Capítulo 19
Hipólita está com Clarita no quarto, havia dado banho na menina e estava contando uma historinha a Clarita. Conde Luis Manrique entra no quarto e se aproxima das duas.
— Como estão minhas duas princesas? — Pergunta Conde Luis sentando na cama.
— Papai, Hipólita está contando historinha!
— Que legal, filha!
— Como sua tia está depois de saber o que aconteceu? — Pergunta Hipólita com Clarita no colo.
— Está tudo bem, não quer mais Verônica e a mãe nessa casa,quando Doña Juana chegar, terá que ir embora.
— Não consigo entender, como podem fazer mal a uma criança? O que ganham com isso?
Conde Luis segura da mão de Hipólita e responde:
— Provavelmente tenham feito isso por vingança, por ter desistido do casamento com Verônica.
— Você não sente mais nada por Verônica? Não está mais apaixonado por ela?
Conde Luis Manrique, segurando das mãos de Hipólita, acaricia seu rosto.
— Não sinto mais nada por Verônica, Hipólita! Acho que nunca amei, noivei com ela por estar carente e superar a morte de Amélia.
Clarita encosta a cabeça no ombro de Hipólita.
— O que sente por mim, talvez seja o mesmo sentimento.
Conde Luis dá um selinho em Hipólita.
— Não, Hipólita! Com você é diferente! Desde a primeira vez que te vi, meu coração bateu forte, parecia que ia fugir pela boca. Pressenti que já te conhecera há muitos anos, difícil explicar o que exatamente senti, mas posso te garantir que, o que sinto por você é verdadeiro e jamais vou te magoar e nem mentir para você.
Hipólita suspira.
— Eu senti o mesmo por você, Luis, mas não quero me iludir. Vim para essa casa, para trabalhar, adoro crianças, Clarita é uma criança adorável, porém não quero deixar-me enganar.
— Hipólita! — Com mãos no rosto dela. — Eu jamais vou te enganar nem mentir para você, confia em mim.
Conde Luis dá outro selinho em Hipólita inocentemente. Clarita sorri.
— Hipólita, você vai dormir aqui,não é? — Pergunta Clarita no colo de Hipólita olhando para ela.
— Eu não sei, meu amor! Mas amanhã cedo venho ficar com você!
— Fique, Hipólita! — Diz o Conde Luis segurando de suas mãos. — Mais tarde, preciso conversar com você, sobre outro assunto!
— Que assunto?
Emilia entra no quarto.
— Licença, filha, melhor irmos para casa!
— Dona Emilia, melhor sua filha dormir aqui, para a segurança dela!
— Em minha casa estará segura!
Condessa Vitória entra.
— Hipólita ficará aqui, pelo menos, essa noite!
— Hipólita, fique, por favor! Preciso muito conversar com você, sobre um assunto muito importante. Dona Emilia, a senhora pode dormir nessa casa também, não é, tia?
Condessa Vitória fica com cara de poucos amigos,suspira, mas acaba concordando com o sobrinho-neto.
— Claro, poderá ficar no quarto de hóspede que fica ao lado desse.
Clarita abraça Hipólita e junta as mãozinhas, em posição de oração e pede:
— Por favor, Hipólita, dorme comigo hoje?
Hipólita olha para Conde Luis Manrique que também faz o mesmo gesto que Clarita.E ela olha para Clarita, acaricia o rosto dela.
— Está bem, princesa! Dormirei essa noite com você, mas não tenho roupa de dormir.
— Não se preocupe, Hipólita! Poderá usar uma camisola que pertencia a Amélia, ainda temos as roupas dela. — Diz Conde Luis com sua mão apoiada sobre a dela.
— Com certeza, Amélia tinha o corpo parecido com Hipólita, com certeza, serve!
Hipólita sorri e abraça Clarita.
Doña Juana chega com Diego Arrellano na casa de Evelina, a mulher que faz ervas venenosas e causam desconforto estomacal, podendo ser fatal.
— Diego, o que fazes em minha casa? — Pergunta a moça a porta.
— Essa senhora precisa que faça algumas ervas.
— Pagarei muito bem!
Evelina,séria, a principio não estava disposta a fazer nenhuma erva a ninguém, mas Diego insiste ser muito importante e Evelina não seria descoberta. A moça autoriza a entrada dos dois.
— Posso saber para quê deseja minhas ervas?
— É pessoal, não preciso dar satisfação do que farei, apenas preciso de algo para eliminar pessoas que estão atrapalhando meus planos.
— Se não me disser o que exatamente pretendem fazer com essas ervas, não farei nada. Eu decidi parar com isso, pois gerou muita dor de cabeça.
— Pode ficar tranquila, ninguém saberá que é você quem faz essas ervas!
Evelina dá alguns passos em direção à janela e volta para perto deles.
— Preciso pensar, venham amanhã e darei a resposta!
— Não tem o que pensar, você não perde nada, pelo contrário,ganhará muito dinheiro por isso! — Diz Diego alisando o cavanhaque.
Evelina abre a porta.
— Amanhã darei a resposta, agora saiam da minha casa!
Doña Juana olha para Diego Arrellano e se retira. Diego encara Evelina.
— Pense bem, Evelina! Você já fez muitos serviços para mim, se não fizer dessa vez, pode ter consequências sérias para você, mas se você colaborar,nada lhe acontecerá.
Diego se retira e Evelina fecha a porta.
— Preciso sair daqui, não quero fazer mais nada para esse homem! — Diz Evelina em pensamento.
Doña Juana sobe na carruagem. Diego a olha do lado de fora.
— Ela vai ceder, não se preocupe!
— Isso é o que veremos, ela não parece ser de confiança.
