Capítulo 22
VICTOR
Duas horas da tarde e ainda nenhuma resposta de Jonas. Victor já estava nervoso, achando que a família havia descoberto Alice, quando, finalmente, seu celular toca e é o amigo.
— Porra, Jonas, finalmente né? E aí??
— Quando tu chegar do trabalho, da uma passada aqui em casa, brother.
— Eu fui demitido, cara. Não falei que aquela maluca ainda ia me fuder? Posso ir agora?
— Demorô, tamo te esperando.
Poucos minutos depois, ele chegava à casa de Jonas, já que moravam próximos. Quando o amigo abre a porta, Victor sente que algo havia dado errado, pois seu semblante está sério e logo avista Alice, sentada no sofá, com a cabeça baixa, apoiada nas mãos.
— Ela não conseguiu sacar a grana? — Victor pergunta baixinho para Jonas.
— Não, bloquearam a conta dela...parece que a família tá desconfiando que foi armação e a parada tá complicada, irmão — Jonas passa a falar mais baixo — a empregada lá da casa dela disse que o pai armou com um médico de internar a Alice num lugar de gente doida, coisa assim.
— O que?? — Victor pergunta alarmado, mas tentando manter o manter o tom de voz também baixo.
Nesse momento, Alice levanta a cabeça e olha para ele com muita tristeza. Ela sai do sofá e caminha até ele, meio sem jeito.
— Desculpa, Victor. — diz, num fio de voz — Não vou poder ajudar você, não consegui sacar dinheiro e minha mãe guardou o resto das minhas joias e...
— Calma, Alice — ele diz, segurando-a pelos ombros — Tu tentou, a gente sabia que poderia não dar certo.
— O que você vai fazer, Victor? — ela pergunta.
— O que tu vai fazer também? — ele devolve a pergunta, mas ela não responde, apenas olham um para o outro.
Eles estavam perdidos e encurralados, Victor não sabia o que fazer.
— Vamo pensar em alguma coisa, cara... — Jonas quebra o silêncio.
— Não posso ficar aqui, Jonas... — Victor diz, balançando a cabeça — o bando do Mário Maluco já me ameaçou de novo hoje, eles tão em cima.
— Sério, cara? Porra... — Jonas comenta, preocupado — Tu tem pra onde ir?
— Meu pai tinha família em Barra Mansa, mas não quero envolver eles nessa. Sei lá o que o merda do Vini já falou sobre a gente pro Mário. Eu tinha que só sumir mermo...
Depois que termina de falar, Victor olha para Alice, que está com o olhar perdido. Apesar de estar tenso por toda a incerteza da sua situação, estava também muito preocupado com ela.
— O que tu vai fazer, Alice? — ele pergunta novamente.
— Acho que vou retomar o plano de ir para a Bahia...ainda tenho cerca de cinco mil reais e algumas joias. Será que vocês conseguem vendê-las pra mim?
— Conheço um lugar, mas não sei se tu vai conseguir o que realmente vale. — Jonas responde.
— Não importa, preciso de dinheiro rápido. — ela responde.
— Posso ver com alguém do trabalho se descolam alguma coisa também.
Alice assente e volta ao sofá, deitando-se, dessa vez. Ela fica de lado, encolhe as pernas e parece ficar perdida em pensamentos. Victor e Jonas conversam por mais algum tempo e Alice acaba dormindo no sofá, deixando Victor mais à vontade para comentar sobre a situação dela.
— Que merda é essa que a família dela tá querendo armar, cara? Por isso que ela fugiu. — ele diz.
— Pois é, fiquei bolado também... o pai dela parece ser um cara cheio dos esquemas, poderoso. Acho arriscado ela ficar aqui no Rio, melhor ela se mandar mermo.
Victor apenas olha para ela, que parece dormir tão tranquila. Como a vida deles havia mudado nos últimos dias...mesmo sem saber exatamente quais eram os problemas de Alice, percebe que ela também está numa enrascada.
— E se eu fugir com ela, cara? O que tu acha? — Victor pergunta baixinho.
Jonas apenas levanta as sobrancelhas e encara o amigo.
— Não posso ficar aqui, o maluco lá disse que ia matar a mãe na minha frente, cara. Sei que ele não tá brincando, conheço as histórias do bando do Mário.
— Tua mãe tá sabendo da parada? — Jonas questiona.
— Pior que não tive coragem de abrir o jogo ainda... vou levar um papo com ela hoje.
— Porra, que situação, mermão... se eu puder dar uma força em alguma coisa, conta comigo.
— Valeu... — Victor agradece.
