Capítulo 13
ALICE
Alice tenta distrair-se no quarto de Mariana, a menina mostra bonecas, penteia seu cabelo, mostra desenhos, mas ela não consegue tirar da cabeça as palavras que Victor havia dito.
Sabe que ele está certo, mas ela estava desesperada, não sabia o que fazer, não havia mais ninguém com quem contar. Tinha pensado em Lourdes, mas a mulher não possuía parentes, vivia há anos com os Kubrick.
Alice estava com bastante dinheiro, havia sacado mais do que os 50 mil restantes que devia aos meninos, além de ter algumas joias consigo. Ela pensava que poderia, talvez, alugar algum lugar para morar e arrumar um trabalho qualquer que garantisse ao menos seu sustento.
Ela havia ficado magoada com o fato de Victor pensar que ela não saberia virar-se sozinha, não gostou de como ele falou com ela. E por que ele tinha que ser tão lindo? Ela havia, finalmente, visto seu sorriso e ele conseguiu ficar ainda mais bonito do que ela já achava, Alice não conseguiu desviar o olhar.
— Ocê não quer dar uma voltinha na praça com seu namorado, Clara? Hoje tem feirinha lá. – diz Margarida, entrando no quarto da filha para guardar algumas roupas, desviando a moça dos seus pensamentos.
— Obrigada, dona Margarida, vamos ficar por aqui mesmo, se a senhora não se incomodar. – Alice responde.
— Não incomoda não, fia, é que achei que ocês quisessem namorar um pouquinho, um casal tão bonito, ocês dois! – ela diz, com um sorriso.
Alice não responde, apenas da um sorriso triste. Margarida sai do quarto e algum tempo depois, Jonas entra.
— Tu só penteia o cabelo da Clara, Mari? Quero que penteie o meu também. – ele diz, sentando-se no chão.
— Uai, mas ocê não tem cabelo, Jonas! – diz a menina, depois de dar uma risada.
Todos riem e quando a menina fica distraída, Jonas comenta com a voz mais baixa para Alice:
— Quer trocar uma ideia? A gente pode te ajudar a pensar em alguma coisa.
Alice da um leve sorriso e vê que Victor aparece na porta do quarto, mas apenas fica encostado. Ela olha para ele ainda com certa mágoa e ele parece chateado com isso, está meio sem jeito. Jonas olha para o amigo e depois para Alice, até que fala:
— Mari, a tia disse que tu já sabe andar de bicicleta, é verdade? To achando que é caô, hein?
— É verdade sim! – a menina responde, com indignação.
— Quero só ver! – ele diz.
— Vem ver, então! – diz Mariana puxando sua mão.
Jonas levanta e da um tapinha nas costas de Victor, quando passa por ele. Victor ainda fica um tempo parado na porta do quarto olhando Alice, que não olha para ele, até que resolve entrar e senta no chão, na frente dela, que enfim olha para ele e alguns segundos depois, Victor diz:
— Aí...foi mal, de novo. Nem te conheço nem nada, mas é que fiquei preocupado contigo, saca?
Alice o olha com curiosidade e ele começa a dar um sorrisinho, o que ela não resiste em ver e acaba dando um leve sorriso também.
— Ainda tá brava comigo? – ele pergunta, ainda sorrindo e mordendo o lábio inferior.
— Você é chato. – ela diz, ainda com um sorriso.
— Pô, quem é que tá julgando agora? Tu também não me conhece. – ele diz, com um sorriso de lado.
— Pelo pouco tempo que conheço você, está sempre tão sério...você deveria sorrir mais, seu sorriso é bonito.
Quando diz isso, Alice percebe que Victor fica vermelho e da um sorriso encabulado. Como pode ser tão fofo?? Ela da um risinho e ele passa a mão no cabelo, dizendo:
— Melhor a gente ir lá pra fora.
Eles, então, levantam e vão para o jardim, onde Jonas vê Mariana andando de bicicleta. Quando ele os vê, olha de um para o outro e da um sorriso quando percebe que o clima entre Alice e Victor estava melhor.
Passam a tarde entre conversas e brincadeiras com Mariana. A menina traz lápis e alguns papéis para colorir uma figura e Alice tenta desenhar o rosto de Victor, sem que ele perceba.
Quando a noite vem chegando, o tio de Jonas, Oscar, chama todos para uma seresta que haveria mais tarde, na varanda da casa. Após algumas horas, depois de um banho, eles se reúnem no local.
Há alguns homens que chegaram e estão sentados em cadeiras que Oscar organizou, sobrando apenas uma poltrona. Alice olha para Victor e nesse momento, Margarida diz:
— Da procê e o Victor sentarem aí, Clara. Bom que ocêis ficam juntinhos.
Victor começava a dizer alguma coisa quando Jonas da um chute discreto nele. Se eles estavam fingindo que eram namorados, deveriam demonstrar proximidade.
