PARTE II
No primeiro dia de caminhada Ana ia ao lado de seu marido, na frente da comitiva. Enquanto Penina vinha atrás com seus filhos.
O dia de caminhada foi exaustivo, por isso ao anoitecer, eles pararam e começaram a montar um acampamento para passar a noite.
Assim que Elcana se ausentou de sua presença, Penina veio em sua direção com seu filho mais novo em seus braços.
— Ana — a voz venenosa ressoou pela noite.
Como ela não estava afim de ter outro conflito com Penina, resolveu se calar e ignorar aquela cobra.
– Ana, Ana! Essa sua postura altiva vai chegar ao fim, sabia? – mesmo querendo ignora-la, ela retirou os olhos da fogueira que estava acessa e olhou para o rosto da mulher mais nova, que era muito bonita e formosa, mas que tinha uma feição maléfica.
Como não recebeu a atenção esperada da rival ela resolveu soltar a novidade e assim matar aos poucos o espirito da mais velha.
— Nosso marido não lhe contou a novidade?
— O que? — Penina ficou extremamente feliz com sua reação.
— Deus me concedeu a dádiva de estar novamente gravida.
Saber aquela informação foi uma pouco traumatizante. Ao longo dos anos ela viu Penina ter seus filhos e a cada dia humilha-la por isso.
Um pouco da alegria de Ana desapareceu e internamente ela começou a orar a Deus.
"Senhor Deus de Israel tenha misericórdia de mim".
Sua alma apenas conseguia clamar isso.
Assim Penina voltou a sua tenda super feliz por mais esse feito.
***
Após um longo dia de caminhada a comitiva chegou ao Tabernáculo de Siló, que se localizava no topo de uma colina cercada de montes, para realizar seus sacrifícios, eles foram recebidos pelos sacerdotes Hofni e Fineias. Enquanto Eli estava no templo.
Após os sacrifícios Elcana percebeu que Ana estava muito triste e cabisbaixa.
— O que aconteceu minha querida.
— Nada querido.
— Nada? — ele caminhou até sua mulher — Foi a Penina de novo?
— Você não me falou que ela estava gravida novamente.
Elcana as vezes amaldiçoava a decisão de ter uma segunda esposa, claro que ele amava seus filhos, mas Penina vinha lhe dando bastante trabalho, principalmente com sua Ana. Sua amada a cada dia que passava vinha perdendo seu brilho e frescor e ele sentia que em parte era sua culpa.
— Ana eu não te sou melhor do que 10 filhos?
— Sim marido tu es mais...
— Vamos jantar que é o melhor — assim ele saiu deixando-a sozinha, Ana não estava com vontade de esta entre todos, por isso lentamente ela começou a ir em direção ao templo do Senhor e chegando lá.
A mulher prostrou-se ao chão e começou a chorar copiosamente colocando para fora toda a amargura que ela estava sentindo.
"Senhor ouça a oração de tua serva, que vem hoje aqui se humilhar e pedir.... Tenha misericórdia de mim e atenda ao meu pedido, pela tua misericórdia Senhor, da tua serva não esqueças, mas se o Senhor me deres um filho varão, eu o darei por todos os dias da sua vida e sobre a sua cabeça não passara navalha..."
Eli estava no Tabernáculo e passando pelo local onde Ana estava orando viu que a mulher apenas mexia os lábios, porém nenhum som era ouvido.
– Mulher – Ana estava tão focada em seu momento de adoração que ela assustou-se ao ouvir a voz altiva do sumo sacerdote – até quando estará tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho.
Porem Ana lhe respondeu.
– Não senhor meu, eu sou apenas uma mulher atribulada de espirito. Não tenho bebido vinho, nem bebida forte, porem tenho derramado a minha alma perante o Senhor...
Comovido pela sinceridade daquela mulher ele falou:
– Vai em paz filha, que o deus de Israel lhe conceda a tua petição.
Saindo do templo com a alma aliviada Ana caminhou para junto de sua família, comeu bebeu e alegrou-se.
Elcana surpreendido pela alegria repentina de sua esposa procurou saber o que estava acontecendo.
– Ana!
– Sim marido!
– O que aconteceu?
– Nada meu amor.
Indignado por nos últimos dias sempre ter essa resposta Elcana queria a verdade.
– Para Ana, a dias eu vejo suas mudanças de humor e quando pergunto você sempre diz nada, eu quero saber o que está acontecendo.
– Tudo bem meu amor, eu estava no Templo do Senhor e tive uma conversa com o Deus e fiz um voto.
– Um voto?
– Sim eu espero que você não me impeça de cumpri-la.
– O que seria?
– Dar o meu primeiro filho varão ao serviço do Senhor, caso ele me conceda a dadiva de me dar um filho.
– Você quer isso mesmo Ana?
– Sim!
– Então que seja tudo conforme a sua vontade querida.
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805 palavras
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