— Posso garantir que é, sei muito bem como fazer ela ficar calada e fazer o que pedimos.
— Para todos os efeitos, você será o único responsável por tudo, eu não tenho nada haver com isso. — Se vira para o cocheiro. — Vamos logo!
O cocheiro dirige a carruagem até a Casa Grande.
Verônica está na sala, caminhando de um lado e outro, nervosa, pois não queria sair da casa. Pensando em como reverter a situação. Alba entra na sala e olha Verônica de cima abaixo, Verônica se vira.
— O que foi, empregadinha? Não quero nada, pode sair daqui!
— Eu não vou sair, quem tem que sair é você, pois com o término do noivado, você e sua mãe estão sobrando nessa casa.
Verônica solta uma gargalhada.
— Não sairemos dessa casa, vamos provar que você e Hipólita são as responsáveis por tudo de ruim que aconteceu nessa casa além do quase envenenamento da Clarita.
— Você é uma hipócrita, Verônica. O Conde Luis já sabe o tipo de mulher você é, ele jamais vai acreditar em você. O que fizeram com a filha da Condessa e com Clarita, foi imperdoável. O que está esperando para sair? A Condessa te expulsar a ponta pés?
— Você é uma empregadinha abusada, hein? Recém chegou e já falando o que não sabe e inventando intrigas. — Se aproxima um pouco mais de Alba e aponta o dedo. — Você e Maria Hipólita vão se arrepender por terem entrado nessa casa e na vida do meu Luis, entendeu?
Alba segura o dedo de Verônica e torce, quase quebrando.
— A casa caiu para vocês, Verônica! Ninguém acreditará em vocês duas. Vocês foram expulsas dessa casa e o Conde Luis Manrique não é seu, ele não gosta de você, ele não te suporta assim como a Condessa. Você é uma cobra peçonhenta, alias, chamar você de cobra até é uma ofensa as cobras, não é verdade? Você é uma louca, doente e um verme.
Verônica levanta a mão para bater em Alba,mas a mesma, segura o braço de Verônica,virando para trás.
— Você jamais levantará a mão para me bater, sua louca. Interesseira, pois é isso que você é, uma gananciosa, que quer casar como Conde Luis Manrique, por dinheiro, mas você não conseguirá.
— Solte-me! Vai quebrar meu braço!
— Não solto, por mim, quebrava todos seus ossos, mas não vou sujar as minhas mãos com você!
Alba solta Verônica e a empurra. Ela se retira do local. Verônica bufa, pega um vaso e joga em uma parede. Condessa Vitória, escutando o barulho, desce as escadas imediatamente.
— O que aconteceu aqui?
Verônica se aproxima.
— Tia, perdoe-me, eu juro que não tenho culpa do que minha mãe fez, nem sequer sabia do que estava planejando.
— Me poupe Verônica. Mesmo que você não tenha praticado as loucuras e maldades da sua mãe, você foi cúmplice, pois sabia sim. Isabella escutou vocês duas conversando sobre o plano, portanto, quero vocês fora dessa casa hoje mesmo.
Doña Juana chega nesse exato momento e escuta a fala da Condessa.
— O que está acontecendo aqui? Por que temos que sair?
— Sabemos de tudo. Como pode sequestrar a Isabella, Doña Juana e ainda tentar envenenar minha neta? Essa noite, vocês não dormem nessa casa.
— Vitória, você é muito ingênua! Isabella mentiu dizendo que Verônica e eu somos as culpadas. Provavelmente, essa plebeia da Maria Hipólita ameaçou Isabella a dizer que fomos nós. Essa moça tem carinha de sonsa, mas na verdade é uma mentirosa e manipuladora. — Se aproxima de Verônica e segura do braço dela. — Maria Hipólita sendo uma plebeia, uma pobre coitada, se aproximou dessa casa em busca de um trabalho, enganou Clarita e se aproximou do noivo da minha filha, o seduzindo e fez ele se apaixonar por ela e assim, ele casa e ela sai da pobreza e minha filha, sofre as consequências. Conheço esse tipo de gente do povoado, são gananciosos e essa plebeia é uma.
Condessa Vitória esbofeteia Doña Juana.
— Nunca mais fale de Hipólita! Ela tem mais nível do que vocês duas. Vocês que são interesseiras. Pensa que não sei,Doña Juana, que Verônica noivou com meu sobrinho-neto para se aproveitar do nosso dinheiro e Verônica ser uma nobre? Mas sua filha jamais será uma, já Hipólita já é uma nobre, mesmo não sendo esposa do Conde.
Verônica e Doña Juana se olham.
— O que está dizendo, tia? Por que Hipólita já é uma nobre? — Pergunta Verônica sem entender e franzindo a testa.
— Isso é uma piada, não é? Uma plebeia como essa mulherzinha ser nobre? Vitória,o que te fez mudar de opinião a respeito dos pobres? Pois você nunca gostou, sempre os considerou marginais.
Condessa Vitória suspira e ergue a cabeça.
— Eu não tenho que dar satisfação a vocês! — Se dirige a escada. — Vocês tem trinta minutos para saírem da minha casa!
Condessa Vitória sobe voltando a seu quarto.
— Mãe, o que faremos? Como assim Hipólita é uma nobre?
Doña Juana olha para os lados e responde.
— Vamos fazer sim o que a Condessa disse, mas vamos reverter a situação. Hipólita e Alba serão as responsáveis por tudo e a Condessa e o Luis ainda irão nos pedir perdão e ele voltará a ser seu noivo. Diego Arrellano está de volta e irá nos ajudar.
— Qual o plano? O que ele pretende?
— Vamos arrumar nossas coisas e nos encontrar com Diego.
As duas sobem ao quarto que estavam.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro