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𝓣im-tim! Bruno sugeriu o brinde e seguindo o patrão, ergueram as taças Nora, Mário e o grupo de colaboradores da Fontana Lobo.

A exumação do corpo enterrado no cemitério Bonfim, em Belo Horizonte, resultara no seguinte: homem branco, aproximadamente 40 anos; causa-mortis: tiro na cabeça, tudo confirmando o inquérito instaurado pelo delegado Jonas em 2001; e a resposta à cabal pergunta: tratava-se de Domingos Casqueira? Sim, uma vez que a comparação entre o DNA do arqueólogo, registrado no primeiro laudo oficial, apresentado à Justiça por Jonas, era o mesmo dos restos mortais exumados no Bonfim.

Sobre a possibilidade de "Q" ali estar enterrado, uma infestação de cupins subterrâneos devorara o caixão e as roupas, restando pouca coisa.

— Se Jonas colocou "Q" no caixão para enterrá-lo junto a Casqueira, os cupins o devoraram, pois o papiro contém celulose — informou Mário. — Se a ideia era esconder o documento, só faltou combinar com os bichinhos, mas, por outro lado, a perícia não encontrou nenhum vestígio de papiro. Com certeza "Q" nunca esteve naquele caixão.

Nisso, a porta da sala de reuniões foi aberta e Jorge Fontana adentrou o recinto. Havia chegado de viagem sem prévio aviso:

— Ei, o que está acontecendo aqui? Uma festa e não fui convidado?

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À noite, Bruno colocou o laudo original da exumação no cofre em seu apartamento, sentindo-se o próprio Omar em seu antiquário.

— Pronto! Agora estará seguro.

Nora chegou por detrás e o abraçou. Estava ávida pelo corpo do amante:

— Oi, meu "Indiana", que tal um banho juntos? E depois uma bela massa, acompanhada de um bom vinho?

— Olha que é um convite irresistível.

Beijou-a. Num jogo sensual, ali mesmo tiraram parte das roupas, enroscando-se aos beijos e amassos até o banho da suíte. Amaram-se sob a água quente do chuveiro, em plena sintonia e cumplicidade, como se hábil artesão tivesse talhado seus corpos para um encaixe perfeito. Bruno já não era tão jovem e embora extasiado, sentia a lassidão do dia. E dores nos braços, em função das viagens de carro e avião, começavam a pesar.

Nora deixou-o sobre a ducha e pegou uma felpuda toalha branca, enxugando-se. Bruno a examinava e pensava que já não poderia mais viver sem ela, que surgira tão tardia, mas de forma tão libertadora em sua vida. Nunca tinha sentido algo assim.

Nora vestiu seu roupão e deixou o noivo sozinho. Quando enfim ele saiu do banho, tendo-se enxugado e vestido shorts e camiseta, encontrou-a na sala de jantar. A comida já tinha chegado, o vinho já estava posto e ela até improvisara a luz de uma vela artificial. Trajava um vestido leve, branco e com alças, com generoso decote, que contrastava divinamente com seus lindos cabelos ruivos.

— Você está linda!

Bruno aproximou-se dela. A mão atrás das costas logo revelou um pequeno estojo:

— Eleanora Gômer, aceita mesmo se casar comigo? — E apresentou-lhe um lindo anel, com duas turquesas. — Disseram-me que a turquesa é uma pedra que simboliza o céu e o mar... O mar diz da profundeza da alma; e o céu, da ascensão ilimitada. É o que representa nosso amor. Profundo e sem fim.

Nora era uma mulher empoderada, mas não deixava de ser sensível ao romantismo, tendo em mente que as duas coisas podiam conviver harmoniosamente e muito bem. Uma lágrima escorreu em seu rosto:

— Que coisa mais linda, Bruno. Sim, eu aceito!

Depois do tortelini com molho de tomates frescos e provolone, acompanhado de vinho branco, Bruno chegara ao limite de suas forças e foi deitar-se. Nora esperou algum tempo e quando percebeu que Bruno enfim dormia profundamente, foi até o cofre e o abriu. Ela memorizara a senha, ao vê-lo digitar no painel pouco antes. A esta altura já estava vestida e com as malas prontas.