Quando já é quase noite, Jonas toma um banho para ir ao trabalho. Alice ainda dorme e Victor diz que vai ficar até ela despertar, para que não leve um susto ao não ver ninguém quando acordar, sem saber se havia acontecido algo ruim. Estão apenas os dois na casa de Jonas, quando ela finalmente acorda, meio confusa.
— Victor? Que horas são? — ela pergunta.
— Sete... o Jonas já saiu, fiquei aqui pra tu não acordar sozinha.
— Ah... obrigada. — Alice fica um tempo em silêncio, até que pergunta — Jonas falou que você foi demitido, o que houve?
Victor hesita um pouco para falar, fica um tanto constrangido com o absurdo da situação, mas responde:
— Meu chefe pegou a mulher dele me agarrando.
— O que?? — Alice pergunta, arregalando seus olhos verdes — como assim?
— Isso mermo que tu ouviu. A filha da puta sempre dava um jeito de me cercar, até que o marido pegou e achou que eu que tava agarrando ela. — ele responde, ainda com raiva.
— Isso é assédio sexual, Victor! É uma coisa séria, você deveria denunciar, é crime!
— Denunciar pra quem, Alice? Tu acha que vão acreditar em mim? Vão é me zuar, isso sim!
— Poxa, Victor... — ela diz, com uma mão no seu braço.
Ele olha para a mão dela, depois para seus olhos e ela desfaz o contato, recolhendo a mão, mas ele continua olhando para ela.
— Alice...
— O que?
— Eu posso fugir contigo?
Ela arregala os olhos novamente e ele a olha intensamente, aguardando sua resposta.
— Eu e minha mãe... — ele completa.
— Tem certeza? — ela pergunta.
— Eu preciso... e não queria te deixar sozinha. — ele diz olhando para a boca dela.
Victor vai aproximando seu rosto do dela e quando está perto da boca de Alice, ela pergunta:
— Victor?
— Hum? — ele diz, ainda olhando para a boca dela.
— Amanhã você vai fingir que não me beijou?
Ele da um suspiro, um leve sorriso e responde:
— Não, Alice... me desculpa por aquilo, tá? Sou um babaca, às vezes...
— Só às vezes? — ela pergunta, também sorrindo.
Victor já está bem perto dela, segura seu rosto e pergunta, quase encostando nos seus lábios:
— Posso tentar me desculpar?
A resposta de Alice é colar sua boca à dele, num beijo intenso. Ela se entrega com muita vontade, como se precisasse do beijo dele. Alice põe uma mão na sua nuca, puxa levemente seu cabelo e da um gemido na sua boca, fazendo ele ficar louco.
Victor leva suas mãos do rosto dela até sua nuca, também agarrando um punhado de cabelos. Ela, então, sobe no seu colo e ele da um gemido quando sente a pressão do corpo dela na sua ereção.
Alice olha nos seus olhos, começa a rebolar levemente no seu colo e Victor segura o quadril dela para guiar seus movimentos. Morde os lábios, já dominado pelo tesão e passa as mãos pelas pernas dela, por baixo do vestido, até chegar na sua bunda, onde aperta, fazendo Alice gemer.
— Victor... — Alice sussurra, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás, ao mesmo tempo que aumenta o ritmo dos movimentos no seu colo e o beija de novo.
Ele sente que se ela continuar a fazer isso, vai acabar gozando na roupa e pelo jeito, ela também, até que o telefone dele toca, fazendo Alice dar um pulo.
— Deve ser minha mãe preocupada porque ainda não cheguei em casa. — ele diz, um pouco ofegante — ela é assim mermo, não ri, hein?
Alice da uma risadinha e sai do colo dele, dizendo:
— Ela está certa em ficar preocupada.
Victor assume uma expressão mais séria e passa a mão no cabelo.
— Eu preciso levar um papo com ela, Alice. Minha mãe não tá sabendo das ameaças, saca? Preciso explicar que a gente precisa sumir voado daqui.
— Tudo bem, tá certo. Melhor você explicar mesmo. — ela responde, ajeitando seu vestido e cabelo.
Victor puxa a cabeça de Alice para mais um beijo rápido e sussurra:
— Outro dia a gente continua, tá? Quero ter muito tempo pra te curtir...
— Tá... — ela responde, ofegante.
Victor levanta do sofá, caminha até a porta, da uma piscadinha e diz, antes de sair:
— Tranca a porta.
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Tudo que acontece tem um propósito, agora Victor terá que fugir também. Obrigada por sua leitura e se puder, deixe seu voto 😘
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