando você tão calado... se a lasanha não tiver ficado boa, é só falar, Victor. Não vou ficar chateada. — Alice diz.
— Não, linda, tá boa sim. Nada não, é que cruzei com o Vini hoje lá na pensão, achei que ele já tivesse ido embora.
Victor resolve não contar do incidente para não deixá-la preocupada, afinal, não há motivos para tanto alarde. Vini deve estar achando apenas que Victor é muito ciumento mesmo.
— Ah... — Alice comenta e ele percebe que ela também fica um pouco apreensiva — ele perguntou alguma coisa sobre meu nome?
— Perguntou. — Victor confessa. Também não se sente à vontade de mentir para ela — mas esquece isso, amor, ele não te conhece.
Ela apenas assente e fica também mais introspectiva. Depois de guardar as sobras da comida e lavar a louça, eles vão para o quarto. Deitam na cama e Victor passa a fazer um carinho no cabelo dela.
— Alice? — ela o olha e ele continua — quer casar comigo? — ele pergunta e ela da um enorme sorriso — não to fazendo o pedido direito, nem tenho uma aliança nem nada, mas queria saber se tu quer. A gente já vive como casado, mas queria fazer tudo certo contigo, sei que mulher se liga nessas paradas.
Ela continua sorrindo e o abraça, fazendo Victor subir em cima do corpo dela.
— Sim, Victor, minha resposta é sim! Eu te amo!
— Também te amo muito, linda. Tu é minha princesa — ele sussurra essa frase final — sei que tu merece um cara melhor que eu, não sou nada, nem terminei a escola, mas eu te amo de verdade.
— Você é tudo que uma mulher sonha, meu amor! — ela responde — já falei pra tirar essas ideias bobas da sua cabeça. Eu não poderia ter alguém melhor que você, ainda bem que você me encontrou e me salvou de tantas formas.
Victor fica emocionado com as palavras dela e da um suspiro.
— Tu diz coisas tão bonitas...era eu que tinha que falar, desculpa não saber. — ele diz.
— Você faz coisas bonitas, Victor. Isso é o mais importante.
Ele leva sua boca até a dela e aprofundam um beijo cheio de amor. Victor passa a distribuir beijos pelo pescoço de Alice e vai descendo, tirando a roupa dela. Como ele já estava sem camisa, tira sua bermuda, ficando apenas de cueca.
Alice leva a mão até o corpo dele, que já está pronto para ela e da um gemido. Ele tira de Alice o que ainda cobre o corpo dela e quando a deixa nua, passa a admirá-la.
— Tu é a mulher mais linda do mundo...
— Sou nada, mas se você acha isso, fico feliz.
— É sim... — ele diz, beijando todo o corpo dela, provocando gemidos e suspiros.
Quando a boca de Victor chega onde ela quer, fecha os olhos e entrega-se a todas as sensações maravilhosas que ele a faz sentir. Uma hora depois, ainda acordados, Victor sussurra no ouvido dela:
— Eu não vou deixar ninguém fazer nada de mal contigo, Alice.
— Eu sei, meu amor, Eu sei...
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Sou apaixonada por esses dois ❤️
A vida deles não é fácil, será que vem problema por aí? Continuem acompanhando e deixem uma estrelinha para mim. 😘
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