Lar doce lar... desconhecido
•◦ೋ•◦ 1 mês depois... •◦ೋ•
Os longos 31 dias haviam passado. Muto estava muito ansioso para voltar para casa, ele estaria ainda mais feliz se Sanzu tivesse se recordado da memória, que até então ele não tinha voltado a se lembrar.
Ran e Rindou Haitani tinham entrado com um processo de adoção com Yuta (Trix), e estava em vigor, ele estava morando na casa dos irmãos Haitani como "lar temporário", sempre tendo visitas de uma assistente social e uma psicóloga que acompanhava o desenvolvimento dele, e estava indo tudo bem. Ele tinha até o seu próprio quarto.
—Eu vou buscar Sanzu e Muto no hospital. — disse Rindou. —Você quer ir? Assim você pode dar uma voltinha, e na volta para casa eu te levo naquele estande de tiros que você gosta.
Trix abriu um sorriso e abraçou o Haitani mais novo e disse:
—Eu quero sim. Bem... você e o Ran estão cuidando tão bem de mim. Será que eu posso chamar vocês de pai?
Rindou abriu um sorriso enorme assim como Ran que estava na cozinha se servindo com um vinho.
—É claro que você pode nos chamar de pai.
—Obrigado, pai. — ele disse e abraçou Rindou com carinho, fazendo o Haitani mais novo deixar algumas lágrimas escorrerem no rosto, assim como Ran.
—Você faz parte da família Haitani e Bonten agora. — disse Ran acariciando as costas do menino. —Ficaria legal se o seu nome fosse Yuta Haitani, não acha?
—O meu nome pode ter o sobrenome de vocês?
—A gente vai dar um jeitinho. — disse Rindou e arrumou o cabelo do Trix. —Bora lá?
—Bora! — ele disse animado. —Eu controlo a playlist do carro desta vez!
—Como quiser.
Ran tinha ficado em casa para poder resolver alguns assuntos da Bonten, portanto no carro foi apenas Rindou e Yuta, que assumiu o controle da playlist de músicas do carro, que logo de início a música "Gasolina" do Daddy Yankee começou a tocar.
—Mamita, yo sé que tú no te me vas a quitar,
Lo que me gusta es que tú te dejas llevar. — cantarolou Trix enquanto arrumava o seu boné para trás.
—To' los weekenes ella sale a vacilar, Mi gata no para 'e janguear porque. — continuou Rindou enquanto aumentava o volume do multimídia do carro.
—A ella le gusta la gasolina, Cómo le encanta la gasolina! — cantarolaram juntos se divertindo com a música, e assim ficaram durante o trajeto todo.
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No hospital, Muto ajudava Sanzu a pegar os seus pertences, como roupas e itens pessoais que ele havia usado durante o período que ele ficou no hospital.
Haruchiyo vestia apenas uma calça cargo preta, estava sem camiseta e deixava o seu corpo definido e escultural a mostra, fazendo Muto morder a boca e ter pensamentos férteis ao ver ele com aquele belo corpo a mostra, porém ele não podia tocar, elogiar e muito menos usar aquele corpo, afinal Sanzu não se recordava de nada, e Yasuhiro jamais iria usar o corpo dele enquanto Akashi estivesse em uma fase "vulnerável".
—Eu acho que eu já peguei todos os meus pertences. — disse Sanzu e logo em seguida colocou as mãos na cintura. —É, eu acho que eu peguei tudo, más eu deveria... Muto? Ei?
Muto estava com os olhos e o foco totalmente voltado ao corpo do Sanzu, ele só saio do seu transe quando Haruchiyo se aproximou dele e o chacoalhou pelos ombros.
—Você está bem?
—Oh me desculpe, eu estava pensando em umas coisas e acabei nem prestando atenção ao meu redor. — ele disse e olhou para Sanzu, ele poderia ter perdido a memória, más o seu olhar penetrante e sedutor com aqueles olhos azuis com cílios grandes eram os mesmos. —Haru... — ele disse e tocou no rosto dele com carinho.
Sanzu franziu cenho e se afastou dele e disse:
—Me desculpe por ser tão indelicado. Mas por mais que eu seja o seu "esposo" e eu não me recordo disso, eu me sinto muito desconfortável com esses toques. — ele disse e respirou fundo. —Não quero te chatear, mas eu quero que nós dois tenhamos um relacionamento apenas de amigos, pelo menos até eu me recordar da memória. Pode ser?
Aquilo fez o coração e o chão do mundo do Muto cair, despedaçar e se desfarelar. Porém mesmo com a dor aguda dentro de si, ele assentiu positivamente e disse:
—Claro, tudo no seu tempo, Sanzu.
Haruchiyo sorriu fraco e disse:
—Obrigado por entender, Muto.
