Capítulo 3
A Dança dos Corações
Na manhã seguinte, acordei com o som de alguém mexendo no meu quarto. Ainda meio zonzo de sono, vejo Carlos vasculhando minha estante de livros.
— Bom dia para você também. Procurando algo? — perguntei, a voz ainda rouca.
— Seu despertador não tocou. — Ele apontou para o relógio. — E eu tô tentando achar aquele livro de marketing que você falou.
Esfrego os olhos e me sento na cama. O sol da manhã ilumina o quarto, e, por um segundo, me sinto grato por não acordar sozinho.
— Que motivação é essa logo cedo? Vai ler mesmo ou só quer impressionar a 'tchutchuca'? — brinco, jogando um travesseiro nele.
— Vamos dizer que é uma mistura das duas coisas — ele responde, piscando. — Mas e você, já pensou em como vai lidar com a sua gatinha? Dá para ver que você está muito gamado, só que você não toma nenhuma atitude.
— Eu sei, mas... é complicado. Quero dizer, ela é tão... inacessível. Parece que fica fora do meu alcance — admito, pegando o relógio para ver as horas.
Carlos balança a cabeça, claramente já impaciente com o que considera meu excesso de cautela.
— Olha, eu sei que você quer se conectar com ela e tudo mais, mas primeiro precisa ganhar a confiança dela. Talvez... ela se sinta atraída pela sua autenticidade.
— Pode ser... — murmuro, sem muita convicção.
Carlos me dá um tapa no ombro.
— Vem, vamos sair para andar e tomar um café bem reforçado na orla. Às vezes, só precisamos sair de casa para ver as coisas de outra maneira.
Saímos de casa e pegamos o caminho até a orla, o sol esquentando a manhã. Carlos começa a falar sobre os problemas em casa com seus pais, a falta que seu irmão faz, e sobre a garota misteriosa que ele não consegue tirar da cabeça, descrevendo o sorriso dela, a forma como ela o ignora e como isso só aumenta seu interesse. No fundo, ele está como eu: tentando encontrar seu caminho nesse emaranhado de sentimentos.
— Sabe, Carlos, talvez seja por isso que somos amigos. A gente finge ser tão diferente, mas, no fundo, queremos a mesma coisa.
Ele ri, sentando no balcão da lanchonete e puxando o cardápio.
— Acho que você está certo. No fim, somos só dois bobos tentando se encontrar.
Mais tarde, corremos para a escola, mas chegamos atrasados e logo nos deparamos com a professora Sandra de braços cruzados na porta, com seu olhar de reprovação..
— Bonito isso, né? — ela disse, arqueando uma sobrancelha.
— Sei que sou bonito, professora — disse Carlos, em tom brincalhão, arrancando risadas abafadas dos colegas. Ele não perde a oportunidade de fazer graça.
A professora suspirou e balançou a cabeça.
— Vá se sentar logo. Hoje teremos um trabalho em dupla, os pares já estão formados. Carlos com Ricardo e Michael com Verônica.
Na hora, meu coração dispara. Olho para Verônica, que sorri de forma tímida, enquanto Carlos protesta.
— Não é justo, professora! Por que ele fica com a gatinha e eu com o macho? — reclama, fazendo um bico cômico.
— Você chegou atrasado, Carlos. Não tem o direito de reclamar. Além disso, foi sorteio. Agora, vá se sentar e fique quieto — a professora respondeu, em um tom sério, mas com um sorriso quase imperceptível.
Andei até a carteira ao lado de Verônica, tentando manter a compostura, mas minhas pernas pareciam não me obedecer direito. Fui me sentar e, num descuido, acabei tropeçando na mesa, arrancando risadas da sala inteira. Senti o rosto queimar.
— Calma, eu não mordo — Verônica disse com um sorriso acolhedor, o que só fez meu rosto ficar ainda mais vermelho.
— Oi, sou o Michael — consegui dizer, oferecendo um aperto de mão cordial.
Ela riu e apertou minha mão.
