Caoticamente cômico
O dia estava ensolarado, e como a mansão dos irmãos Haitani tinha uma piscina enorme, eles optaram por convidar todos da Bonten para ir a casa deles, fazer um churrasco.
—Pai, tem carne assando já? — disse Trix enquanto caminhava até a churrasqueira.
—Eita barriga de verme. — brincou Rindou enquanto colocava sal grosso nas carnes. —Não faz nem 15 minutos que eu liguei a churrasqueira, vai ter que esperar um pouquinho.
—Eu estou com fome. — disse Yuta cruzando os braços.
—Pega, não deixa o Ran saber. — disse Rindou enquanto entregava a Yuta um pacote de chips.
—Meu pai Ran odeia quando eu como chips e coisas antes do "almoço".
—Shh, ele não preciso saber. — ele disse rindo e bagunçou o cabelo dele.
Yuta sorriu e foi até a piscina, se sentou na beirada da piscina junto com S/N e ofereceu o petisco nada saudável para ela.
—Você gosta de Doritos? — perguntou S/N enquanto comia.
—Eu amo, más Ran me proibiu de comer, primeiro porque ele odeia que eu coma essas coisas antes do almoço e depois dele ver meu exame de sangue.
—O que deu no seu exame de sangue?
—Colesterol alto, três vezes acima do nível "normal" para a minha idade. — ele disse rindo.
—E nisso que dá ficar enchendo o... o...
—Cu? — ele disse rindo. —Enchendo o cu de coisa que não presta? É, você está certa.
S/N começou a rir com o comentário dele e disse:
—Você é apocalíptico e icônico ao mesmo tempo sabia? — ela disse e deu um beijo nele.
—Posso saber o que vocês dois estão fazendo?
S/N e Yuta sentiram o corpo gelar, e assim que se viraram para trás, viram Ran de braços cruzados e com um semblante sério.
—Pai foi só um beijo...
—Eu não tô bravo com isso não. — disse Ran rindo. —Vocês são jovens e se amam, tem que beijar mesmo. Eu só estou bravo com vocês dois comendo essa porcaria de isopor com tempero que vocês chamam de chips. — ele disse e tirou o pacote de Doritos da mão do Trix. —Quem foi que deu isso aqui para vocês?
—Foi eu! — disse Rindou se aproximando deles com uma tábua de carnes. —Para de ser chato e deixa eles comerem. — ele disse e entregou o chips para S/N. —Querem carne? — ele disse animado.
—Eu quero! — disse Yuta e S/N sorrindo.
Ran olhou para Rindou e disse:
—Você tira totalmente a minha autoridade!
—E você tira a diversão das crianças! — disse Rindou e entregou a tábua de carne vazia para Ran. —Sua vez de virar o churrasqueiro. Eu vou lá preparar o arroz e pegar as sobremesas na geladeira.
—Que pilantra é você!
Rindou sorriu e disse:
—Aprendi com você, Ran.
O Haitani mais velho ficou observando Rindou e ele balançou a cabeça negativamente e riu, logo em seguida ele escutou Yuta:
—Pai, eu quero mais carne!
Ran sorriu e disse:
—O Haitani churrasqueiro já está indo para a churrasqueira.
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Muto estava dirigindo o carro, com a atenção totalmente voltada para a estrada, porém sempre que podia ele olhava para Sanzu, que usava um acessório novo em sua boca, um piercing labret vertical, no centro da boca.
Haruchiyo desde que Yasuhiro conhecia, sempre gostou do mundo de body piercing, não era a toa que ele tinha as duas orelhas completamente furadas cheios de brincos.
Porém nunca passou pela cabeça de Muto que ele iria querer colocar um piercing. Mas ele tinha que admitir, aquele acessório deixou Sanzu ainda mais sexy do que ele já era.
—Você gostou tanto desse acessório? — disse Sanzu enquanto arrumava a sua franja.
—Haru, você já se olhou no espelho? Você é tão lindo, e ainda me coloca esse piercing? Poxa aí é para acabar com a minha sanidade.
—Espera só para você ver o que mais eu coloquei.
—Espera, tem mais?
Haruchiyo sorriu e mostrou a língua para Muto, e ali no centro dela tinha um outro piercing, uma pequena esfera de prata, que fez Muto imaginar mil e uma coisas com aquele acessório passando em seu corpo.
—Haru, eu... eu preciso voltar a dirigir. Desse jeito nunca iremos chegar na casa dos Haitani.
—Haitani? — ele disse confuso.
—É os Haitani. Os irmãos que eu te disse que você escolheu para ser os padrinhos da nossa filha S/N. — ele disse e parou o carro em um semáforo. —Você já se esqueceu? Eu te contei hoje de manhã.
Sanzu coçou a cabeça e ficou olhando para Muto confuso e disse:
—De manhã? A gente fez algo de manhã?
Muto sentiu seu corpo estremecer e gelar ao mesmo tempo. Seria possível Sanzu ter se esquecido do beijo? Da conversa? E de tudo o que aconteceu de manhã?
—Haru, você se lembra que nós dois nos beijamos?
Sanzu fez um semblante sério e em seguida disse:
—Você me beijou?! Como isso aconteceu? Você se está se aproveitando da situação e tentando fazer as coisas comigo?
—Não é nada disso Haru, eu...
—Para o carro.
—Ficou maluco?
—Para esse carro. — ele disse e começou a tirar o cinto de segurança. —Eu não vou para lugar nenhum com você.
Muto parou o carro em um posto de gasolina, e Sanzu abriu a porta do carro e saiu do veículo.
—Aonde você pensa que você vai?
—Para qualquer lugar, bem longe de você.
—Vai como?
—Eu vou a pé, de carroça ou de bondinho eu vou longe.
Muto começou a rir e Sanzu disse:
—Não tira poeira com a minha cara que eu te cubro de soco.
—Acha seguro você perambulando por aí com essa sua perda de memória? Você mal se lembra do que aconteceu de manhã. Já pensou se você se perde? — disse Yasuhiro enquanto abastecia o carro. —Vai ser no mínimo cômico ver uma Barbie noiada perdida no mato ou por aí. Não acha?
Haruchiyo revirou os olhos e se virou para Muto e disse:
—Eu sei me virar.
—Tá bom. Só não se mate ok? Eu não quero ver a S/N chorando porque o pai dela surtou, seguiu o rumo e foi encontrado morto na rodovia.
Dizer aquelas palavras para Sanzu doeu muito em Muto, porém foi necessário pois na hora Akashi voltou para o carro e entrou no veículo.
—Ficou com medinho? — disse Muto enquanto fechava a porta do carro e colocava a chave do carro no contato.
—Não fiquei. Só voltei por causa da S/N.
—Sei.
—Quer parar com essa palhaçada de interrogatório e dirigir essa bodega de carro?
Muto sorriu e deu partida no carro. Haruchiyo poderia até ter perdido a memória, porém a sua personalidade apocalíptica e caótica, não tinha sido apagada. E isso fez ele sorrir, afinal ainda havia um pouquinho do antigo Sanzu dentro dele.
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