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O caminho de volta para casa foi um completo silêncio entre Muto e Sanzu, o silêncio só era quebrado por Rindou e Trix que conversavam entre si e com eles no banco de trás.
O Haitani mais novo percebeu o clima tenso entre o casal, respirou fundo e disse:
—A S/N sai às 16:00?
—Isso, ela já deve estar quase saindo. — disse Muto e olhou em seu relógio. —São 15:45.
—Eu busco ela na escola. Vou levar o Trix para ir se divertir em um estande de tiros, vou levar a S/N comigo, para você e o Sanzu terem um tempo a sós. — ele disse e olhou para Yasuhiro pelo retrovisor interno e sorriu. —Pode ser?
—Pode.
—Pai, não seria melhor se S/N dormisse em casa? Afinal hoje é sexta-feira. — sugeriu Trix enquanto arrumava os seus piercings.
—Filho, tudo depende do Muto.
Yasuhiro parou para pensar por alguns minutos, realmente seria uma proposta legal, pois iria ser ótima para as três partes: para ele e Sanzu, para os Haitani que amavam a presença da S/N e para Trix e S/N que se amavam muito.
Muto concordou com a proposta.
—Pode ser. Depois mais tarde vocês passam aqui junto com ela e S/N pega as coisas dela.
—Não vai ser necessário. — disse Rindou enquanto virava uma rua. —Eu e Ran temos roupas dela em casa, assim como alguns itens de meninas. Fomos comprando com o tempo, portanto ela não vai precisar voltar para casa e pegar nada, tem tudo lá em casa.
Muto sorriu e depois direcionou o olhar para Sanzu, que estava com a cabeça encostada no vidro do carro perdido em seus próprios pensamentos.
"Por favor Haru... volte a se lembrar das coisas o quanto antes, eu não suporto mais esse silêncio e esse olhar vazio entre nós dois."
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Rindou se despediu deles assim que terminou de retirar as malas do carro, e em seguida foi embora deixando Muto e Sanzu a sós.
Yasuhiro abriu o portão da casa e disse:
—Seja bem-vindo ao seu lar.
Assim que eles passaram o portão, Sanzu ficou por alguns segundos parado ali no quintal enorme cheio de verde e a grama muito bem aparada.
Havia uma piscina enorme com luzes e uma cascata que jorrava água, tinha também uma área de churrasco e mais a frente uma garagem com três carros e uma moto. Ele franziu cenho, pois a moto que estava ali lhe fazia se lembrar de alguma coisa.
—Eu posso ir até a garagem?
—Pode, a casa é sua Haru.
Sanzu foi até a garagem e tocou a moto que estava ali, era uma Kawasaki Ninja GPZ 900r, na cor rosa salmão com roxo. Ele acariciou o tanque da moto e sussurrou:
—Eu acho que eu me lembro de você...
Muto sorriu que ele pelo menos tinha se lembrado de algo. Lógico que ele não queria que dentre tantas coisas que Haruchiyo poderia se lembrar, ele fosse se lembrar de algo tão fútil como a moto. Mas ele teria paciência.
Após ficar um tempo ali na garagem, eles entraram na casa, e assim que Muto abriu a porta e Sanzu viu a casa por dentro, ele sentiu seu corpo entrar em colapso e em seguida sua voz ficou embargada, acompanhada de um choro.
—NÃO! EU NÃO QUERO FICAR AQUI! — ele gritou e colocou as mãos na cabeça como se estivesse tendo um surto.
Quando Muto abriu a porta de entrada da casa, assim que Sanzu viu aquelas escadas, um flashback confuso e amedrontador tomou conta da sua mente. Era rastros de sangue, a casa destruída e várias coisas espalhadas pelo chão.
Sanzu começou a ficar ofegante, parecia que ele iria parar de respirar a qualquer momento.
Muto percebeu a situação e abraçou o Sanzu com carinho e disse:
—Está tudo bem, Haru. É a nossa casa.
—Eu não quero entrar. — ele disse chorando enquanto apoiava o rosto no peitoral do Muto. —Está cheio de sangue.
—Haru, não tem mais sangue. — disse Muto e levantou o queixo dele. —Isso que está pensando é uma memória muito rum do que aconteceu aqui a um tempo atrás. Mas não se preocupe, já passou. E se você quiser, podemos nos mudar daqui.
Haruchiyo olhou para ele e disse:
—Eu morava aqui?
—Sim. Na verdade a gente mora, más se você não quiser mais, a gente se muda.
Sanzu respirou fundo, piscou várias vezes e foi entrando na casa com cautela, observando tudo a sua volta.
—Isso tudo é tão novo e desconhecido. — ele disse sussurrando enquanto explorava a casa em passos lentos e acompanhado do Muto.
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