— Eu sei, Michael. Estudamos juntos desde a quinta série, mas você nunca falou comigo... até ontem, quando o sinal tocou. Tenho quase certeza de que ia me dizer alguma coisa, mas mudou de ideia. — Ela inclinou a cabeça, curiosa, e meu rosto esquentou ainda mais.
— É verdade, tinha esquecido desse detalhe, Verônica. Desculpa por isso. E sobre ontem, eu... eu só estava distraído.
Ela sorriu, como se entendesse o motivo sem precisar de explicações.
— Então, o que precisamos fazer? — perguntei, tentando manter o tom casual enquanto tiro meus materiais da mochila.
— Vamos ler Dom Casmurro e fazer uma resenha sobre o livro — ela explicou.
— Esse livro? Legal! Já li ele uma vez — comento, esperando que isso quebre o gelo.
— Sério? Uau, não é comum ver alguém que gosta de romance e lê Machado de Assis. É impressionante! — Verônica parece surpresa, e eu dou de ombros, meio sem jeito.
— Gosto bastante de literatura, e Dom Casmurro é intrigante. Tem os ciúmes do Bentinho e aquela dúvida eterna sobre a Capitu...
— Bentinho era doido de ciúmes mesmo, mas eu gosto da história. Ele chega ao ponto de largar a batina para ficar com sua amada, isso é... — ela suspira. — É uma prova de amor e tanto.
Ela me olha diretamente nos olhos.
— E você, faria uma coisa dessas por alguém? — perguntou, em tom de brincadeira, mas o olhar dela me atravessou.
— Eu nunca quis ser padre, então... acho que não teria tanto o que largar — brinco, arrancando outra risada dela.
— Ai, que bobo. Sabe que não era isso que eu quis dizer. Você faria uma loucura de amor por alguém?
Tento disfarçar o calor que senti subindo para as bochechas.
— Acho que... talvez sim. O amor deixa a gente meio bobo, então, se valesse a pena, eu faria. Por alguém especial, é claro.
Ela sorri, divertida. — Que bonitinho. — Eu sorri de volta, ainda tímido.
— Só não quero acabar como Bentinho, obcecado por alguém a ponto de enlouquecer. Tenho medo de, sei lá, me perder e fazer outra pessoa infeliz.
— Eu defendo a tese de que Capitu nunca traiu Bentinho. Ela gostava demais dele para fazer isso.
— Mas a vida prega peças. Quando você sabe que não pode desejar alguém, às vezes fica ainda mais tentador. A Capitu era bonita, Escobar era o melhor amigo dele... sabe como é.
Verônica me lançou um olhar cético.
— Ou então foi tudo uma paranoia de Bentinho, e ele acabou vendo coisas onde não tinha. A graça de Dom Casmurro é justamente essa, né? Machado deixa a gente decidir no final quem está certo ou errado.
— Verdade. No fim, acho que cada leitor enxerga o que quer. Eu entendo o lado dele também. Imagina achar que a mulher que você ama e seu melhor amigo te traíram? Eu ficaria louco.
A professora Sandra, atenta a cada detalhe, nos interrompe.
— Vocês dois, menos conversa e mais trabalho.
Verônica suspira e revira os olhos.
— Estamos discutindo sobre o livro, professora — responde ela, meio irritada.
A professora nos olhou por um instante, mas acabou deixando a conversa continuar. Nós nos entreolhamos, divertidos, e eu senti que encontramos uma conexão natural. Terminamos a aula ainda debatendo.
Quando a aula acabou, Verônica me olhou de novo.
— Então, onde vamos fazer o trabalho? Pode ser na sua casa? — ela pergunta, meio hesitante.
— Melhor na sua — respondo, com um sorriso, tentando parecer despreocupado. — Meu irmão ia me zoar até o fim da vida.
— Ah, lá em casa também não dá. Meu pai ia achar que você é meu namorado e me proibiria de ver você. — Ela sorri, mordiscando os lábios. Por dentro, suspirei, querendo exatamente isso.
— Que tal a biblioteca depois da aula?
— Combinado! Vou avisar minha mãe para não se preocupar.
