Amizade
Eu e John conversamos muito depois daquele dia, realmente nos tornando amigos, mas a pressão aumentou sobre nós. Afinal, mesmo depois de tanto tempo, alguns ainda eram machistas o suficiente a ponto de pensar que uma Rainha não pudesse cuidar de tudo por si só.
John e eu estávamos no Conselho, debatendo com eles sobre uma nova Constituição dos Direitos Civis. A parte da política que eu suportava era essa: Direitos.
E se eu realmente se quisesse governar, focaria nisso primeiramente. É a única coisa que me motivava na política, tudo influência daquele que ocupava meus pensamentos todos os dias, mesmo depois de dois anos sem vê-lo.
Eu já pensei inúmeras vezes em fugir, antes que colocassem uma aliança de espinhos em meu dedo. John também disse, certa vez, que já pensou nisso. Será que ele realmente o faria, se eu pedisse?
Mas sinto que John está mais absorto no fato de ser meu Príncipe Consorte, ultimamente, não menciona mais coisa alguma quando eu digo em fugir. Acho que ele assumiu verdadeiras responsabilidades com o Estado.
Além disso, tem falado muito no casamento, e tem me olhado com olhos que eu não conhecia.
Minha mão estava particularmente animada, tomando conta de todos os detalhes por si mesma, coisa que ela nunca faria se fosse qualquer outra ocasião.
Bem, eu deveria estar animada já que o casamento era no dia seguinte. O vestido estava a minha frente. Era branco, tomara que caia, bufante e bordado, com belos desenhos, mas sem pregas ou joias.
O véu branco transparente cobria todo o meu rosto e havia uma tiara de diamantes, o único detalhe brilhante do visual.
Leila estava muito animada, porque ela é Jullian seriam nossos padrinhos. Ela estava com um vestido azul marinho de seda, com mangas compridas de renda é um colar de cristal. Daquela vez, ela não estava com um vestido, meu, pois fora Jullian que a presenteou depois que o noivado deles foi anunciado. Eles pareciam tão felizes, juntos porque se gostavam.
John estava ao meu lado com a mão próxima da minha e percebi, ele estava nervoso. Faria um discurso sobre como os direitos deviam ser respeitados e todas aquelas promessas que os políticos devem fazer.
Segurei a sua mão que suava e ele me deu um sorriso nervoso. Ele era meu único amigo ali, a não ser por Leila que tivera andado ocupada com a decoração da festa.
Acho que só eu não queria essa palhaçada de casamento. As coisas estavam tão boas da maneira que eram...
£££
O vestido vestia bem em meu corpo, me abraçando, incrivelmente confortável. Eu estava no corredor que dava para os jardins de trás do palácio. Havia uma televisão holográfica no corredor, mostrando o povo sentado em seus bancos no novo anfiteatro que construí, de madeira polida e confortável, com comida de graça e com ar condicionado. Os cidadãos pareciam mais satisfeitos do que alguns mesesatrás, quando fui coroada, o que me motivava bastante, mesmo odiando meu trabalho.
As portas se abriram e eu respirei fundo, cortando meus dedos nos espinhos das rosas do meu buquê. A multidão de nobres olhava-me, como se esperasse que eu andasse mais rápido. John sorria com os olhos luzindo felicidade.
Minha mãe parecia soltar felicidade e eu pai permanecia com um leve sorriso... Forçado. Ele não queria que eu me casasse, achava que eu era perfeitamente capaz de governar sozinha. Todos me encaravam e eu permanecia sorrindo de maneira forçada. Lembrei das palavras da minha mãe:
Diga não e eu farei da sua vida um inferno.
Quando chego no altar o padre começa um longo discurso eu me desligo daquele lugar e aparece em minha mente como seria a minha vida depois de dizer 'sim'.
Imaginei a festa, nossos filhos, a coroa pairando sobre minha cabeça e a pior de todos a noite de núpcias.
Então me lembrei dele. Ah, como eu sentia sua falta. E agora, se eu respondesse aquela pequena palavra de três letras, nunca mais o veria. Nem seus cabelos castanhos, nem seu olhos verdes...
-Majestade? Ouviu o que eu disse?-Saí do transe e olhei para o padre, que fala baixinho para mim.-A senhorita aceita se casar com Sir John?
Um medo absurdo me invadiu. Eu engoli um seco, sentindo uma raiva e determinação brotar em mim, antes de eu olhar nos olhos de John. Ele instantaneamente entendeu o que eu era dizer e soltou a minha mão, com um ar derrotado. Não podia fazer isso. Me negava a ser infeliz.
-Não. -Eu falo, fazendo todos os nobres se espantarem.- Eu não aceito.
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