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Partindo para a floresta (Por Jeremy)

     Ainda não entendia qual era a de John. Ele estava noivo de Jane que é a menina mais bela e divertida do reino e conseguia estar de mau humor.
       Jane dormiu com o mesmo vestido de ontem e estava parada na minha frente com ele. Seu cabelo estava desgrenhado, o véu estava rasgado, a coroa em sua mão e suas vestes se encontravam completamente amassadas.
       -Temos que dar um jeito nessas roupas.-eu digo. O vestido bufante e chamativo não ajudaria nada no clima massacrante da floresta, nada mesmo.
        Eu saio da taverna e vou até o velho Jenkings, o dono da loja de brechó, e compro roupas de pessoas comuns.
        As jogo para o casal e cada um vai para um lugar se trocar.
        Logo, Jane e John estão a minha frente. Jane está com um uma uma blusa branca e uma saia celeste desgastada e de tecido ruim, com um corpete-armadura de couro por cima e uma capa cinza. A coroa estava por baixo da capa, acho que não teve coragem de se desfazer dela. E usava botas estilo soldado.
      Não olhei para John. Não importava como ele estava.
      -Preciso de armas.-Disse Jane, para mim, com um olhar calmo, porém determinado.
      Jogo um arco e aljava. O arco era de ouro e tinha uma coroinha com apenas um diamante solitário. As flechas eram de prata e tinham a insígnia de uma lua com um pequeno diamante no meio.
       -Você guardou.-Ela diz, emocionada olhando pra mim.
       -Não havia para quem doar.-Digo, sorrindo torto.
      Claro que guardei. Nunca teria coragem de jogar fora algo que pertenceu a minha namorada. Muito menos algo tão caro quanto aquilo, mesmo sabendo que poderia alimentar centenas de famílias por um mês. Penso. Logo afasto aquela resposta boba da minha mente. O passado passou.
      -Vamos.-falou John, se pronunciando pela primeira vez no dia. -Vamos mudar esse seu destino.

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     Depois de sairmos da taverna, eu pego meu cavalo e dou Sweet Heart para Jane.
     -Sweet Heart!- Diz Jane para a égua cor de mel.
     John monta em seu próprio cavalo, um branco e com olhos castanhos, que ele chama de Sotavento. Já o meu, Axel, marrom, com olhos profundamente azuis, era o contrário do do Lorde.
      Até a nossa montaria mostra que somos.
       Eu olho para as ruas e paro numa casinha, pedindo para eles esperarem na entrada.
       Liza está parada na varanda dos fundos, e quando me vê, me dá um tapa.
       -COMO PÔDE ME DEIXAR ESPERANDO?! SABE QUE EU TENHO QUE TRABALHAR!-Ela gritou exasperada.
      -Ei, calma aí, flor do dia.- Eu digo sarcástico, estendendo a mão.-Tive problemas, clientes de última hora.
      -O antigo Rei é impiedoso. Não tolera atrasos. Essa espionagem está na cara pra ele. Tenho certeza que desconfia.-Ela cruzou os braços.
      -Se desconfiasse, você estaria morta.- Eu digo, mais calmo.- Eu vou ajudar uns amigos a fazer uma coisa, e preciso que peça para Eli cuidar de tudo, ok?-Me aproximo e seguro em seus ombro.
      -Tá.-Diz ela entre dentes, evitando me encarar.
      -Alguma novidade no castelo?- Pergunto, ainda com a mão na bochecha onde ela me bateu, aquela mulher era forte demais para uma cortesã.
      -A antiga Rainha está tendo um ataque. Ela chegou a matar um lacaio que estava por ali. A Rainha Janette fugiu com seu noivo e a Antiga Rainha não consegue encontrá-los em lugar nenhum em Elfindor. Acho que ela virá para cá. O que não adiantaria, é claro. A essa hora, a rainha deve estar num navio para os Estados Nórdicos.
      -É. Claro.-Digo, tentando parecer indiferente, suspirando, imaginando o que ela faria se descobrisse a verdade.
      -E mais uma coisa, o príncipe Trevor está na caçada. Ele é do reino do norte do continente, como você bem sabe, e veio procurá-la com seus guardas, por ordem de seu pai. Há rumores de que o Rei de lá pretende unir os dois reinos.
       -O Rei Sombrio se importando com alguém? Essa é nova.- Eu digo, com uma risada seca.
      -Pois bem. Devo ir. Até mais Jeremy. Boa sorte com seus amigos e suas coisas.- Ela diz rindo. Liza abre o portão de madeira clara dos fundos que dá para um bosque.
      -Até.-Eu digo, cansado.-E boa sorte na sua espionagem, rebelde.
      -Mande um beijo vossa majestade, por mim.- Ela diz, sumindo de vista.
       Suspiro, rindo. Se tinha uma coisa que a minha espiã sabia fazer, era ler a expressão das pessoas. Por isso era uma rebelde tão útil.
      Eu saí da casinha e fui até os dois pombinhos. Eu chamava-os assim só para ver a cara de John, que parece que vai explodir a qualquer momento. Eles não se olhavam e Jane deu um sorrisinho pra mim, parecendo desconfortável.
        -Bem, Floresta Negra, aqui vamos nós.-Digo, antes de começar a galopar com o cavalo, seguido pelos outros dois.

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