— E se ficar muito tarde, faço questão de te levar em casa. — Ofereço minhas cortesias.
Ela me lança um olhar doce, que me faz sentir nas nuvens.
No intervalo, Carlos veio atrás de mim, resmugando.
— Cara que sacanagem dessa professora hein, ela me odeia, só pode!
— Deixa de ser dramático Carlos, é só um trabalho. — Digo desinteressado enquanto seco as mãos.
— Você só está dizendo isso porque teve sorte e descolou uma gatinha para fazer o trabalho com você. E que gata ela é hein. — Ele diz parecendo estar enciumado. Sorri instantaneamente ao lembrar do rosto dela. — Não é Mike?
— Afinal qual é o livro que vocês pegaram? — o questiono mudando de assunto propositalmente.
— Capitães de areia de um tal de Jorge Amado, conhece?
— Claro que conheço, ele é um gênio! Esse livro é muito bom, você vai gostar.
— Já leu ele? — ele me encara curioso.
— Sim! Recomendo meu caro, leitura é cultura, você deveria ler mais e ver menos pornô.
— Cala a boca Mike. — disse jogando um pedaço de pão em mim e eu ri.
— Infantil!
— Você que é! — diz visivelmente estressado.
—Você que está aí jogando comida nas pessoas parecendo criança.
— Vici qui ti i jigindi cimidi nis pissiis piricindi criinci! - ele diz me imitando pateticamente e mais uma vez ri dele.
— Vê se cresce. Olha tocou o sinal, vamos para a sala!
— Já vou papai! — diz imitando uma criança seguindo meus passos.
As horas seguintes se arrastaram, e finalmente a aula terminou. Saí correndo para não dar tempo de Carlos me questionar mais e cheguei à biblioteca. Lá esta ela, Verônica, fones nos ouvidos, distraída lendo um livro e ouvindo "What's Going On" do Marvin Gaye.
— Além de bonita, você tem bom gosto pra música! — brinco, me aproximando.
Ela tira os fones, rindo.
— Uau, gosta de Marvin Gaye? Achei que você fosse mais do tipo rock.
— Tenho meu lado eclético — brinco. — Então, vamos começar?
— Vamos, claro. Sabe o que a gente vai fazer com esse trabalho?
— Tive uma ideia. O que acha de apresentarmos um rap? Você faz a defesa e eu a acusação. Assim todo mundo presta atenção.
Seu rosto sugere que ela achou engraçado.
— Você sabe cantar? — ela me questiona, bem curiosa.
— Mais ou menos. Minha tia dá aula de canto, então tive que aprender — explico, rindo.
— Então canta para eu ver — ela diz, rindo também. — Preciso ouvir você para ver como vai ser o rap.
— Ah, melhor não. Eu sou muito timido. — Digo encarando o chão, sentindo meu rosto inteiro queimar.
— Como vamos apresentar então se você está com vergonha de cantar na minha frente? — Ela dá aquele sorriso vitorioso, de quem conseguiu me vencer.
— É acho que você me pegou. — Digo fazendo gesto de redenção.
— Canta para mim, vai? Por favor. — Ela súplica de maneira tão doce e linda que não resisto ao seu pedido. Depois de hesitar um pouco, topei.
—Ok, mas é só um pouquinho.
Comecei a cantar How Deep is Your Love dos Bee Gees, e Verônica me olha atentamente, seus olhos brilhando. Encho meu peito de coragem e pego suas mãos e a conduzo para uma dança, ela deixa os braços ao redor do meu pescoço, enquanto eu envolvo os meus em sua cintura. Nossos corpos ficaram mais próximos, e continuo cantando em seu ouvido. Sinto um arrepio percorrer seu corpo, como se ela estivesse tão envolvida quanto eu. Esse momento é tão mágico... não quero que acabe.
Enquanto eu canto o segundo refrão, Verônica me surpreende ao cantar junto. Sua voz é doce e delicada, como a de um anjo, quase lírica. Estou em êxtase, me sinto no paraíso.