Deixou o seguinte bilhete sobre a mesa da sala: "Teve de ser assim. Espero que um dia compreenda. Adeus!"

Depositou o anel sobre a despedida — molhada por uma lágrima sentida. E partiu.

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Nos dias que se seguiram, os sócios da Fontana Lobo tentavam concatenar as ideias, buscando compreender a atitude de Nora. O furto do laudo original da exumação não tinha explicação.

— Dá para acreditar, Jorge. O que ela quer com o laudo?

— Bruno, para mim tudo isso é uma grande farsa. Não vou me admirar se o tal Ravacini aparecer com um livro publicado, em que você é o personagem principal. Deve ter sido tudo um golpe publicitário. Esse documento "Q" não deve existir.

— É que você não vivenciou tudo que vivi, nesses dias.

— E por isso mesmo talvez eu esteja conseguindo analisar de fora, de maneira imparcial, não?

— Mas Jorge, são inúmeras as evidências...

Jorge deu de ombros:

— Você gastou um dinheiro considerável com toda essa pesquisa, espero que esteja certo. Mesmo assim, a priori o tal documento "Q" não passa de mera especulação. E lamento muito por Nora. Eu conversei com ela apenas cinco minutos e acreditei piamente que você havia encontrado sua alma gêmea, mas... Vida que segue.

— Será que o documento "Q" não estava no túmulo profanado de Adriana?

— Talvez, quem sabe... Sobre Nora, tudo muito estranho e não é à toa que ela surgiu justamente quando desapareceram Ravacini e sua editora. Muito provavelmente ela esteve o tempo todo mancomunada com ele, armando todo um circo para te enredar.

— Com que objetivo? — Bruno queria por quer queria uma explicação, qualquer uma que fosse.

— Queriam o laudo de exumação, isso é evidente. Às nossas custas, claro. Mas por quê? É um mistério que agora eu próprio vou querer resolver.

Bruno estava inconsolável:

— É por isso que dizem que o amor é cego. Como fui burro.

— É compreensível, você andava muito carente. Bem dizia meu pai, pensa-se com a cabeça errada, nessas horas.

E Bruno admirou-se do comentário, não habitual para Jorge Fontana.

Pouco mais tarde, Mário trouxe o resultado da derradeira pesquisa. Havia uma importante informação, de origem internacional:

— Tem a ver com a filha do Aziz, Lea...

— Como assim, Mário? — interessou-se Bruno.

— No manuscrito, capítulo 12:

"(...) Buscando tirar as superstições da cabeça, estranhei o fato de ela falar tão bem o meu idioma. Então ela explicou: ainda menina, entrando na adolescência, fora morar com a mãe na Península Ibérica (...)".

Bruno lembrava-se daquela passagem. Rapidamente veio-lhe à consciência o que Nora havia dito a ele: "Sou portuguesa de Sintra, mas moro no Brasil há muitos anos". Não olvidando que Portugal pertencia à Península Ibérica, inevitavelmente sugeriu:

— Lea e Nora, então...?

— São a mesma pessoa — adiantou-se Mário. — Nora Gômer é a versão ocidental e heterônima de Lea Khaled, cujo nome completo é "E.lea.nora Gômer Khaled".

Bruno estava estupefato. Ele já havia pesquisado sobre Nora, mas não havia nenhuma menção a ela como Lea Khaled, o que vinha ao encontro da ideia de que ela se escondia na pele de Nora. Assim, Lea desaparecera no primeiro ano do século XXI, para ressurgir poderosa e emponderada em algum momento, como Nora Gômer. E isso, quem sabe, para driblar a Ordem Agnus. Justificável.

E havia outra informação coincidente, no mesmo parágrafo selecionado por Mário:

"(...) Retirado por completo o véu, Lea revelou bem mais do que o Alcorão permitiria em público: longos e acobreados cabelos".

Acobreados: da cor do cobre, ou seja, ruivos, exatamente iguais aos de sua amada.

As redes não traziam informações pessoais de Nora, exceto sobre suas atividades profissionais. Ao menos agora ele já possuía uma pista real para seguir. E isso era um alento para seu coração partido.

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