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Capitulo 24


O pequeno gato arrepiado chia em direção a Ricardo o afastando.

- Gato maldito! - diz Ricardo com as mãos aos olhos.

Como o maneki, o gato é o seu protetor contra os mals espiritos e estava fazendo muito bem o seu papel. Ricardo se afasta com a investida do gato e Bianca continuava falando andando ao lado do pequeno bichano mantendo Ricardo ocupado.

Anali ainda se recuperava da falta de ar e ao mesmo tempo procura a foto dos objetos faltantes, com esforço e com muita dor se levanta das rochas e vai em direção aos totens, finalmente. Anali então encontra a foto da vela negra e aponta para o topo do totem da vela.

O objeto se materializa com sua chama brilhante, enquanto procura o último objeto olha para o lado em direção a Ricardo que ainda era confrontado por Bianca e pelo gato, até o chão começar a tremer abaixo de seus pés.

- NÃOOOOO! - grita Ricardo agora ajoelhado e paralisado com seu olhar perdido para cima.

Anali encontra a foto do último objeto, a boneca de pano. Anali aponta para o topo do pedestal e da um clique e a boneca é materializada, o caminho de sangue desce até o desenho o preenchendo e um grande tremor ecoa por todos os lados.

A terra treme e larvas quentes saem das grandes rochas em fervor. Anali se encolhe abraçando seus joelhos assustada sem saber o que iria vir em seguida, o gato preto vem ao seu encontro se sentando aos seus pés.

Ricardo Ross continuava ajoelhado paralisado com olhar vazio para cima, Bianca se põe a frente de Anali com o olhar satisfatório.

- Você conseguiu quebrar a maldição e o pacto do meu avô Anali, agora a alma dele estára condenada e eu poderei descansar em paz. Obrigada! - Bianca diz com um sorriso.

- Mas e agora? Aqui tudo vai desmoronar, como irei sair daqui? - pergunta Anali olhando para os lados.

- O maneki e sua única saída! Peça, e ele lhe ajudará! - Bianca diz por fim desaparecendo.

O pequeno bichano se aproxima miando bem próximo a Anali, ela então o abraça fechando os olhos e pedindo como Bianca havia lhe dito, enquanto em volta tudo desmoronava.

(...) (...) (....)

- É aqui que eles teriam vindo? - diz um detetive criminal.

- Sim, no dia que vieram disseram que era para um documentário! - diz Thiago.

- A quanto tempo ela está desaparecida? - pergunta o detetive com uma caneta e uma cardeneta em mãos.

- Faz dois meses! A dois meses não vejo minha irmã e meu amigo. - diz Thiago passando a mão pelos cabelos.

- Por favor rapaz quebre esse cadeado! - diz o detetive chamando um ajudante.

O ajudante arrebenta o cadeado e os portões são abertos, policias entram e o detetive entra junto com Thiago. As portas da faculdade estavam escancaradas.

- Aparentemente não há ninguém por aqui a muito tempo, você tem certeza que ela venho para cá? - pergunta o detetive olhando para o grande prédio.

- Tenho sim, se ela não estiver aqui a onde estaria todo esse tempo? - diz Thiago apreenssivo. - A nossa mãe está em depressão deste que ela sumiu, estive vindo aqui esses meses, mas sempre encontrei tudo fechado. - diz Thiago com a voz embargada.

- Bom, mas está tudo aberto! - diz duvidando o detetive.

- Ela pode estar presa la dentro em algum lugar detetive! - diz Thiago quase gritando.

- Calma rapaz! Viva ou morta iremos encontra-la! - o detetive diz por fim.

- Senhor? Tem alguns carros ali no fundo. - diz um policial.

Thiago e o detetive apressam o passo até os fundos do prédio. Haviam um camburão e dois carros totalmente sujos de pó.

- É o carro de Guto! Eles estiveram aqui! - aponta Thiago com as mãos sobre a cabeça. - Algo aconteceu, eles chegaram aqui! - Thiago fica apreenssivo.

Policiais e peritos analisam o interior dos carros, o detetive chama Thiago para adentrar na faculdade abandonada. Ao se aproximar no hall não se via nada suspeito.

- Vasculhem tudo cada canto, cada porta! Vão! - pede o detetive aos policiais.

Thiago acompanha o detetive pelos corredores abandonados, nenhum sinal de vida ou qualquer coisa foram ouvidos.

- Anaaaliii!! - Grita Thiago desesperadamente ecoando sua voz pelo recinto.

Chegam a onde seria o refeitório e nada suspeito é encontrado.

- Senhor? Achamos um corpo no segundo andar! - diz uma policial em meio as escadarias próximas.

Thiago sai em disparada seguindo a policial ao segundo andar até o corpo. É um corpo de um homem seco e retorcido. Ao ver aquilo Thiago soando fica desesperado indo de um lado ao outro.

- O que foi isso? O que aconteceu aqui? Foram eles que fizeram isso. Devem ter feito algo com minha irmã! - diz Thiago chorosso.

- Eles? Eles quem? - pergunta o detetive.

- Guto acreditava que esse lugar era mal assombrado, você deve conhecer a história, milhares de pessoas morreram aqui em circunstâncias misteriosas, sem sinal de um assassino. - explica Thiago.

- Eu não acredito nisso meu rapaz! Alguém fez isso e fez bem feito e ai as pessoas preferem acreditar em fábulas! - diz incrédulo o detetive. - Morreu acabou, levem esse corpo para os peritos o resto continua a vasculhar! - diz fazendo gestos aos policiais.

Thiago balança a cabeça e continua a seguir a frota aos demais lugares, passando por salas e portas quebradas. Um telefone toca ecoando pelo corredor, é o telefone de Thiago.

- Alô! - Thiago responde.

- Thi? E ai acharam Anali? Por favor diz que achou ela! - pergunta Caio aflito.

- Cara, foi achado um corpo aqui.. - Thiago é interrompido.

- Corpo? De quem? Pelo amor de Deus não é de Anali né? - Caio pergunta preocupado.

- Não! não, é de um homem, não sei quem era, talvez um dos ajudantes de Guto! Eu não to bem Caio, depois te ligo! Não diz nada a minha mãe por enquanto. - Thiago desliga o fone limpando o suor que escorria pelo seu rosto o local estava quente.

- Tem uma porta trancada aqui Senhor! - anuncia um outro policial gritando na parte de cima.

O Detetive e Thiago seguem correndo até o andar de cima e vão até o final do corredor onde havia uma porta de madeira escura totalmente trancada.

- Arrombem! - manda o detetive.

Três policiais fortes chutam a porta, na quarta tentativa a porta se quebra em pedaços. E mais um corpo é achado dentro da saleta. Um corpo de uma mulher é encontrado, Thiago entra em desespero empurrando alguns policias e vê o rosto da mulher, não era Anali. Thiago solta o ar e tampa o nariz pelo mau cheiro do corpo potrefado se afastando.

Após olhar o corpo o detetive volta se aproximando de Thiago.

- Outro corpo! Sem escoriações, estava trancada e não há chaves por dentro, essa mulher foi trancada por fora. - deduz o detetive.

- Senhor! Tem uma câmera velha aqui! - diz um policial com a câmera em mãos.

Thiago surpreso levanta a cabeça olhando em direção ao policial.

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