Cantamos nos olhando nos olhos. Ela tem esses olhos castanhos profundos, o cabelo longo e cacheado que caí suavemente sobre os ombros, e sua beleza parece ainda mais intensa sob a luz suave da biblioteca. Quando percebi, nossos rostos estão muito próximos. Senti sua respiração quente e o ritmo acelerado de seu coração, que parece bater em sincronia com o meu. Vai, Michael, é agora. Meu coração está tão agitado que gotas de suor escorrem pelas minhas costas. Eu decido tomar a iniciativa, mas, no exato momento, algo cai no chão, causando um barulho estrondoso.
Verônica e eu nos afastamos abruptamente.
— O que foi isso? — ela pergunta assustada, olhando para mim.
— Não sei, vamos dar uma olhada? — Digo tentando recuperar o folêgo.
— Eu não! Tô com medo, vai você! — diz, apreensiva.
— Vem, não vou deixar nada de ruim acontecer com você. — Respondo tentando parecer firme.
— Pensando bem, também não quero ficar esperando sozinha.
— Então vamos! — Concordo, tentando mostrar confiança, mas por dentro estou puro nervosismo.
Andamos pela biblioteca, o silêncio dominando o lugar. Não parece haver nada nem ninguém.
— Que estranho... — murmuro, analisando o ambiente.
— Ai, meu Deus, será que é algum espírito mal-assombrado de um professor, que persegue alunos que não se comportam na sala? — Ela aperta meu braço, visivelmente tensa.
— Calma, vem devagar, vamos por aqui.
No corredor B, à esquerda, encontramos alguns livros espalhados pelo chão, mas nenhum sinal de ninguém.
— Mi-Michael, o-o-olha só. — diz gaguejando, apontando para cima.
— O que foi, Verônica? Você está bem? — Pergunto preocupado com seu bem-estar.
— Olha a altura de onde esses livros caíram. — Ela aponta para cima, ainda assustada.
Os livros caírams da oitava prateleira. Realmente é muito alto para alguém pegá-los sem uma escada, ainda mais sem ser notado.
— É, confesso que isso é estranho, mas deve ter uma explicação.
— A explicação é que a biblioteca é mal-assombrada. — Ela apertou meu braço. — Michael, vamos embora, por favor. — Ela suplica assustada.
— Calma, vou te proteger! Fique atrás de mim. — Avancei procurando por algo ou alguém. — Quem está aí? Isso não tem graça. — Minha voz ecoa pela biblioteca, mas ninguém responde. — Quem está aí?! — exclamo mais uma vez, e de repente ouvimos um grito alto e agudo, que definitivamente não veio de nós.
Sinto arrepios por todo l corpo, deixando minhas pernas paralisadas.
— Vem, Michael, corre! Anda, vem logo. — Verônica me puxa pelo braço, e nós corremos até a saída sem olhar para trás.
Quando saímos da escola, paramos para respirar.
— Acho que agora estamos seguros. — digo, ainda ofegante.
— Nunca mais vou voltar naquela biblioteca. Eu disse que tem um espírito do mal lá. — Ela tenta recuperar o fôlego.
— Essas coisas não existem! — Argumentei, também tentando me recompor.
— Ah, é? Então por que você correu? — Ela sorri num tom provocativo.
— Porque você me puxou, né! — Respondo, fazendo-me de desentendido.
— Ah, claro, você estava tremendo de medo. — Ela começa a rir, e meu rosto fica vermelho de vergonha. — Não se preocupe, não vou contar pra ninguém. É o nosso segredo. — Ela sorri cúmplice para mim.
— Obrigado. — Sorri em resposta. — Posso te acompanhar até em casa?
— Eu adoraria, mas meu motorista já deve estar chegando.
— Tudo bem. — Sorrio meio sem jeito, tentando esconder a decepção.
— Pelo menos conseguimos terminar o trabalho. A professora Sandra foi bem legal em deixar a entrega para a próxima aula.
— Isso porque ela gosta de você. Se fosse eu e o Carlos, estaríamos ferrados! — Comento, e ela ri, mostrando suas belas covinhas.