Alice da um sorrisinho para Victor, que acaba sentando na poltrona. Ela também se acomoda e realmente cabe os dois, apesar de precisarem ficar colados um ao outro. Ela deixa suas pernas por cima das dele, que a envolve com um braço.
— Tá bom assim? – ele pergunta baixinho.
Ela olha para ele e nunca o tinha visto tão de perto. Depois de alguns segundos apenas observando o rosto dele, reparando em uns sinais perto do olho que ela ainda não havia visto, Alice assente. Victor também fica olhando para ela, até que tem uma respiração mais forte e desfaz o contato visual, olhando para frente.
Passam a ouvir as músicas que tocam e Alice se surpreende com o quanto os homens são bons, alguns cantam realmente bem e ela fica totalmente envolvida, esquecendo de sua situação por alguns momentos.
Com o tempo, ela e Victor ficam mais relaxados com o contato corporal e ela deita a cabeça no ombro dele. Percebe que Margarida olha para eles e sorri. Alice sente o peito de Victor subindo e descendo mais rápido, vira a cabeça para encará-lo e diz:
— Victor?
— Hum. – ele responde, também olhando para ela.
— Não precisa ir embora logo, tá?
— Não vou... – ele responde, dando um sorrisinho.
Ela não consegue desviar o olhar e fica encarando sua boca, que pensa ser a mais bonita que já viu. Ele passa a pontinha da língua nos lábios e ela tem vontade de fazer uma loucura, então da um selinho rápido nele, que arregala os olhos.
— Melhor você não fazer essa cara, eles pensam que somos namorados, não é? – ela diz baixinho.
— Ah... – ele diz, como se tivesse entendido algo. – não precisa fazer isso, acho que eles não tão desconfiando de nada.
— Eu fiz porque deu vontade mesmo. – Alice diz, com um leve sorriso.
Victor olha para ela com as sobrancelhas um pouco franzidas e também sorri.
— Faz de novo, então. – ele pede baixinho.
Ela sorri e aproxima sua boca da dele, deixando seus lábios nos dele por um tempo maior. A boca dele é quente, macia e ela tem vontade de explorar mais, então deixa a ponta da sua língua participar do beijo, fazendo Victor abrir mais sua boca e enfim deixar suas línguas se tocarem.
O beijo é suave, lento e ele leva uma mão ao seu rosto, fazendo uma carícia. Ficam perdidos nesse contato por alguns minutos, até que Victor começa a ficar ofegante e aumenta a intensidade do beijo.
— Acho melhor a gente parar. – ele diz, deixando os lábios dela.
Alice ainda olhava a boca dele, queria prová-lo por muito mais tempo, mas assentiu. Estava ainda entorpecida pelo beijo, o toque dele era tão doce, ele a deixava intrigada e sentia-se muito atraída por ele.
Ela da uma olhada em volta e as pessoas continuavam cantando e tocando violão. Quando seu olhar encontra o de Jonas, ele da um sorriso, fazendo um movimento de confirmação com a cabeça e Alice sorri de volta.
Ela e Victor não se beijam novamente, mas ele segura a mão dela e fica fazendo carinho com o polegar. Alice deita a cabeça no ombro dele de novo e ficam trocando carícias leves pelo resto da noite.
Quando alguns amigos de Oscar começam a ir embora, eles levantam da poltrona. Já está tarde e estão com sono, já que não haviam dormido muito na noite anterior e ainda tinham feito viagens de carro. Já dentro de casa, Margarida diz:
— Já arrumei o quarto das meninas procês dormirem, elas vão ficar com a gente hoje.
— Valeu, tia! – Jonas responde.
Quando chegam ao quarto, Alice percebe que Margarida havia deixado dois colchões justapostos com lençóis, travesseiros e uma rede que já estava armada, na qual Jonas deita.
— Me amarro numa rede! – ele diz, bocejando.
Alice vai ao banheiro e quando volta, vê que Jonas já dormia e Victor havia afastado os colchões. Ela deita em um deles, cobre seu corpo com um cobertor e fica de lado, olhando para Victor.
Ele também se acomoda e deita de lado, de modo a ficar de frente para ela. Ficam olhando um para o outro, até ele dar um suspiro, deitar de costas e colocar um travesseiro em cima da cara, bufando.
— Que foi? – Alice pergunta.
— Não da pra tentar dormir, se tu ficar me olhando desse jeito. – ele responde, tirando o travesseiro do rosto e dando uma olhada rápida para ela.
Ela sorri e Victor vira de bruços, dando um rosnado, diz boa noite e põe o travesseiro em cima da cabeça. Alice fica com o sorriso no rosto por ainda um tempo, até que sente seus olhos pesando e adormece em alguns minutos.
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Rolou aquele clima e Alice não resistiu, quem resistiria? Não esqueçam de deixar uma estrelinha e fiquem à vontade para comentar 😘
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