A Retomada do Trono
Eu e a minha mãe nos encaramos por um bom tempo antes dela se afastar.
-Aqui está sua recompensa, Príncipe. Como o prometido.-uma coisa de metal voou da mão dela até a dele. Era uma faca. E era uma que eu conhecia bem. Era a faca que ela usou para me amaldiçoar. A faca que tinha a Maldição da Lua.
-Muito obrigada, Majestade.-ele disse, com um sorriso, fazendo uma reverência.
-Agora, mate-a.-ela disse, se virando de costas para mim em seu vestido vermelho e reluzente.
Ele desembainhou a faca mas não a aproximou nem um pouco de mim.
-É uma bela lâmina, realmente.-ele diz, ainda sorrindo, olhando a faca.
Ela se virou, impaciente. Seus olhos violetas luziam.
-Você ouviu o que eu disse? Mate-a!-ela falou, olhando-o de soslaio.
-Imagine o que aconteceria se descobrissem que você usou essa lâmina para amaldiçoar a própria filha?-ele falou, a olhando.-Sua Majestade estaria acabada.
-Do que está falando? Apenas mate-a!-ela falou, furiosa.
Eu dei um sorriso, a olhando.
-Do que você está rindo?-ela se aproximou, com seus saltos ecoando no mármore polido e agarrou meu rosto, perfurando minhas bochechas com as suas unhas.-Você irá morrer. Nem que eu mesma tenha que matá-la.
Um luzir de metal passou rente a cabeça dela e se prendeu na parede de blocos de mármore. Mechas de cabelos loiros e brancos voaram pela sala.
A Regente havia ganhado um novo corte de cabelo.
Eu apoiei minhas mãos no chão e fiz minhas pernas voarem até a atingirem na barriga.
A Regente recuou, sem fôlego e caiu. A coroa de ouro se entortou em sua cabeça e seus cabelos agora curtos se acumularam em seu rosto.
-Mas... O que?-ela tentou falar, mas ainda lhe faltava ar.
Eu me levantei e me aprumei, tranquila. Eu sabia que Jeremy estaria gravando tudo. Não poderia fraquejar.
-Pois é, mamãe.-eu falei, sorrindo.-Eu estou bem viva. E o povo nunca mais sofrerá em suas mãos.
Ela me olhou com ferocidade e tentou se atirar em mim, mas eu apenas desviei, tranquila. Com um movimento de mãos, sua coroa saiu de sua cabeça e flutuou até as minhas mãos.
Com outro movimento, ela se partiu em mil pedaços e eu apenas deixei cair os frangalhos perto de minha mãe perdedora.
-Como você fez isso? Você não deveria ter poderes!-ela falou, recuando.
Eu me virei para ela, sorrindo.
-Achou que se livraria de meu dom tão fácil?-rio.-Eu sou Janete Castellian e Rainha Dos Estados Unidos Sulistas da América. E se livrar de mim nunca será uma tarefa tão fácil. Talvez, se você tivesse percebido isso mais cedo, eu deixasse você viver. Mas você tentou dar um golpe. E golpes não são tolerados no meu país. Você irá para a forca e não há nada que poderá fazer para evitar isso.
-Não! Guardas! Matem essa impostora!-ela gritou.
Mas nenhum dos guardas se moveu.
-Você não entendeu ainda, querida? Você é a impostora. Eu sou a rainha legítima.-eu falei, sorrindo.
Minha mãe apenas abaixou a cabeça, no chão. Eu vi a derrota em seu rosto e me deliciei com aquela cena.
-Guardas, levem-na para sua cela. E no caminho, tragam meu antigo noivo para a Sala do Trono. Acho que todos querem uma garantia de que eu realmente não o matei.-ordenei.
-Sim, Vossa Majestade.-disse um deles.
Algemas prenderam os pulsos de minha mãe e ela se contorceu, gritando todo o caminho até as portas. E mesmo depois que estas foram fechadas, ainda era possível ouvir seus gritos.
Trevor se aproximou de mim e me ofereceu o braço.
-Minha Rainha. Acho que já é hora de sentar em seu trono de novo.-ele disse, com um sorriso vitorioso.
-Sim, tem razão.-eu falei, tranquilamente.
Eu me virei, com o trono atrás de mim e vi a Câmera ligar novamente, focando em mim e apenas em mim.
Foi então que me sentei e senti o veludo macio envolver o meu corpo.
-Finalmente, a Rainha retomou o trono.-falou Trevor, em pé ao meu lado com as mãos atrás das costas.
-Sim, finalmente eu posso proteger meu povo. Finalmente eu estou pronta. Mesmo sabendo que provavelmente ninguém mais tenha fé em mim, eu provarei a este país que agora sou outra pessoa. Uma governante de verdade. Mesmo sabendo que A Fuga da Rainha nunca será esquecida, também quero que lembre de meu retorno. E que prezem por minha ascenção. Eu lutarei por este país, nem que seja a última coisa que eu faça.
Em algum lugar no extremo oriente...
-Mestre. Eu duvidava antes, mas tenho certeza que essa é a nossa garota.-disse o pupilo, olhando para a imagem da rainha daquele país tão pequeno e tão distante.
-Sim, meu caro.-disse seu mestre, com um sorriso no rosto.-Ela decididamente é a nossa garota. A minha garota.
-Mas e se ela não aceitar o treinamento?-perguntou o pupilo, apreensivo.
-Ela irá aceitar.-falou o mestre, confiante.
-Como pode ter tanta certeza, mestre?-o pupilo o olhou.
-Nós somos iguais, eu e ela.-falou o mestre. A imagem de uma lua negra apareceu na mão dele.-Nós dois faremos de tudo para aprender mais. Para entender o porquê de sermos os Escolhidos Pela Lua. Ela tem que aceitar. É tudo o que tenho, entende?
-Entendo, mestre. Mas como a fará aceitar a proposta?-perguntou o pupilo.
-Bem. Eu tenho três maneiras. A primeira é conversar com ela. A segunda, é fazê-la se apaixonar por mim.
-E a terceira?-perguntou o pupilo.
Os olhos vermelhos de seu mestre se voltaram para o pupilo.
-Essa é definitivamente, a opção mais divertida de todas.-ele disse, sorrindo.-A terceira opção é começar uma guerra.
Ainda no Oriente, no palácio de um reino desconhecido...
-Senhor, temos informações de que a Rainha dos Estados Sulistas recuperou o poder.-disse um informante ao Príncipe.
-Ótimo, Ryuk. Agora podemos tentar a Aliança.-disse o Príncipe Herdeiro.
-Alteza, se me permite a pergunta...-começou o Conselheiro Real.-Por que está interessado em formar uma aliança com esse país tão pequeno e com influências praticamente insignificantes?
-É simples, Jeryuk.-ele falou, olhando as imagens das gravações do país, onde uma bela jovem estava toda de preto, sentada no Trono.-Esse país contém algo que eu quero.
-E o que seria?-perguntou o Conselheiro.
-Ela.-apontou o Príncipe.-Eu quero ela.
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