— Seu amigo é sempre daquele jeito? — perguntou, mudando de assunto.
— Aquele jeito como? — indaguei.
Ela ergue uma sobrancelha e olha para mim com um meio sorriso, quase venenoso, como quem solta uma crítica afiada mas sem querer exagerar.
— Sabe, galinha, meio... sem noção? — diz, com a voz carregada de um tom provocador. Ela inclina a cabeça, os olhos piscando de leve querendo testar minha reação.
— Ei, não fala assim dele! Ele é meu amigo. Ele é meio idiota às vezes, mas só eu posso falar dele. — digo defendendo-o.
— Tá bom, desculpa! Só estou falando a verdade.
— Acho que ele é assim porque tem medo de se machucar. — Suspirei.
— Medo? E por isso ele sai pegando geral e tratando as meninas como se fossem nada? Não entendo como você pode andar com um idiota desses.
— Ele tem uma visão bem distorcida das coisas, mas eu tento abrir os olhos dele. Um dia ele ainda vai entender.
— Ele só vai entender quando ele pagar na mesma moeda por tudo que ele faz com as meninas que ele pega. Por que vocês homens são assim?
— Me tira dessa! Eu não sou assim. — afirmo resoluto!
— Então como você é? Como você trata as "minas"? — Ela tenta soar descolada, o que ficou engraçado.
— Trato toda garota com respeito. Meu pai me ensinou a ser assim. Não sou de ficar com várias ao mesmo tempo, gosto de algo mais profundo, sabe? E, se as coisas não dão certo, sou honesto.
— Uau, um garoto assim existe mesmo? — Ela riu, e eu quebro o contato visual, tímido.
— Sou um cara que acredita no amor, quero encontrar alguém especial, casar, ter filhos. Alguém que seja só minha e eu só dela.
— Como você é romântico! — Ela disse com um brilho no olhar. — Não está dizendo isso só para me impressionar, né?
— Claro que não! Se me conhecesse melhor, veria como sou de verdade. Tenho que lidar com as piadinhas do Carlos e de outros amigos,é bem frustrante sabe. — É raro para mim conseguir falar com alguém assim tão naturalmente.
— Que escrotos! — Ela balançou a cabeça. — Deveria trocar de amigos.
— E como troco de irmão? Carlos pode ser assim, mas ele é um amigo verdadeiro e passa por momentos difíceis em casa. Por isso, não gosto de julgá-lo.
— Ele devia agradecer por ter um amigo como você!
— Levo a amizade a sério. Se gosto de alguém, faço de tudo por essa pessoa. Mesmo com as dificuldades, o Carlos é um bom amigo.
— Nossa, parece que ele vai precisar mesmo. E olha, você não pensou em apresentar a Alícia pra ele?
— A Alícia? Mas ela também é meio "pegadora".
— Imagina juntar esses dois! Seria um caos.
— Aliás, ele já tentou "me arrumar" com ela.
— Sério? — Ela me olhou surpresa.
— Sim, mas eu não quis. Ela é bonita, mas não faz o meu tipo.
— É, realmente não faz. — Ela sorriu, meio sem graça.
— E você? Também deve ter seus esquemas, né?
— Eu? Que nada. Meu foco é estudo e dar orgulho aos meus pais.
— Aposto que eles se orgulham mesmo! Qualquer pai adoraria ter uma filha como você. — Ela corou um pouco.
— Obrigada. Já vou indo, e você deveria ir também. Não vai querer ficar sozinho com o fantasma, né? — Ela fez o sinal da cruz.
— Pode deixar, já estou indo. — Sorrimos, e eu a observei entrar no carro. — Até mais! — acenei, e ela retribuiu com um sorriso encantador.
Enquanto o carro some na esquina, vou andando de skate para casa, sentindo-me o garoto mais feliz do mundo. Dancei com minha garota, ganhei um beijo no rosto... Ela é perfeita! Seus olhos, sua voz angelical, o jeito de rir das minhas piadas... Ah, como estou apaixonado!
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